Capítulo 7
Doar um rim? De novo, Ada!

A esperança que Zelda havia acumulado desmoronou ao ouvir essa demanda, e uma dor lancinante se espalhou pelo seu peito.

Ele realmente queria matá-la!

Pensando nas provocações de Ada naquela tarde, Zelda mordeu seu lábio com força, seus olhos se enchendo de raiva.

Ela levantou o olhar, encarando o homem à sua frente, e disse entre dentes:

— Impossível.

Vicente soltou uma risada fria, sua voz soou baixa e ameaçadora:

— Não quer? Então caia fora.

A frase: "caia fora" não era nova para ela, mas cada vez que ele falava, feria Zelda profundamente.

Na visão dele, a esposa era apenas algo que ele poderia manipular à vontade, um ser desprezível sem dignidade?

Observando Vicente impassível, os olhos de Zelda se encheram de lágrimas de raiva.

— Vicente, eu sei que você me odeia, mas por favor, em consideração ao fato de que seu pai e o meu eram amigos próximos, ajude-o desta vez. A empresa é o único legado que minha mãe deixou para ele, e se a perdermos, eu temo que ele não resistirá.

As palavras dela eram dolorosas, mas o homem parecia não ouvi-las.

— Eu acho que se o seu pai ainda estivesse vivo, ele não gostaria de ver seu bom amigo...

Antes que Zelda pudesse terminar, Vicente mudou de expressão.

O assunto dos pais sempre foi um tabu para Vicente, e Zelda percebeu que era tarde demais quando viu a mão dele balançando e o copo de água na mesa sendo derrubado.

Zelda estava em frente à mesa, e o copo quebrado no chão lançou cacos que arranharam sua bochecha.

Em um instante, uma linha de sangue apareceu em sua pele clara.

Vicente estreitou os olhos, surpreso por ela não ter se movido para se esquivar.

Ao ver o sangue no rosto de Zelda, ele se levantou subitamente, querendo se aproximar, mas então se lembrou das palavras dela... No fim, ainda era uma tentativa de usá-lo.

Ele parou, seu rosto estava mais frio do que antes.

— Eu disse, se você doar um rim para Ada, eu salvo a empresa do seu pai. Zelda, tudo está nas suas mãos.

Se algo ruim acontecer, não é culpa dele. A culpa seria da falta de compaixão dela para com Ada.

A ferida no rosto de Zelda doía, mas essa dor era nada comparada à indiferença cortante de Vicente.

"Vicente, você sabe que eu sou a pessoa que está morrendo de uma doença terminal, enquanto Ada está apenas te enganando, e você confia nela cegamente?" Zelda pensou.

O homem se virou, deixando para trás um vislumbre cruel.

Desapontada, Zelda baixou os olhos, um sorriso autodepreciativo apareceu em seus lábios enquanto ela deixava o escritório.

De volta ao seu quarto, Zelda trancou a porta. Ela não queria mais ver esse homem. Seu corpo todo se apoiava sem forças contra a porta, e a dor surda em seu coração se espalhava.

Por que tinha que ser tão injusto com ela? O que ela tinha feito de errado?

— Zelda, abra a porta. — A voz de Vicente veio de fora, mas Zelda mordeu o lábio e não se moveu.

Ele nem queria se divorciar dela, nem ajudar a salvar a empresa de seu pai.

Então, por que ela deveria obedecer a cada comando dele?

Ela não era um cachorro para obedecer só porque ele deu uma ordem.

A atmosfera ao redor de Vicente parecia congelar do outro lado da porta quando não escutou nenhum movimento vindo de dentro.

— Bom, muito bom. — Ele murmurou com um sorriso zangado.

Zelda ousou deixá-lo trancado do lado de fora, enquanto ele ainda estava preocupado se a ferida era grave e queria verificar.

Claramente, ele tinha sido muito leniente com ela.

Quando ele estava prestes a se afastar, seu celular tocou.

Ao ver a tela do celular, suas sobrancelhas franzidas de repente se suavizaram, e seu olhar se tornou mais gentil.

— Ada, o que houve?

Zelda, encostada na beira da porta, ouviu essa conversa.

— Tudo bem, eu estarei aí em breve, espere por mim.

No segundo seguinte, passos apressados soaram do lado de fora.

Sem hesitar, ele se foi para ficar com a mulher que amava.

Zelda olhou para o quarto vazio e murmurou para si mesma: "Zelda, por que você vive dessa maneira? Por que se permitir ser tão humilhada, tão diminuída?

Em seu coração, Ada é o tesouro, e você é como a grama que existe apenas para ser pisoteada, nunca tendo um lugar em seu coração...”
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