Everly O cheiro de algo delicioso me despertou fazendo minha boca salivar. Pizza! Saio cuidadosamente da cama por causa da dor incomoda, porém, completamente bem-vinda. Vou em direção ao cheiro e encontro Joshua abrindo a caixa de pizza na mesinha de centro da sala. Minha boca saliva não somente pela pizza, que aparentava estar deliciosa, mas também por vê-lo com uma boxer desfilando despreocupadamente pelo ambiente. Percebi que tinha recém tomado banho pelas gotinha de água em suas costas e o cabelo úmido. Homem fodidamente gostoso! — Parece que a bela adormecida resolveu acordar — diz com um sorriso maroto — Comprei pizza para jantarmos — me aproximo e sento em cima de algumas almofadas que Joshua colocou estrategicamente. Meus olhos crescem de tamanho ao ver o queijo derretido e gorduroso. Bem, espero que não me dê dor de barriga. — Você sabe que se eu ficar com dor de barriga, nossos planos de aproveitar irão por água abaixo — digo apenas para avisar, mas pronta para atac
Everly — Vem com o papai, filha — Joshua se abaixa e pega uma Yesenia correndo em disparada direto para o seus braços. — Sa-da-de papa — ela choraminga e pousa a cabecinha no seu pescoço. A conexão entre os dois era assustadora e não me ressentia nem um pouco por isso, era lindo de ver como o laço que une os dois é indestrutível e eterno. — Papai também estava morrendo de saudade — Joshua fecha os olhos apreciando o momento. Abraço Dylan e ele praticamente esmaga minhas costas com os braços musculosos. A academia mudou bastante seu corpo nos últimos anos, mas a sua essência brincalhona continuava a mesma. — Parece que temos uma Everly irradiando felicidade — sussurra no meu ouvido. Ele me leva até o quarto que compartilha com David e vejo meu pequeno bebê dormindo entre os travesseiros. Meu corpo automaticamente percebe a presença do meu pequeno comilão, pois meus seios começam a vazar automaticamente. — Hum... Acho que você tem um problema diva — aponta para os meus seios e f
— Filha, não demore para voltar! — grita minha mãe da cozinha. — Estarei aqui na hora do jantar! — aviso-a. Pego minha bolsa e vou para o ponto de ônibus em frente à minha casa, onde espero por aproximadamente dez minutos. Ao entrar, pago a passagem e fico em pé por causa da superlotação e assim que estou perto do meu destino, aperto o sinal para parar no próximo ponto, onde fica a praça em que normalmente vou nos meus dias e horários livres. Ao descer percebo as pessoas correndo, caminhando, fazendo exercícios, crianças de colo e no carrinho. Olho para uma árvore que oferece uma boa sombra e me encaminho até ela me sentando na grama. Tiro da minha mochila o meu caderno de desenhos, estojo e começo a olha ao redor à procura de uma paisagem ou pessoas para desenhar. Meu olhar recai em um homem muito bonito. Bonito não! Na verdade, um homem espetacular, sentado em um banco trajando roupas de ginastica enquanto fala no celular obviamente irritado com a pessoa do outr
Chego em casa escorrendo suor devido ao calor escaldante, passo reto pela minha mãe apenas gritando um “eu cheguei!”, e subo direto para o meu quarto. Ao entrar, jogo minha bolsa na cama e vou para o banheiro. Ligo a água para ela ir mornando enquanto me dispo em frente ao espelho, ao estar completamente nua olho-me em frente ao espelho e fico desgostosa com o que vejo. Magra demais, pálida demais, estranha demais. Acho que é por isso que eu nunca consegui um namorado. Na verdade, já consegui um, Brandon Mayers, porém ele não conta, tudo foi uma completa mentira, era apenas uma aposta. Como que o capitão do tipo de futebol iria querer ficar comigo? E no final de tudo ele conseguiu a grande quantia de dinheiro, porque fui burra o suficiente para acreditar que um garoto lindo e popular como ele ficaria comigo. Me lembro de chorar por uma semana, não por ele e sim por ser burra o suficiente por ter acreditado, fui motivo de risos por semanas, mas não me importo mais, isso aco
