Ariel Drummond
No estacionamento do hospital, olho o relógio pela milésima vez, impaciente eu envio outra mensagem para Trevor perguntando onde estava, nada, o filho da mãe sequer teve a coragem de me avisar que se atrasaria. São 16h da tarde, meu expediente encerrou mais cedo por onde do meu cunhado/chefe, ele me fez sair antes do horário normal para irmos ao aeroporto esperar o Noah.Não entendi muito quando ele me deixou sozinha no refeitório e saiu, e agora, me pede para sair mais cedo do trabalho avisando que iríamos esperar a chegar de Noah da Rússia. Bato os pés no chão com as mãos cruzadas, olho novamente para a minha vaga controlando a minha raiva por meu carro não estar na onde deveria, Trevor teve a ousadia de enviar meu carro de volta para casa. Ouço uma buzina próximo de mim, encaro e veículo e vejo o infeliz balançar as mãos e me chamar com um sorriso cínico no rosto.
— Está esperando por mim ruivinha?
Me aproximo do seu carro com uma expressão nada agradável.
— Como conseguiu as chaves do meu carro?
— E você acha que eu precise da chave? Ruivinha.. Eu sou subchefe, aprendi furtar um carro quando tinha doze anos.
Entro no carro e ele acelera, entramos no trânsito de Los Angeles agitado afim de chegarmos ao aeroporto esperar a chegada do nosso baby estilista, estava feliz e apreensiva, já faz anos que não nos vemos.
— Poderão ficar na minha casa, se quiserem..
— Essa é a intenção.. - ouço ele sussurrar.— O que disse?— Estamos chegando no aeroporto.Ele estaciona o veículo e descemos do carro, caminhamos para um bar e sentados em algumas cadeiras.
— Que horas ele chega?
— Em breve.Trevor pede uma bebida e me oferece, mas optei por não beber, ao invés de algo alcoólico peço uma garrafa de água gelada, como eu sabia que ficaremos aqui por um bom tempo, decido puxar assunto.
— Então.. Para onde foi mais cedo depois que falei com você sobre aquele assunto?
— Como assim para onde? Eu fui investigar sobre o cara que você.. - ele sussurra quase inaudível: — matou.
— Foi apenas um ladrão, eu o apaguei, está resolvido.
— Não funciona dessa maneira baby, você ainda é a rainha dos Bratva, o que acontece com você ou com seus filhos devem ser investigado, ainda mais quando o homem qual você matou, diz que recebeu ordens.
— E você descobriu alguma coisa?
— Não, ainda. Meus homens estão com o corpo do desconhecido arrancando as digitais.
— Acha que pode ser pessoas tentando me atingir por ser viúva de um ex líder?
— É uma possibilidade, mas não tenho certeza, peço para que não se preocupe com isso.
— Mas é claro que eu vou me preocupar Trevor, eu tenho três filhos, se algo acontecer comigo, o que será deles?
— Não se preocupe ruivinha, vai ficar tudo bem.
Minutos depois começamos a falar de outras coisas, tais como o que aconteceu durante os cinco anos, o Noah e Trevor namoram há muito tempo, e ainda não houve o pedido de casamento.
— Eu percebo que ele quer casar, ele faz questão de me jogar indiretas.
— Então porque não o pede em casamento? Você não quer casar?
— Sim, é claro que eu quero, mas eu quero esperar.
— E o que está esperando?
— O padrinho..
Nesse momento Trevor toma toda a bebida do seu copo, provavelmente procurando forças para tocar naquele assunto, talvez ele desejasse que o Arthur fosse o seu padrinho de casamento. Saímos do bar do fomos para o local de desembarque, não entendo porque o Noah veio em um avião e não no jato, já que Trevor tem o seu próprio voo particular.
— Você tem certeza que vai levantar essa placa?
Encaro a placa que Trevor está segurando, havia o sobrenome que ele mesmo apelidou no Noah.
— Claro, minha brabuleta está aborrecido comigo, ele está chegando, ou melhor, a morte está chegando.
Encaro a expressão de Trevor, é evidente que ama o Noah, eles são um casal tão lindo juntos. Trevor trata meu melhor amigo como alguém especial, eles tem um ao outro e mesmo não querendo eu invejo, e eu? Bem.. Eu tenho meus filhos. Alguns minutos de passam e logo os passageiros começam a passar pela grande porta da saída, Trevor levanta a placa com um sorriso enorme no rosto esperando Noah surgir.
Algumas pessoas olham para nós e para a placa, mas ignoramos, logo Noah surge com uma bolsa nas mãos, antes de avançar em nossa direção ele parou, ignorando a placa de Trevor ele sorriu para mim e correu na minha direção. Abro os braços e o recebo com um abraço forte.
— Minha ruivinha.. Que saudade.
— Eu também senti a sua falta.
— Gente olha pra cá.. - Trevor pede enquanto ainda estávamos nos abraçando.
