Capítulo 5
Zelda realmente não queria se envolver naquela situação. O que a vida ou a morte de Ada tinha a ver com ela?

Em certo momento, ela lembrou que Ada era a mulher favorita de Vicente, e que provocar o homem temperamental pioraria ainda mais as coisas...

— Deixe estar, agora não é hora de complicar as coisas.

...

Meia hora depois, Zelda entrou no café e imediatamente viu Ada sentada perto da janela.

Ada estava claramente preparada para o encontro, usando maquiagem impecável e um vestido de alcinha sexy enquanto exibia uma aparência sedutora e encantadora, muito diferente do semblante abatido do outro dia.

Ada olhou para Zelda se aproximando e, com um sorriso, provocou:

— Você parece péssima. Vicente não está cuidando bem de você?

Zelda ignorou a provocação de Ada e sentou-se em frente a ela, dizendo friamente:

— Fale logo. Estou ocupada e não posso desperdiçar o meu tempo.

Ada parou de fingir. Mexeu no café à sua frente e então olhou para Zelda com um sorriso:

— Zelda, eu quero o seu rim.

Querer o seu rim? Mas que audácia!

Zelda fixou o olhar em Ada, avaliando-a. Ada parecia vibrante e saudável, nada parecido com alguém que sofria de uma doença terminal.

— Ada, na verdade você não está doente, está?

Zelda não acreditava. Se Ada realmente estivesse sofrendo de insuficiência renal e enfrentando a morte, ela não pareceria tão saudável.

Havia algo suspeito nisso tudo.

Ada apenas sorriu mais amplamente, mas não respondeu à sondagem de Zelda. Observando aquele sorriso significativo, Zelda sentiu que sua intuição estava correta.

— Ada, depois de tantos anos, os seus métodos desprezíveis não mudaram nem um pouco.

Zelda ainda se lembrava de como Ada colocava a culpa nela sempre que danificava os artefatos favoritos de seu pai só para competir por sua atenção. E pior, Ada chegava a se ferir com um estilete e dizer que Zelda era a responsável.

Essas ocorrências eram inúmeras.

Naquela época, Ada tinha apenas sete anos, e uma criança de sete anos já estava cheia de mentiras e falsidades.

Ela nunca deveria ter sentido pena de Ada por ser uma filha ilegítima, alvo de fofocas e julgamentos dos outros.

Naquele momento, o sorriso nos lábios de Ada começou a desaparecer:

— Zelda, independente de eu estar doente ou não, isso é algo que você me deve, que toda a família Montenegro me deve.

— Nós lhe devemos? Ah, foi você quem desapareceu sem dizer uma palavra há quatro anos.

Ada então jogou seu café na mesa, seu rosto subitamente tomado pela raiva. Ela olhou para Zelda, rangendo os dentes:

— Você realmente acha que conseguiria casar com o Vicente se aquele velho não tivesse interferido no dia em que me mandou embora? Era eu quem deveria ter casado com ele, não você.

Zelda franziu a testa ao tentar processar a nova informação: o pai mandou Ada embora?

Isso era impossível.

Ela não queria continuar essa discussão inútil com Ada, então levantou-se para ir embora.

— Zelda, Vicente me amava antes, e ainda me ama agora. Não me culpe por ser cruel, culpe a si mesma por não ser capaz.

As palavras de Ada afetaram Zelda de maneira que ela começou a hesitar em seus passos.

Não havia dúvida de que Zelda o perdeu porque Vicente não a amava, e ela não tinha nenhuma chance de virar o jogo.

Zelda não compreendia, ela e Vicente se conheciam desde crianças, cresceram juntos, e naquela época, Vicente era cortês e respeitoso... Então por que ele mudou tanto depois que ambos cresceram?

Além disso, Zelda podia perceber pela atitude dele que não era apenas desgosto, às vezes havia até uma raiva inexplicável.

Ela se perguntava se tinha feito algo para merecer isso, e que papel Ada poderia ter desempenhado.

Em certo momento, ela teve que admitir que tudo que Ada disse estava correto.

Vendo a expressão de Zelda, o orgulho nos olhos de Ada ficou ainda mais evidente.

Mas isso ainda não era suficiente!

Ela se levantou, deu um passo em direção a Zelda e se inclinou para sussurrar em seu ouvido com uma risada provocativa:

— Irmã, você não sabe, mas desde que voltei, o seu marido tem sido muito gentil comigo todas as noites. Eu disse a ele que mesmo amando-me, não deveria negligenciar você, irmã, mas ele simplesmente não ouve e insiste em me cortejar.

Zelda não conseguiu mais reprimir a indignação em seu coração, virou-se, pegou o café na mesa e jogou no rosto de Ada.

Ada foi pega de surpresa quando foi atingida em cheio. A sua maquiagem meticulosa estava manchada pelo líquido marrom, e num instante, estava desmascarada.

Zelda colocou a xícara pesadamente na mesa, olhando friamente para Ada com o rosto manchado:

— Enquanto eu não me divorciar de Vicente, você sempre será vista como a outra mulher desprezível.

Isso nunca mudaria.
Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo