Com uma expressão cansada e conflituosa, Luna expressou sua necessidade de tempo para pensar. A próxima lua cheia estava se aproximando rapidamente, em apenas seis dias, e se o feiticeiro fosse capaz de encontrar uma poção que controlasse sua maldição, então ela poderia considerar a proposta de casamento de Victor.
― Eu preciso de tempo. A próxima lua cheia virá em seis dias. Se até lá seu feiticeiro desenvolver uma poção para aprisionar a maldição, então eu posso considerar sua proposta de casamento! ― respondeu ela ao Rei Victor.
Ela precisava desesperadamente de uma solução para sua condição, um meio de controlar a maldição que a atormentava. A perspectiva de ficar presa em um casamento indesejado a atormentava, mas também estava ciente de que talvez não tivesse outra escolha.
Olhando para o feiticeiro Kalleb, Victor decidiu aceitar o pedido de Luna, mesmo sabendo que não seria do seu melhor interesse adormecer a besta que havia dentro dela.
― Claro, faremos como você deseja! ― respondeu Victor.
Victor, determinado a garantir o bem-estar de Luna, decidiu enviar uma dama de companhia para a cabana onde ela estava vivendo. Essa pessoa seria responsável por cuidar de Luna, oferecer-lhe companhia e apoio durante este período. Além disso, ele assegurou que o cavalo da jovem princesa fosse bem cuidado e alimentado; ele pretendia agradá-la de todas as maneiras possíveis. Enquanto isso, o feiticeiro Kalleb e Victor estavam tendo conversas secretas dentro do palácio, longe dos ouvidos de Luna.
― Você acha que ela vai concordar? ― perguntou Victor ansiosamente.
― Não sei, Alteza, esta jovem me parece uma grande incógnita. Parece genuíno o desejo dela de aprisionar a fera. ― respondeu o servo.
― Tente uma poção que apenas pareça acalmá-la. Preciso saber até onde seu poder alcançará.
― Perdoe-me por ser tão ousado, Victor, mas você pretende gerar descendência com a filha de Daniel? ― ousou perguntar o súdito.
Victor socou a mesa à sua frente, suas pupilas dilatadas, o ódio evidente em cada detalhe de sua expressão.
― O sangue dessa família não se misturará com o meu, jamais coabitarei com ela ou a tocarei maritalmente. Assim que Luna matar seu pai, darei a ela a liberdade que deseja e longe do meu reino! ― expressou Victor sua decisão.
O feiticeiro Kalleb percebeu que as palavras do Rei Victor não transmitiam total convicção e confiança. Sabia que Luna, apesar de ser portadora de uma maldição assombrosa, possuía uma beleza e doçura que poderiam facilmente cativar o coração do rei. Esta possibilidade de despertar o amor em Victor era uma preocupação para o feiticeiro, pois poderia distrair do objetivo principal: ter o poder de Luna ao seu lado para proteger o reino de possíveis invasões e matar o inimigo.
O feiticeiro sabia que a situação era complexa e delicada. Luna tinha o potencial de conquistar o coração de Victor, e isso poderia interferir nos planos e objetivos estabelecidos para proteger o reino. Era necessário encontrar um equilíbrio entre a força de Luna, o possível afeto de Victor e a ameaça iminente do Rei Daniel.
Com essas preocupações em mente, o feiticeiro Kalleb decidiu que seria importante monitorar de perto o relacionamento entre Luna e Victor. Ele pretendia usar sua sabedoria e influência para garantir que o foco principal não se perdesse e que o poder de Luna continuasse sendo direcionado para a proteção e segurança do reino.
Ele considerou usar sua magia para impedir o rei de se apaixonar por Luna, mas precisava buscar conhecimento em seus livros de magia para fazê-lo.
Enquanto na cabana, Luna foi visitada por uma dama de companhia que foi designada para ensiná-la a se comportar como uma boa esposa. A dama de companhia pensava nas habilidades domésticas de Luna, como cozinhar e como se comportar diante das autoridades, preparando-a para os deveres e expectativas de uma futura rainha.