Minutos depois desfizemos o abraço e nos olhamos, estava feliz de vê-lo novamente.
— Como você está? - pergunto contente.
Agora estou ótimo, o vôo foi uma loucura! Mas valeu a pena, afinal não nos vemos faz cinco anos.
— Eu sei, nem acredito que já se passou tanto tempo.
— Mas agora eu estou aqui, e enquanto estiver farei de tudo para vê-la feliz... E maluca!
Nesse momento Trevor se aproxima de nós tomando a nossa atenção.
— Eu adorei a recepção de vocês, sério, foi muito lindo. Mas e a minha recepção? Eu tô na espera.
— Vai pegar minhas malas.. - foi a única coisa que o Noah disse.
Trevor surpreso com a frieza de Noah, ele foi fazer o que lhe foi ordenado.
— Não está sendo muito duro com ele?
— Eu darei a ele o que fará esquecer desse momento. - sorriu malicioso.
— Me poupe dos detalhes.. - começamos a andar para fora do aeroporto.
— Ahh! Não vai me dizer que.. - ele para de andar. -Eu não acredito!
— Pois acredite. - falo sem nenhuma emoção.
— Você está há cinco anos sem transar? Mas isso é muito
tempo.
— Já passei 22 anos, mais cinco anos para mim não é nada.
— Mas isso é diferente, você era virgem e não tinha orgasmos, agora você já provou do suco e até se afogou nele, não sente saudades?
— Eu sinto saudades de transar como meu marido, o que posso fazer? Aquele maldito fazia muito bem, eu não sinto vontade alguma de transar com outra pessoa.
— Não duvido que ele tenha sido um Deus do sexo na cama, mas você precisar esquecer, como pode ama-lo depois de morto?
— As vezes me faço a mesma pergunta.
Paramos em frente ao carro de Trevor enquanto ele vinha atrás com várias malas, ao se aproximar ele faz suas reclamações.
— O que trouxe da Rússia? Um corpo?
— Deixa de drama, são apenas algumas roupas e uns presentinhos para meus sobrinhos.
— Trouxe a loja inteira?
— Está passando dos limites, estou pensando seriamente sobre a greve.
— Foi no meu cartão? - Trevor pergunta com a voz mansa.
— Mas é claro meu grandão.
— Boa escolha, saberei cobrar direitinho mais tarde.
Com aquelas palavras Noah sorriu ansioso e entrou no carro, Trevor abriu o porta-malas colocando as bagagens e seguimos para meu apartamento.
Ariel Drummond— Não vejo a hora de irmos para alguma boate juntos! - Noah diz com entusiasmo. — Vou te arrumar homens deliciosos.— Deus que nos proteja.. - Trevor murmura.— Eu não sei se isso é uma boa ideia.— Não esquenta ruivinha, temos muito tempo quanto a isso.— Eu não sei.. Você sabe que odeio boates.— Na primeira e última vez foi.. - Trevor interrompe Noah.— Foi terrível, faltou pouco para o Arthur acabar com a minha raça.— Eu lembro que você apareceu todo molhado na boate. - Noah sorri por lembrar. — A valente desmaiada nos braços do marido após me ver.Pouso a cabeça sobre a janela do carro tentando desligar a minha mente, tento não ouvir a conversa, mas é inevitável, são lembranças que ele fez parte, antes que uma lágrimas descesse dos meus olhos eu as enxuguei.— Lembro-me
Ariel DrummondOs flocos de neve começa a cair enquanto eu olhava para o seu rosto, eu deslizo a minha mão em sua face e encaro o belo sorriso de felicidade em seus lábios por ter me salvado, por me resgatar, por me trazer de volta para sua vida. Meu coração bate como tambor, sinto uma sensação boa relacionada a ele, é isso, não tenho dúvida desse sentimento, eu o amo.— Arthur.. - menciono a sua voz e encaro aqueles olhos que me seduz, que me hipnotiza.— Princesa.. - ele fala aquele doce apelido que pôs em mim.Sinto minhas bochechas esquentarem envergonhada. Minutos atrás eu me encontrava aflita, pensando que acabaria morta e que não o veria mais, que não veria mais os meus filhos, que Arthur não me salvaria mas ele conseguiu, ele me salvou e tirou das garras daquele maluco, naquele momento eu percebi que o amava. Mas minutos depois o seu sorriso foi se desfazendo, seu corpo é atingido por uma bala e me
Ariel Drummond— Você está bem? - Anthony pergunta.— Estou.Pego a prancheta da sua mão e começo a andar pelo corredor do hospital, já era 8h da manhã, não havia muito a se fazer, não havia muitos pacientes para atender.— Queria saber... - ele pigarreia. — Gostaria de sair à noite comigo?— Não posso Anthony, tenho visitas em casa.— Ahh! Então... Quem sabe outro dia?— Sim, quem sabe..Na recepção do hospital, sentia olhares direcionados a mim, algumas de pacientes e outros de seguranças do hospital, me sentia intimidada. O dia no hospital passou tranquilo, Anthony e eu atendemos alguns pacientes, almoçamos juntos no refeitório com Victoria que já tinha fofocas do dia.Assim que bateu 17h da tarde eu me despedi deles e fui para o estacionamento, sentia vontade de permanecer no trabalho, mas obviamente Noah viria até
