Ariel Drummond
— Foi você quem jogou a minha boneca fora! - Suzana acusa Nikolai.
— Eu não fiz isso, deve ter sido a Estella. - ele acusa a mais nova.
— Isso é mentila, eu tava tomando meu suquinho. - ela se defende com a chupeta sobre a boca.
Olho para ela pelo retrovisor enquanto ela observa os gêmeos discutirem, seus olhos azuis escuros se encontram com os meus no espelho do carro e cerro os olhos duvidando de sua resposta para Nikolai, logo, vejo-a sorrir cinicamente contra a chupeta na boca, não pude conter a risada.
Paro o meu carro em um estacionamento de uma lanchonete, os ajudei a descer do carro e andamos em direção a entrada. Entramos no estabelecimentos e seguimos para uma mesa, ao sentarmos esperamos a garçonete se aproximar para nos atender e fazermos o pedido, depois de fazer o pedido tamanho família ficamos esperando ansiosamente para que o lanche chegasse, enquanto isso comecei a puxar assunto com eles.
— Como foi o dia na escola?
— Foi bem mamãe, conheci um homem na escola. - Suzana responde.
— Que homem meu amor? - pergunto desconfiada.
— Apenas um homem mamãe, não foi Estella?
— Foi sim mamãe, ele nos deu um pilulito e foi embola.
Nós fomos tirados daquela conversa quando nossos pedidos chegaram, começamos a comer em um silêncio, era o único momento que existia a famosa "trégua" de irmãos, enquanto eles comem eu penso no que me falaram obviamente seria um funcionário ou pai de alguma criança da escola.
— Voltando a conversa sobre o homem.. Por que esse homem deram pirulito a vocês?
— Dissemos que era o nosso aniversário. Suzana apontou para o irmão. — Mas como Nikolai não queria o pirulito ele deu para Estella.
— Você estava perto meu amor? - pergunto para Nikolai.
— Sim mamãe, não precisa ficar com medo.
— Eu não estou com medo. - dou um pequeno sorriso escondendo a verdade.
— A senhora não me engana mamãe, és como uma planta, só que carnívora.
— Oh! - me surpreendo com seu elogio. — Obrigada meu galanteador kid.
Embora ele tenha me comparado a uma planta carnívora, foi um belo elogio. Após terminarem de comer pedi a conta e fomos para o estacionamento, ao abrir o veículo e colocar meus pequenos em suas cadeiras, sinto uma mão áspera agarrar o meu ombro e me puxar para longe do veículo, sou arremessada no chão, me assusto, meus olhos caem sobre um homem baixo e magro com uma faca pequena sobre a sua mão, meus pequenos que estavam no carro chamam por mim e começa a chorar, ainda no chão eu levanto as mãos para cima, olho atentamente para o homem, não permito desviar os meus olhos dos dele, ele tremia compulsivamente, provavelmente está sobre efeito de drogas.
— Passa a chave do carro! - ordena alterado.
Começo a me levantar do chão sem movimentos bruscos, não desvio de seus olhos, percebo que ele estava muito nervoso, possibilitando que ele faça algo contra mim ou com meus filhos.
— Mamãe! - Suzana me chama assustada.
— Shh pequena.. - peço em voz branda para não assustar meu inimigo. — Quero que vocês fechem os olhos e respirem fundo, não abra os olhos sem que eu ordene.
Abaixei a minha mão direita até o meu bolso, vejo-o ficar mais nervoso, do meu bolso eu tirei um par de luvas pretas e as coloquei para não deixar digitais, olhei para os lados certificando que não haviam câmeras de segurança e iniciei o meu plano. Abri a minha bolsa e fiz movimentos para tirar algo de lá, o oponente assustado, pergunta nervoso:
— O que acha que está fazendo? Não se mova!
— Para o veículo andar, precisa de chaves, certo?
Tirei as chaves da carteira e os joguei aos seus pés, nesse momento em que ele se abaixa para pega-los ele deixou que a faca caísse no chão, rapidamente eu avanço em cima dele lhe acertando um golpe em seu rosto com uma joelhada, ao cair no chão eu fecho a porta do veículo onde os meus filhos estavam e pego a faca do chão, ele me olha assustados e com as mãos sujas de sangue começa a se desculpar.
