Pai e filho, psicopata e assassino lutavam pela supremacia da Tribo Calmon. Sentia meus olhos dourados arderam em brasas pelo ódio que eu carregava dele, queria estraçalhá-lo, torturá-lo, causar uma dor pior as quais ele causou na minha mãe. Meu corpo vibrava de felicidade a cada grito que saia dos seus lábios quando eu quebrava seus ossos. Mas havia algo estranho. Ele parecia estar muito mais forte e mais resistente, no entanto não revidava com tanta força meus ataques. – LÚCIUS, PARA! Abri um sorriso de escárnio. Como se atreve a me pedir para parar? – LÚCIUS... Quanto mais ele implora, mais ódio eu tenho... Minha mãe... Minha querida mãe que morreu para me proteger, não sobrou nada além do seu corpo dilacerado e uma poça de sangue no chão limpo da sala que ela tanto limpava para manter limpo e agradável, bem no local que ela insistia em chamar de lar... No mesmo local que ele a destruiu corpo e alma. Vou matá-lo! Derrubei-o no chão e apertei seu pescoço, as luzes das lampari
– Isso foi há muito tempo, quando as únicas raças dominantes que existiam eram os humanos e lycans, quando os reis não governavam por conta própria, quando a igreja era somente templos isolados em montanhas inférteis. Foi em um tempo que somente um homem tinha o poder de comandar o mundo todo, esse mesmo homem era considerado Deus para os humanos, ele era tão respeitado que nem mesmo seu nome era conhecido, muito menos pronunciado, e se ele soubesse que havia alguém com o nome parecido que o dele, essa pobre alma miserável morreria sem piedade. Esse dono do mundo poderia ser chamado pelas pessoas somente de Sua Majestade, o Imperador. Mas eu não era esse homem, na verdade eu era o filho dele. O pior entre os filhos, aquele cujo sangue não pertencia à nobreza, cuja mãe não passava de uma linda prostituta com uma vida triste, ela era tão linda quanto um pássaro livre, porém suas asas haviam sido quebradas pelos homens que a desejavam. No entanto, sua vida mudou drasticamente quando o Im
Anastácia... Anastácia Yan, esposa legítima de Natanael Yan, minha esposa. Mas antes de se tornar minha esposa ela era filha legítima de um dos homens mais importantes do Império, fiel ao Imperador, sua mãe havia falecido no parto e seu pai casou-se novamente, mesmo tendo outras filhas, ele ainda amava sua filha mais velha. O pai de Anastácia era dono da segunda maior cidade do Império, homem rico e poderoso, estava destinado a ter uma de suas filhas como a futura Imperatriz, a irmã de Anastácia, enquanto ela seria a minha esposa. Nossas famílias estavam interligadas, mas essa ligação logo se romperia. Durante todo o horror que causei derrubando o poder imperial, ela permaneceu ao meu lado, não porque aprovava o banho de sangue que causei, mas porque me amava e acreditava que um dia eu iria perceber o mal que estava causando na população. Porém, isso nunca aconteceu. Anastácia sabia da dor que a Imperatriz havia me causado e ela sabia que eu não seria clemente, mas nunca imaginou que
– Os portões de Valiska estão logo à nossa frente! – Dentro da carruagem pude ouvir um soldado em cima de um cavalo falando animadamente quando viu a cidade de Valiska.Suspirei pesadamente.O cavalo do Alec começou a galopar ao lado da minha carruagem, ele provavelmente deve estar ansioso assim como eu, sabemos que não somos bem-vindos por causa dos boatos que se espalharam sobre a morte do papa e seu assassino, então devemos esperar qualquer tipo de ação do povo.Trombetas soavam em cima dos muros da capital informando nossa chegada, em poucos minutos os portões começaram a ranger ao abrirem.Comecei a esfregar minhas mãos suadas uma na outra quando passávamos pelo portão.Acalmei meus nervos e abri a janelinha, logo em seguida afastei a cortina para o lado com uma das mãos. Com a janela entreaberta, pude ver a cidade e as pessoas que perambulavam ao lado de fora.Mulheres de vestidos longos e sujos andavam com baldes de palha na cabeça ou na lateral do corpo carregando roupas e ali
