Uma pérola elegante, há muito aguardada como um milagre: uma lenda que resplandece em esperança hoje
Navegando ali, no meio do nada, na fronteira entre as águas lunaes e de Lus, a última coisa que o guarda-marinha lunae Francis esperava ver era um dragão. Apareceu um brilho estranho no horizonte antes das cabeças assustadoras dos senhores do mar emergirem, e a contra-almirante Anne o chamou, questionando o que era aquilo.
Munido de binóculos, ele descreveu o que via ao longe:
-- Tem um monte de dragões, e eu acho que tem uma pessoa no meio deles. Agora um deles pegou ela, estão olhando para o céu... Senhora, eles estão voando! Os senhores do mar estão voando! Não acredito, estão indo e
Inaê se debateu para se livrar do golfinho e tentou nadar de volta, mas outros dois cetáceos barraram seu caminho. -- O que estão fazendo? Preciso voltar ao navio, a Sarang vai acabar se afogando! Os golfinhos guincharam e a cutucaram com os focinhos compridos. Inaê sentiu medo vindo deles, a preocupação dos animais era bem palpável, mas preocupação com o quê? Independente disso, Inaê não podia se demorar, sua energia não duraria para sempre naquela tempestade. Passou por entre os dois golfinhos e nadou para Sarang, que começava a parecer desesperada. Atr&
Dor, cansaço, tremor em cada músculo do corpo, e a sensação da pele em contato com... areia? Sim, areia úmida, estava deitada sobre ela. Inaê prestou atenção a tudo e, antes de abrir os olhos, sabia que estava em uma praia e provavelmente já passava de três da tarde, segundo a temperatura do sol em sua pele. Lentamente abriu os olhos, com mais dificuldade do que pensou, e sentindo uma enorme fraqueza e tremor em todo o seu corpo, conseguiu se erguer nos cotovelos. Então é assim que é ser um náufrago? -- Está viva, moça? – uma vozinha chamou atrás e Inaê virou a cabeça para ver um menino baixinho encarando-a. -- Oi – estava muito rouca,
No meio da madrugada, Inaê acompanhou Roque e alguns soldados a uma cidadezinha a vinte minutos do acampamento. O rapaz explicou enquanto andavam: -- A pesquisa de máquinas voadoras foi mantida em sigilo absoluto, e os testes eram feitos aqui, numa cidade perto do mato que não tem tanto a oferecer, então os lunaes mantêm vigilância mínima. -- E por que seu pai se dedicou tanto a construir essas máquinas voadoras? -- Para não depender do mar, é claro. Os dragões controlam todo o oceano, mas se tivermos transportes aéreos, estaremos acima das ameaças deles. Inaê não
Um par de generais que reinam sobre o caos: Aquamarine e Berilo, as mãos do rei Não. Inaê não podia acreditar que a relíquia de sua família, passada a ela há tão pouco tempo, quebrara com essa facilidade. Diante de tão chocante visão, a jovem perdeu o foco por um segundo, e o general acertou um chute na lateral de seu tronco. Ela caiu a centímetros da beirada do muro. Sarang, que observava a cena de longe, deu um passo à frente, sendo impedida por Eloni. -- O que você pode fazer contra ele se Kailani tem dificuldade? – ele a puxou de volta – Ela nos mandou embora porque sabe que o general pode nos aniquilar com um dedo. Viu o que ele fez com o zepelim. &nbs
Ao acordar, Inaê se viu deitada numa cama macia, como há bastante tempo não acontecia. Com a mente ainda confusa, por um instante pensou que estava em casa e tivera um sonho ruim, mas espiando por entre as pálpebras entreabertas, não reconheceu o quarto. Então a memória de enfrentar Berilo voltou. -- Onde eu estou? – sua voz estava tão fraca, só alguém do lado da cama ouviria. -- No hospital – Meri estava sentada junto ao leito – Está dormindo há quase um dia inteiro. -- Eu segurei a onda, não foi? Tirei os submarinos dela? – se sentou num pulo. Meri gesticulou para que se acalmasse.
Com o cair da noite, vem a calmaria antes da próxima tempestade, o prelúdio de mais um dia vermelho Voar era muito bizarro. Na hora em que o zepelim se separou do chão, Inaê se agarrou a um corrimão no corredor e só o largou depois que a nave se estabilizou. Ela não foi a única a ter essa reação. Todos que não eram de Lus ficaram assustados, o que trouxe risos aos nativos, já acostumados. A estrutura até que lembrava um navio, porém, sem convés superior. O chão oscilava com tremores repentinos que quase derrubavam os desprevenidos. Depois de meia hora numa dança para manter o equilíbrio, Inaê desistiu e deixou-se cair sentada no meio do corredor. Foi assim que Meri a encontrou. -- O qu
Meri foi a segunda a descer pela escada de corda, também recebida por um abraço de Marisol. Jeanne e os demais tripulantes as encheram de perguntas: como chegaram ali, que máquina voadora era aquela, como funcionava e se ia ajudar contra Lunae. Meri respondeu de uma vez: -- Essa aeronave nos trouxe de Lus, mas era sua única função, não tem o dever de nos acompanhar além daqui. Agora, qual é a situação? Jeanne explicou que os navios delfinos montavam cerco a Lunae há alguns dias, mas só ontem chegara a corveta com Marisol e completara a frota. A única embarcação que tentou conseguir passar pelo bloqueio foi o destroier U
De agora em diante, que eu seja como uma tormenta e destrua tudo em nome da renovação Inaê enxugou as lágrimas antes que mais alguém notasse e tomou a carta da mão de Marisol. -- Não chore agora. Vem aqui – puxou a mão da irmã e desceram até os quartos vazios dos tripulantes, onde a mais velha deixou a tristeza sair, abafando os gritos no ombro da caçula – Não o faça na frente dos outros. Ondina me ensinou que isso deve ficar para depois. -- Inaê, não está chorando – ela estranhou ao erguer a cabeça. -- Já chorei um pouco, mas agora não é hora para isso, não podemos perder o controle – sentiram o en