Víctor, um jovem rei forçado a assumir o trono aos 20 anos de idade, estava a caçar com os seus guerreiros longe do reino. Enquanto exploravam a floresta em busca dos melhores servos para caçar, depararam-se com o belo cavalo de Luna, que estava mal amarrado e caminhava sozinho. Preocupado com a segurança do animal, Víctor pediu aos seus súbditos que o amarrassem e decidiu dar um passeio solitário pelo bosque. Aí encontrou Luna a dormir tranquilamente, encostada a um carvalho. Impressionado com a beleza da jovem, decidiu se aproximar dela, mas apenas se escondeu entre os arbustos e a observou de longe, esperando que ela acordasse para se aproximar.
Luna acordou de repente, assustada e com a sensação de estar a ser observada. Quando se virou para olhar para a árvore onde o seu cavalo estava amarrado, ficou assustada ao perceber que este tinha fugido. Agora estava sozinha em território hostil e sem o seu meio de transporte, o que só aumentava a sua angústia e medo.Determinada a encontrar o seu cavalo e a sair dali o mais depressa possível, Luna começou a chamar por ele, mas o único som que ouviu em resposta foi um galho a estalar. A sua intuição avisou-a de que a fonte do som era um ser muito maior e mais perigoso do que o seu cavalo, e não demorou muito até que Víctor aparecesse, correndo na sua direção.
Luna estava aterrorizada e Víctor pensou que os seus súbditos poderiam facilmente confundi-la com um animal de caça enquanto ela corria e abatê-la. Desesperada, a princesa correu o mais depressa que conseguiu, com Víctor no seu encalço. Infelizmente, não reparou na armadilha que estava no caminho e acabou por pisá-la, ficando presa.A dor que Luna sentia era insuportável, e ela não conseguia tirar o pé da armadilha, apenas sentia o metal a apertar ainda mais a pele frágil do seu tornozelo. Em agonia, gritou tão alto que os pássaros do campo em redor voaram para longe. Empurrando o mais que podia, tentando aliviar a pressão no tornozelo, a princesa tentou desesperadamente libertar-se antes que fosse tarde demais.
A dor que Luna sentia era insuportável, e ela não conseguia tirar o pé da armadilha, apenas sentia o metal a apertar ainda mais a pele frágil do seu tornozelo. Em agonia, gritou tão alto que os pássaros do campo em redor voaram para longe. Empurrando o mais que podia, tentando aliviar a pressão no tornozelo, a princesa tentou desesperadamente se libertar antes que fosse tarde demais.
— Não faça mais força, deixe-me te ajudar. — disse Víctor, que se ajoelhou à frente dela, usou a sua força para abrir a armadilha e, chorando, Luna conseguiu retirar o tornozelo gravemente ferido.
Victor tirou uma tira de pano e a enrolou em volta da ferida. Luna chorava muito e os seus gritos levaram os outros homens até lá. O rei a toma nos braços. A jovem não sabia se podia confiar nele, mas estava numa situação dolorosa e podia ser devorada por animais selvagens se ficasse assim a sangrar na floresta. A colocou em cima do seu cavalo, o sangue sujou o animal, Victor montou atrás dela e guiou as rédeas.O cheiro suave do cabelo dela invadiu os sentidos do rei, mas ele precisava de pôr o cavalo a andar e chegar a uma feiticeira para tratar a ferida. Luna sentia a sua força a diminuir com o sangue que lhe escorria do corpo, percebeu ele, e o seu coração apertou-se. Chegaram à cabana do feiticeiro Kalleb. Ele ficou surpreendido com a presença do rei, que raramente visitava aquela área.
― Preciso que você cuide dela! ― Victor a colocou gentilmente na cama. O feiticeiro sentiu o poder sombrio na jovem e olhou para cima, assustado. ― Depressa!
Kalleb teve que seguir as ordens do rei, ou estaria em apuros. Ele verificou o tornozelo de Luna e simplesmente se afastou, comunicando-se com Victor.
― Não há nada que possamos fazer.
― Como assim nada? Ela vai morrer sangrando! ― Victor estava assustado e Luna parecia inconsciente.
― Apenas aguarde, Majestade. ― disse o súdito.
Em questão de segundos, a ferida foi fechada magicamente, o que surpreendeu e assustou Victor.
― Como isso é possível? ― perguntou Victor.
O feiticeiro informou ao rei que Luna era uma criatura híbrida, parte lobisomem e parte vampira, possuindo o melhor de ambas as espécies. Victor, ao ouvir a notícia, pensou em usar essa informação contra seu antigo inimigo, Daniel, que havia matado seu pai em uma tentativa fracassada de tomar o Reino Dourado. A possibilidade de ter uma arma poderosa em suas mãos o instigou a agir rapidamente, e ele sorriu ao dizer...
