Capítulo 2 - Encontro

Víctor, um jovem rei forçado a assumir o trono aos 20 anos de idade, estava a caçar com os seus guerreiros longe do reino. Enquanto exploravam a floresta em busca dos melhores servos para caçar, depararam-se com o belo cavalo de Luna, que estava mal amarrado e caminhava sozinho. Preocupado com a segurança do animal, Víctor pediu aos seus súbditos que o amarrassem e decidiu dar um passeio solitário pelo bosque. Aí encontrou Luna a dormir tranquilamente, encostada a um carvalho. Impressionado com a beleza da jovem, decidiu se aproximar dela, mas apenas se escondeu entre os arbustos e a observou de longe, esperando que ela acordasse para se aproximar.

Luna acordou de repente, assustada e com a sensação de estar a ser observada. Quando se virou para olhar para a árvore onde o seu cavalo estava amarrado, ficou assustada ao perceber que este tinha fugido. Agora estava sozinha em território hostil e sem o seu meio de transporte, o que só aumentava a sua angústia e medo.

Determinada a encontrar o seu cavalo e a sair dali o mais depressa possível, Luna começou a chamar por ele, mas o único som que ouviu em resposta foi um galho a estalar. A sua intuição avisou-a de que a fonte do som era um ser muito maior e mais perigoso do que o seu cavalo, e não demorou muito até que Víctor aparecesse, correndo na sua direção.

Luna estava aterrorizada e Víctor pensou que os seus súbditos poderiam facilmente confundi-la com um animal de caça enquanto ela corria e abatê-la. Desesperada, a princesa correu o mais depressa que conseguiu, com Víctor no seu encalço. Infelizmente, não reparou na armadilha que estava no caminho e acabou por pisá-la, ficando presa.

A dor que Luna sentia era insuportável, e ela não conseguia tirar o pé da armadilha, apenas sentia o metal a apertar ainda mais a pele frágil do seu tornozelo. Em agonia, gritou tão alto que os pássaros do campo em redor voaram para longe. Empurrando o mais que podia, tentando aliviar a pressão no tornozelo, a princesa tentou desesperadamente libertar-se antes que fosse tarde demais.

A dor que Luna sentia era insuportável, e ela não conseguia tirar o pé da armadilha, apenas sentia o metal a apertar ainda mais a pele frágil do seu tornozelo. Em agonia, gritou tão alto que os pássaros do campo em redor voaram para longe. Empurrando o mais que podia, tentando aliviar a pressão no tornozelo, a princesa tentou desesperadamente se libertar antes que fosse tarde demais.

— Não faça mais força, deixe-me te ajudar. — disse Víctor, que se ajoelhou à frente dela, usou a sua força para abrir a armadilha e, chorando, Luna conseguiu retirar o tornozelo gravemente ferido.

Victor tirou uma tira de pano e a enrolou em volta da ferida. Luna chorava muito e os seus gritos levaram os outros homens até lá. O rei a toma nos braços. A jovem não sabia se podia confiar nele, mas estava numa situação dolorosa e podia ser devorada por animais selvagens se ficasse assim a sangrar na floresta.

A colocou em cima do seu cavalo, o sangue sujou o animal, Victor montou atrás dela e guiou as rédeas.

O cheiro suave do cabelo dela invadiu os sentidos do rei, mas ele precisava de pôr o cavalo a andar e chegar a uma feiticeira para tratar a ferida. Luna sentia a sua força a diminuir com o sangue que lhe escorria do corpo, percebeu ele, e o seu coração apertou-se. Chegaram à cabana do feiticeiro Kalleb. Ele ficou surpreendido com a presença do rei, que raramente visitava aquela área.

― Preciso que você cuide dela! ― Victor a colocou gentilmente na cama. O feiticeiro sentiu o poder sombrio na jovem e olhou para cima, assustado. ― Depressa!

Kalleb teve que seguir as ordens do rei, ou estaria em apuros. Ele verificou o tornozelo de Luna e simplesmente se afastou, comunicando-se com Victor.

― Não há nada que possamos fazer.

― Como assim nada? Ela vai morrer sangrando! ― Victor estava assustado e Luna parecia inconsciente.

― Apenas aguarde, Majestade. ― disse o súdito.

Em questão de segundos, a ferida foi fechada magicamente, o que surpreendeu e assustou Victor.

― Como isso é possível? ― perguntou Victor.

O feiticeiro informou ao rei que Luna era uma criatura híbrida, parte lobisomem e parte vampira, possuindo o melhor de ambas as espécies. Victor, ao ouvir a notícia, pensou em usar essa informação contra seu antigo inimigo, Daniel, que havia matado seu pai em uma tentativa fracassada de tomar o Reino Dourado. A possibilidade de ter uma arma poderosa em suas mãos o instigou a agir rapidamente, e ele sorriu ao dizer...

― E eu nem precisei capturá-la, ela veio até mim! ― Victor sorriu ao revelar.

Ele ordenou que seus soldados vigiassem Luna imediatamente. Ela não poderia deixar as dependências de seu reino de forma alguma.

― Você deve temer uma criatura tão poderosa, Alteza, alguém como ela não se deixa dominar facilmente. ― advertiu um dos súditos.

Victor olhou para ela, parecia um anjo dormindo, bela e serena; não poderia ser tão hostil como Kalleb havia dito.

― Ela não me parece ameaçadora.

