Capítulo 7

Ariel Drummond 

No estacionamento do hospital, olho o relógio pela milésima vez, impaciente eu envio outra mensagem para Trevor perguntando onde estava, nada, o filho da mãe sequer teve a coragem de me avisar que se atrasaria. São 16h da tarde, meu expediente encerrou mais cedo por onde do meu cunhado/chefe, ele me fez sair antes do horário normal para irmos ao aeroporto esperar o Noah.

Não entendi muito quando ele me deixou sozinha no refeitório e saiu, e agora, me pede para sair mais cedo do trabalho avisando que iríamos esperar a chegar de Noah da Rússia. Bato os pés no chão com as mãos cruzadas, olho novamente para a minha vaga controlando a minha raiva por meu carro não estar na onde deveria, Trevor teve a ousadia de enviar meu carro de volta para casa. Ouço uma buzina próximo de mim, encaro e veículo e vejo o infeliz balançar as mãos e me chamar com um sorriso cínico no rosto.

— Está esperando por mim ruivinha?

Me aproximo do seu carro com uma expressão nada agradável.

— Como conseguiu as chaves do meu carro?

— E você acha que eu precise da chave? Ruivinha.. Eu sou subchefe, aprendi furtar um carro quando tinha doze anos.

Entro no carro e ele acelera, entramos no trânsito de Los Angeles agitado afim de chegarmos ao aeroporto esperar a chegada do nosso baby estilista, estava feliz e apreensiva, já faz anos que não nos vemos.

— Poderão ficar na minha casa, se quiserem..

— Essa é a intenção.. - ouço ele sussurrar.

— O que disse?

— Estamos chegando no aeroporto.

Ele estaciona o veículo e descemos do carro, caminhamos para um bar e sentados em algumas cadeiras.

— Que horas ele chega?

— Em breve.

Trevor pede uma bebida e me oferece, mas optei por não beber, ao invés de algo alcoólico peço uma garrafa de água gelada, como eu sabia que ficaremos aqui por um bom tempo, decido puxar assunto.

— Então.. Para onde foi mais cedo depois que falei com você sobre aquele assunto?

— Como assim para onde? Eu fui investigar sobre o cara que você.. - ele sussurra quase inaudível: — matou.

— Foi apenas um ladrão, eu o apaguei, está resolvido.

— Não funciona dessa maneira baby, você ainda é a rainha dos Bratva, o que acontece com você ou com seus filhos devem ser investigado, ainda mais quando o homem qual você matou, diz que recebeu ordens.

— E você descobriu alguma coisa?

— Não, ainda. Meus homens estão com o corpo do desconhecido arrancando as digitais.

— Acha que pode ser pessoas tentando me atingir por ser viúva de um ex líder?

— É uma possibilidade, mas não tenho certeza, peço para que não se preocupe com isso.

— Mas é claro que eu vou me preocupar Trevor, eu tenho três filhos, se algo acontecer comigo, o que será deles?

— Não se preocupe ruivinha, vai ficar tudo bem.

Minutos depois começamos a falar de outras coisas, tais como o que aconteceu durante os cinco anos, o Noah e Trevor namoram há muito tempo, e ainda não houve o pedido de casamento.

— Eu percebo que ele quer casar, ele faz questão de me jogar indiretas.

— Então porque não o pede em casamento? Você não quer casar?

— Sim, é claro que eu quero, mas eu quero esperar.

— E o que está esperando?

— O padrinho..

Nesse momento Trevor toma toda a bebida do seu copo, provavelmente procurando forças para tocar naquele assunto, talvez ele desejasse que o Arthur fosse o seu padrinho de casamento. Saímos do bar do fomos para o local de desembarque, não entendo porque o Noah veio em um avião e não no jato, já que Trevor tem o seu próprio voo particular.

— Você tem certeza que vai levantar essa placa?

Encaro a placa que Trevor está segurando, havia o sobrenome que ele mesmo apelidou no Noah.

— Claro, minha brabuleta está aborrecido comigo, ele está chegando, ou melhor, a morte está chegando.

Encaro a expressão de Trevor, é evidente que ama o Noah, eles são um casal tão lindo juntos. Trevor trata meu melhor amigo como alguém especial, eles tem um ao outro e mesmo não querendo eu invejo, e eu? Bem.. Eu tenho meus filhos. Alguns minutos de passam e logo os passageiros começam a passar pela grande porta da saída, Trevor levanta a placa com um sorriso enorme no rosto esperando Noah surgir.

Algumas pessoas olham para nós e para a placa, mas ignoramos, logo Noah surge com uma bolsa nas mãos, antes de avançar em nossa direção ele parou, ignorando a placa de Trevor ele sorriu para mim e correu na minha direção. Abro os braços e o recebo com um abraço forte.

— Minha ruivinha.. Que saudade.

— Eu também senti a sua falta.

— Gente olha pra cá.. - Trevor pede enquanto ainda estávamos nos abraçando.

Minutos depois desfizemos o abraço e nos olhamos, estava feliz de vê-lo novamente.

— Como você está? - pergunto contente.

Agora estou ótimo, o vôo foi uma loucura! Mas valeu a pena, afinal não nos vemos faz cinco anos.

— Eu sei, nem acredito que já se passou tanto tempo.

— Mas agora eu estou aqui, e enquanto estiver farei de tudo para vê-la feliz... E maluca!

Nesse momento Trevor se aproxima de nós tomando a nossa atenção.

— Eu adorei a recepção de vocês, sério, foi muito lindo. Mas e a minha recepção? Eu tô na espera.

— Vai pegar minhas malas.. - foi a única coisa que o Noah disse.

Trevor surpreso com a frieza de Noah, ele foi fazer o que lhe foi ordenado.

— Não está sendo muito duro com ele?

— Eu darei a ele o que fará esquecer desse momento. - sorriu malicioso.

— Me poupe dos detalhes.. - começamos a andar para fora do aeroporto.

— Ahh! Não vai me dizer que.. - ele para de andar. -Eu não acredito!

— Pois acredite. - falo sem nenhuma emoção.

— Você está há cinco anos sem transar? Mas isso é muito

tempo.

— Já passei 22 anos, mais cinco anos para mim não é nada.

— Mas isso é diferente, você era virgem e não tinha orgasmos, agora você já provou do suco e até se afogou nele, não sente saudades?

— Eu sinto saudades de transar como meu marido, o que posso fazer? Aquele maldito fazia muito bem, eu não sinto vontade alguma de transar com outra pessoa.

— Não duvido que ele tenha sido um Deus do sexo na cama, mas você precisar esquecer, como pode ama-lo depois de morto?

— As vezes me faço a mesma pergunta.

Paramos em frente ao carro de Trevor enquanto ele vinha atrás com várias malas, ao se aproximar ele faz suas reclamações.

— O que trouxe da Rússia? Um corpo?

— Deixa de drama, são apenas algumas roupas e uns presentinhos para meus sobrinhos.

— Trouxe a loja inteira?

— Está passando dos limites, estou pensando seriamente sobre a greve.

— Foi no meu cartão? - Trevor pergunta com a voz mansa.

— Mas é claro meu grandão.

— Boa escolha, saberei cobrar direitinho mais tarde.

Com aquelas palavras Noah sorriu ansioso e entrou no carro, Trevor abriu o porta-malas colocando as bagagens e seguimos para meu apartamento.

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