No entanto, Luna sentia uma profunda resistência a este treinamento. Não tinha interesse em aprender a ser uma esposa submissa e conformar-se às tradições da corte. Sua mente e seu coração estavam focados em seu reino e nas pessoas que deixara para trás. A saudade de casa e a preocupação com seu povo a distraíam constantemente, tornando difícil para ela se concentrar nas lições de etiqueta e protocolo.
A presença constante da dama de companhia e as lições sobre como ser uma esposa adequada apenas reforçavam o sentimento de aprisionamento e limitação que Luna estava vivenciando. Ela se perguntava se deveria permanecer naquela cabana, se conseguiria encontrar uma cura para sua maldição e se teria alguma vez a chance de ajudar seu povo novamente.
― Suponho que terei que voltar outro dia, você parece não estar concentrada o suficiente! ― disse a dama de companhia quando percebeu que os pensamentos da jovem pareciam distantes.
― Perdoe-me, eu preciso de um tempo sozinha! ― pediu Luna.
Com o prazo se aproximando, o feiticeiro Kalleb conseguiu desenvolver um feitiço que temporariamente conteria os poderes de Luna durante o ciclo da lua cheia. Esta poção ilusória daria a ela a falsa sensação de que estava totalmente no controle e que seus poderes estavam suprimidos. Para manter a situação sob controle, Kalleb entregou a poção ao Rei Victor, que montou seu cavalo e partiu em direção à cabana.
Ao chegar à cabana, Victor encontrou Luna ainda dormindo. Ele a observou cuidadosamente, notando o quão doce e frágil ela parecia enquanto descansava. Ele sentiu uma mistura de emoções, decidiu acordá-la, e o desejo o fez ousar tocar o rosto da jovem mulher.
Luna despertou desesperadamente de um pesadelo. Ela estava prestes a eliminar um inimigo e misturar realidade e sonho. Ela abriu os olhos subitamente e sem controle ao ponto de quase cravar seus enormes dentes caninos na pele do rei.
― Luna, acorde! ― Victor gritou, segurando-a em seus braços fortes.
Ela sentiu o cheiro familiar dele, seus dentes se retraíram, e ela o olhou. Vendo o quão assustado Victor estava, ela tinha certeza de que era uma verdadeira ameaça para qualquer ser.
― Eu sou um monstro, não posso continuar existindo! ― Luna desabou em lágrimas.
Victor a abraçou com força. Luna pensou que após o incidente, ele se afastaria ou até mesmo ordenaria que ela fosse eliminada, mas seu gesto a comoveu. Ele acariciou seus cabelos, e eles se olharam ternamente.
― Kalleb conseguiu a poção, estou aqui para entregá-la a você. ― disse Victor enquanto sorria e alisava discretamente seus cabelos.
Seus olhos se encheram de esperança ao ver aquele pequeno frasco de vidro nas mãos do rei, e ele a ajudou a tomá-lo.
Enquanto Luna tomava a poção, uma sensação de tranquilidade e leveza a envolveu. Ela sentiu seu corpo se acalmando e um momento de paz momentâneo que parecia aliviar as tensões e os poderes que a afligiam. Sem saber que essa paz era apenas temporária, Luna se sentiu feliz e animada, incapaz de prever o que viria a seguir.
Cheia de gratidão, Luna abraçou o rei, olhando nos olhos dele com muito afeto e esperança. Ela viu nele um aliado, alguém disposto a enfrentar o desafio ao lado dela. Aquele momento de ligação, com a ilusão de controle sobre os seus poderes,isso a fez sentir mais próxima de Víctor.
― Então, você vai se juntar a mim? ― Victor percebeu naquele momento que tinha abraçado Luna por tempo demais, e se afastou, envergonhado ao ver que ela estava apenas usando uma camisola.
Luna também estava constrangida e se cobriu com o lençol.
― Depois desta noite, eu te direi! ― respondeu Luna, o que deixou o rei furioso. Luna não parecia respeitá-lo como o líder com quem em breve estaria unida, mas ele mais uma vez suportou suas imposições.
― Ficarei aqui até o amanhecer e esperarei sua decisão. Não quero voltar ao Reino Dourado sem saber se lhes darei uma rainha! ― disse Victor para ela.
