Me distanciei de tudo que conhecia para proteger aqueles que eu amava. E após todo esse tempo, é hora de retornar
O submarino não permaneceu muito tempo aberto, uma vez que era mais rápido debaixo d’água. Depois que a maioria das dúvidas de Sango e Ashima fora sanada, Inaê lembrou que podia entendê-los, mas nenhum dos dois saberia se comunicar com os delfinos. Para não precisar servir de tradutora, a jovem fez o mesmo que Sango, passando mentalmente seu conhecimento linguístico.
-- Entende o que eu falo? – perguntou no idioma delfino. Os primos assentiram, para seu completo alívio. Não estava cem por cento confiante no sucesso.
A viagem submersa durou dois dias e meio, umas três vezes
Incapaz de se manter de pé, Inaê caiu sentada, se sentindo mais cansada do que jamais estivera. Marisol se ajoelhou ao seu lado e a abraçou. -- É você mesmo, irmãzinha? Não acredito que está aqui, graças a todos os astros – ela tremia, à beira das lágrimas. Ao redor, outros também se agitavam. A jovem se levantou, trêmula, para saudar os ilhéus, que se empurravam para chegar a ela. -- A princesa nos salvou! -- É ela! Ela está aqui! -- A princesa Inaê está de volta! -- Viu
Depois de retirar a bala de seu quadril em um procedimento bem menos complicado que o esperado, Aquamarine entrou imediatamente em contato com o rei e relatou o que acontecera na ilha. Hesitou na hora de falar de Inaê e só encarou o microfone, até a voz do rei chiar impaciente no radiotransmissor: -- E então? Prossiga. -- Encontrei a moça de quem o senhor falou, a princesa de olhos verdes. -- E? – ele cobrou após um momento de silêncio, a voz tomada por uma mal disfarçada apreensão. Aquamarine engoliu em seco.  
A chegada do veleiro Sombra do Fogo a Lunae foi atrasada devido à embarcação não ser motorizado e à furtividade exigida pela missão. Quando o continente apareceu no horizonte, a pequena tripulação ancorou o navio e aguardou escurecer para se aproximar da costa. Janaína, Thomas e Kay, membros da Marinha e da Força Policial, desceram em um bote e seguiram para a praia deserta ao lado do porto. Janaína tinha experiência em missões de infiltração, fizera algumas na companhia de Meri e Dario, na época da guerra com a Ilha Hipocampo. O porto estava deserto exceto por vigias em rondas, todos com lanternas na mão. Thomas apontou seu rifle de pressão para o mais próximo e atirou. O homem caiu com um baque surdo, sem saber o que o a
Neste dia fatídico, ela parte, deixando toda a esperança de seu ser como herança A queda até o chão se deu em câmera lenta, e o baque surdo de seu corpo no piso soou muito distante, bem como o riso de escárnio do rei. Janaína tentou estancar o sangramento, mas fora alvejada em mais de cinco órgãos vitais, sua experiência policial não lhe dava esperança de recuperação. Sua visão começou a escurecer até sua faca de osso, caída a centímetros de seu rosto, não ser mais reconhecível. Droga. Estou morrendo, não completei a missão por ter subestimado meu oponente. Falhei em meu dever mais importante, não protegi minha família. Sempre ouvira que a vida passa como um filme na
-- Olá, Inaê – Tentáculos cumprimentou. A jovem ficou de pé na prancha. Apesar de sua presença ser sempre imponente e uma incrível visão, ela não demonstrou sua surpresa, e questionou secamente: -- O que traz sua presença ilustre a este lugar? -- Queríamos falar com você – Chifres respondeu – Não nos deu oportunidade desde sua partida repentina de Uminami. -- Parti na hora certa – ela respondeu – Se tivesse demorado mais, teria perdido minha casa. Alguns deles se entreolharam, e surpreendentemente, foi Dente-de-Sabre que tomou a palavra:  
Uma pérola elegante, há muito aguardada como um milagre: uma lenda que resplandece em esperança hoje Navegando ali, no meio do nada, na fronteira entre as águas lunaes e de Lus, a última coisa que o guarda-marinha lunae Francis esperava ver era um dragão. Apareceu um brilho estranho no horizonte antes das cabeças assustadoras dos senhores do mar emergirem, e a contra-almirante Anne o chamou, questionando o que era aquilo. Munido de binóculos, ele descreveu o que via ao longe: -- Tem um monte de dragões, e eu acho que tem uma pessoa no meio deles. Agora um deles pegou ela, estão olhando para o céu... Senhora, eles estão voando! Os senhores do mar estão voando! Não acredito, estão indo e
Inaê se debateu para se livrar do golfinho e tentou nadar de volta, mas outros dois cetáceos barraram seu caminho. -- O que estão fazendo? Preciso voltar ao navio, a Sarang vai acabar se afogando! Os golfinhos guincharam e a cutucaram com os focinhos compridos. Inaê sentiu medo vindo deles, a preocupação dos animais era bem palpável, mas preocupação com o quê? Independente disso, Inaê não podia se demorar, sua energia não duraria para sempre naquela tempestade. Passou por entre os dois golfinhos e nadou para Sarang, que começava a parecer desesperada. Atr&
Dor, cansaço, tremor em cada músculo do corpo, e a sensação da pele em contato com... areia? Sim, areia úmida, estava deitada sobre ela. Inaê prestou atenção a tudo e, antes de abrir os olhos, sabia que estava em uma praia e provavelmente já passava de três da tarde, segundo a temperatura do sol em sua pele. Lentamente abriu os olhos, com mais dificuldade do que pensou, e sentindo uma enorme fraqueza e tremor em todo o seu corpo, conseguiu se erguer nos cotovelos. Então é assim que é ser um náufrago? -- Está viva, moça? – uma vozinha chamou atrás e Inaê virou a cabeça para ver um menino baixinho encarando-a. -- Oi – estava muito rouca,