No escritório, Vicente estava em uma videoconferência com os executivos da filial nos Estados Unidos. Já passava das três da manhã.Os altos executivos da empresa já estavam acostumados; todos no Grupo Barros sabiam que o Sr. Vicente sempre foi implacável em seu trabalho. Se não fosse por sua determinação, ele jamais teria conseguido recuperar o controle do Grupo Barros das mãos dos membros mais velhos da família e expandir os negócios para outros países quando era apenas um jovem adulto.Mas havia algo estranho naquela noite. O presidente, normalmente tão concentrado, estava claramente distraído, o que era inusitado.Por um momento, os olhares se cruzaram nas telas, todos percebendo a mesma coisa.Pedro Mendes, que era o diretor do Grupo Barros, sentia o desinteresse de Vicente, mesmo à distância. Ele notou que Vicente mantinha os olhos fixos no celular, como se estivesse esperando por algo. Curioso sobre o que poderia estar acontecendo desde sua última ausência no Brasil, Pedro
Zelda subia as escadas enquanto examinava o contrato assinado em suas mãos, com um sorriso radiante iluminando seu rosto. No entanto, ao abrir a porta do quarto, deparou-se com um rosto descontente.Ela hesitou por um instante.Vicente estava lá, com uma expressão severa, exalando uma aura fria e intimidadora.— Você... você está em casa? — ela perguntou, com a voz trêmula.— Se eu não estivesse, como poderia assistir a esse espetáculo agora? — Vicente respondeu, com os olhos vermelhos fixos nela, e um tom sinistro na voz.Ele então observou o pescoço de Zelda.A marca clara ali era um sinal inequívoco de um encontro amoroso.Vicente, percebendo isso, sentiu uma raiva profunda, desejando estrangular a mulher que estava diante dele.Zelda, confusa com suas palavras e notando um forte cheiro de álcool, perguntou:— Você bebeu?Parecia que ele tinha bebido bastante.Ela pensou em se aproximar para verificar sua condição, mas então decidiu contra isso e se virou para sair, quando Vicente
Zelda abraçava o próprio corpo, parada sob o chuveiro gelado, chorando em silêncio e desamparo.“Por que ele tem que tratá-la assim? O que ela fez de errado para ser tão humilhada por esse homem, pisoteando sua dignidade? Ela realmente merece ser abusada assim?” pensava ela.Com uma onda de ódio crescendo dentro dela, Zelda ergueu a cabeça, encarando Vicente com olhos cheios de rancor, e disse com a voz rouca:— Vicente, se você tem coragem, me mate hoje. Caso contrário, eu garanto que você vai se arrepender.Sua voz era baixa, mas ressoava com força, cada palavra carregada de determinação.Vicente, cego pelo álcool e pelo ciúme, não conseguia perceber o desespero de Zelda.Para ele, as palavras dela apenas sugeriam que ela havia encontrado um novo protetor em Bento, alguém com quem ela planejava se voltar contra ele.Ao pensar nesse homem, a raiva em Vicente só crescia.Ele jogou o chuveiro no chão e, com um movimento brusco, segurou o queixo de Zelda, forçando-a a olhar para ele.—
— Finalmente, o tempo clareou. — Lídia comentou enquanto ajudava Filippo a caminhar pelo jardim da mansão Montenegro. O sol brilhava e as flores vibrantes enchiam o ar com uma sensação de renovação, fazendo Filippo sentir como se sua doença estivesse quase curada. Contudo, seu sorriso congelou ao avistar uma figura familiar.Lídia também notou Ada se aproximando, com um olhar surpreso.— Como ela voltou? — murmurou Lídia.Ada percebeu a expressão dos dois e sorriu ironicamente.— O que você está fazendo aqui? — Filippo perguntou, claramente não desejando a presença dela.Ada cobriu a boca, rindo:— Pai, isso é ridículo. Esta é a minha casa. O que há de errado em voltar para minha própria casa?— Se não me engano, você rompeu nossos laços há quatro anos. Desde então, como isso pode ser sua casa? — Filippo respondeu friamente.— Se não fosse o seu favoritismo, ajudando Zelda a tirar Vicente de mim, eu teria rompido com você? Todos esses anos e você não mudou nada, nunca me viu como sua