Victor e a jovem princesa permaneceram na cabana. Luna, apesar de sentir uma crescente conexão com o rei, ainda estava descobrindo seu papel e seus sentimentos em relação a ele. Ela se perguntava como deveria agir, com medo de parecer muito submissa ou distante. A maldição que a afligia também a impedia de se abrir completamente e expressar seus verdadeiros sentimentos. ― Vou preparar algo para o jantar. Não sei preparar muita coisa, mas vou tentar! ― Luna quis agradar seu protetor, mesmo sem ter aptidão para a culinária. O rei apenas se recostou na cadeira e observou como ela agia e a graça de cada um de seus movimentos. Luna estava nervosa. Nunca tinha estado sozinha na companhia de um homem antes e, além disso, ele logo poderia ser seu marido. ― O Rei Daniel não estava pensando em arranjar um casamento para você? ― Victor perguntou de repente. Nervosamente, ela se virou para ele. ― Papai acha que sou nova demais para isso! E eu concordo! ― respondeu. ― Você é uma mulher adult
Gabriel, cumprindo sua missão de vigiar Luna, se aproximou da cabana e ouviu algumas risadas suaves, seguido por um vislumbre da bela garota cavalgando graciosamente pelos arredores.Ele se maravilhou com sua beleza e seus cabelos negros ao vento, reconhecendo a presença de um verdadeiro anjo na forma feminina. Essa visão fez com que ele se questionasse como Victor poderia desejar vingança contra alguém tão encantadora.Luna, percebendo a chegada de Gabriel, caminhou em sua direção, trazendo consigo seu sorriso que iluminava o lugar. Ela estava um pouco curiosa para conhecer o rapaz que agora a observava tão insistente. Mesmo que seu coração estivesse cheio de incertezas e decepções sobre seu casamento com Victor, a presença deste jovem trouxe um pouco de alívio e esperança no meio da solidão da cabana.— Vossa Alteza, eu sou Gabriel, seu servo, e estou aqui para saber se precisa de alguma coisa? — Gabriel perguntou.— Prazer em conhecê-lo senhor Gabriel, estou feliz que tenha vindo a
Victor esperava com ansiedade a chegada do feiticeiro Kalleb, seu coração batia desesperadamente, até que finalmente ele apareceu. Luna havia perdido tanto sangue que estava inconsciente, e os dois homens trocaram olhares assustados, temendo que esse fosse o fim para a jovem. Medo e apreensão estavam em seus rostos enquanto esperavam por um milagre que pudesse salvar a vida de Luna.— Diga algo! Use sua magia e salve-a! — o rei implorou ao feiticeiro.— Vossa Majestade, temo que o feitiço que usei para conter seu poder a deixou sem a capacidade de se regenerar de seus ferimentos.— Droga! Eu a matei, matei minha esposa! — Victor aproximou-se da cama, tocou sua mão e sentiu-se culpado.O rei Victor saiu do quarto, uma tempestade de fúria estava dentro de si, pronto para consumir qualquer um que ousasse cruzar seu caminho. Com determinação implacável, ele convocou os guerreiros mais destemidos Dourado, determinado a fazer justiça e descobrir quem havia ousado torná-lo viúvo antes mesmo d
Uma das criadas do castelo, sabia dos olhares trocados entre Luna e Gabriel, se sentiu desconfortável com a cena. Sem perder tempo, ela iniciou uma conversa com outras criadas, espalhando um boato que poderia ter consequências prejudiciais tanto para a rainha quanto para Gabriel. Essas palavras maliciosas rapidamente se espalharam pelos corredores do castelo, alimentando as fofocas e intrigas entre os servos e funcionários. Toda essa movimentação poderia desencadear uma série de eventos que abalariam a estabilidade do reino e colocariam em risco a reputação da rainha e o relacionamento entre Victor e Gabriel.A volta de Gabriel ao castelo tocou profundamente o coração de Victor. A amizade e o afeto de seu amigo haviam sido uma presença constante em sua vida desde que ele foi obrigado pelas circunstâncias a assumir o trono. O rei precisava pensar melhor, Victor decidiu fazer um passeio a cavalo, buscando clareza em seus pensamentos e tomar decisões.Victor não está errado em desejar que
