Benjamim Cooper ✓
Quatorze horas... Quatorze horas de um voo que, em média, duraria algo entre sete e oito horas acabaram se estendendo para quatorze devido a uma m*****a escala em Paris. Eu não precisava estar em Paris, precisava apenas retornar a Nova York para tentar, mais uma vez, limpar o nome da família. Meu filho, novamente, fez o favor de jogar tudo na lama ao dirigir bêbado e colidir um dos carros mais caros da mansão contra um maldito caminhão. Não acredito que dei dezoito milhões de dólares em um carro de colecionador para que Bryan simplesmente achasse que seria legal passear com ele pelas ruas de Nova York, ainda por cima bêbado. Desde criança, sempre fui um fã de carros de luxo, um gosto que herdei do meu pai. Atualmente, tenho uma pequena coleção avaliada em cerca de 250 milhões de dólares, com alguns exemplares custando mais de dez milhões por serem unidades limitadas. Geralmente, minha coleção fica na mansão que possuo nas montanhas de Adirondacks, uma propriedade extensa que comprei há alguns anos para me isolar de toda essa loucura que é a cidade grande. Quase não consegui sair do aeroporto, pois algum infeliz vazou na mídia a notícia de que eu estava de volta à cidade para, novamente, limpar a barra do meu filho. As saídas do aeroporto estavam repletas de jornalistas e fotógrafos, todos em busca de uma m*****a declaração da minha parte. Sei que todos ali presentes estavam apenas fazendo seu trabalho, mas minha paciência simplesmente não colaborava para dar entrevistas naquele momento, ainda mais depois que soube que meu carro teve perda total. Tive de me prestar a sair pelas portas que davam acesso à área designada para os funcionários e, não achando pouco, estive cercado por seguranças e ao lado de Richard o tempo inteiro enquanto nos dirigíamos por aquela parte do aeroporto. Em meio a todo esse caos, tudo o que eu realmente queria era simplesmente chegar até a mansão, tomar um banho quente, aliviar a mente com um bom vinho e descansar dessa m*****a viagem. Mas optei por ir diretamente ao hospital, mesmo com os avisos de Richard de que provavelmente Bryan ainda não havia acordado. Quando cheguei ao hospital, o cenário não era muito diferente do aeroporto. Paparazzi e repórteres se amontoavam na entrada, como abutres à espera de um pedaço de carne fresca. Richard fez o possível para abrir caminho entre eles, mas os flashes das câmeras e os gritos das perguntas insistentes eram inescapáveis. Passei pela recepção com passos largos, tentando ignorar os olhares curiosos dos pacientes e funcionários. O corredor até a ala onde estava o quarto de Bryan parecia interminável. Cada passo era um lembrete do fracasso de Bryan e da minha responsabilidade em lidar com as consequências. Quando finalmente cheguei ao quarto de Bryan, encontrei meu filho inconsciente, ligado a uma série de máquinas que monitoravam seus sinais vitais. O rosto dele estava inchado e coberto de cortes e hematomas. Senti uma mistura de raiva e tristeza. Raiva por ele ser tão irresponsável e tristeza por vê-lo naquele estado. — Quem é você? O que faz no quarto do meu esposo? — uma voz feminina ecoou pelas paredes. Eu me virei bruscamente para encarar a dona daquela voz. Lá estava ela, uma mulher que não devia ter mais de vinte e seis anos. Usava um moletom gigante, que reconheci como sendo de Bryan, seus cabelos estavam presos de qualquer jeito e seu semblante demonstrava cansaço. Ela segurava um copo de café em uma mão e o celular na outra. Olhei para aquela mulher desleixada e esfarrapada. Meu filho sempre manteve padrões mais elevados, e eu realmente não via motivo para que ele os tivesse reduzido tanto. — Então é isso, você é a golpista que está se passando por esposa do meu filho? — perguntei com firmeza. Notei que a garota à minha frente bufava, com raiva, e revirava os olhos com impaciência. — Você é o imbecil que faltou ao casamento do próprio filho? Prazer em conhecê-lo, sogrinho. — Ela disse, exibindo uma expressão de nojo enquanto me olhava com seus grandes olhos cor de âmbar. Segurei o pulso dela, o mesmo onde ela segurava o celular, e olhei fixamente em seus olhos, que não demonstravam medo. — Olhe aqui, sua insolente, não sei qual truque usou para dar esse golpe em meu filho, mas posso garantir que não deixarei uma vadia qualquer se aproximar da minha fortuna... — Minhas palavras foram interrompidas pelo líquido quente escorrendo pelo meu terno caro e o ardor que