Vila Mar Azul.Quando Vicente chegou, já eram onze horas da noite. Vestida com uma camisola sensual, Ada estava deitada na cama, fingindo estar fraca enquanto olhava para o homem que se aproximava.— Vicente, eu... eu acabei de ter uma tontura e caí no banheiro. Fiquei tão assustada.Enquanto falava, as lágrimas começaram a rolar pelos cantos dos seus olhos, escorrendo pelas bochechas macias de forma que a fazia parecer ainda mais vulnerável.— Não vai acontecer nada, não tenha medo. — Vicente se sentou ao lado da cama, tentando acalmar a mulher que ainda chorava, mas suas sobrancelhas continuavam franzidas de preocupação.— Tome o remédio. — Vicente pegou o copo na mesa e os comprimidos que haviam sido prescritos no hospital, e com cuidado, ajudou-a a tomar.Ada engoliu o remédio com dificuldade, a sua expressão era amarga.— Vicente, esse remédio é muito amargo.Vendo a fisionomia de desconforto de Ada, Vicente esboçou um leve sorriso.— Boba, o que é amargo faz efeito.Ada fez uma
Ada percebeu que Vicente não a rejeitava e, enquanto os dois se envolviam, tentou desabotoar a camisa dele, mas foi interrompida.— Vicente? Você não me quer? — perguntou ela, com uma voz carregada de decepção.— Ada, seu corpo não está em condições para isso agora. — Vicente respondeu, mas Ada viu isso como uma desculpa.Inconformada, ela voltou a beijar ele, insistindo, querendo que ele a tomasse. Ela sentia que só poderia se acalmar se seu corpo pertencesse a ele, caso contrário, sempre teria a sensação de que não poderia segurá-lo.Vicente percebeu a urgência dela, o que o incomodou. Com uma atitude firme, ele a pressionou de volta na cama.— Apenas descanse. Eu vou ficar aqui com você esta noite.Seu tom não deixava espaço para discussão, e mesmo contra sua vontade, Ada teve que se conformar e se deitar obedientemente, sem ousar contrariá-lo."Espere e veja," pensou Ada. "Um dia, eu serei a mulher dele."...No silêncio da noite, Zelda estava sentada no telhado da mansão, abraç
Vicente subestimou o quanto Zelda podia ser obstinada. Mesmo com tudo isso, ela ainda se recusava a se divorciar dele. Percebendo que estava pensando nela novamente, Vicente ficou tão irritado que quase jogou os papéis no chão.“Ada é a única que realmente te ama, enquanto Zelda... o que ela sabe fazer além de te trair?” pensou ele.Ao lembrar de Zelda supostamente tendo um caso com Jonas antes do casamento e continuando a traí-lo depois, a expressão de Vicente se tornou sombria, seus punhos cerraram com força.Meia hora depois, Zelda chegou apressada à empresa com os documentos nos braços e bateu na porta do escritório do presidente. Ao entrar, não lançou sequer um olhar para Vicente, colocou os papéis na mesa dele e se virou para sair.Vicente não entendia porque Zelda, que sempre foi tão submissa, hoje o tratava com tanta frieza. O que ela estava tramando dessa vez?Vendo que ela estava prestes a sair, ele finalmente falou, com frieza:— Pare.Zelda parou, seus olhos frios olhando
De volta ao seu lugar, Zelda tocou sua testa, que ainda estava quente, e, sentindo-se exausta, apoiou a cabeça na mesa.Tudo culpa dela por ter passado a noite anterior no telhado, olhando as estrelas, e agora, depois de ter tomado todo aquele vento frio, estava se sentindo péssima.— Zelda, imprima esses documentos para mim. — Uma das secretárias jogou uma pilha de papéis na mesa de Zelda com um baque.Zelda olhou para a pilha e, antes que pudesse recusar, outra secretária aproximou-se com seus saltos altos, jogando outra pasta na frente dela.— Verifique novamente o conteúdo do contrato. Eu preciso de uma nova cópia imediatamente.Essas secretárias eram mulheres com quem Vicente tinha tido relações inadequadas nos últimos anos. Zelda estava ciente disso, e elas também sabiam que ela era a esposa de Vicente, mas nenhuma delas jamais a tratou como tal.Zelda franziu as sobrancelhas, olhando para as duas mulheres à sua frente, e respondeu com frieza:— Desculpem, isso não faz parte da