Após desligar o celular com seu pai, Zelda continuou a dormir. Ela já estava mal e, além da noite turbulenta com Vicente, acabou dormindo profundamente, tanto que o celular ao seu lado tocou várias vezes sem conseguir acordar ela. Meio sonolenta, Zelda pegou o celular, colocou no ouvido e, com a voz rouca, disse:— Quem é?Do outro lado da linha, o homem parecia surpreso, mas logo riu:— Você não se esqueceu, né?Reconhecendo a voz, Zelda abriu os olhos lentamente e perguntou, confusa:— Esqueci o quê?— Você não prometeu me acompanhar na festa?Festa...Ela demorou um pouco para lembrar que Bento, ao concordar com o contrato, havia mencionado que ela deveria o acompanhar a uma festa. Zelda bateu na testa e rapidamente se levantou da cama.— Desculpe, Bento, eu esqueci. Vou me arrumar agora e ir. Só me mande o endereço.Como havia prometido, Zelda estava determinada a cumprir sua palavra, especialmente porque, sem a assinatura de Bento, a empresa de seu pai não teria sido salva tão
Vicente soltou Ada que estava em seu abraço e caminhou em direção a Bento. Parou diante dele, com um olhar fixo no semblante arrogante. De repente, ele riu desdenhosamente:— Bento, com que direito você está questionando-me?Bento ergueu uma sobrancelha e sorriu.— Sr. Vicente, está exagerando. Eu não me atreveria a questionar você. Apenas achei que uma certa mulher estava agindo com muita estupidez e pensei em dar um aviso... Se você realmente está enjoado, talvez seja melhor desistir. Afinal, ainda são poucos os homens cegos neste mundo. Acredito que a maioria das pessoas consegue distinguir uma pedra preciosa de um vidro barato. Bento avançou um passo, com a voz em um tom sombrio.Assim que Bento terminou de falar, Ada sentiu o ambiente ao seu redor esfriar repentinamente e olhou para Vicente, vendo seus olhos sombrios. Esse Vicente era estranho para ela e a fez sentir uma onda de medo sem motivo.— O que você quer? — Vicente perguntou com um sorriso frio, exalando uma aura amea
Com raiva, Vicente desferiu um soco com toda a sua força. Mesmo que fosse Bento no lugar de Zelda, se ele não tivesse conseguido desviar, provavelmente ficaria de cama por pelo menos um dia. Bento nunca imaginou que Zelda, essa mulher tola, se colocaria no caminho para receber o golpe por ele. Olhando para a mulher em seus braços, sentimentos mistos inundaram seu coração. Como poderia existir uma mulher tão tola no mundo?— Zelda, como você está se sentindo? — Bento perguntou, os olhos cheios de preocupação.Zelda estava com tanta dor que não conseguia falar, sentindo como se seus órgãos internos estivessem prestes a se despedaçar. Vicente observava a expressão de dor no rosto de Zelda, seus dedos se curvando firmemente ao lado do corpo, enquanto suas pernas pareciam se mover em direção a ela.Ada, ao ver a cena, arregalou os olhos em choque. Percebendo o que estava acontecendo, correu até Zelda antes de Vicente, com uma expressão de desespero.— Irmã, mesmo que você ame tanto o S
Nesta noite, Zelda, pensando em vários eventos passados, não conseguiu dormir bem. Em meio ao seu sono inquieto, ela sentiu um calor intenso no corpo, como se estivesse sendo pressionada por algo, tornando difícil respirar.No momento em que ela sentiu que estava prestes a sufocar, Zelda abriu os olhos pesadamente. No instante seguinte, ela arregalou os olhos, perplexa ao ver o homem adormecido ao seu lado na cama. Vicente!Como ele poderia estar na mesma cama que ela, e além disso...Ele parecia estar bêbado, e Zelda havia pensado que ele não voltaria naquela noite, que ficaria com Ada.Zelda mordeu o lábio e, com cuidado, estendeu a mão para beliscar suavemente o braço forte do homem. No instante seguinte, ouviu um grito furioso vindo de cima:— Zelda, você está procurando a morte?Assustada, Zelda retirou a mão rapidamente e tentou desviar a conversa, um pouco culpada:— Como... como você está na minha cama?Assim que as palavras saíram, o ambiente ao redor pareceu congelar instant