— M-me desculpa eu não queria, fui obrigado!
Me aproximo dele e agarro a sua camisa.
— Quem foi? Responde idiota! Quem foi?
— E-eles não me disseram o nome, apenas me deram a faca.
Com toda fúria que habitava naquele instante do meu corpo, o atinjo com a faca em seu pescoço, seu sangue começa lhe afogar e sujar sua roupa como também o chão do estacionamento, lhe deixou morrer afogado com seu próprio sangue e pego as chaves do chão entrando no meu veículo, assumindo valente e acelero o carro indo embora, olho pelo retrovisor, meus pequenos continuaram com os olhos fechados assim como os ordenei.
— Pronto crianças, já podem abrir os olhos.
Nikolai e Suzana abrem os olhos espantados, menos Estella, ela havia agarrado no sono.
— O que a senhora fez com aquele homem? - Suzana pergunta.
— Com ele? Eu não fiz nada, apenas chamei a polícia.
— E como não escutamos a sirene da polícia? - Nikolai pergunta desconfiado.
— Eles estavam perto, pedi para não os ligassem para não espantar o ladrão.
Assim que chegamos em casa, em meu colo estava Estella, entramos no apartamento, fomos para o andar de cima e direcionei a minha pequena até deposita-lá na cama, tiro seus sapatos e lhe deixo apenas com a sua fralda que ainda o usa, a deitei em sua cama e lhe cobri com o seu cobertor, antes de sair do seu quarto, ouço a sua voz sonolenta:
— Mamãe.. O homem mau foi embola?
— Sim meu anjo, ele foi. - depositei um beijo na sua testa e fui para o meu quarto.
******
Na manhã seguinte após deixar meus pequenos na escola fui diretamente para o trabalho, estava curiosa para saber das fofocas que obviamente Victória saberia, estava ansiosa para saber quem era o homem misterioso que acabara de comprar o hospital. Mas independente da minha curiosidade, meus pensamentos estavam voltados para Trevor, pensava seriamente se eu deveria ligar para ele afim de lhe avisar sobre o que aconteceu na noite passada, algo me pedia para esquecer aquele incidente, porém, eu deveria lembrar que aquele homem com suas palavras afirmou ter sido mandado por outra pessoa, provavelmente quem lhe enviou me queria a pé com meus filhos, talvez tenha sido uma tentativa de sequestro, ou... Não sei! O homem estava drogado e poderia facilmente estar delirando.
— Ariel..sou..eu! - Victória se debate assustada.
— Você ficou louca? Não faz isso. - liberto-a e levo a minha mão em seu pescoço verificando se não havia lhe deixado marcas. — Me desculpe por isso.
— Não tem problema. - ela sorri ainda assustada. — Eu vim te chamar para reunião.
— Reunião?
— Sim, apresentação do novo dono do hospital.
– Oh! Sim. Me espere, deixe colocar os meus perten.. - ela agarra o meu braço e começa a me puxar pelo corredor.
— Não temos tempo, o novo dono solicitou a presença de todos.
Ao entrarmos na sala de reunião, me deparo com alguns funcionários em uma única fila, provavelmente esperando a chegada do novo dono, Victória e eu nos aproximamos de Anthony que rapidamente olhou para seu pescoço assustado.
— O que aconteceu com seu pescoço? Tentaram te matar?
— Apenas um pequeno incidente.
Naquele momento as portas foram abertas e por elas passou o antigo dono do hospital, ele gui o novo dono para entrar no cômodo, entre sorrisos conversaram sobre as porcentagens de natalidade e mortalidade nas últimas semanas do hospital. Ele passa pela porta junto com advogados associados revelando alguém que não acreditava no que meus olhos encararam, Trevor começou a cumprimentar todos da sala, assim que parou na minha frente ele abriu um enorme sorriso.
— Que saudades ruivinha!
