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"Se o Ethan realmente te desejasse, ele teria me largado. Três anos atrás, ele teria pedido a sua mão."

"É isso que você acredita?" ela provoca, seu olhar penetrante enquanto ela diminui a distância entre nós. "É por isso que você finge não ver quando eu entro na cama dele? Ou quando eu uso as malditas roupas dele?" Seu sorriso se alarga, desafiador em seus olhos. "Sabe, o Ethan até me convidou para viajar com ele na próxima semana. Imagine isso, querida, nós dois tomando vinho na Itália por 15 gloriosos dias," ela continua, suas palavras como punhais direcionados ao meu coração. "Exatamente como nos velhos tempos."

"Então, parece que você já tem o que quer. Ele é todo seu," retruco, minha voz fria como gelo.

Ao olhar para Mariah, uma onda de repulsa toma conta de mim. Apesar de sua aparência deslumbrante, há algo vazio em sua beleza, algo que parece fabricado e insincero. Cada movimento que ela faz parece calculado, cada palavra que fala carregada de segundas intenções. É como se ela estivesse usando uma máscara.

"Exatamente," ela diz, triunfante, dando mais um passo à frente, sua confiança inabalável. "Então faça um favor a todos nós e peça o divórcio, abrindo caminho para o meu lugar de direito ao lado de Ethan. Eu posso aquecer a cama dele, mas mereço carregar o sobrenome dele."

"Se dependesse só de mim, você jamais conseguiria isso."

Com um sorriso ameaçador curvando seus lábios, Mariah se inclina mais perto, seus olhos brilhando com uma malícia calculada que me faz estremecer. "Já que você não vai cooperar," ela sibila, cada palavra pingando com uma intenção venenosa, "eu vou jogar sujo."

Sua ameaça paira no ar enquanto ela caminha em direção à porta, seus movimentos deliberados e calculados. Com um movimento rápido, ela agarra a maçaneta, seus dedos se curvando em torno dela com um toque predatório.

Observo, congelada em descrença, enquanto ela fecha a porta com uma batida forte que reverbera pela sala. O som ecoa nos meus ouvidos.

"Não leve a mal, Blair," sua voz corta o silêncio como uma lâmina, "mas esta noite será o ponto de virada na decisão do Ethan."

Enquanto a trava se encaixa no lugar, selando suas intenções, um sentimento de desespero se instala no fundo do meu estômago.

Estou presa!

Corro até a porta e começo a bater, o som ecoando pelo corredor vazio como um tambor frenético de desespero. "Socorro! Alguém, por favor!"

Com as mãos trêmulas, procuro freneticamente por meu celular, o pânico subindo no meu peito como uma onda de medo. Mas, ao perceber que está fora de alcance, deixado na cozinha, um surto de desespero toma conta de mim.

"Droga!" grito.

Eu não posso perder o aniversário do Ethan, não depois de tudo pelo que passamos. Não quando estávamos tão perto de reacender a chama entre nós, há apenas alguns minutos!

Eu sentia que ele estava tão perto de ceder e me perdoar. Droga.

Meu coração b**e freneticamente no peito enquanto sinto algo molhado e pegajoso entre minhas pernas. Com as mãos trêmulas, eu as levo para baixo, meus dedos voltando escorregadios de sangue, o cheiro metálico enchendo o ar.

Deus, por que estou sangrando?

O horror toma conta de mim ao perceber o que está acontecendo, e sinto a bile subir na garganta, ameaçando me sufocar. O sangue continua a fluir, manchando o chão impecável sob mim com listras escuras e ameaçadoras, um contraste nítido contra a superfície polida.

Minha respiração vem em arfadas. "Meu Deus," eu arquejo, minha voz trêmula de choque e descrença. "O que está acontecendo?"

O gosto metálico de sangue enche o ar, misturando-se com o cheiro ácido do medo que gruda à minha pele. Cambaleio para trás, meus movimentos desajeitados e descoordenados.

"Jena!" chamo, minha voz vacilando com urgência. "Me ajuda, por favor!"

Mas não há resposta, apenas o silêncio assustador que parece sufocar o quarto. O pânico aperta minha garganta, ameaçando me sufocar ao perceber que estou sozinha.

Mais sangue escorre pelas minhas pernas, o tom carmesim contrastando com o branco imaculado. 

Agarro o batente da porta para me apoiar, meus dedos trêmulos roçando a superfície fria, buscando consolo na sua solidez.

"Por favor, alguém me ajude!" Minhas palavras ecoam de volta para mim, vazias e ocas, zombando de minhas tentativas inúteis de escapar.

Lágrimas borram minha visão, misturando-se com o sangue que mancha meu vestido, um grotesco quadro de sofrimento e desespero.

A fraqueza toma conta de mim, drenando minhas forças até que não consigo mais ficar de pé. Com um suspiro, desabo no chão, meu corpo tremendo enquanto ondas de dor e náusea me invadem.

Os azulejos frios pressionam minha bochecha. Cada respiração parece uma luta, cada inalação difícil e superficial.

Meus dedos arranham o chão, procurando apoio, mas encontram apenas o frio e implacável azulejo sob eles.

"Ajuda... por favor," consigo engasgar, minha voz mal passando de um sussurro contra o silêncio esmagador da sala.

E então, a porta range ao abrir.

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