Ariel Drummond
Os primeiros raios solares invadem meu quarto anunciando mais um novo dia, me movo sobre a cama espalmando meu lado vazio, vejo a camisa social do meu falecido marido, pouco a peça para mim e inalei o seu perfume, puxo todo o ar e sinto-me completa para começar um novo dia. Pego meu celular sobre o criado mudo e encaro as horas, são 6h da manhã me levanto e sobre a borda da cama eu amarro meus cabelos, estico meus braços para me despertar melhor e balanço o pescoço ouvindo os estalos, quando estava prestes a me levantar para ir ao banheiro, ouço passos idênticos de uma manada no lado de fora do quarto.
Suzana vem na minha direção, ela espalma minhas coxas e fica entre elas, enquanto abraça meu corpo, com seus olhos azuis escuros ela me lança seu melhor sorriso.
— Hoje? O que tem hoje? - perguntei ainda sonolenta.
Ela me olha surpresa e diminui seu sorriso, responde:
— Hoje é o meu aniversário mamãe.
— Nosso aniversário, sombra. -Nikolai se aproxima corrigindo como sempre a irmã.
— Tá vendo mamãe? Me chamando de sombra outra vez! - ela reclama aborrecida.
— Nikolai!— Mas eu não tô mentindo, ela parece a minha sombra, não desgruda de mim.— Mas eu não gosto que me chame de sombra, seu lacoste.— Tá vendo mamãe? Ela não gosta que eu chame de sombra mas me chama de jacaré.— Claro, você é traiçoeiro como um jacaré.— Cala boca sua chata! - Nikolai ordena enfurecido.— Chega!Aumento a minha voz para que aquela discussão se encerre, estava farta das discussões matinais de Suzana e Nikolai. Suzana me olha com os olhos cheios de lágrimas, ela odeia que gritem com ela, já Nikolai não se importa, Suzana se afasta de mim e segura a vontade de chorar, suspiro procurando ter paciência e me ajoelho na frente dela, pego a suas mãozinhas e deposito um beijo.
— Mamãe?
Estella surge na porta do quarto coçando o seu olho, ela estava com a sua chupeta na boca, seus cabelos estavam bagunçados, ela se aproxima de mim e encosta a sua cabeça em meu ombro, me sento sobre o chão e ela rapidamente senta no meu colo. Olho para Nikolai, ele continuava no mesmo lugar com um olhar sério.
— Os dois, se desculpem! - ordeno
Suzana e Nikolai ficam na frente um do outro e dão as mãos.
— Desculpa som.. Suzana.
— Desculpa Nikolai.Os dois sempre discutem, mas os ensinei que mesmo depois da discussão devem pedir desculpas um ao outro, afinal somos uma família. Eles sentam ao meu lado e encaram Estella, beijo a minha caçula que tem três anos e meio, é uma menina calça e bastante carinhosa, mas é bem persuasiva, sempre que briga com os irmão bola um jeito de sair da discussão e deixa que os gêmeos discutam sozinhos. Suzana embora muito amorosa, tem um gênio forte, vive grudada no irmão, já Nikolai, é um garoto reservado de poucas palavras, é sério, tem uma personalidade muito forte, ele me lembra muito o Arthur.
— Vocês são meus mini-demonjinhos. - os puxo para um abraço forte. — E hoje vamos comemorar o aniversário de vocês.
— O meu também mamãe? - Estella pergunta.
O seu será daqui alguns meses pequena, hoje será apenas dos seus irmãos.
Suzana e Nikolai se levantam e me abraçam forte, sinto o corpo de Estella arquear sobre meu colo e rapidamente ouço suas palavras de posse.
— Soltem a minha mamãe!
Eles se afastam Estella me abraça com força com uma expressão zangada, dou risada pelo seu excesso de ciúmes, deposito um beijo na sua bochecha e em seguida ouço a voz de Matilde surgir no quarto.
— Bom dia senhora. - Me cumprimenta com um meio sorriso.
— Bom dia Matilde, eu pedi para que me chamasse pelo meu nome.
— Estou acostumada a chama-lá assim, vim atrás dos pequenos anjinhos, logo mais irão a escola.
Os três se levantam e seguem Matilde, eu me levanto do chão e caminho para o banheiro, faço minhas higiene e entro no box iniciando um banho. A água quente toca a minha pele e desliza pelo meu corpo, o sol ultrapassa a janela do banheiro e ilumina meus olhos, meus pensamentos viajam para cinco anos atrás, quase toda manhã tomava banho com ele, sempre era unicamente delicioso depois de transarmos. Durante esses cinco anos eu não o esqueci, não consegui deixa lo no passado, me lembro dele todos os dias, lembro das suas palavras maliciosas, de tudo, eu queria reviver todas as sensações boas que tive ao lado dele.