Na suave manhã do dia seguinte, o momento tão esperado chegou para Victor, que esperava pacientemente os raios do sol beijarem o horizonte e anunciarem o amanhecer. Ele abriu as cortinas de seu quarto e olhou para a cama, como se algo importante estivesse faltando.Com ansiedade no coração e o desejo latente de compartilhar um momento especial com sua esposa, a doce e delicada presença de Luna começou a se manifestar na forma de um delicado bocejo e um sonolento bom dia enquanto ela se aproximava da mesa real. Seus olhos se abriram, curiosos e brilhantes, ela cordialmente se levantou para cumprimentá-lo, seus olhos encontrando os de Victor, que estava ali, pronto para receber o primeiro sorriso do dia.Enquanto o aroma que vina do café fresco recém-coado pairava no ar, o rei convidou Luna para se juntar a ele na refeição matinal. Aquele momento compartilhado em torno da mesa, dividindo uma comida saborosa, foi preenchido com olhares gentis. Foi então que Victor percebeu que o momento
Alguns dias se passaram, e uma falsa paz parecia se estabelecer no reino com as notícias mentirosas de que o Rei Daniel havia desistido do ataque rondando os corredores do castelo.O povo do Reino Dourado ansiava pela presença e atenção de seu amado monarca, Rei Victor. Quando seu pai ainda governava com sabedoria e compaixão, ele caminhava entre seus súditos, atento às suas necessidades e preocupações, conhecendo cada canto do castelo e o jovem não fazia o mesmo.Victor semprequis seguir os passos de seu pai, buscando ser um líder exemplar que estivesse verdadeiramente próximo de seu povo. Ele entendia a importância de nutrir uma conexão verdadeira com seus súditos e se manter informado sobre tudo o que acontecia ao redor do palácio.Sentindo o chamado do dever e que precisava urgente estar mais próximo de seu povo, Rei Victor tomou uma decisão decisiva: ele precisava ir até eles sem demora.Ele acreditava que essa era a oportunidade era boa para fortalecer os laços com seus súditos
Ao voltarerem ao acampamento, Luna e o Rei Victor foram recebidos por muitos falatórios e acusações. Era claro que, apesar dos esforços de Gabriel para conter a situação, todos diziam que a rainha havia tirado a vida da escrava e os súditos acreditavam naquela história sem dar chance para dúvida.Victor, ao lado dela, sentia a raiva borbulhar em seu peito. Estava disposto a proteger e defender sua amada esposa contra todas as probabilidades, mas sabia que enfrentar essas acusações exigiria mais do que sua vontade. Era uma batalha contra seu povo.— Vossa Alteza, você deve eliminá-la! Antes que ela devore a todos nós! — gritavam os súditos e nobres.— Luna não é culpada! — exclamou Victor. E ela estava disposta a se entregar, mas ele não permitiria.— E onde estava sua bela esposa enquanto uma vida era tirada? — perguntou um dos homens.— Comigo, no rio! — respondeu Victor imediatamente, suas roupas molhadas confirmavam sua versão dos eventos. Claro que um casal recém unido, gastaria um
Uma cena aterrorizante estava acontecendo diante dos olhos de todos. Lobisomens e soldados do reino de Flora, obviamente enviados por Daniel, estavam invadindo o reino sem piedade, causando estragos e atacando os habitantes do reino Dourado.A dor e a angústia dominaram Luna ao ver aquelas pessoas sendo atacadas pela ganância de seu pai. A cada grito de agonia, as lágrimas rolavam pelo seu rosto. Ela sabia que não podia ficar parada enquanto todos aqueles inocentes sofriam.— Ele está cansado de esperar — sussurrou ela para si mesma, decidindo que a razão de sua presença ali não era matar Victor, mas salvar o reino inteiro.Luna, assumindo a responsabilidade de uma verdadeira rainha, correu pelo castelo à procura do mago Kalleb. Ela precisava desesperadamente pedir a ele para remover o feitiço que bloqueava sua transformação em lobisomem e vampiro, embora soubesse que, às vezes, a magia enfraqueceria e permitiria que ela revelasse seu lado fera. Somente com seus poderes completos ela c