― E eu nem precisei capturá-la, ela veio até mim! ― Victor sorriu ao revelar.
Ele ordenou que seus soldados vigiassem Luna imediatamente. Ela não poderia deixar as dependências de seu reino de forma alguma.
― Você deve temer uma criatura tão poderosa, Alteza, alguém como ela não se deixa dominar facilmente. ― advertiu um dos súditos.
Victor olhou para ela, parecia um anjo dormindo, bela e serena; não poderia ser tão hostil como Kalleb havia dito.
― Ela não me parece ameaçadora.
A tranquilidade do rei preocupou seu servo.
― Mas ela é. A Luna é filha do Daniel e, como tem o sangue dele, não duvides do que ela é capaz. ―
Victor se levantou imediatamente. Como é que ele podia usar a filha contra o pai? Não estava à espera que ela tivesse laços de sangue com o seu inimigo. — Filha? — perguntou Victor com surpresa. — Sim! — Então tenho de a eliminar com as minhas próprias mãos e invadir os portões de Flora. Essa será a minha vingança contra Daniel. — Diz o rei, exultante e com desejo de vingança. — Alteza, se me permite o conselho, deve usar os poderes dela contra o pai. Luna é mais forte que o próprio e os poderes da lua cheia vêm de Daniel, mas há também o da mãe dela, que foi a última vampira do mundo! — revelou o sujeito. — Ela não se submeteria a mim... — Victor expressou incerteza. — Se ela estiver apaixonada, fará qualquer coisa, Alteza! Victor estava consciente dos desafios que tinha pela frente, enquanto refletia sobre a proposta do feiticeiro. Ele sabia que Luna possuía um poder imenso, o que significava que controlá-la seria uma tarefa difícil. No entanto, o rei também compreendia que a capacidade de Luna poderia ser uma vantagem valiosa se fosse usada corretamente.Ele ponderou a melhor abordagem para lidar com a situação. Reconheceu que, ao invés de tentar controlar Luna com sua imposição real, seria mais eficaz trabalhar com ela, guiando seu poder e ajudando-a a desenvolver seu potencial, e claro, manipulando-a para satisfazer seu desejo de vingança. Além disso, planejava pesquisar e estudar o poder de Luna.
― Quero me casar com ela, torná-la rainha! Veja o futuro, diga-me se estou tomando a decisão certa! ― exigiu Victor imediatamente.
O feiticeiro, intrigado pela questão do casamento entre o Rei Victor e Luna, decide usar seus poderes para tentar ver o futuro e obter uma resposta. No entanto, ao tentar, deparou-se com uma força maior que o impediu de ver claramente o desfecho da história.
Este bloqueio misterioso indicava que o destino do casal era incerto, e que suas escolhas e ações teriam um papel fundamental em determinar o que viria. O feiticeiro lembrou a Victor que, apesar das limitações de seu poder, o futuro ainda estava em suas mãos.
― Não consigo ver além, Majestade, ela é tão poderosa que seu poder consegue bloquear o meu! ― revelou o feiticeiro, frustrando o rei.
― Então, receio que teremos que seguir o curso natural das coisas! ― Victor temia arriscar seu reino e o futuro, mas seu desejo de vingança era maior.
Luna, acordando assustada, percebeu a presença de Victor e do feiticeiro a observando. Sentando-se na cama, ela rapidamente verificou suas roupas e notou que a ferida em sua perna havia se regenerado completamente. Essa recuperação rápida a deixou surpresa e curiosa sobre o que poderia ter acontecido.
Com uma mistura de admiração e questionamento em seus olhos, Luna olhou para Victor e o feiticeiro em busca de explicações. Ela estava ciente de seu imenso poder, mas uma regeneração tão rápida de uma ferida era algo que a intrigava profundamente.
Victor, percebendo o desconforto e a curiosidade de Luna, decidiu ser transparente com ela. Explicou que, enquanto ela estava inconsciente, o feiticeiro havia usado seus poderes para acelerar o processo de cicatrização de sua perna.
― Obrigada! ― disse Luna ao tentar se levantar, mas estava com fome e ainda fraca. Victor a segurou, e esse contato físico os deixou desconfortáveis.
Com cuidado, ele a fez voltar para a cama.
― Fique calma, Luna, você está sob meus cuidados. ― comunicou Victor, aproximando-se dela.
― Não sei se isso me acalma ou me assusta! ― disse Luna, constrangida.
Victor se sentou ao lado dela na cama e sorriu gentilmente, enquanto o feiticeiro os observava atentamente.
― Eu sei quem você é e de onde vem, mas seus belos olhos me fizeram esquecer o passado. Eu coloco meu reino aos seus pés, quero que você se torne minha rainha! ― o rei se curvou para ela, na esperança de que sua formalidade a fizesse aceitar o pedido de casamento.
