Ava Brown √
_____________ Como se já não bastasse estar nesse maldito hospital há quase vinte e quatro horas, ainda aparece o meu sogro, um verdadeiro idiota, invadindo o quarto de Bryan e começando a me insultar como se aquela fosse a recepção mais calorosa do mundo. Eu admito, não estou no meu melhor estado. Afinal, estou aqui desde as quatro da manhã do dia anterior. Nem consegui ir em casa para trocar de roupa. Tive que pedir à Catherine para alimentar meus cães, que deveriam ter sido levados para a mansão antes do casamento. Mas como tudo estava uma verdadeira loucura, optei por deixá-los no meu apartamento até ontem, quando iriam para um hotel para pets até meu retorno da Escócia. Com o acidente inesperado de Bryan, tudo se tornou uma bagunça tremenda, e eu nem tive tempo de verificar como eles estavam. Segundo Catherine, meu apartamento estava de cabeça para baixo e os cães fizeram a festa no meu sofá novo. Bem, não tenho do que reclamar. É um preço baixo a pagar pela minha desatenção e pela decisão de criar dois dobermans em um apartamento. Tenho eles há três anos, um presente de aniversário de Vincent e Catherine. Eles são extremamente treinados e eu os mimo como se fossem meus próprios filhos. Além disso, são ótimos cães de guarda quando necessário. Voltando ao hospital, Bryan passou por uma cirurgia esta manhã e precisou de uma transfusão de sangue. Felizmente, meu tipo sanguíneo é doador universal. A cirurgia e a transfusão correram bem. Estou feliz que Bryan esteja bem. Por mais irresponsável que ele tenha sido, não queria vê-lo nessa situação. Os médicos disseram que ele está estável e que deverá acordar em breve, pois ainda está sob o efeito dos sedativos da cirurgia. Quanto a mim, estou um caco. Estou exausta e tudo o que mais queria era um bom banho e a minha cama. Ainda estou vestindo calças de malhar, o moletom de Bryan, uma sandália que uso para caminhar do quarto para o banheiro sem tocar no chão frio de madrugada, e meu cabelo está um desastre. Não comi direito e estou sobrevivendo à base de bolachas e outras besteiras compradas na cantina do hospital. Bryan está internado em uma área reservada para pessoas com dinheiro. Injusto, eu sei, afinal todos merecem o mesmo tratamento, mas não posso reclamar do sofá que tem no canto do quarto. É bem melhor do que uma poltrona e foi ele que me salvou durante o sono diurno. Agora são por volta das 01h40 da manhã. Apenas o barulho das máquinas é ouvido nesta ala do hospital. Todos estão dormindo, pelo menos espero. Sigo para o pequeno sofá, lamentando por não ter tomado meu café, pois aquele idiota simplesmente me agrediu. Será que Bryan aceitaria estar em outro lugar que não fosse aquela casa? ~~°~~ Agradeci tanto a Vincent esta manhã quando ele entrou no quarto com um enorme café nas mãos e algo que não fosse comida da cantina do hospital, que por pouco não o beijei. Mas, tenho juízo suficiente para não beijar o marido da minha prima. Segundo ele, Cathe embarcou esta manhã com destino a Istambul, onde passará alguns dias antes de seguir para Veneza e só então retornar aos Estados Unidos. Cathe é modelo e atriz, e Vincent, um artista em tempo integral. Eles se conheceram em uma exposição de arte em Londres e não se desgrudaram mais. Já se vão sete anos de um dos melhores relacionamentos que já vi. Eles são os únicos que sabem a verdadeira natureza do meu relacionamento com Bryan. Cathe insiste que acabaremos nos apaixonando, mas, como já expliquei antes, Bryan não me atrai. Ele é bonito, sim, mas não é o tipo de homem que gosto. Saí do banheiro após um banho revigorante. Vince, com tempo livre esta manhã, se ofereceu para ficar com Bryan no hospital, permitindo que eu pudesse vir para casa, tomar um banho, comer algo e dormir um pouco. Antes de vir para a