Arthur me conquistou depois de me mostrar que realmente estava mudando, que não voltaria a me machucar, mas quando percebi que o amava já era tarde demais para dizer, era tarde para vivermos algo diferente, era difícil de acreditar que o amor da minha vida havia mesmo partido, mesmo depois de tanto tempo.
Depois de terminar o banho, voltei para o quarto e vesti uma roupa, depois de pronta eu arrumei minha bolsa e saí do quarto, na sala eu deixo a bolsa sobre o sofá e me aproximo da cozinha, meus pequenos já estavam em suas cadeiras comendo seus cereais, me sento entre eles e começo a me servir.
— Vamos sair hoje a noite de que horas mamãe? - Suzana pergunta.
— As seis da noite, já chamou Matilde para comemorar o aniversário de vocês? - pergunto a eles.
— Esquecemos.
— E o que estão esperando para fazê-lo agora?
— Matilde.. - eles chamam atenção dela. — Queremos te convidar para sair com a gente à noite.
— Muito obrigada pelo convite, mas irei recusar.
— Por que Matilde? - pergunto.
— Sairei nesta noite, irei para um encontro hoje, mas se não quiser que eu o faça, eu posso cancelar.
— Não a necessidade Matilde, sabe que pode ir para onde quiser.
— Mamãe o que é um encontro? - Suzana pergunta.
— Algo que você não fará até os seus trinta anos. - ao terminar o café da manhã me levanto da cadeira. — terminaram de comer?
Assim que terminam eles se levanta da mesa e sobem as escadas, depois de escovar os dentes eles pegaram sua mochilas e fomos para a porta do apartamento. Assim que nós despedimos de Matilde fomos em direção ao estacionamento, depois de estarmos dentro do carro acelerei o veículo entrando no trânsito de Los Angeles.
Ariel Drummond— Cadê o beijo da mamãe? - Chamo a atenção dos três antes de passarem pelos portões do colégio. — Não vão dar ?Suzana e Estella se aproximam, beijam minha bochecha e voltar a seguirem para dentro da escola, Nikolai virou o seu corpo começando a andar cuidadosamente afim de ser livrar dos meus beijos.— Estou esperando o seu beijo, príncipe.Ele bate as mãos e volta na minha direção fazendo bico irritado, levo minhas mãos até suas bochechas e as aperto, beijo a sua testa e sua bochechas, ele resmunga e reclama do aperto, meu pequeno é tão novinho já não aceita meus carinhos ainda mais em público. Um grupo de garotos passam por nós e encaram meu filho com sorrisos, ele se af
Ariel Drummond— Foi você quem jogou a minha boneca fora! - Suzana acusa Nikolai.— Eu não fiz isso, deve ter sido a Estella. - ele acusa a mais nova.— Isso é mentila, eu tava tomando meu suquinho. - ela se defende com a chupeta sobre a boca.Olho para ela pelo retrovisor enquanto ela observa os gêmeos discutirem, seus olhos azuis escuros se encontram com os meus no espelho do carro e cerro os olhos duvidando de sua resposta para Nikolai, logo, vejo-a sorrir cinicamente contra a chupeta na boca, não pude conter a risada.Paro o meu carro em um estacionamento de uma lanchonete, os ajudei a descer do carro e andamos em direção a entrada. Entramos no estabelecimentos e seguimos para uma mesa, ao sentarmos esperamos a garçonete se aproximar para nos atender e fazermos o pedido, depois de fazer o pedido tamanho família ficamos esperando ansiosamente para que o la
Ariel DrummondAo passar pela porta da sua nova sala, me aproximei de uma cadeira e pus a minha bolsa nela, então quanto me aproximo da janela ouço Trevor trancar a porta para que não fôssemos interrompidos.- Por que decidiu comprar um hospital?Trevor agora possui o cargo de líder dos Bratva temporariamente até que Nikolai atinja a maioridade, ou seja, seus objetos para crescer seus negócios não seria comprar hospitais, mas sim uma empresas, hotéis, cassinos ou até mesmo bordéis.- E qual o problema? É um bom investimento, a porcentagem de natalidade é extremamente alta.- Sabe tão bem quanto eu que está mentindo, seus interesses são outros, empresas bem influenciadas pela mídia e nos negócios.Trevor se aproximou da cadeira e segurou-se, percebo a sua inquietação, eu sabia.- Para uma médica está muito