― Fui exilada do meu reino, enviada em uma missão que nunca poderei cumprir. Além disso, carrego uma maldição que gradualmente consome minha alma. O sentimento de impotência é avassalador, e tudo o que mais desejo é ser livre para buscar uma cura. ― Luna chorou ao revelar a maldição que a consumia.
― Podemos curá-la, Luna! Fique e aceite o que estou oferecendo. ― insistiu Victor, o desejo de dominar sua filha para usá-la contra seu pai o motivando.
― Victor é poderoso, jovem princesa, confie nele, e você será livre. ― as palavras do feiticeiro fizeram Luna chorar ainda mais. Victor segurou a mão de Luna.
― Essa maldição que me aflige parece não ter piedade, ela lentamente elimina tudo o que sou, minando minha esperança e alegria de viver. Tenho medo de ferir as pessoas e devo me afastar de todos! ― Luna tentou fazer com que eles entendessem sua dor e seu medo.
― Kalleb desenvolverá uma poção para que você não se transforme na lua cheia, aceite-me, princesa! ― insistiu Victor.
Luna se viu diante de uma dolorosa encruzilhada, tendo que escolher entre viver com o rei a quem fora designada para assassinar ou fugir para um destino incerto. Ela sabia que não queria se casar e que seu verdadeiro desejo era viver livremente, ajudando aqueles necessitados no reino. No entanto, a maldição que a afligia a impedia de interagir com os outros, tornando seu sonho quase inatingível. Estava enfrentando uma combinação mortal de licantropia e uma sede de sangue da qual não tinha consciência.Com uma expressão cansada e conflituosa, Luna expressou sua necessidade de tempo para pensar. A próxima lua cheia estava se aproximando rapidamente, em apenas seis dias, e se o feiticeiro fosse capaz de encontrar uma poção que controlasse sua maldição, então ela poderia considerar a proposta de casamento de Victor.― Eu preciso de tempo. A próxima lua cheia virá em seis dias. Se até lá seu feiticeiro desenvolver uma poção para aprisionar a maldição, então eu posso considerar sua proposta
Victor e a jovem princesa permaneceram na cabana. Luna, apesar de sentir uma crescente conexão com o rei, ainda estava descobrindo seu papel e seus sentimentos em relação a ele. Ela se perguntava como deveria agir, com medo de parecer muito submissa ou distante. A maldição que a afligia também a impedia de se abrir completamente e expressar seus verdadeiros sentimentos. ― Vou preparar algo para o jantar. Não sei preparar muita coisa, mas vou tentar! ― Luna quis agradar seu protetor, mesmo sem ter aptidão para a culinária. O rei apenas se recostou na cadeira e observou como ela agia e a graça de cada um de seus movimentos. Luna estava nervosa. Nunca tinha estado sozinha na companhia de um homem antes e, além disso, ele logo poderia ser seu marido. ― O Rei Daniel não estava pensando em arranjar um casamento para você? ― Victor perguntou de repente. Nervosamente, ela se virou para ele. ― Papai acha que sou nova demais para isso! E eu concordo! ― respondeu. ― Você é uma mulher adult
Gabriel, cumprindo sua missão de vigiar Luna, se aproximou da cabana e ouviu algumas risadas suaves, seguido por um vislumbre da bela garota cavalgando graciosamente pelos arredores.Ele se maravilhou com sua beleza e seus cabelos negros ao vento, reconhecendo a presença de um verdadeiro anjo na forma feminina. Essa visão fez com que ele se questionasse como Victor poderia desejar vingança contra alguém tão encantadora.Luna, percebendo a chegada de Gabriel, caminhou em sua direção, trazendo consigo seu sorriso que iluminava o lugar. Ela estava um pouco curiosa para conhecer o rapaz que agora a observava tão insistente. Mesmo que seu coração estivesse cheio de incertezas e decepções sobre seu casamento com Victor, a presença deste jovem trouxe um pouco de alívio e esperança no meio da solidão da cabana.— Vossa Alteza, eu sou Gabriel, seu servo, e estou aqui para saber se precisa de alguma coisa? — Gabriel perguntou.— Prazer em conhecê-lo senhor Gabriel, estou feliz que tenha vindo a
Victor esperava com ansiedade a chegada do feiticeiro Kalleb, seu coração batia desesperadamente, até que finalmente ele apareceu. Luna havia perdido tanto sangue que estava inconsciente, e os dois homens trocaram olhares assustados, temendo que esse fosse o fim para a jovem. Medo e apreensão estavam em seus rostos enquanto esperavam por um milagre que pudesse salvar a vida de Luna.— Diga algo! Use sua magia e salve-a! — o rei implorou ao feiticeiro.— Vossa Majestade, temo que o feitiço que usei para conter seu poder a deixou sem a capacidade de se regenerar de seus ferimentos.— Droga! Eu a matei, matei minha esposa! — Victor aproximou-se da cama, tocou sua mão e sentiu-se culpado.O rei Victor saiu do quarto, uma tempestade de fúria estava dentro de si, pronto para consumir qualquer um que ousasse cruzar seu caminho. Com determinação implacável, ele convocou os guerreiros mais destemidos Dourado, determinado a fazer justiça e descobrir quem havia ousado torná-lo viúvo antes mesmo d