mansão, passei no meu apartamento, alimentei meus cães e agradeci mentalmente a Cathe por ter deixado comida suficiente para eles. Logo depois, coloquei-os no carro e os levei para o Pet Hotel. Mesmo sem viajar, optei por deixá-los lá enquanto Bryan está no hospital. A adaptação deles à mansão já será difícil, considerando que não estão acostumados com estranhos. Não preciso prolongar isso para eles. Passo meus cremes pela pele, e o cheiro de rosas misturado ao de frutas cítricas se espalha pelo ambiente. Esses são meus dois aromas favoritos no mundo. Penteio meus cabelos, agora mais curtos e escuros, um pouco acima dos cotovelos, tingidos de um preto intenso que contrasta com minha pele levemente bronzeada. Saio do banheiro envolta em meus roupões e quase tenho um ataque ao ver aquele homem sentado em minha cama, me observando com um semblante sério, como alguém que acabou de receber uma notícia ruim. — Não acreditei quando fui informado por James que você teve a audácia de pisar o pé na minha casa — ele diz com frieza, me fazendo revirar os olhos com desdém. Ignoro suas palavras e também sua presença. Eu realmente deveria aprender a trancar a porta do quarto. Mas, pensem comigo, eu também estou me adaptando. Moro sozinha desde os dezoito, então nunca tive esse tipo de problema. Volto-me para o closet, procurando algo para vestir. Só preciso de algo confortável e algumas horas de sono antes de retornar ao hospital. O problema é que, em uma casa tão grande, parece que ninguém sabe o significado da palavra "privacidade". O babaca egocêntrico que tenho a infelicidade de chamar de sogro invade meu closet, me fazendo virar para encará-lo com raiva. — Está maluco? Por acaso não sabe o sentido da palavra privacidade? — grito, perdendo a pouca paciência que me restava. — Estou na minha casa e entro onde eu quiser. Diferente de alguém como você, que está vivendo de penetra em algo que não é seu — ele diz com frieza, aproximando-se de mim. — Pode sair ou ficar, sinceramente, não ligo para sua presença — digo com desdém, voltando a pegar um conjunto de moletom e escolhendo minha roupa íntima. Visto a calcinha ainda de roupão, enquanto meu querido sogro continua parado no meio do closet como uma estátua. — O que acha que está fazendo? — ele pergunta ao me ver desatar o nó do roupão. — Estou trocando de roupa para dormir, e você? — pergunto, erguendo o roupão para subir o shorts. Ouço ele pigarrear e reviro os olhos com aquela cena. Pervertido. — Estou avisando que você não é bem-vinda nesta casa. — Ótimo, o recado foi dado. Agora, se puder fazer o favor de sair, eu agradeceria. Sabe, por mais que Bryan e eu tenhamos um relacionamento aberto, não acho que ele gostaria de saber que seu pai, mal me conhecendo, já estava me comendo com os olhos. Família não está inclusa no nosso acordo — digo calmamente, antes de me virar para ele e ameaçar abrir o roupão. — Sua... como ousa dizer que estou... você... Eu realmente espero que esteja aproveitando a mansão, pois essa sua mordomia não vai durar para sempre — ele diz com raiva, antes de sair do closet pisando fundo. Momentos depois, ouço a porta do quarto bater. Um sinal claro de que estou sozinha novamente. Termino de me vestir, saio do closet, tranco a porta para evitar mais surpresas, fecho todas as cortinas para que o sol não entre, ligo o ar-condicionado do quarto e me jogo na cama, enrolada nos edredons. Finalmente, um tão merecido descanso.Benjamim Cooper √ Duas semanas depois. . Mais uma vez Richard havia me provado que não era um completo incompetente. Me fazendo lembrar o motivo pelo qual se tornou meu braço direito na Cooper Northstar. Três dias após minha solicitação as informações sobre aquela garota/ mulher estavam em minha mesa. __________________________ Ficha de Ava Brown