Ariel Drummond
Ao passar pela porta da sua nova sala, me aproximei de uma cadeira e pus a minha bolsa nela, então quanto me aproximo da janela ouço Trevor trancar a porta para que não fôssemos interrompidos.
Trevor agora possui o cargo de líder dos Bratva temporariamente até que Nikolai atinja a maioridade, ou seja, seus objetos para crescer seus negócios não seria comprar hospitais, mas sim uma empresas, hotéis, cassinos ou até mesmo bordéis.
- E qual o problema? É um bom investimento, a porcentagem de natalidade é extremamente alta.
- Sabe tão bem quanto eu que está mentindo, seus interesses são outros, empresas bem influenciadas pela mídia e nos negócios.
Trevor se aproximou da cadeira e segurou-se, percebo a sua inquietação, eu sabia.
- Para uma médica está muito esperta para descobrir mentiras.
- Sou mais do que uma médica Trevor. - me aproximo de uma cadeira vazia e sento. - Mas quero saber, qual seu real interesse por ter comprado o hospital justo onde trabalho.
- O Noah pediu.
- E agora o Noah manda em você?
- Não! Bom.. Sim, um pouco, mas isso não vem ao caso agora, ele está preocupado você, ao menos a senhorita liga para ele para dizer se está ou viva ou sequer lhe visita.
- Você sabe que apenas uma ligação não irá satisfazê-lo.
- Ele quer que você volte para Rússia.
- Eu não posso, você sabe que voltar para lá automaticamente irei me lembrar dele, e eu não quero isso.
- E já não se lembra mais dele?
- Sim, todos os dias.
Trevor suspira e pergunta com ternura:
- Você ainda não o superou não é?
- Sabe que não, o Arthur mesmo morto impede que eu prossiga minha vida, eu ainda o amo.
Me levantei da cadeira e me aproximei da janela.
- Você deveria seguir a sua vida Ariel. - Trevor fala com a voz elevada. - Já se passaram cinco anos, você merece encontrar outra pessoa.
- Por que está gritando? Ficou maluco?
Trevor vira a sua cadeira para me encarar e continua com a voz elevada:
- Segue o meu conselho, já deveria ter feito há muito tempo.
Trevor saiu da sala sem dizer mais nada, ele me deixou sozinha deixando-me pensativa com suas palavras.
Pouco tempo depois comecei o meu trabalho, iniciei atendendo alguns pacientes e assim que bateu o horário do almoço eu fui para o refeitório, comprei salgadinhos, e refrigerante, me aproximei de uma mesa vazia e sentei me nela. Enquanto comia eu pensava nas palavras de Trevor, já faz tempo que não falo com o meu melhor amigo, mas tenho razões para isso, ele sabe que a minha mudança foi necessária para mim e para meus filhos, muitas vezes que tentei manter contato ele tentou usar da famosa chantagem para que eu voltasse para Rússia, mas voltar para lá não me fará bem, nem aos meus pequenos.
Noah está preocupado e eu entendo, mas sei que independente do que eu diga, não fará efeito algum para ele, meus pensamentos se distanciam de Noah e se concentra no que aconteceu na noite passada, eu estava pensativa com o que me aconteceu, embora eu tenha lhe matado suas palavras me deixam aérea, sei que sou uma mãe leoa, mas não posso proteger meus filhos sozinha, precisava de ajuda e sabia da onde ter.
- É isso que você almoça?
Ouço a voz de Trevor surgir e me tirar dos pensamentos, ele puxa uma cadeira e senta ao meu lado.
- Estou sem fome. -começo a comer um salgadinho. - Pretende ficar muito tempo aqui em Los Angeles?
- Já está me expulsando desse país tão maravilhoso? - perguntou e eu balanço a cabeça em positivo. - Em breve, apenas estou esperando os papéis da compra do hospital ficarem prontas.
- E isso vai durar..
- No máximo uma semana, até lá terá de me aguentar, ruivinha. - ele toma o pacote de salgadinho das minhas mãos.
Nesse momento penso em contar sobre o que aconteceu para ele, porém seu dispositivo começou a tocar e logo ele atende.
- Oi querida. - ele fala com um sorriso bobo no rosto.
Era o Noah.
Trevor tirou o aparelho do ouvido e pôs no viva voz.
- QUEM É VOCÊ PARA IR A LOS ANGELES SEM ME DIZER NADA?! - grita através da ligação dominado pela raiva. - VOCÊ SABIA QUE EU QUERIA IR!
- Problemas no paraíso? - sussurrei para ele com ar de sorriso.
- Foi mau minha borboleta, eu precisei sair as pressas durante a madrugada. - ele tenta se justificar.
- ESTOU ENTRANDO EM GREVE! - ele avisa e escutando algo de vidro quebrar na ligação. - VOCÊ SABIA QUE EU QUERIA VER OS MEUS SOBRINHOS!
- Me desculpe borboleta. - pede aflito por saber que haverá greve na sua vida sexual.
Observo aquela conversa sem acreditar, controlo a vontade de sorrir.
