PV René Carvalier4 meses depois…Olhei para Francine à minha frente, estávamos apenas nós dois no meu escritório, hoje era o dia em que deixaria tudo para trás finalmente, Mary estava me esperando em casa com as malas prontas para partimos para a Grécia, onde Ulisses, Aquiles e Ágata nos esperavam com tudo pronto para termos a pequena Daphne, esse era o nome da nossa pequena. Daphne, obviamente fui eu que escolhi, porque eu sabia que ela seria ruiva como a mãe e que provavelmente teria os olhos dela também, eu sentia que terei duas cabelos de fogo para fazerem meus dias intensos e felizes, Mary estava entusiasmada com o divórcio, e saber que William partiu para longe, fez algo se libertar de dentro da minha Sereia, e ela voltou a ser como Raymond gostava de dizer, um cavalo selvagem. Desviei meu olhar do porta-retrato de Mary que tinha em cima da mesa, e toquei meu colarinho, perto de onde a escuta dos federais estava presa, nunca imaginei que chegaria a essa situação, mas quando a i
PV Marylin Darlinghton5 anos depois...Sentei-me ao lado do René no jardim enquanto observávamos Daphne junto com o avô cavalgando, conseguia ver o rosto orgulhoso do meu pai ao ver o talento que Daphne tinha com os cavalos assim como eu. — Ela é a sua cópia — disse René, abraçando-me. — Eu sei — disse, sorrindo sem conter o orgulho em minha voz. Acariciei minha barriga onde tinha mais um bebê a caminho, um menino dessa vez. — Esse também vai ser minha cópia — falei, fazendo René rir. — E você acha que eu não sei disso? Estou preocupado em ter que lidar com três pares de joelhos ralados em vez de só dois — disse, beijando meu pescoço e tocando minha barriga onde nosso pequeno Saymon chutava com força. — Muito preocupado — falou René. Ri. Estávamos casados havia 5 anos, casamo-nos alguns meses após o nascimento de Daphne enquanto ainda estávamos em Atenas. Eu não demorei a compreender que meu destino sempre esteve à minha frente e que René era o homem que me daria o verdadeiro am
PV Marylin DarlinghtonSempre ouvi falar daquele sentimento bonito de quando uma mulher apaixonada entra no altar e olha em direção ao noivo, ali esperando, sorrindo para ela, diziam os apaixonados que aquele momento ficava em câmera lenta, como se tudo parasse e só existisse os dois naquele local, todas essas sensações segundo os apaixonados vinham através do amor, da paixão e de todo os sentimentos desconhecidos que rodeavam o casal.Eu nunca sonhei em sentir esse sentimento, porque eu sempre soube que aquele momento lindo e que todos queriam um dia viver, significava a prisão de dois corpos, que ficariam ligados um ao outro, sem que eles pudessem viver a liberdade que eles tinham, que todos nós tínhamos, mesmo que ela fosse pouca, essa prisão que eles tanto almejavam só terminaria quando um deles percebessem que não valia a pena perder a liberdade para estar ali presos numa corrente de ouro, que jamais se quebraria se não fosse o desejo de lutar pelo animal dentro de nós que deseja
PV Marylin DarlinghtonOs dois homens me olhavam curiosos, pensei que talvez eles me expulsariam do barco, mas não foi o que aconteceu, eles me deram roupas que ficaram extremamente grandes, mas que eram confortáveis, eles não pediram explicações. Apenas me olhavam e esperavam por algo que eu dissesse além de obrigada. — As roupas ficaram grandes, mas eram as únicas que tínhamos aqui que caberia em você, era da minha filha antes dela decidir se casar – disse o senhor mais velho, observando como a roupa estava sobrando em meu corpo de modelo. — Ela era um pouco mais robusta que você — comentou sorrindo, ele mostrava um olhar de saudade no rosto. — Ela está muito longe? — Sem dúvida meu pai sentiria o mesmo que ele, e isso me entristecia, se ao menos o tivesse escutado, agido diferente, eu estaria com ele, sem precisar ter medo da minha sombra. — Ela acabou de se casar, está morando em Atenas, pelo menos por enquanto – disse com pesar. — Eu não queria que ela se casasse sabe, ela é t