se formou em meu rosto. Fiquei abismado com a ousadia daquela garota. Ela teve a coragem de me dar um tapa e ainda por cima estragar um de meus ternos favoritos. — Nunca mais ouse encostar em mim ou eu mesma cortarei sua mão fora. — Ela disse com convicção, fazendo-me observá-la com ainda mais raiva. — Não sei quantas namoradas do seu filho você espantou ao longo dos anos e pouco me importa saber. Mas posso garantir que não serei uma delas, e se você acha que eu dei o golpe em seu filho ou o forcei a casar comigo, então vá em frente. Vasculhe minha vida e descubra o que quiser, isso não me fará desistir do meu casamento. — Ela se aproximou, um grande sorriso vitorioso se formando em seus lábios. — E deixe-me dizer uma coisa, sogrinho, eu mal posso esperar para transformar aquela mansão em um verdadeiro campo de guerra. — Ela disse com convicção, enquanto minha raiva aumentava a cada segundo que eu passava em frente àquela insolente. — Não me desafie, garota, ou você conhecerá o próprio diabo. — Já fui ao inferno algumas vezes, então digamos que o diabo não me assusta. E se ele for como Lúcifer da série, estarei esperando em minha cama com a porta do quarto aberta. — Ela sorriu maliciosamente e se afastou em direção à porta do quarto. — Vá embora, senhor Cooper. Você está atrapalhando a recuperação de meu esposo. E eu recomendaria que não voltasse aqui até que Bryan se recupere. Digamos que ele não precisa de mais estresse, e se quer saber, não foi um acidente tão feio. — Ela parou junto à porta aberta e apontou para fora do quarto. Pare ao seu lado antes de sair, olhando fixamente em seus olhos, tentando intimidá-la, mas parecia não surtir efeito. — Essa história não vai terminar assim, garota. Vou colocar juízo na cabeça do meu filho, nem que seja a última coisa que eu faça. E você vai pagar não apenas pelo meu terno caro, mas por cada palavra que falou esta noite. — Digo com fúria, antes de sair do quarto em direção ao corredor a passos largos. — Estarei aguardando a conta. — Ouvi-a dizer com tom irônico, antes de fechar a porta do quarto. Caminhei em direção ao elevador, onde Richard me aguardava, conversando com um dos médicos. Richard se despediu do médico e veio em minha direção, observando-me com apreensão. — Vejo que acabou de conhecer sua nora. — Ele disse com relutância enquanto entrávamos no elevador. — Quero que descubra tudo, exatamente tudo o que puder sobre aquela garota. Incluindo se esse casamento é realmente válido, se ela e meu filho estão juntos há muito tempo e quais são as intenções dela. Quero saber de tudo, Richard, e quero isso em minha mesa até o fim da semana. Richard acenou com a cabeça, seu olhar determinado, e fez uma pequena reverência com a cabeça antes de puxar o celular para começar a buscar informações. O elevador subiu lentamente, o silêncio entre nós era pesado, quebrado apenas pelos sons do painel de controle e do ambiente do hospital. Ao sairmos do elevador, a sensação de desconforto não diminuiu. Eu estava focado apenas em limpar a bagunça que Bryan havia criado e em assegurar que nada ou ninguém pudesse ameaçar meu legado. Meu temperamento estava em alta e não estava disposto a tolerar mais nenhum obstáculo, especialmente vindo de alguém que parecia ser um empecilho em meu caminho. Quando chegamos ao estacionamento, o cheiro do ar fresco parecia uma pequena bênção em meio ao caos que havia se desenrolado. Richard foi à frente para abrir a porta do carro, e eu entrei no veículo com um suspiro de frustração. — Concentre-se em obter todas as informações necessárias. Não me importa quanto esforço seja necessário. — Disse, batendo a porta do carro com força. — Entendido, senhor Cooper. Vou começar imediatamente. — Richard respondeu enquanto começava a dirigir. Durante o trajeto para a mansão, minha mente estava a mil. Pensava em como teria que lidar com a situação de Bryan e em como aquela mulher parecia ter um controle inesperado sobre ele. O contraste entre a minha disciplina e o comportamento daquela garota era chocante. Eu sabia que precisaria de uma estratégia cuidadosa para lidar com essa nova adversária. Ao chegar à mansão, decidi que precisava de um tempo para refletir e organizar meus pensamentos. Encontrei um lugar tranquilo na biblioteca, onde me deixei cair em uma das poltronas de couro. O silêncio da mansão contrastava fortemente com o tumulto que havia deixado para trás no hospital. Pensei em inúmeras formas