Doar um rim? De novo, Ada!A esperança que Zelda havia acumulado desmoronou ao ouvir essa demanda, e uma dor lancinante se espalhou pelo seu peito. Ele realmente queria matá-la!Pensando nas provocações de Ada naquela tarde, Zelda mordeu seu lábio com força, seus olhos se enchendo de raiva. Ela levantou o olhar, encarando o homem à sua frente, e disse entre dentes:— Impossível.Vicente soltou uma risada fria, sua voz soou baixa e ameaçadora:— Não quer? Então caia fora.A frase: "caia fora" não era nova para ela, mas cada vez que ele falava, feria Zelda profundamente.Na visão dele, a esposa era apenas algo que ele poderia manipular à vontade, um ser desprezível sem dignidade?Observando Vicente impassível, os olhos de Zelda se encheram de lágrimas de raiva.— Vicente, eu sei que você me odeia, mas por favor, em consideração ao fato de que seu pai e o meu eram amigos próximos, ajude-o desta vez. A empresa é o único legado que minha mãe deixou para ele, e se a perdermos, eu temo que
Vila Mar Azul.Quando Vicente chegou, já eram onze horas da noite. Vestida com uma camisola sensual, Ada estava deitada na cama, fingindo estar fraca enquanto olhava para o homem que se aproximava.— Vicente, eu... eu acabei de ter uma tontura e caí no banheiro. Fiquei tão assustada.Enquanto falava, as lágrimas começaram a rolar pelos cantos dos seus olhos, escorrendo pelas bochechas macias de forma que a fazia parecer ainda mais vulnerável.— Não vai acontecer nada, não tenha medo. — Vicente se sentou ao lado da cama, tentando acalmar a mulher que ainda chorava, mas suas sobrancelhas continuavam franzidas de preocupação.— Tome o remédio. — Vicente pegou o copo na mesa e os comprimidos que haviam sido prescritos no hospital, e com cuidado, ajudou-a a tomar.Ada engoliu o remédio com dificuldade, a sua expressão era amarga.— Vicente, esse remédio é muito amargo.Vendo a fisionomia de desconforto de Ada, Vicente esboçou um leve sorriso.— Boba, o que é amargo faz efeito.Ada fez uma
Ada percebeu que Vicente não a rejeitava e, enquanto os dois se envolviam, tentou desabotoar a camisa dele, mas foi interrompida.— Vicente? Você não me quer? — perguntou ela, com uma voz carregada de decepção.— Ada, seu corpo não está em condições para isso agora. — Vicente respondeu, mas Ada viu isso como uma desculpa.Inconformada, ela voltou a beijar ele, insistindo, querendo que ele a tomasse. Ela sentia que só poderia se acalmar se seu corpo pertencesse a ele, caso contrário, sempre teria a sensação de que não poderia segurá-lo.Vicente percebeu a urgência dela, o que o incomodou. Com uma atitude firme, ele a pressionou de volta na cama.— Apenas descanse. Eu vou ficar aqui com você esta noite.Seu tom não deixava espaço para discussão, e mesmo contra sua vontade, Ada teve que se conformar e se deitar obedientemente, sem ousar contrariá-lo."Espere e veja," pensou Ada. "Um dia, eu serei a mulher dele."...No silêncio da noite, Zelda estava sentada no telhado da mansão, abraç
Vicente subestimou o quanto Zelda podia ser obstinada. Mesmo com tudo isso, ela ainda se recusava a se divorciar dele. Percebendo que estava pensando nela novamente, Vicente ficou tão irritado que quase jogou os papéis no chão.“Ada é a única que realmente te ama, enquanto Zelda... o que ela sabe fazer além de te trair?” pensou ele.Ao lembrar de Zelda supostamente tendo um caso com Jonas antes do casamento e continuando a traí-lo depois, a expressão de Vicente se tornou sombria, seus punhos cerraram com força.Meia hora depois, Zelda chegou apressada à empresa com os documentos nos braços e bateu na porta do escritório do presidente. Ao entrar, não lançou sequer um olhar para Vicente, colocou os papéis na mesa dele e se virou para sair.Vicente não entendia porque Zelda, que sempre foi tão submissa, hoje o tratava com tanta frieza. O que ela estava tramando dessa vez?Vendo que ela estava prestes a sair, ele finalmente falou, com frieza:— Pare.Zelda parou, seus olhos frios olhando