Fujo correndo da sala de aula e acabo esbarrando em várias pessoas no caminho, eles olham para mim como se estivessem assistindo o demônio fugindo da cruz, os alunos dessa escola já não tinham uma boa impressão sobre mim devido a maldita aposta e neste momento com toda a certeza piorou. Ainda não consigo acreditar que o homem que conheci em uma praça é o meu professor, quando o vi pensei que ele poderia ser dono de seu próprio negócio ou algo do gênero, mas ele leciona, e para completar minha frustração, tenho uma dificuldade imensa em sua matéria. Agora tenho o número do homem que eu conheci na praça que acaba por ser meu professor. Ao chegar no meu armário a escola está quase deserta, abro-o e coloco meus materiais usados no dia de hoje, fecho-o e alguém esbarra em mim levando-me ao chão. Esse só pode ser meu dia! Olho para ver quem me derrubou e vejo o maldito Brandon! O babaca nem ao menos parou seu caminho para me ajudar. — Desculpe Eve — Eu pensava que ele não
Desperto na mesma posição em que fiquei ontem, mas agora estou completamente coberta pelo lençol e Dylan nem ao menos me chamou para ir para a cama. Me sento, entretanto, meus músculos do pescoço protestam, tento virar minha cabeça para o lado, o que só acaba por piorar a dor. Me levanto e vou para a cozinha onde pego a caixa de remédios, tomo um Advil e subo para o quarto, meus olhos se arregalam ao constatar a hora pelo relógio na cabeceira. Já são quase nove horas! Não há mais chances de ir para a escola. Vou para o banheiro e tiro o lençol jogando-o no canto do chão e ligo a água. Ao entrar, meus músculos do pescoço relaxam na água quente e acabando com a tensão. Saio do banheiro e coloco minha casual calça jeans e uma blusa branca, penteio meus cabelos e deixo-os secar naturalmente. Desço para a cozinha e encontro Dylan olhando pensativamente para a geladeira e por um momento fico confusa. Onde ele dormiu? — Bom dia, Eve — Ele diz quase cantando e sorri — Como você
Quando o intervalo chega já me sinto melhor devido ao analgésico. Não voltei mais para a sala de aula, fiquei em “observação”, o que foi completamente desnecessário, e assim que o sinal soou, a enfermeira insistiu para que eu comesse algo e me deu um discurso sobre bebidas alcoólicas, completamente desnecessário também, pois eu NUNCA MAIS ficarei bêbada novamente na minha vida! Fui em direção ao refeitório, peguei uma bandeja e coloquei o hambúrguer mais “saudável” que a escola insiste em dar, peguei um mini bolinho e uma caixinha de suco. Busco por Dylan no refeitório e encontro-o sentado no fundo acenando para mim igual uma bicha louca, tento não começar a rir e ando até a mesa. — Eve! Você definitivamente parece melhor! — Agora estou melhor já que vomitei todas as minhas tripas para fora — digo sarcástica. — Você vomitou na sala? — Dylan faz uma expressão de “Oh meus Deus!” como se fosse uma grande coisa. — Na verdade, eu saí correndo e meu “professor” veio atr
Muitas vezes dizem que o destino brinca com você, sempre achei isso uma puta idiotice, quem acredita em destino? Sinceramente? Eu não. Mas fico me perguntando repetidamente qual foi a intervenção maldita que colocou um homem correndo no parque, o homem que eu desenhei, o homem que é a droga do meu professor! Ok, não é para tanto assim, eu acho. O pior é que desde então eu não paro de pensar nele, o que é totalmente errado. Errado também é eu ter escondido em meu quarto um retrato nu, acho que a minha mãe teria um enfarto assim que olhasse, ainda mais por saber que foi um homem, mesmo que ‘gay’, me retratou. — Everly, onde você está? Preciso da sua atenção aqui — A conselheira começa a estalar os dedos na minha frente e saio dos meus pensamentos. — Me desculpe — murmuro — Sobre o que a senhora estava falando? A conselheira é uma mulher já em seus sessenta anos, cabelos pretos pintados na altura do pescoço e acima do peso, ela suspira profundamente como se não qu