A tranquilidade do rei preocupou seu servo.

― Mas ela é. A Luna é filha do Daniel e, como tem o sangue dele, não duvides do que ela é capaz. ―

Victor se levantou imediatamente. Como é que ele podia usar a filha contra o pai? Não estava à espera que ela tivesse laços de sangue com o seu inimigo.

— Filha? — perguntou Victor com surpresa.

— Sim!

— Então tenho de a eliminar com as minhas próprias mãos e invadir os portões de Flora. Essa será a minha vingança contra Daniel. — Diz o rei, exultante e com desejo de vingança.

— Alteza, se me permite o conselho, deve usar os poderes dela contra o pai. Luna é mais forte que o próprio e os poderes da lua cheia vêm de Daniel, mas há também o da mãe dela, que foi a última vampira do mundo! — revelou o sujeito.

— Ela não se submeteria a mim... — Victor expressou incerteza.

— Se ela estiver apaixonada, fará qualquer coisa, Alteza!

Victor estava consciente dos desafios que tinha pela frente, enquanto refletia sobre a proposta do feiticeiro. Ele sabia que Luna possuía um poder imenso, o que significava que controlá-la seria uma tarefa difícil. No entanto, o rei também compreendia que a capacidade de Luna poderia ser uma vantagem valiosa se fosse usada corretamente.

Ele ponderou a melhor abordagem para lidar com a situação. Reconheceu que, ao invés de tentar controlar Luna com sua imposição real, seria mais eficaz trabalhar com ela, guiando seu poder e ajudando-a a desenvolver seu potencial, e claro, manipulando-a para satisfazer seu desejo de vingança. Além disso, planejava pesquisar e estudar o poder de Luna.

― Quero me casar com ela, torná-la rainha! Veja o futuro, diga-me se estou tomando a decisão certa! ― exigiu Victor imediatamente.

O feiticeiro, intrigado pela questão do casamento entre o Rei Victor e Luna, decide usar seus poderes para tentar ver o futuro e obter uma resposta. No entanto, ao tentar, deparou-se com uma força maior que o impediu de ver claramente o desfecho da história.

Este bloqueio misterioso indicava que o destino do casal era incerto, e que suas escolhas e ações teriam um papel fundamental em determinar o que viria. O feiticeiro lembrou a Victor que, apesar das limitações de seu poder, o futuro ainda estava em suas mãos.

― Não consigo ver além, Majestade, ela é tão poderosa que seu poder consegue bloquear o meu! ― revelou o feiticeiro, frustrando o rei.

― Então, receio que teremos que seguir o curso natural das coisas! ― Victor temia arriscar seu reino e o futuro, mas seu desejo de vingança era maior.

Luna, acordando assustada, percebeu a presença de Victor e do feiticeiro a observando. Sentando-se na cama, ela rapidamente verificou suas roupas e notou que a ferida em sua perna havia se regenerado completamente. Essa recuperação rápida a deixou surpresa e curiosa sobre o que poderia ter acontecido.

Com uma mistura de admiração e questionamento em seus olhos, Luna olhou para Victor e o feiticeiro em busca de explicações. Ela estava ciente de seu imenso poder, mas uma regeneração tão rápida de uma ferida era algo que a intrigava profundamente.

Victor, percebendo o desconforto e a curiosidade de Luna, decidiu ser transparente com ela. Explicou que, enquanto ela estava inconsciente, o feiticeiro havia usado seus poderes para acelerar o processo de cicatrização de sua perna.

― Obrigada! ― disse Luna ao tentar se levantar, mas estava com fome e ainda fraca. Victor a segurou, e esse contato físico os deixou desconfortáveis.

Com cuidado, ele a fez voltar para a cama.

― Fique calma, Luna, você está sob meus cuidados. ― comunicou Victor, aproximando-se dela.

― Não sei se isso me acalma ou me assusta! ― disse Luna, constrangida.

Victor se sentou ao lado dela na cama e sorriu gentilmente, enquanto o feiticeiro os observava atentamente.

― Eu sei quem você é e de onde vem, mas seus belos olhos me fizeram esquecer o passado. Eu coloco meu reino aos seus pés, quero que você se torne minha rainha! ― o rei se curvou para ela, na esperança de que sua formalidade a fizesse aceitar o pedido de casamento.

― Fui exilada do meu reino, enviada em uma missão que nunca poderei cumprir. Além disso, carrego uma maldição que gradualmente consome minha alma. O sentimento de impotência é avassalador, e tudo o que mais desejo é ser livre para buscar uma cura. ― Luna chorou ao revelar a maldição que a consumia.

― Podemos curá-la, Luna! Fique e aceite o que estou oferecendo. ― insistiu Victor, o desejo de dominar sua filha para usá-la contra seu pai o motivando.

― Victor é poderoso, jovem princesa, confie nele, e você será livre. ― as palavras do feiticeiro fizeram Luna chorar ainda mais. Victor segurou a mão de Luna.

― Essa maldição que me aflige parece não ter piedade, ela lentamente elimina tudo o que sou, minando minha esperança e alegria de viver. Tenho medo de ferir as pessoas e devo me afastar de todos! ― Luna tentou fazer com que eles entendessem sua dor e seu medo.

― Kalleb desenvolverá uma poção para que você não se transforme na lua cheia, aceite-me, princesa! ― insistiu Victor.

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