De volta ao seu lugar, Zelda tocou sua testa, que ainda estava quente, e, sentindo-se exausta, apoiou a cabeça na mesa.Tudo culpa dela por ter passado a noite anterior no telhado, olhando as estrelas, e agora, depois de ter tomado todo aquele vento frio, estava se sentindo péssima.— Zelda, imprima esses documentos para mim. — Uma das secretárias jogou uma pilha de papéis na mesa de Zelda com um baque.Zelda olhou para a pilha e, antes que pudesse recusar, outra secretária aproximou-se com seus saltos altos, jogando outra pasta na frente dela.— Verifique novamente o conteúdo do contrato. Eu preciso de uma nova cópia imediatamente.Essas secretárias eram mulheres com quem Vicente tinha tido relações inadequadas nos últimos anos. Zelda estava ciente disso, e elas também sabiam que ela era a esposa de Vicente, mas nenhuma delas jamais a tratou como tal.Zelda franziu as sobrancelhas, olhando para as duas mulheres à sua frente, e respondeu com frieza:— Desculpem, isso não faz parte da
Zelda parou de repente, enquanto as palavras de Vicente ecoavam em sua mente:— Feche o acordo com Bento, e a empresa do seu pai será salva. Caso contrário, não me culpe por ser impiedoso.Enquanto ela ainda estava atordoada, Vicente já havia saído da suíte, desaparecendo de sua vista. A decisão fria e calculada dele perfurou o coração de Zelda.Ela não conseguia acreditar que Vicente não tinha notado o olhar invasivo e predatório que Bento lançava sobre ela. E, mesmo assim, ele a deixou ali...Será que, por um contrato, Vicente estava disposto a “sacrificar” sua própria esposa?Bento observava a figura esguia de Zelda e se aproximou lentamente.— Como devo chamar essa linda dama? — Perguntou ele, com um sorriso malicioso nos olhos.Zelda olhou para o homem à sua frente, sentindo-se completamente vulnerável. Deu um passo para trás, sem dizer uma palavra, apertando os lábios.Bento achou sua relutância divertida e ergueu as sobrancelhas.— Interessante, é a primeira vez que uma mulher
A voz de Bento estava rouca, carregada de desejo, e seus olhos, antes apenas provocantes, agora refletiam uma intenção claramente lasciva. Zelda não era mais uma garota ingênua de dezessete ou dezoito anos. Ela sabia muito bem o que aqueles sinais significavam.O que ela deveria fazer?“Será que realmente precisaria se vender por causa de um contrato?Mas se resistisse, o que aconteceria com a empresa do seu pai?”Desesperada, as lágrimas começaram a cair silenciosamente pelos olhos de Zelda. Ao ver ela chorar, Bento limpou as lágrimas de seu rosto com delicadeza, mas com uma insinuação perversa na voz:— Por que está chorando?Zelda mordeu os lábios com força, chorando em silêncio. Sua expressão era a de alguém profundamente injustiçado.Bento achou essa reação ainda mais interessante, um sorriso formando-se em seus lábios. As mulheres ao seu redor sempre faziam de tudo para seduzi-lo e conseguir sua atenção. Encontrar alguém que demonstrasse tanta angústia era uma novidade para e
No escritório, Vicente estava em uma videoconferência com os executivos da filial nos Estados Unidos. Já passava das três da manhã.Os altos executivos da empresa já estavam acostumados; todos no Grupo Barros sabiam que o Sr. Vicente sempre foi implacável em seu trabalho. Se não fosse por sua determinação, ele jamais teria conseguido recuperar o controle do Grupo Barros das mãos dos membros mais velhos da família e expandir os negócios para outros países quando era apenas um jovem adulto.Mas havia algo estranho naquela noite. O presidente, normalmente tão concentrado, estava claramente distraído, o que era inusitado.Por um momento, os olhares se cruzaram nas telas, todos percebendo a mesma coisa.Pedro Mendes, que era o diretor do Grupo Barros, sentia o desinteresse de Vicente, mesmo à distância. Ele notou que Vicente mantinha os olhos fixos no celular, como se estivesse esperando por algo. Curioso sobre o que poderia estar acontecendo desde sua última ausência no Brasil, Pedro