PV Marylin DarlinghtonUma semana depois...Viajar pelos mares era a melhor sensação que se poderia viver, o vento e a água batiam contra você, juntos como uma faca cortante, mas em vez de ser dolorosa, era como uma massagem que te fortalecia. Meu mundo tinha se resumido àquele barco, comecei a ajudar Ulisses e Aquiles em tudo, nunca tinha sentido meus braços tão pesados, e minhas costas doloridas como estavam agora. Tudo doía, mas eu me sentia plena, sem problemas, mesmo que estivesse fedendo a peixe. — O que iremos comer hoje, Mary? — perguntou Aquiles, encostando-se ao meu lado, colocando o braço em cima do meu ombro. Não tinha como ser mais abusado do que ele. — Hoje teremos peixe frito com arroz — falei, vendo-o fazer careta antes de reclamar, que era o que ele mais fazia o dia todo e infelizmente não podia culpá-lo. Peixe era a única coisa que eles comiam, e só tinha três formas. Cru, cozido ou frito, os três com o mesmo tempero e com os mesmos acompanhamentos. Eu não reclama
PV Marylin DarlinghtonAssim que desci do barco uma rajada de vento veio em minha direção como se me desse boas-vindas, era refrescante e novo de uma forma que eu não entendia, sentia que estava de volta com a minha liberdade e com um pouco do meu eu.Andei pelas ruas acompanhando Ulisses e Aquiles, observando aqueles rostos novos e desconhecidos, sorridentes e alegres, aqui era o oposto de tudo que vivi nos últimos meses, o sol acima de mim queimava e revigorava cada célula do meu corpo, cada machucado do meu coração, e cada pensamento ruim da minha mente. Era um novo mundo, novas pessoas, um novo começo surgia aqui. — Mary. — Virei-me para Ulisses que sorria me observando. — Você combina com esse país, e essa cor fica bonita em suas bochechas, parece uma menina com um brinquedo novo.Sorri em sua direção, um sorriso que há muito tempo eu não dava e o respondi: — Eu acabei de ganhar algo maior que qualquer brinquedo — respondi e andei alguns passos à sua frente antes de Aquile
PV Marylin DarlinghtonAssim que saí do templo encontrei Ulisses encostado na moto, desci as escadas e parei em sua frente. — Agora irei te mostrar o restante da cidade.***Ulisses me mostrou toda a cidade de Atenas em quase três horas de passeio, paramos para comer, e fazer as compras para o almoço que sua esposa prepararia para nós.Agora estávamos na última parada para irmos de volta a Pireu. Ulisses estacionou em frente a uma grande loja com belas vestimentas na vitrine. — Essa é a melhor loja de Atenas. Aqui há compra e venda de tecidos, assim como tem a melhor costureira da cidade.Desci da moto carregando a sacola que continha a última parte da minha vida na Riviera Francesa.Passei pela porta que Ulisses abriu para mim e no mesmo momento paralisei no lugar. — Divertido, não é? — Incrível seria a palavra certa.Aquela loja era diferente de tudo que eu já tinha visto, tecidos circundavam as paredes, e o teto era de várias cores diferentes, não tinha começo nem fim, parecia
PV Marylin Darlinghton Ulisses dirigiu para casa de forma rápida e ansiosa enquanto passávamos pelas ruas, pelos moradores e turistas que curtiam o sol, a ansiedade de Ulisses tinha passado para mim enquanto dirigia, então quando paramos comecei a me preocupar, enquanto ele ficava calmo. — Ela vai adorar você — disse ele enquanto segurava as sacolas deles e as minhas e me guiava em direção à entrada da casa.Uma mulher apareceu em nossa frente, carregando uma enorme travessa, ela parou notando nossa presença. Ela olhou em minha direção sorridente e em seguida olha para Ulisses com os olhos cheios de lágrimas, antes de deixar a travessa em cima da mesa de centro e correr para os braços dele. Afastei-me e observei a cena, sorrindo. Ela era uma mulher morena e de lindos olhos azuis e profundos, tinha um sorriso encantador no rosto, mesmo que já tivesse algumas marcas da idade, ela tinha um ar puro e feliz, e observando os dois ao longe dava para sentir o amor deles, a paixão ainda