Nome: Ava Brown Idade : 24 anos Formação : Engenharia Civil, Administração de Empresas Idiomas : Inglês (nativo), Alemão, Russo, Francês, Espanhol Nacionalidade : Estadunidense Local de nascimento: San Diego, Califórnia Pais: Savannah Alencar e Sebastian Brown Situação atual: • Dona de todos os bens da família Brown, incluindo a empresa da família que está se reerguendo após um grande desfalque financeiro. Histórico Acadêmico: • Considerada um prodígio no colegial, Ava avançou várias séries e se formou aos 15 anos. • Após um ano sabático na Alemanha, terra natal de seus avós, ingressou na universidade aos 17 anos. Stat
Ava Brown √ Faz três dias que Bryan saiu do hospital. O doutor lhe receitou alguns remédios para ajudar na recuperação e uma dieta específica à base de sopas e líquidos. Nestas duas semanas em que estou morando na mansão, tenho evitado quase completamente a companhia indesejada de meu querido sogro. Passei boa parte do tempo no hospital e, nas poucas horas que estive por aqui, acabei fazendo amizade com Helena, uma mulher gentil de uns quarenta e tantos anos. Ela tem me ajudado com a dieta de Bryan nos últimos três dias, mas hoje teve um imprevisto: sua filha mais nova sofreu um acidente na escola. Depois que a liberei, tive de escutar as baboseiras de Benjamin na minha cabeça. Aquele homem parece gostar de desafiar o perigo. No instante em que se aproximou de mim, meus cães entraram em posição de alerta, considerando-o uma ameaça. Luna e Nébula são treinadas para atacar a qualquer sinal de perigo, e devido ao comportamento hostil de Benjamin, elas agora o veem como uma ameaça. Se
Ava Brown √ - O que você realmente quer, Ava? - essas palavras pairam sobre minha mente nebulosa. Droga! . não eram para estarmos assim tão próximos e, principalmente, não eram para estarmos nessa situação. - Neste momento, eu quero que se afaste e me deixe retornar ao meu quarto... Bem, isso se você não quiser parar no hospital. - digo, assumindo minha melhor postura e focando naqueles olhos esverdeados. - Responda minha pergunta e eu a deixarei ir. - ele aproxima seu rosto do meu, muito próximo, mais do que eu gostaria de estar. - O que quer aqui, garota? Não entendo o motivo de sua proximidade repentina, mas o cheiro de álcool misturado ao amadeirado de seu perfume, invadindo minhas narinas, torna cada vez mais difícil me manter sã em frente a esse homem. - Você não deveria estar tão próximo de mim... - digo, tentando soar o mais firme possível. - Acha que quero estar próximo de você? - ele gargalha, se afastando um pouco, mas sem me dar espaço para sair daquela situa
Benjamim Cooper ✓ Mas então, ontem pela manhã, na cozinha, eu pude observar melhor seus traços, traços conhecidos, e droga, agora sei a quem pertencem. Quando estive imerso em meus devaneios, ela irrompeu na cozinha, usando um conjunto de dormir que evidenciou e muito cada curva de seu corpo. Foi inevitável não permitir que meus olhos corressem por seu corpo. Nem eu mesmo esperava por minhas investidas. E sim, eu fui um tremendo babaca em tratá-la daquela forma, mesmo que não nos déssemos bem, mas isso não me dá o direito de cobiçar a mulher do meu filho. Esse foi o maldito motivo pelo qual me arrisquei tanto: o fato dela ser a filha da mulher que me destruiu. O fato de que, depois de tantos anos, o destino está jogando com a minha cara novamente. O fato de toda aquela arrogância e prepotência se misturarem ao corpo perfeito exibido em minha frente. Curvas bem destacadas, a pele levemente bronzeada e cabelos negros presos em um penteado desajeitado. Roupas minúsculas capazes de d