Ariel DrummondO carro é estacionado em frente a boate que Noah desejava tanto vir, olhamos através da janela o enorme letreiro e uma fila, na entrada havia um grupo de seguranças avaliando identidades.— Estou bonita? - pergunto ao Noah.— Está muito gostosa, tomara que pegue algum cara bonitinho.— Bonitinho?— Sim, sinto muito, o mais bonito será eu nessa boate. - diz todo convencido.Saímos do carro após estacioná-lo em uma vaga, nos aproximamos da fila. Minutos depois mostramos nossa identidade ao segurança, antes de avançar o segurança me barrou com um sorriso malicioso nos lábios.— Boa noite gatinha.— Não vem não meu filho ...- Noah me empurra para dentro da boate. — Essa ruivinha vai dar pra um gostosão!Sorrimos abertamente pela atitude sua inesperada, após passarmos pela grande porta que era banhada de ouro maciço, encaramos o esplendor dentro daquele l
Ariel Drummond01:20H DA MANHÃ..— Como a galinha gritaria pelas ruas para vender drogas? - Noah pergunta enquanto estávamos no banco do dar sentados.— Eu não sei, como? - pergunto segurando a risada.— Pó pó pó..Caímos na gargalhada por aquela piada sem graça, batemos na bancada do bar chamando atenção dos funcionários da boate, nos encaramos recuperando o fôlego e voltamos a rir. O barman nos olha com desdém por ainda estarmos na boate, a festa já a havia acabado e muito já tinham ido embora, só resta a o Noah e eu no bar. Noah estava com uma pequena garrafa de água na mão e na minha um copo de vodka, como o Noah iria dirigir não bebeu mais, paramos de fazer piadas velhas e sem graças e observo ele me encarar com um belo sorriso.— Faz tempo que não via um sorriso espontâneo seu.— Eu não me sinto tão bem assim há mu
Arthur DrummondParado em frente ao monitor vejo a notícia que está em todos os noticiários e sites de fofocas, a máfia inimiga haviam criado uma nota falsa envolvendo a minha organização, em fotos e notícias da telefone deixaram o símbolo da Bratva, era isso, estão chegando. Estou farto dessa guerra, não quero aliança muito menos trégua,mas sim destruí-los, esmaga-los como insetos que são e os enviar diretamente para o inferno. Minha mulher e filhos estão sendo alvo fácil para eles e isso me preocupa, porém, com o acordo que fiz com King Chance, agora poderei tê-los de volta na minha vida, irei recuperar o tempo que foi perdido.Saio do monitor e invadi as câmeras de segurança, observo ela trancar a porta do quarto e seguir para o banheiro, ela tira a roupa e eu admiro aquele co
Ariel Drummond— O que deseja falar para mim?— Muitas coisas aconteceram nesses últimos anos, Ariel. Máfias inimigas estão querendo acabar com a nossa irmandade.— Mas por que estão planejando isso? Por que não me disse nada?!— Pelo poder ruivinha, não te contei para não deixar preocupada.Já no apartamento, Trevor e eu abrimos a porta e tento guiar o Noah que ainda estava em choque para o andar de cima, porém, Trevor chamou a minha atenção para que o deixasse sobre o sofá.— Temos que coloca-lo na cama.— Não podemos ficar nesse apartamento, temos duas horas para abandonar o local.— Do que você está falando?— Temos que voltar para Rússia, o único lugar seguro para você e seus filhos é próximo a organização.Escuto suas palavras voltando a me lembrar de anos atrás, reprimindo aqueles pensamentos, balanço q cabeça em negação.— Eu não posso voltar pa
Ariel DrummondApós o avião pousar no território da Rússia retiramos o cinto de segurança e nos levantamos, passo pela morta de metal e encaro os pequenos flocos de neve começarem a cair, arrasto meus olhos para a grande colina muito distante coberta com uma manta branca, respirei fundo e logo desci as escadas. Ajudei Suzana e Nikolai descer as escadas do avião e finalmente pisamos sobre a pista, ainda esperava Noah, Trevor e Estella saírem do jato.— Eu sou um avião!— Somos um Avião!— E eu sou o quê? - Trevor pergunta.— O descarregado de bagagens.— É um avião titio. - Estella fala.Vejo Noah com a minha pequena em seu colo, eles descem as escadas e Trevor vem logo atrás, desvio meus olhos e encaro meus pequenos que seguram fortemente minhas mãos, estão assustados, eles não sabem que nasceram na Rússia, afinal cresceram em Los Angeles e demorarão para se acostumar nesse país tão.. Gelado. Matilde ao meu lado, ela