Trevor me puxa para um abraço apertado na frente de todos que estava na sala de reunião, a última vez que nos vimos eu estava colocando as malas no carro aos prantos por deixar a mansão, eu também o abracei forte. Durante todos esses anos é a primeira vez que nos vemos, era notável a sua mudança, estava mais forte, sua barba um pouco mais grande e em seus lábios havia um sorriso encantador.
— Se conhecem?
Desfizemos o abração e encaramos Anthony que havia perguntado.
— Quem é você? - Trevor pergunta.
Trevor olhou para Anthony com uma expressão séria, Anthony por sua vez lhe estendeu a mão para cumprimentá-lo.
— Anthony Hopkins, muito prazer!
Trevor segurou fortemente sua mão e o respondeu:
— Trevor Dourado!
— De onde se conhecem? - Victória pergunta bastante curiosa.
— Ariel era casada com meu amigo.
— Oh! O Arthur?
— Exatamente.
Depois que Trevor cumprimentou cada funcionário que estava na sala e trocar algumas palavras, me aproximei dele com os braços cruzados.
— Trevor, podemos trocar uma palavrinha?
Seu sorriso que antes estava estampado em seu rosto morre, ele suprirá e concordou me guiando para a sua nova sala.
Ariel DrummondAo passar pela porta da sua nova sala, me aproximei de uma cadeira e pus a minha bolsa nela, então quanto me aproximo da janela ouço Trevor trancar a porta para que não fôssemos interrompidos.- Por que decidiu comprar um hospital?Trevor agora possui o cargo de líder dos Bratva temporariamente até que Nikolai atinja a maioridade, ou seja, seus objetos para crescer seus negócios não seria comprar hospitais, mas sim uma empresas, hotéis, cassinos ou até mesmo bordéis.- E qual o problema? É um bom investimento, a porcentagem de natalidade é extremamente alta.- Sabe tão bem quanto eu que está mentindo, seus interesses são outros, empresas bem influenciadas pela mídia e nos negócios.Trevor se aproximou da cadeira e segurou-se, percebo a sua inquietação, eu sabia.- Para uma médica está muito
Arthur DrummondSHANGHAI-CHINANOVE E MEIA DA MANHÃ..Ouço sons de carro pelas ruas que invadem meu ouvido me causando irritação, enquanto ando pelas ruas escuto choros de criança enquanto as mães puxam pela multidão, homens passam com pedaços enormes de carne nas costas em direção às bancas para vender no meio da rua, esbarro em algumas pessoas quando tento seguir o GPS. Eu vestia uma túnica preta com uma calça por baixo, os sapatos que usava eram baixos e confortáveis, nada do que estava vestindo no momento se compara com o que uso no meu dia a dia.— Eu quero um pastel de frango. - falo pausadamente para a vendedora na minha
Arthur DrummondEscuto o sino da escola tocar informando que as aulas do dia haviam se encerrado, encaro o relógio do meu pulso verificando o horário. Olho de um lado para o outro com um óculo de sol, estava vestido completamente de preto para que não seja reconhecido por nenhum membro inimigo. Alguns carros de pais e responsáveis esperam para os portões se abram e liberem as formigas. Os gritos de felicidade são ouvidos no lado de fora, observo a cara de velório dos pais, o ninho de formigas é solto, observo atentamente para encontrar os meus filhos, ao vê-los, eles se encostam no portão esperando a van que os levarão de volta para casa.Quando a maioria das crianças e pais vão embora, eu me aproximo dos três em passo cautelosos, assim que Suzana e Estella me encaram, abrem um pequeno sorriso, porém Nikolai, me encara com uma certa desconfiança, ao tirar os óculos Est
Ariel DrummondNo estacionamento do hospital, olho o relógio pela milésima vez, impaciente eu envio outra mensagem para Trevor perguntando onde estava, nada, o filho da mãe sequer teve a coragem de me avisar que se atrasaria. São 16h da tarde, meu expediente encerrou mais cedo por onde do meu cunhado/chefe, ele me fez sair antes do horário normal para irmos ao aeroporto esperar o Noah.Não entendi muito quando ele me deixou sozinha no refeitório e saiu, e agora, me pede para sair mais cedo do trabalho avisando que iríamos esperar a chegar de Noah da Rússia. Bato os pés no chão com as mãos cruzadas, olho novamente para a minha vaga controlando a minha raiva por meu carro não estar na onde deveria, Trevor teve a ousadia de enviar meu carro de volta para casa. Ouço uma buzina próximo de mim, encaro e veículo e vejo o infeliz balançar as mãos e me chamar com um sorriso cínico no rosto.— Está esperando por mim ruivinha?
