Ada e Ester, que estavam observando tudo, quase pularam de emoção no momento em que viram Zelda pegar seu copo.— Ela finalmente vai beber! Nosso plano vai dar certo! — Ester exclamou, segurando o braço de Ada com excitação evidente.Ada esboçou um sorriso triunfante, imaginando a cena que logo se seguiria: Zelda desmaiada na cama, e Bento, como um predador atraído pela presa, caindo sobre ela. A humilhação de Zelda seria pública, Vicente certamente pediria o divórcio, e Zelda, sem honra, acabaria expulsa como uma rejeitada. Ada já se via vestida de noiva, casando-se com Vicente, sendo chamada de “Sra. Barros” por todos.As duas observavam a tela ansiosamente, atentas a cada movimento de Zelda. Mas então, o som da campainha ecoou no quarto de Zelda, fazendo a excitação de ambas se dissipar num instante.— Você avisou o Bento? — Ada perguntou a Ester, com uma expressão irritada.— Não, não avisei ninguém! — Ester respondeu, confusa.O rosto de Ada escureceu. Se não fosse Bento, todo
Depois de alguns segundos de silêncio, Zelda finalmente disse:— Por favor, me respeite. Em breve não seremos mais casados.Ela soltou um suspiro, tentando acalmar a respiração, e empurrou Vicente levemente, afastando-se em direção ao outro lado do quarto. Zelda só queria confirmar a presença das câmeras para forçar quem estava do outro lado a mostrar as garras. Não tinha a intenção de se colocar numa situação arriscada.E, sinceramente, o desejo súbito de Vicente por beijos era surpreendente, para dizer o mínimo....Do outro lado, Ada, observando pela tela, viu a proximidade crescente entre os dois e sua expressão mudou. Quando Zelda comentou que Vicente não queria assinar o divórcio, ela nunca acreditou de verdade. Agora, estava praticamente certa de que era verdade. O problema não era Zelda não querer se divorciar, era Vicente que se recusava a deixá-la.Ao perceber isso, Ada apertou as unhas nas palmas das mãos até quase perfurar a pele. "Zelda, eu mesma vou te mandar para o
— Não faça esse tipo de brincadeira. Não tem graça nenhuma. — Zelda ficou parada, mantendo o rosto sereno.Ela nunca imaginou que um dia ouviria Vicente dizer algo assim. Mas... e daí? O fato de ele se importar não significava que ela devesse aceitar. Com um leve sorriso, Zelda deu um passo para trás, afastando-o com a mão e estabelecendo uma distância segura entre os dois.A expressão fria dela, tão indiferente, perfurou o coração de Vicente como uma agulha, fazendo-o sentir uma dor profunda. Ele sabia que a razão da resistência dela era o peso das feridas que ele próprio havia causado. Ele mesmo tinha construído aquele abismo entre eles.Mas, mesmo assim, ele não estava disposto a desistir.— E se eu não sair? — Vicente deu mais um passo em direção a Zelda, seu olhar fixo e sombrio, cheio de determinação.Não sair? O que ele queria dizer com isso? Pretendia ficar no quarto dela?Tudo o que ela havia feito até então era uma encenação para testar Ada e Ester, mas será que ele ha
— Tão tarde assim, o que você e o Vicente estavam fazendo? — Ada se aproximou de Zelda, lançando-lhe um olhar furioso.“Acusando antes que eu pudesse falar qualquer coisa?” Zelda sorriu sem se abalar, acomodando-se de volta no sofá, cruzando as pernas com elegância.— Isso não te diz respeito — respondeu Zelfa calmamente.Ada apertou os dentes de raiva.— Não pense que pode seduzir o Vicente novamente. Ele vai se divorciar de você, é só uma questão de tempo.— Seduzir? — Zelda arqueou as sobrancelhas, os lábios curvando-se em um sorriso irônico. — Qual dos seus olhos viu eu tentando seduzir alguém? Esse é o meu quarto, ele veio até aqui por vontade própria… — Ela deu um sorriso de leve provocação. — E o que ele fez comigo, você não já sabe?Era uma provocação óbvia, e ao ver o fogo da raiva acender nos olhos de Ada, Zelda teve sua resposta. Era claro que Ada estava por trás de tudo, com Ester como cúmplice. E a pressa de Ada para chegar ali só confirmava suas suspeitas: ela provavelm