Zelda parou de repente, enquanto as palavras de Vicente ecoavam em sua mente:— Feche o acordo com Bento, e a empresa do seu pai será salva. Caso contrário, não me culpe por ser impiedoso.Enquanto ela ainda estava atordoada, Vicente já havia saído da suíte, desaparecendo de sua vista. A decisão fria e calculada dele perfurou o coração de Zelda.Ela não conseguia acreditar que Vicente não tinha notado o olhar invasivo e predatório que Bento lançava sobre ela. E, mesmo assim, ele a deixou ali...Será que, por um contrato, Vicente estava disposto a “sacrificar” sua própria esposa?Bento observava a figura esguia de Zelda e se aproximou lentamente.— Como devo chamar essa linda dama? — Perguntou ele, com um sorriso malicioso nos olhos.Zelda olhou para o homem à sua frente, sentindo-se completamente vulnerável. Deu um passo para trás, sem dizer uma palavra, apertando os lábios.Bento achou sua relutância divertida e ergueu as sobrancelhas.— Interessante, é a primeira vez que uma mulher
A voz de Bento estava rouca, carregada de desejo, e seus olhos, antes apenas provocantes, agora refletiam uma intenção claramente lasciva. Zelda não era mais uma garota ingênua de dezessete ou dezoito anos. Ela sabia muito bem o que aqueles sinais significavam.O que ela deveria fazer?“Será que realmente precisaria se vender por causa de um contrato?Mas se resistisse, o que aconteceria com a empresa do seu pai?”Desesperada, as lágrimas começaram a cair silenciosamente pelos olhos de Zelda. Ao ver ela chorar, Bento limpou as lágrimas de seu rosto com delicadeza, mas com uma insinuação perversa na voz:— Por que está chorando?Zelda mordeu os lábios com força, chorando em silêncio. Sua expressão era a de alguém profundamente injustiçado.Bento achou essa reação ainda mais interessante, um sorriso formando-se em seus lábios. As mulheres ao seu redor sempre faziam de tudo para seduzi-lo e conseguir sua atenção. Encontrar alguém que demonstrasse tanta angústia era uma novidade para e
No escritório, Vicente estava em uma videoconferência com os executivos da filial nos Estados Unidos. Já passava das três da manhã.Os altos executivos da empresa já estavam acostumados; todos no Grupo Barros sabiam que o Sr. Vicente sempre foi implacável em seu trabalho. Se não fosse por sua determinação, ele jamais teria conseguido recuperar o controle do Grupo Barros das mãos dos membros mais velhos da família e expandir os negócios para outros países quando era apenas um jovem adulto.Mas havia algo estranho naquela noite. O presidente, normalmente tão concentrado, estava claramente distraído, o que era inusitado.Por um momento, os olhares se cruzaram nas telas, todos percebendo a mesma coisa.Pedro Mendes, que era o diretor do Grupo Barros, sentia o desinteresse de Vicente, mesmo à distância. Ele notou que Vicente mantinha os olhos fixos no celular, como se estivesse esperando por algo. Curioso sobre o que poderia estar acontecendo desde sua última ausência no Brasil, Pedro
Zelda subia as escadas enquanto examinava o contrato assinado em suas mãos, com um sorriso radiante iluminando seu rosto. No entanto, ao abrir a porta do quarto, deparou-se com um rosto descontente.Ela hesitou por um instante.Vicente estava lá, com uma expressão severa, exalando uma aura fria e intimidadora.— Você... você está em casa? — ela perguntou, com a voz trêmula.— Se eu não estivesse, como poderia assistir a esse espetáculo agora? — Vicente respondeu, com os olhos vermelhos fixos nela, e um tom sinistro na voz.Ele então observou o pescoço de Zelda.A marca clara ali era um sinal inequívoco de um encontro amoroso.Vicente, percebendo isso, sentiu uma raiva profunda, desejando estrangular a mulher que estava diante dele.Zelda, confusa com suas palavras e notando um forte cheiro de álcool, perguntou:— Você bebeu?Parecia que ele tinha bebido bastante.Ela pensou em se aproximar para verificar sua condição, mas então decidiu contra isso e se virou para sair, quando Vicente