Ariel Drummond— Não vejo a hora de irmos para alguma boate juntos! - Noah diz com entusiasmo. — Vou te arrumar homens deliciosos.— Deus que nos proteja.. - Trevor murmura.— Eu não sei se isso é uma boa ideia.— Não esquenta ruivinha, temos muito tempo quanto a isso.— Eu não sei.. Você sabe que odeio boates.— Na primeira e última vez foi.. - Trevor interrompe Noah.— Foi terrível, faltou pouco para o Arthur acabar com a minha raça.— Eu lembro que você apareceu todo molhado na boate. - Noah sorri por lembrar. — A valente desmaiada nos braços do marido após me ver.Pouso a cabeça sobre a janela do carro tentando desligar a minha mente, tento não ouvir a conversa, mas é inevitável, são lembranças que ele fez parte, antes que uma lágrimas descesse dos meus olhos eu as enxuguei.— Lembro-me
Ariel DrummondOs flocos de neve começa a cair enquanto eu olhava para o seu rosto, eu deslizo a minha mão em sua face e encaro o belo sorriso de felicidade em seus lábios por ter me salvado, por me resgatar, por me trazer de volta para sua vida. Meu coração bate como tambor, sinto uma sensação boa relacionada a ele, é isso, não tenho dúvida desse sentimento, eu o amo.— Arthur.. - menciono a sua voz e encaro aqueles olhos que me seduz, que me hipnotiza.— Princesa.. - ele fala aquele doce apelido que pôs em mim.Sinto minhas bochechas esquentarem envergonhada. Minutos atrás eu me encontrava aflita, pensando que acabaria morta e que não o veria mais, que não veria mais os meus filhos, que Arthur não me salvaria mas ele conseguiu, ele me salvou e tirou das garras daquele maluco, naquele momento eu percebi que o amava. Mas minutos depois o seu sorriso foi se desfazendo, seu corpo é atingido por uma bala e me
Ariel Drummond— Você está bem? - Anthony pergunta.— Estou.Pego a prancheta da sua mão e começo a andar pelo corredor do hospital, já era 8h da manhã, não havia muito a se fazer, não havia muitos pacientes para atender.— Queria saber... - ele pigarreia. — Gostaria de sair à noite comigo?— Não posso Anthony, tenho visitas em casa.— Ahh! Então... Quem sabe outro dia?— Sim, quem sabe..Na recepção do hospital, sentia olhares direcionados a mim, algumas de pacientes e outros de seguranças do hospital, me sentia intimidada. O dia no hospital passou tranquilo, Anthony e eu atendemos alguns pacientes, almoçamos juntos no refeitório com Victoria que já tinha fofocas do dia.Assim que bateu 17h da tarde eu me despedi deles e fui para o estacionamento, sentia vontade de permanecer no trabalho, mas obviamente Noah viria até
Ariel DrummondO carro é estacionado em frente a boate que Noah desejava tanto vir, olhamos através da janela o enorme letreiro e uma fila, na entrada havia um grupo de seguranças avaliando identidades.— Estou bonita? - pergunto ao Noah.— Está muito gostosa, tomara que pegue algum cara bonitinho.— Bonitinho?— Sim, sinto muito, o mais bonito será eu nessa boate. - diz todo convencido.Saímos do carro após estacioná-lo em uma vaga, nos aproximamos da fila. Minutos depois mostramos nossa identidade ao segurança, antes de avançar o segurança me barrou com um sorriso malicioso nos lábios.— Boa noite gatinha.— Não vem não meu filho ...- Noah me empurra para dentro da boate. — Essa ruivinha vai dar pra um gostosão!Sorrimos abertamente pela atitude sua inesperada, após passarmos pela grande porta que era banhada de ouro maciço, encaramos o esplendor dentro daquele l