No entanto, a empolgação de Ester não durou muito. No segundo seguinte, Zelda simplesmente ignorou o copo e saiu do quarto.— Droga! — Ester murmurou frustrada. Se ela tomasse aquela água, ela teria Zelda sob meus pés para sempre! Por que ela ainda não bebeu?Exausta e frustrada, Ester desabou no sofá e, antes que percebesse, acabou adormecendo....Enquanto isso, Zelda foi diretamente para o restaurante e logo avistou Dália sentada num canto. Dália, que estava inquieta, ficou aliviada ao vê-la entrar e rapidamente a puxou para sentar.— E então? Descobriu alguma coisa? Eles... não fizeram nada contra você, né? — Dália perguntou, aflita.Zelda lançou um olhar ao redor, certificando-se de que Ada e Ester não estavam por perto, antes de responder:— Sim, eles tinham um plano, mas a aparição de Vicente acabou estragando tudo.— O quê? — Dália arregalou os olhos, incrédula. — Qual é o objetivo deles, afinal?Um leve sorriso curvou os lábios de Zelda, que compartilhou suas suspeitas com
— Estou falando sério. Não tenho intenção de brincar com o Sr. Bento. — Zelda manteve o tom firme.Ao ver a expressão decidida no rosto dela, Bento deixou de lado o tom de brincadeira e se aproximou, sentando-se ao lado dela.— Então, conte-me. O que precisa? — perguntou ele.Zelda respirou aliviada. Bento tinha uma seriedade natural, mas, por algum motivo, preferia esconder isso sob a máscara de conquistador. Por que será?A voz de Bento a tirou de seus pensamentos:— Está difícil falar sobre isso?Zelda sorriu, explicando:— Preciso que me ajude a montar uma grande cena. E tenho certeza de que vai adorar. — Seus olhos brilhavam com uma frieza afiada, já pensando no efeito que tudo teria.— Uma cena? — Bento a olhou intrigado, sem ainda dar uma resposta definitiva. — E por que eu?— Porque o Sr. Bento é o protagonista perfeito para esta peça. Alguém está esperando ver algo acontecer, então vamos dar a ela o que quer — respondeu Zelda, um sorriso misterioso dançando em seus lábios.E
Zelda Montenegro segurava a barriga e, com esforço palpável, saiu da cama. A luz da lua invadia a janela e lançava um brilho sobre o rosto extremamente pálido. Os passos conhecidos de Vicente ecoavam do lado de fora. Com um esforço notável, Zelda tentou girar a maçaneta e, após alguns instantes, conseguiu abrir a porta.— Vicente. — Sua voz quase se esgotou ao chamar o nome dele.Vicente Barros parou, virou-se e lançou um olhar gelado para a mulher de camisola.— Você voltou, conseguiu comer? — A voz dela estava cheia de uma cautela exagerada, quase uma adulação.Um brilho que misturava esperança e expectativa se acendeu em seus olhos. Impaciente, o homem se virou com intenção de partir, Esse gesto perfurou o coração de Zelda como uma punhalada. Ela correu até ele e agarrou sua manga enquanto o sangue escorria dos lábios mordidos e as dores agudas na barriga mal deixavam-na respirar.— Solta! — O olhar de Vicente se encheu de uma raiva mais intensa.Zelda afrouxou o aperto, ous
Sob o sol escaldante, Zelda ficou parada na entrada do hospital. Por um momento, os seus olhos percorreram ao redor, sem saber para onde ir.Demorou um pouco até que ela começou a tremer quando discou o número que sabia de cor. O celular mal tocou duas vezes antes de ser atendido.— Vicente, eu... — A voz de Zelda estremecia, chorosa.— Estou muito ocupado na reunião. — A voz indiferente de Vicente sufocou tudo que Zelda queria dizer do outro lado da linha.Logo, a ligação foi encerrada de imediato.Zelda balançava como se fosse cair, era como se tivesse caído em um buraco de gelo conforme o seu corpo ficava cada vez mais frio. O que ela deveria fazer naquele momento? Zelda se apoiou em uma grande árvore ao lado da estrada, sem forças.No próximo segundo, o destino pregou uma peça cruel — na entrada principal do hospital, apareceram duas figuras familiares.Vicente saía, abraçando carinhosamente uma mulher, olhando para ela com adoração. Ele não disse que estava em uma reunião? M