A chegada do veleiro Sombra do Fogo a Lunae foi atrasada devido à embarcação não ser motorizado e à furtividade exigida pela missão. Quando o continente apareceu no horizonte, a pequena tripulação ancorou o navio e aguardou escurecer para se aproximar da costa. Janaína, Thomas e Kay, membros da Marinha e da Força Policial, desceram em um bote e seguiram para a praia deserta ao lado do porto.
Janaína tinha experiência em missões de infiltração, fizera algumas na companhia de Meri e Dario, na época da guerra com a Ilha Hipocampo.
O porto estava deserto exceto por vigias em rondas, todos com lanternas na mão. Thomas apontou seu rifle de pressão para o mais próximo e atirou. O homem caiu com um baque surdo, sem saber o que o a
Neste dia fatídico, ela parte, deixando toda a esperança de seu ser como herança A queda até o chão se deu em câmera lenta, e o baque surdo de seu corpo no piso soou muito distante, bem como o riso de escárnio do rei. Janaína tentou estancar o sangramento, mas fora alvejada em mais de cinco órgãos vitais, sua experiência policial não lhe dava esperança de recuperação. Sua visão começou a escurecer até sua faca de osso, caída a centímetros de seu rosto, não ser mais reconhecível. Droga. Estou morrendo, não completei a missão por ter subestimado meu oponente. Falhei em meu dever mais importante, não protegi minha família. Sempre ouvira que a vida passa como um filme na
-- Olá, Inaê – Tentáculos cumprimentou. A jovem ficou de pé na prancha. Apesar de sua presença ser sempre imponente e uma incrível visão, ela não demonstrou sua surpresa, e questionou secamente: -- O que traz sua presença ilustre a este lugar? -- Queríamos falar com você – Chifres respondeu – Não nos deu oportunidade desde sua partida repentina de Uminami. -- Parti na hora certa – ela respondeu – Se tivesse demorado mais, teria perdido minha casa. Alguns deles se entreolharam, e surpreendentemente, foi Dente-de-Sabre que tomou a palavra:  
Uma pérola elegante, há muito aguardada como um milagre: uma lenda que resplandece em esperança hoje Navegando ali, no meio do nada, na fronteira entre as águas lunaes e de Lus, a última coisa que o guarda-marinha lunae Francis esperava ver era um dragão. Apareceu um brilho estranho no horizonte antes das cabeças assustadoras dos senhores do mar emergirem, e a contra-almirante Anne o chamou, questionando o que era aquilo. Munido de binóculos, ele descreveu o que via ao longe: -- Tem um monte de dragões, e eu acho que tem uma pessoa no meio deles. Agora um deles pegou ela, estão olhando para o céu... Senhora, eles estão voando! Os senhores do mar estão voando! Não acredito, estão indo e
Inaê se debateu para se livrar do golfinho e tentou nadar de volta, mas outros dois cetáceos barraram seu caminho. -- O que estão fazendo? Preciso voltar ao navio, a Sarang vai acabar se afogando! Os golfinhos guincharam e a cutucaram com os focinhos compridos. Inaê sentiu medo vindo deles, a preocupação dos animais era bem palpável, mas preocupação com o quê? Independente disso, Inaê não podia se demorar, sua energia não duraria para sempre naquela tempestade. Passou por entre os dois golfinhos e nadou para Sarang, que começava a parecer desesperada. Atr&
Dor, cansaço, tremor em cada músculo do corpo, e a sensação da pele em contato com... areia? Sim, areia úmida, estava deitada sobre ela. Inaê prestou atenção a tudo e, antes de abrir os olhos, sabia que estava em uma praia e provavelmente já passava de três da tarde, segundo a temperatura do sol em sua pele. Lentamente abriu os olhos, com mais dificuldade do que pensou, e sentindo uma enorme fraqueza e tremor em todo o seu corpo, conseguiu se erguer nos cotovelos. Então é assim que é ser um náufrago? -- Está viva, moça? – uma vozinha chamou atrás e Inaê virou a cabeça para ver um menino baixinho encarando-a. -- Oi – estava muito rouca,
No meio da madrugada, Inaê acompanhou Roque e alguns soldados a uma cidadezinha a vinte minutos do acampamento. O rapaz explicou enquanto andavam: -- A pesquisa de máquinas voadoras foi mantida em sigilo absoluto, e os testes eram feitos aqui, numa cidade perto do mato que não tem tanto a oferecer, então os lunaes mantêm vigilância mínima. -- E por que seu pai se dedicou tanto a construir essas máquinas voadoras? -- Para não depender do mar, é claro. Os dragões controlam todo o oceano, mas se tivermos transportes aéreos, estaremos acima das ameaças deles. Inaê não
Um par de generais que reinam sobre o caos: Aquamarine e Berilo, as mãos do rei Não. Inaê não podia acreditar que a relíquia de sua família, passada a ela há tão pouco tempo, quebrara com essa facilidade. Diante de tão chocante visão, a jovem perdeu o foco por um segundo, e o general acertou um chute na lateral de seu tronco. Ela caiu a centímetros da beirada do muro. Sarang, que observava a cena de longe, deu um passo à frente, sendo impedida por Eloni. -- O que você pode fazer contra ele se Kailani tem dificuldade? – ele a puxou de volta – Ela nos mandou embora porque sabe que o general pode nos aniquilar com um dedo. Viu o que ele fez com o zepelim. &nbs
Ao acordar, Inaê se viu deitada numa cama macia, como há bastante tempo não acontecia. Com a mente ainda confusa, por um instante pensou que estava em casa e tivera um sonho ruim, mas espiando por entre as pálpebras entreabertas, não reconheceu o quarto. Então a memória de enfrentar Berilo voltou. -- Onde eu estou? – sua voz estava tão fraca, só alguém do lado da cama ouviria. -- No hospital – Meri estava sentada junto ao leito – Está dormindo há quase um dia inteiro. -- Eu segurei a onda, não foi? Tirei os submarinos dela? – se sentou num pulo. Meri gesticulou para que se acalmasse.