- Eu queria ver os meus sobrinhos, ver a maldita da Valente que esqueceu de mim.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀Percebo que ele começa a chorar na ligação, antes que Trevor falasse algo para consola-lo eu tomei o seu celular das suas mãos.- Oi meu galego, quem está falando é a maldita da Valente.
- Minha ruivinha, é você?
- A própria, baby.
Trevor por sua vez sussurra um obrigado contente.
- Por que não falou mais comigo? Por que não atendeu mais as minhas ligações?
- Me desculpe Noah, mas eu sabia que se falasse com você, iria me pedir para voltar a Rússia, para um lugar que me deixa triste.
- Mas.. Aqui é o seu lugar, eu estou com saudades de você.
- Eu também estou com muita saudades de você. - seguro a vontade de chorar. - Você ainda leva flores pro túmulo dele?
- Sim, todo mês.
- Perfeito. - enxugo meu rosto. - Obrigada.
- Valente..
- Eu preciso falar com o Trevor agora, está bem?
- Tudo bem.
Passo o telefone para Trevor e ele pergunta receoso:
- Estamos bem, borboleta? ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
- Escapou por um fio.Depois que a chamada é encerrada eu o encaro pensativa, ele por sua vez perguntou:
- O que deseja falar?
- Ontem, Suzana e Nikolai fizeram cinco anos.
- E você só me diz agora? Que péssimo tio eu sou, eu tenho que comprar os presentes.
- Isso não vem ao caso agora, eu quis leva-los a uma lanchonete para não ter que responder as perguntas relacionadas ao pai deles, eu não desejava mais tocar nesse assunto, então os levei para comer fora na noite passada, no começo tudo ocorreu bem.. Mas..
- Quem que você matou? - Trevor perguntou interrompendo que eu continuasse.
- Deixe-me continuar.. Quando estávamos no estacionamento prontos para entrarmos no carro e voltar para casa, eu fui surpreendida com um homem armado, ele queria levar o veículo e meus filhos já estavam dentro do carro sentados em suas cadeiras.
- Isso está parecendo cena de filme.. - comentou.
- Continuando.. Para que nada acontecesse com meus filhos eu bolei um plano na tentativa de tomar a arma que ele estava usando, foi o que eu fiz..
- Você ficou maluca? - perguntou com um olhar sério. - Você estava com seus filhos, e se ele tivesse atingido você?
- Deixe-me terminar.. Quando o conformei ele disse que não era intenção dele, que havia recebido ordens para me assaltar.
A expressão de Trevor mudou, ele me escutou com mais atenção.
- Então se houve ordens, essa pessoa queria você a pé com seus filhos. - ele disse.
- Foi o que eu pensei.
- Depois nos falamos, preciso saber disso mais fundo. - Trevor se levantou da mesa e saiu do refeitório.
Arthur DrummondSHANGHAI-CHINANOVE E MEIA DA MANHÃ..Ouço sons de carro pelas ruas que invadem meu ouvido me causando irritação, enquanto ando pelas ruas escuto choros de criança enquanto as mães puxam pela multidão, homens passam com pedaços enormes de carne nas costas em direção às bancas para vender no meio da rua, esbarro em algumas pessoas quando tento seguir o GPS. Eu vestia uma túnica preta com uma calça por baixo, os sapatos que usava eram baixos e confortáveis, nada do que estava vestindo no momento se compara com o que uso no meu dia a dia.— Eu quero um pastel de frango. - falo pausadamente para a vendedora na minha
Arthur DrummondEscuto o sino da escola tocar informando que as aulas do dia haviam se encerrado, encaro o relógio do meu pulso verificando o horário. Olho de um lado para o outro com um óculo de sol, estava vestido completamente de preto para que não seja reconhecido por nenhum membro inimigo. Alguns carros de pais e responsáveis esperam para os portões se abram e liberem as formigas. Os gritos de felicidade são ouvidos no lado de fora, observo a cara de velório dos pais, o ninho de formigas é solto, observo atentamente para encontrar os meus filhos, ao vê-los, eles se encostam no portão esperando a van que os levarão de volta para casa.Quando a maioria das crianças e pais vão embora, eu me aproximo dos três em passo cautelosos, assim que Suzana e Estella me encaram, abrem um pequeno sorriso, porém Nikolai, me encara com uma certa desconfiança, ao tirar os óculos Est
Ariel DrummondNo estacionamento do hospital, olho o relógio pela milésima vez, impaciente eu envio outra mensagem para Trevor perguntando onde estava, nada, o filho da mãe sequer teve a coragem de me avisar que se atrasaria. São 16h da tarde, meu expediente encerrou mais cedo por onde do meu cunhado/chefe, ele me fez sair antes do horário normal para irmos ao aeroporto esperar o Noah.Não entendi muito quando ele me deixou sozinha no refeitório e saiu, e agora, me pede para sair mais cedo do trabalho avisando que iríamos esperar a chegar de Noah da Rússia. Bato os pés no chão com as mãos cruzadas, olho novamente para a minha vaga controlando a minha raiva por meu carro não estar na onde deveria, Trevor teve a ousadia de enviar meu carro de volta para casa. Ouço uma buzina próximo de mim, encaro e veículo e vejo o infeliz balançar as mãos e me chamar com um sorriso cínico no rosto.— Está esperando por mim ruivinha?