– Nossa fé? Como assim nossa fé? – Interrogou novamente o líder de branco.A escrava abaixou-se e começou a chorar novamente sem querer falar.– Vamos! Responda seus senhores! – Um soldado ao seu lado falou grosseiramente com ela.– E-eu... Por favor, não me matem!Olhei confusa para o Alec que me encarou também confuso.– Não iremos matá-la, apenas fale o que aconteceu. – Alec a tranquilizou. Ela olhou para ele desconfiada. – Em nome da nossa Suprema Alfa, prometo que ninguém irá matá-la.Ela me encarou esperando uma resposta, apenas balancei a cabeça confirmando, não quero falar, se essa garota escutar minha voz ou ver meu rosto pode se confundir com o assassino.– O-Obrigada, Suprema Alfa. – A menina fez uma pequena reverência e ganhou mais confiança para falar. – Bem... Ela questionava sobre os ensinamentos do papa e o criticava, disse que ele não falava a verdade e que a Basílica não era casa de Deus, apenas um local para reuniões entre os humanos que se acham superiores que o pr
– Deixe-me acompanhá-la até seus aposentos, Suprema. – Juliano aproximou-se de mim, balancei a cabeça concordando, o desânimo começava a vagar entre minhas feições, não queria que ninguém me visse assim. Caminhamos por dentro dos corredores longos e mal iluminados do castelo, mas já não me importava, só queria um lugar para ficar sozinha. – Aqui está, se precisar de mais alguma coisa, por favor, me avise. Farei o que for preciso para que fique bem hospedada. – Havia uma pitada de timidez em suas palavras. – Está perfeito. – Na verdade, achei o quarto escuro e apertado, porém não queria discussão. Ele deu um leve sorriso de satisfação. Juliano ficou parado me encarando com feições indecifráveis no rosto, o olhei confusa. – Gostaria de me dizer mais alguma coisa? – Perguntei. – Aaah... na-nada... aahh... – Ele tossiu nervosamente. – Mandarei alguém chamá-la quando o almoço for servido. – Não irão me servir no quarto? – Eu sabia que não, mas não queria olhar para ninguém e ficar m
– Qual é a porra do meu problema?! – Murmurei zangado comigo mesmo pelo meu comportamento ultimamente, enquanto caminhava com passos largos pelo corredor.Me sinto tão frustrado e zangado ultimamente desde quando vi a Karolina correndo pela floresta no dia da coroação. Não consigo parar de pensar em como ela corria desesperadamente atrás dele, como se sua vida dependesse daquilo.– Aaaah...! Droga! – Sussurrei batendo com força a porta do meu quarto.Como sou tolo! Idiota!– Alec você é um idiota! – Murmurei sentando-me na cama. Depositei as mãos no meu rosto e apoiei meus braços nas pernas. – Preciso parar de pensar nisso!Como isso é frustrante!Minha vida inteira, meu pai e Augusto me ensinaram a ser um bom Alfa para as pessoas, ter paciência com todos ao meu redor, pois lidar com pessoas não é fácil, apesar da minha autoridade, sempre fui ensinado a ser um líder democrático e ouvir a opinião pública.Por causa disso que estou assim...Por causa de ouvir o medo das pessoas em uma m
Olhando-me no espelho mais uma vez para saber se o vestido estava de acordo com a moda feminina exigida, com um toque negro e vermelho na sua cor, muito bonito, porém o espartilho estava me sufocando, de qualquer forma decidi não reclamar e saí do quarto acompanhada da empregada que Juliano enviou e assim caminhamos até o grande salão onde estava sendo realizado o banquete de boas vindas. Avistei o casal Marcus e Clara, ela estava num vestido rosa bebê com bordados brancos em volta e Marcus vestia uma túnica marrom com bordados prata na lateral do pescoço e nas mangas dando mais destaque a sua pele mulata, com a metade do cabelo estupidamente liso amarrado atrás da cabeça e um enfeite tribal que prendia. No memento em que os dois me avistaram, ambos fizeram uma reverência para a Suprema Alfa. Dei um leve sorriso. – Sua hospedagem está do seu agrado? Qualquer coisa que não goste só nos avisar. – Marcus falou. – Está tudo bem. – O olhei de soslaio. – E como vão os preparativos do ca