de confrontar Bryan sobre esse relacionamento. Mas, no momento, o que eu precisava era simplesmente esfriar a mente. Percebi que os livros não me trariam o alívio necessário, então me dirigi à adega em busca de uma das garrafas mais caras que ali havia. Peguei uma taça na cozinha e segui para o meu quarto atual. Após a morte de Louise, não consegui suportar mais o quarto que compartilhávamos, então me mudei para um ambiente mais afastado, que, apesar de mais isolado, não deixa de ser tão luxuoso quanto o anterior. No escuro do quarto, banhado pela fraca luz da lua, me debruço sobre a sacada com vista para a piscina e os jardins. Enquanto tomo um gole do vinho, tento encontrar uma forma de colocar tudo de volta nos trilhos e pôr um fim a qualquer plano que Bryan possa estar tramando. Apesar de ser quase uma hora da manhã, sinto que passarei um bom tempo refletindo sobre isso, já que o sono parece ter me abandonado esta noite.Ava Brown √ _____________ Como se já não bastasse estar nesse maldito hospital há quase vinte e quatro horas, ainda aparece o meu sogro, um verdadeiro idiota, invadindo o quarto de Bryan e começando a me insultar como se aquela fosse a recepção mais calorosa do mundo. Eu admito, não estou no meu melhor estado. Afinal, estou aqui desde as quatro da manhã do dia anterior. Nem consegui ir em casa para trocar de roupa. Tive que pedir à Catherine para alimentar meus cães, que deveriam ter sido levados para a mansão antes do casamento. Mas como tudo estava uma verdadeira loucura, optei por deixá-los no meu apartamento até ontem, quando iriam para um hotel para pets até meu retorno da Escócia. Com o acidente inesperado de Bryan, tudo se tornou uma bagunça tremenda, e eu nem tive tempo de verificar como eles estavam. Segundo Catherine, meu apartamento estava de cabeça para baixo e os cães fizeram a festa no meu sofá novo. Bem, não tenho do que reclamar. É um preço baixo a pagar pela minha
Benjamim Cooper √ Duas semanas depois. . Mais uma vez Richard havia me provado que não era um completo incompetente. Me fazendo lembrar o motivo pelo qual se tornou meu braço direito na Cooper Northstar. Três dias após minha solicitação as informações sobre aquela garota/ mulher estavam em minha mesa. __________________________ Ficha de Ava Brown Nome: Ava Brown Idade : 24 anos Formação : Engenharia Civil, Administração de Empresas Idiomas : Inglês (nativo), Alemão, Russo, Francês, Espanhol Nacionalidade : Estadunidense Local de nascimento: San Diego, Califórnia Pais: Savannah Alencar e Sebastian Brown Situação atual: • Dona de todos os bens da família Brown, incluindo a empresa da família que está se reerguendo após um grande desfalque financeiro. Histórico Acadêmico: • Considerada um prodígio no colegial, Ava avançou várias séries e se formou aos 15 anos. • Após um ano sabático na Alemanha, terra natal de seus avós, ingressou na universidade aos 17 anos. Stat
Ava Brown √ Faz três dias que Bryan saiu do hospital. O doutor lhe receitou alguns remédios para ajudar na recuperação e uma dieta específica à base de sopas e líquidos. Nestas duas semanas em que estou morando na mansão, tenho evitado quase completamente a companhia indesejada de meu querido sogro. Passei boa parte do tempo no hospital e, nas poucas horas que estive por aqui, acabei fazendo amizade com Helena, uma mulher gentil de uns quarenta e tantos anos. Ela tem me ajudado com a dieta de Bryan nos últimos três dias, mas hoje teve um imprevisto: sua filha mais nova sofreu um acidente na escola. Depois que a liberei, tive de escutar as baboseiras de Benjamin na minha cabeça. Aquele homem parece gostar de desafiar o perigo. No instante em que se aproximou de mim, meus cães entraram em posição de alerta, considerando-o uma ameaça. Luna e Nébula são treinadas para atacar a qualquer sinal de perigo, e devido ao comportamento hostil de Benjamin, elas agora o veem como uma ameaça. Se
Ava Brown √ - O que você realmente quer, Ava? - essas palavras pairam sobre minha mente nebulosa. Droga! . não eram para estarmos assim tão próximos e, principalmente, não eram para estarmos nessa situação. - Neste momento, eu quero que se afaste e me deixe retornar ao meu quarto... Bem, isso se você não quiser parar no hospital. - digo, assumindo minha melhor postura e focando naqueles olhos esverdeados. - Responda minha pergunta e eu a deixarei ir. - ele aproxima seu rosto do meu, muito próximo, mais do que eu gostaria de estar. - O que quer aqui, garota? Não entendo o motivo de sua proximidade repentina, mas o cheiro de álcool misturado ao amadeirado de seu perfume, invadindo minhas narinas, torna cada vez mais difícil me manter sã em frente a esse homem. - Você não deveria estar tão próximo de mim... - digo, tentando soar o mais firme possível. - Acha que quero estar próximo de você? - ele gargalha, se afastando um pouco, mas sem me dar espaço para sair daquela situa