Ariel Drummond— Não vejo a hora de irmos para alguma boate juntos! - Noah diz com entusiasmo. — Vou te arrumar homens deliciosos.— Deus que nos proteja.. - Trevor murmura.— Eu não sei se isso é uma boa ideia.— Não esquenta ruivinha, temos muito tempo quanto a isso.— Eu não sei.. Você sabe que odeio boates.— Na primeira e última vez foi.. - Trevor interrompe Noah.— Foi terrível, faltou pouco para o Arthur acabar com a minha raça.— Eu lembro que você apareceu todo molhado na boate. - Noah sorri por lembrar. — A valente desmaiada nos braços do marido após me ver.Pouso a cabeça sobre a janela do carro tentando desligar a minha mente, tento não ouvir a conversa, mas é inevitável, são lembranças que ele fez parte, antes que uma lágrimas descesse dos meus olhos eu as enxuguei.— Lembro-me
Ariel DrummondOs flocos de neve começa a cair enquanto eu olhava para o seu rosto, eu deslizo a minha mão em sua face e encaro o belo sorriso de felicidade em seus lábios por ter me salvado, por me resgatar, por me trazer de volta para sua vida. Meu coração bate como tambor, sinto uma sensação boa relacionada a ele, é isso, não tenho dúvida desse sentimento, eu o amo.— Arthur.. - menciono a sua voz e encaro aqueles olhos que me seduz, que me hipnotiza.— Princesa.. - ele fala aquele doce apelido que pôs em mim.Sinto minhas bochechas esquentarem envergonhada. Minutos atrás eu me encontrava aflita, pensando que acabaria morta e que não o veria mais, que não veria mais os meus filhos, que Arthur não me salvaria mas ele conseguiu, ele me salvou e tirou das garras daquele maluco, naquele momento eu percebi que o amava. Mas minutos depois o seu sorriso foi se desfazendo, seu corpo é atingido por uma bala e me
Ariel Drummond— Você está bem? - Anthony pergunta.— Estou.Pego a prancheta da sua mão e começo a andar pelo corredor do hospital, já era 8h da manhã, não havia muito a se fazer, não havia muitos pacientes para atender.— Queria saber... - ele pigarreia. — Gostaria de sair à noite comigo?— Não posso Anthony, tenho visitas em casa.— Ahh! Então... Quem sabe outro dia?— Sim, quem sabe..Na recepção do hospital, sentia olhares direcionados a mim, algumas de pacientes e outros de seguranças do hospital, me sentia intimidada. O dia no hospital passou tranquilo, Anthony e eu atendemos alguns pacientes, almoçamos juntos no refeitório com Victoria que já tinha fofocas do dia.Assim que bateu 17h da tarde eu me despedi deles e fui para o estacionamento, sentia vontade de permanecer no trabalho, mas obviamente Noah viria até
Ariel DrummondO carro é estacionado em frente a boate que Noah desejava tanto vir, olhamos através da janela o enorme letreiro e uma fila, na entrada havia um grupo de seguranças avaliando identidades.— Estou bonita? - pergunto ao Noah.— Está muito gostosa, tomara que pegue algum cara bonitinho.— Bonitinho?— Sim, sinto muito, o mais bonito será eu nessa boate. - diz todo convencido.Saímos do carro após estacioná-lo em uma vaga, nos aproximamos da fila. Minutos depois mostramos nossa identidade ao segurança, antes de avançar o segurança me barrou com um sorriso malicioso nos lábios.— Boa noite gatinha.— Não vem não meu filho ...- Noah me empurra para dentro da boate. — Essa ruivinha vai dar pra um gostosão!Sorrimos abertamente pela atitude sua inesperada, após passarmos pela grande porta que era banhada de ouro maciço, encaramos o esplendor dentro daquele l
Ariel Drummond01:20H DA MANHÃ..— Como a galinha gritaria pelas ruas para vender drogas? - Noah pergunta enquanto estávamos no banco do dar sentados.— Eu não sei, como? - pergunto segurando a risada.— Pó pó pó..Caímos na gargalhada por aquela piada sem graça, batemos na bancada do bar chamando atenção dos funcionários da boate, nos encaramos recuperando o fôlego e voltamos a rir. O barman nos olha com desdém por ainda estarmos na boate, a festa já a havia acabado e muito já tinham ido embora, só resta a o Noah e eu no bar. Noah estava com uma pequena garrafa de água na mão e na minha um copo de vodka, como o Noah iria dirigir não bebeu mais, paramos de fazer piadas velhas e sem graças e observo ele me encarar com um belo sorriso.— Faz tempo que não via um sorriso espontâneo seu.— Eu não me sinto tão bem assim há mu