Arthur DrummondSHANGHAI-CHINANOVE E MEIA DA MANHÃ..Ouço sons de carro pelas ruas que invadem meu ouvido me causando irritação, enquanto ando pelas ruas escuto choros de criança enquanto as mães puxam pela multidão, homens passam com pedaços enormes de carne nas costas em direção às bancas para vender no meio da rua, esbarro em algumas pessoas quando tento seguir o GPS. Eu vestia uma túnica preta com uma calça por baixo, os sapatos que usava eram baixos e confortáveis, nada do que estava vestindo no momento se compara com o que uso no meu dia a dia.— Eu quero um pastel de frango. - falo pausadamente para a vendedora na minha
Arthur DrummondEscuto o sino da escola tocar informando que as aulas do dia haviam se encerrado, encaro o relógio do meu pulso verificando o horário. Olho de um lado para o outro com um óculo de sol, estava vestido completamente de preto para que não seja reconhecido por nenhum membro inimigo. Alguns carros de pais e responsáveis esperam para os portões se abram e liberem as formigas. Os gritos de felicidade são ouvidos no lado de fora, observo a cara de velório dos pais, o ninho de formigas é solto, observo atentamente para encontrar os meus filhos, ao vê-los, eles se encostam no portão esperando a van que os levarão de volta para casa.Quando a maioria das crianças e pais vão embora, eu me aproximo dos três em passo cautelosos, assim que Suzana e Estella me encaram, abrem um pequeno sorriso, porém Nikolai, me encara com uma certa desconfiança, ao tirar os óculos Est
Ariel DrummondNo estacionamento do hospital, olho o relógio pela milésima vez, impaciente eu envio outra mensagem para Trevor perguntando onde estava, nada, o filho da mãe sequer teve a coragem de me avisar que se atrasaria. São 16h da tarde, meu expediente encerrou mais cedo por onde do meu cunhado/chefe, ele me fez sair antes do horário normal para irmos ao aeroporto esperar o Noah.Não entendi muito quando ele me deixou sozinha no refeitório e saiu, e agora, me pede para sair mais cedo do trabalho avisando que iríamos esperar a chegar de Noah da Rússia. Bato os pés no chão com as mãos cruzadas, olho novamente para a minha vaga controlando a minha raiva por meu carro não estar na onde deveria, Trevor teve a ousadia de enviar meu carro de volta para casa. Ouço uma buzina próximo de mim, encaro e veículo e vejo o infeliz balançar as mãos e me chamar com um sorriso cínico no rosto.— Está esperando por mim ruivinha?
Ariel Drummond— Não vejo a hora de irmos para alguma boate juntos! - Noah diz com entusiasmo. — Vou te arrumar homens deliciosos.— Deus que nos proteja.. - Trevor murmura.— Eu não sei se isso é uma boa ideia.— Não esquenta ruivinha, temos muito tempo quanto a isso.— Eu não sei.. Você sabe que odeio boates.— Na primeira e última vez foi.. - Trevor interrompe Noah.— Foi terrível, faltou pouco para o Arthur acabar com a minha raça.— Eu lembro que você apareceu todo molhado na boate. - Noah sorri por lembrar. — A valente desmaiada nos braços do marido após me ver.Pouso a cabeça sobre a janela do carro tentando desligar a minha mente, tento não ouvir a conversa, mas é inevitável, são lembranças que ele fez parte, antes que uma lágrimas descesse dos meus olhos eu as enxuguei.— Lembro-me
Ariel DrummondOs flocos de neve começa a cair enquanto eu olhava para o seu rosto, eu deslizo a minha mão em sua face e encaro o belo sorriso de felicidade em seus lábios por ter me salvado, por me resgatar, por me trazer de volta para sua vida. Meu coração bate como tambor, sinto uma sensação boa relacionada a ele, é isso, não tenho dúvida desse sentimento, eu o amo.— Arthur.. - menciono a sua voz e encaro aqueles olhos que me seduz, que me hipnotiza.— Princesa.. - ele fala aquele doce apelido que pôs em mim.Sinto minhas bochechas esquentarem envergonhada. Minutos atrás eu me encontrava aflita, pensando que acabaria morta e que não o veria mais, que não veria mais os meus filhos, que Arthur não me salvaria mas ele conseguiu, ele me salvou e tirou das garras daquele maluco, naquele momento eu percebi que o amava. Mas minutos depois o seu sorriso foi se desfazendo, seu corpo é atingido por uma bala e me