Ava Narrando √Faziam algumas horas que estávamos em negociação. Meus advogados leram e releram as exigências de Diego para que pudéssemos fechar o contrato. Claro que também não deixei de apresentar os meus termos e condições, que, sem dúvidas, não coincidiam em nada com o que Diego estava disposto a fazer.As Empresas Agro-VillaMartinz eram uma das maiores exportadoras de produtos agrícolas da América Latina, tendo como fundadores Diego Martins e Alisson Vilalobos, dois grandes empresários que transformaram uma microempresa em algo gigantesco em menos de uma década.E agora um desses homens estava à minha frente, ao lado de seus advogados, enquanto me oferecia uma proposta absurda, esperando que eu aceitasse sem contestações.— Estou investindo muito dinheiro nisso para ter um retorno tão baixo, Diego. — Digo com firmeza, mantendo minha postura desafiadora e meus olhos fixos no homem à minha frente.— Não posso correr o risco de entregar algo maior em suas mãos sem saber se está pre
Ava Brown ✓ Não foi difícil enxergar a cabeleira negra de minha mãe ao longe assim que adentrei no restaurante. Sigo até sua mesa e paro em sua frente, observando que ela já estava servida de um dos vinhos mais caros daquele lugar. Reviro os olhos e deposito um beijo em sua cabeça, sentando-me na cadeira à sua frente.Eu sempre tive uma relação muito tranquila com minha mãe. Se posso dizer que tenho algo em comum com ela, é minha ambição pelo poder e pela vida regada ao luxo que o dinheiro nos proporciona. Porém, diferente de minha mãe, eu não saio por aí gastando aleatoriamente com coisas fúteis, sem me preocupar com o dia de amanhã.— Como a senhora está? — pergunto ao me sentar, enquanto espero que um dos garçons venha anotar meu pedido.— Totalmente desapontada por você ter me feito esperar por tanto tempo — ela diz com certo mau humor, me fazendo revirar os olhos. — E a propósito, como está meu genro querido? — ela pergunta, exalando um tom mais carinhoso quando se trata de Brya
Benjamim Cooper √Perder a cabeça na noite passada não estava em meus planos, acordar com uma ressaca terrível também não, e muito menos ser surpreendido quando aquelas duas feras entraram em meu quarto esta manhã. O dia havia começado com um turbilhão de acontecimentos, tornando-se um tremendo fiasco.O que aconteceu na noite passada deveria cair no esquecimento. Arrisquei-me demais ao me aproximar tanto daquela desgraçada. Ava tem o mesmo jeito desafiador de Savannah, e isso me enlouqueceu. Esta manhã, quando penso que nada poderia piorar, seus cães invadem meu quarto, me encurralando em meu próprio espaço.Minutos depois, ela chega. Seus olhos passeiam por meu corpo, e o olhar estampado em seu rosto reflete um misto de curiosidade e desejo. Ela caminha ao meu redor, apenas para parar em minha frente, tão perto que pude sentir sua respiração quente e seu hálito fresco. Seu perfume inebriante tomou conta de mim, e não me contive quando ela finalmente mandou que suas feras saíssem.El
Benjamin Cooper ✓ — Ela não vai e ponto final. E quem disse que é você que decide sobre minha vida?— Você é minha nora, portanto, é meu dever zelar pelo seu bem-estar.— Sua nora, não sua esposa. Então cuide do que lhe diz respeito, Benjamin, e deixe que da minha própria vida cuido eu.— O assunto me diz respeito quando se trata das minhas empresas — disse com raiva, uma raiva que nem eu mesmo saberia explicar.— Sinto muito, Ben, mas não estava falando de você — Clarissa interferiu ao perceber que as coisas estavam saindo do controle.Meus olhos passearam pela mesa, todos os olhares novamente voltados para mim. Foco meus olhos na mulher à minha frente, Savannah, que me observava com diversão, parecendo adorar aquela cena. Mas foi a voz ao meu lado que chamou minha atenção.— Sinto muito, Clare, mas preciso retornar à empresa. Tenho alguns compromissos essa tarde e não posso me atrasar — disse Ava, empurrando a cadeira para trás e se pondo de pé. — Depois te ligo e marcamos de sair