Uma das criadas do castelo, sabia dos olhares trocados entre Luna e Gabriel, se sentiu desconfortável com a cena. Sem perder tempo, ela iniciou uma conversa com outras criadas, espalhando um boato que poderia ter consequências prejudiciais tanto para a rainha quanto para Gabriel. Essas palavras maliciosas rapidamente se espalharam pelos corredores do castelo, alimentando as fofocas e intrigas entre os servos e funcionários. Toda essa movimentação poderia desencadear uma série de eventos que abalariam a estabilidade do reino e colocariam em risco a reputação da rainha e o relacionamento entre Victor e Gabriel.A volta de Gabriel ao castelo tocou profundamente o coração de Victor. A amizade e o afeto de seu amigo haviam sido uma presença constante em sua vida desde que ele foi obrigado pelas circunstâncias a assumir o trono. O rei precisava pensar melhor, Victor decidiu fazer um passeio a cavalo, buscando clareza em seus pensamentos e tomar decisões.Victor não está errado em desejar que
Na suave manhã do dia seguinte, o momento tão esperado chegou para Victor, que esperava pacientemente os raios do sol beijarem o horizonte e anunciarem o amanhecer. Ele abriu as cortinas de seu quarto e olhou para a cama, como se algo importante estivesse faltando.Com ansiedade no coração e o desejo latente de compartilhar um momento especial com sua esposa, a doce e delicada presença de Luna começou a se manifestar na forma de um delicado bocejo e um sonolento bom dia enquanto ela se aproximava da mesa real. Seus olhos se abriram, curiosos e brilhantes, ela cordialmente se levantou para cumprimentá-lo, seus olhos encontrando os de Victor, que estava ali, pronto para receber o primeiro sorriso do dia.Enquanto o aroma que vina do café fresco recém-coado pairava no ar, o rei convidou Luna para se juntar a ele na refeição matinal. Aquele momento compartilhado em torno da mesa, dividindo uma comida saborosa, foi preenchido com olhares gentis. Foi então que Victor percebeu que o momento
Alguns dias se passaram, e uma falsa paz parecia se estabelecer no reino com as notícias mentirosas de que o Rei Daniel havia desistido do ataque rondando os corredores do castelo.O povo do Reino Dourado ansiava pela presença e atenção de seu amado monarca, Rei Victor. Quando seu pai ainda governava com sabedoria e compaixão, ele caminhava entre seus súditos, atento às suas necessidades e preocupações, conhecendo cada canto do castelo e o jovem não fazia o mesmo.Victor semprequis seguir os passos de seu pai, buscando ser um líder exemplar que estivesse verdadeiramente próximo de seu povo. Ele entendia a importância de nutrir uma conexão verdadeira com seus súditos e se manter informado sobre tudo o que acontecia ao redor do palácio.Sentindo o chamado do dever e que precisava urgente estar mais próximo de seu povo, Rei Victor tomou uma decisão decisiva: ele precisava ir até eles sem demora.Ele acreditava que essa era a oportunidade era boa para fortalecer os laços com seus súditos
Ao voltarerem ao acampamento, Luna e o Rei Victor foram recebidos por muitos falatórios e acusações. Era claro que, apesar dos esforços de Gabriel para conter a situação, todos diziam que a rainha havia tirado a vida da escrava e os súditos acreditavam naquela história sem dar chance para dúvida.Victor, ao lado dela, sentia a raiva borbulhar em seu peito. Estava disposto a proteger e defender sua amada esposa contra todas as probabilidades, mas sabia que enfrentar essas acusações exigiria mais do que sua vontade. Era uma batalha contra seu povo.— Vossa Alteza, você deve eliminá-la! Antes que ela devore a todos nós! — gritavam os súditos e nobres.— Luna não é culpada! — exclamou Victor. E ela estava disposta a se entregar, mas ele não permitiria.— E onde estava sua bela esposa enquanto uma vida era tirada? — perguntou um dos homens.— Comigo, no rio! — respondeu Victor imediatamente, suas roupas molhadas confirmavam sua versão dos eventos. Claro que um casal recém unido, gastaria um