Benjamim Cooper ✓ Mas então, ontem pela manhã, na cozinha, eu pude observar melhor seus traços, traços conhecidos, e droga, agora sei a quem pertencem. Quando estive imerso em meus devaneios, ela irrompeu na cozinha, usando um conjunto de dormir que evidenciou e muito cada curva de seu corpo. Foi inevitável não permitir que meus olhos corressem por seu corpo. Nem eu mesmo esperava por minhas investidas. E sim, eu fui um tremendo babaca em tratá-la daquela forma, mesmo que não nos déssemos bem, mas isso não me dá o direito de cobiçar a mulher do meu filho. Esse foi o maldito motivo pelo qual me arrisquei tanto: o fato dela ser a filha da mulher que me destruiu. O fato de que, depois de tantos anos, o destino está jogando com a minha cara novamente. O fato de toda aquela arrogância e prepotência se misturarem ao corpo perfeito exibido em minha frente. Curvas bem destacadas, a pele levemente bronzeada e cabelos negros presos em um penteado desajeitado. Roupas minúsculas capazes de d
Ava Narrando √Faziam algumas horas que estávamos em negociação. Meus advogados leram e releram as exigências de Diego para que pudéssemos fechar o contrato. Claro que também não deixei de apresentar os meus termos e condições, que, sem dúvidas, não coincidiam em nada com o que Diego estava disposto a fazer.As Empresas Agro-VillaMartinz eram uma das maiores exportadoras de produtos agrícolas da América Latina, tendo como fundadores Diego Martins e Alisson Vilalobos, dois grandes empresários que transformaram uma microempresa em algo gigantesco em menos de uma década.E agora um desses homens estava à minha frente, ao lado de seus advogados, enquanto me oferecia uma proposta absurda, esperando que eu aceitasse sem contestações.— Estou investindo muito dinheiro nisso para ter um retorno tão baixo, Diego. — Digo com firmeza, mantendo minha postura desafiadora e meus olhos fixos no homem à minha frente.— Não posso correr o risco de entregar algo maior em suas mãos sem saber se está pre
Ava Brown ✓ Não foi difícil enxergar a cabeleira negra de minha mãe ao longe assim que adentrei no restaurante. Sigo até sua mesa e paro em sua frente, observando que ela já estava servida de um dos vinhos mais caros daquele lugar. Reviro os olhos e deposito um beijo em sua cabeça, sentando-me na cadeira à sua frente.Eu sempre tive uma relação muito tranquila com minha mãe. Se posso dizer que tenho algo em comum com ela, é minha ambição pelo poder e pela vida regada ao luxo que o dinheiro nos proporciona. Porém, diferente de minha mãe, eu não saio por aí gastando aleatoriamente com coisas fúteis, sem me preocupar com o dia de amanhã.— Como a senhora está? — pergunto ao me sentar, enquanto espero que um dos garçons venha anotar meu pedido.— Totalmente desapontada por você ter me feito esperar por tanto tempo — ela diz com certo mau humor, me fazendo revirar os olhos. — E a propósito, como está meu genro querido? — ela pergunta, exalando um tom mais carinhoso quando se trata de Brya
Benjamim Cooper √Perder a cabeça na noite passada não estava em meus planos, acordar com uma ressaca terrível também não, e muito menos ser surpreendido quando aquelas duas feras entraram em meu quarto esta manhã. O dia havia começado com um turbilhão de acontecimentos, tornando-se um tremendo fiasco.O que aconteceu na noite passada deveria cair no esquecimento. Arrisquei-me demais ao me aproximar tanto daquela desgraçada. Ava tem o mesmo jeito desafiador de Savannah, e isso me enlouqueceu. Esta manhã, quando penso que nada poderia piorar, seus cães invadem meu quarto, me encurralando em meu próprio espaço.Minutos depois, ela chega. Seus olhos passeiam por meu corpo, e o olhar estampado em seu rosto reflete um misto de curiosidade e desejo. Ela caminha ao meu redor, apenas para parar em minha frente, tão perto que pude sentir sua respiração quente e seu hálito fresco. Seu perfume inebriante tomou conta de mim, e não me contive quando ela finalmente mandou que suas feras saíssem.El