Capítulo 98

GUTEMBERG

Eu ainda não sabia onde estávamos. A única coisa que me garantia era a calma de Vincent, que parecia saber exatamente o que estava fazendo. Mas, honestamente, não me importava muito. Meu corpo estava exausto da missão, os olhos pesados pela falta de sono, mas o que mais me consumia naquele momento era a presença dela, dormindo ali, perto de mim.

Davina. Ela estava em um canto do jatinho, encostada no banco, a respiração suave e calma. Eu observava ela enquanto o som do motor fazia o silêncio dentro de mim se espalhar. Não sabia como, mas, cada vez que olhava para ela, algo em mim se apertava e se expandia, como se estivesse em um inferno doce e distante. A tensão entre nós, não era mais uma possibilidade, era uma constante. Eu a quero para mim, mesmo que ela tenha outros homens na mente.

Ficamos em silêncio por boa parte da viagem, até que, finalmente, o jatinho começou a diminuir a velocidade. Eu sabia que estávamos quase lá. O que me fez perceber isso não foi o som do moto
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