Lord tem uma irmã da minha idade, Liz, e nos tornamos grandes amigas. Compartilhamos gostos parecidos, mas, ao contrário de mim, Liz não está destinada a um Alfa. Sua vocação é puramente tecnológica, e ela é brilhante nisso.

Foi graças a ela que consegui minha mais nova peça de lingerie. Alex comprou inúmeras roupas para mim—mais do que eu poderia usar em uma vida inteira. Criou um closet repleto de vestidos, botas de couro, casacos de peles finas e tudo que uma mulher poderia sonhar. Mas, curiosamente, manteve-se neutro quando se tratava de roupas íntimas. Como se ignorar esse detalhe fosse suficiente para manter certa distância.

A última noite foi a gota d’água. A necessidade dentro de mim se tornou insuportável. Minha pele formigava ao menor toque, minha respiração oscilava sempre que ele estava perto. Preciso que Alex me toque. Preciso sentir seu corpo contra o meu, sua pele quente na minha.

Quero vê-lo perder o controle.

Quero saber que ele me deseja tanto quanto eu o desejo.

Desde que cheguei à alcateia, ele tem dormido comigo todas as noites, mas apenas em sua forma de lobo. Grande, protetor, sua pelagem escura envolvendo meu corpo, seu calor me mantendo segura. Mas esse calor não é suficiente. Não mais.

Acordo todas as madrugadas suada, tremendo, minha respiração entrecortada, minha pele em chamas. Meu corpo responde a ele de formas que eu não compreendo totalmente, mas sei que ele sente. Sei que percebe o cheiro da minha excitação no ar.

E mesmo assim, nada acontece. 

Preciso mudar isso.

O novo conjunto de lingerie que comprei com Liz é branco, rendado, delicado. Mas o que o torna especial não é o tecido, e sim o efeito que ele causa em mim. Ele destaca as marcas em minha pele—ou melhor, as marcas dele.

Eu me encaro no espelho do quarto, meus cabelos soltos caindo sobre meus ombros. Meus seios estão sensíveis, pressionando contra o tecido rendado. Minhas marcas brilham de um jeito diferente, como se ansiassem por algo que apenas Alex pode dar.

Ouço a porta se abrir e me viro lentamente.

Sei que ele sente.

Seu coração acelera. Sua respiração muda.

Sinto a onda de desejo vindo dele como um impacto físico.

E, por um segundo, ele não se move.

Seus olhos verdes percorrem meu corpo, demorando-se em cada curva, cada detalhe. Ele fecha a porta atrás de si, como se isso pudesse conter a eletricidade entre nós. Mas nada pode.

O cheiro no ar é intenso, inebriante.

Minhas coxas estão molhadas, minha respiração entrecortada. A fome dentro de mim é insaciável.

Sei o que dizem sobre as fêmeas destinadas a Alfas. Que nossos corpos foram feitos para eles. Que nosso prazer pertence a eles.

Mas Alex ainda não reivindicou o que é dele.

Ainda.

Dou um passo à frente, minha voz saindo mais baixa do que pretendia.

— Alex.

Ele pisca lentamente, sua mandíbula travada, seus punhos cerrados ao lado do corpo. Sei que está se segurando. Sei que está lutando contra o próprio instinto.

Não quero que ele lute.

Quero que ele ceda.

Dou mais um passo, e desta vez ele rosna. Um som baixo, gutural, que ressoa no fundo do peito.

— Zoe… — Sua voz é um aviso.

Um alerta de que estou brincando com fogo.

Mas eu já estou queimando.

Aproximo-me o suficiente para sentir seu calor. Levanto a mão e deslizo meus dedos por sua camisa. O tecido está quente, mas não tanto quanto sua pele.

Seu olhar escurece.

— Você não sabe o que está fazendo.

Sei exatamente.

Meus dedos deslizam até a barra de sua camisa e começo a puxá-la para cima, revelando sua pele quente, dura, marcada.

— Sei, sim — murmuro.

Sei que o quero.

Sei que preciso dele.

E pela forma como seus olhos brilham em um tom predatório, sei que, desta vez, ele não vai resistir.

Seus dedos disparam para minha cintura, apertando-me com força suficiente para arrancar um arquejo dos meus lábios.

Minha pele formiga.

Meu corpo vibra.

E quando ele finalmente me puxa contra si, sei que não há mais volta.