— Ever, tem uns olhares bem quentes vindo na sua direção. Será que vai rolar uma briga pelo seu coração hoje? – David me lança um olhar malicioso, e não consigo segurar o riso. Meu amigo é sempre um poço de animação.
— Oh, pára com isso! Você tá impossível hoje. – Respondo entre risos, enquanto tomo um gole da minha bebida.
Nosso clima de descontração é interrompido por uma garçonete que traz uma bebida que não pedi.
— Desculpa, moça, acho que houve um engano. – A garçonete me explica, e então aponta na direção dos caras e peguei o gato e o gostosão olhando disfarçadamente. Um deles me paga uma bebida e pede meu número.
— Eita, já temos um pretendente, hein? – David não consegue conter a empolgação, batendo palmas como se estivesse assistindo a um espetáculo.
— Você e suas brincadeiras, David. – Sorrio para ele, enquanto penso no que aprontar.
Escrevo algo em um guardanapo e entrego discretamente à garçonete. Mal posso esperar pela reação dos caras.
Enquanto esperamos, David me abraça, e sinto uma onda de gratidão por ter um amigo tão leal ao meu lado, especialmente nos momentos difíceis.
— Por que está chorando? Oh, Cattleya. – David me abraça apertado, e me deixo envolver pelo calor reconfortante da sua amizade. — Vamos deixar esse chororô de lado e aproveitar a noite.
— Você tem razão, David. Vamos nos divertir! – Respondo, decidida a afastar qualquer pensamento triste da minha mente.
— O que escreveu naquele papel?
— Espere e verás. – Peguei mais uma dose de bebida e meu amigo ficou olhando para os rapazes esperando a reação deles.
Jefferson Albuquerque
Puta merda, Julio não consegue ficar quieto nem por um segundo. Interrupções constantes enquanto estou no meio de um boquete e ligações insistentes para irmos a uma boate. Mas como bom amigo, larguei o boquete e cedi. O que não fazemos por uma amizade, não é mesmo? Até deixar uma loira com boca de veludo de lado.— Merda, Julio! Você é irritante pra caralho. – Reclamo, irritado, ao atender o telefone.
— Calma, mano! Parece que perdeu uma transa. – Ele responde com um tom de deboche.
Desligo na cara dele, já de saco cheio, e estaciono o carro. Ao entrar na boate, me deparo com uma morena deslumbrante. Cabelos longos, olhos expressivos e um corpo que faz qualquer homem perder a linha. A tentação é forte, mas preciso ver o meu amigo e saber o que ele queria.
Meu amigo agita a mão e me sento em sua frente.
— Como foi a luta? – Ele perhguntou.
— O que você acha? Eu ganhei porra!
Ele olhou para a minha cara e eu disse que o outro cara sofreu ainda mais. Enquanto conversamos observo discretamente a morena, tentando controlar meus impulsos de ir até ela.
— Será que aquele cara é o ficante dela? – Julio pergunta, com sua habitual falta de jeito.
— Observa como eles interagem. São apenas amigos. – Respondo.
Meu amigo parece nervoso, como sempre. Decido dar uma ajudinha, afinal, não custa nada.
— Paga uma bebida pra ela. Se ela aceitar, você ganhou a noite. – Sugiro, esperando que ela recuse.
Julio segue minha sugestão e, para minha surpresa, a morena aceita. Por um momento, me sinto desconfortável ao imaginá-la com meu amigo, mas logo afasto esse pensamento da minha mente.
Porém, quando a garçonete entrega um bilhete da morena, me sinto curioso. O que será que ela escreveu?
De repente, Julio começa a tossir e quase se engasga. Ele me passa o bilhete, e não consigo conter a risada ao ler.
"Preciso te agradecer pela bebida, mas pede ao seu amigo que, ao invés de mandar você me pagar uma bebida, venha me pagar um oral."
A ousadia da morena me intriga, mas não posso deixar meu amigo passar por essa situação constrangedora. Talvez eu possa resolver isso de alguma forma.
Enquanto pondero sobre o que fazer, vejo a morena dançando com outro cara. Sinto uma pontada de ciúmes, mas me obrigo a ignorar esse sentimento. Não posso me permitir envolver emocionalmente com alguém novamente.
— Por que não vai lá ficar com ela? – Julio pergunta, interrompendo meus devaneios. Meu amigo é muito tímido, já aconteceu algumas vezes dele se interessar por uma garota e a mesma se interessar por mim, quando isso acontece, sempre ignoro a garota, mas a morena eu não consigo fazer isso.
— Estou aqui por você, Julio. Não posso simplesmente abandoná-lo. Além disso, lembre-se que interrompi um boquete delicioso para estar aqui. – Faço questão de ressaltar, provocando-o um pouco.
— Você nunca vai me deixar esquecer isso, né? – Ele revira os olhos e pede mais uma cerveja.
Enquanto isso, a morena continua dançando, parecendo completamente alheia ao efeito que está causando em nós dois. Observo-a hipnotizado, tentando resistir à tentação de me juntar a ela na pista de dança.
Um tempo depois, vejo o amigo da morena cochichar algo em seu ouvido antes de sair com outro cara, deixando-a sozinha. Uma oportunidade se apresenta, mas não posso simplesmente abandonar Julio.
— Talvez eu devesse ir lá falar com ela... – murmuro mais para mim mesmo do que para Julio.
— Vai lá, cara! Não precisa ficar aqui por mim. – Ele insiste.
Apesar de relutante, decido seguir seu conselho, me dirijo à morena que sorri quando a abordo.
— Oi... Eu percebi que você estava me encarando. – Diz ela com um sorriso, e sinto meu coração acelerar.
— E você não estava fazendo o mesmo? – Respondo, tentando manter a compostura diante de sua beleza estonteante.
Sem pensar muito, pego-a pela cintura e começamos a dançar juntos, nossos corpos se movendo em perfeita sintonia. Sinto uma conexão instantânea com ela, como se nos conhecêssemos há anos.
Enquanto dançamos, a tensão sexual entre nós é palpável, e não consigo evitar imaginar onde isso poderia nos levar. No entanto, antes que eu possa fazer qualquer movimento, ela me interrompe.
— Foi ótimo dançar com você, mas acho que já é hora de ir. – Ela me dá um rápido beijo no canto dos lábios antes de se afastar em direção ao bar.
Fico parado por um momento, processando o que acabou de acontecer, antes de ser chamado de volta à realidade por Julio, que está esperando por mim na mesa.
— E então, o que aconteceu? – Ele pergunta, curioso.
— Sei lá cara, a morena é doida. – Digo tentando evitar a minha decepção.
— Obrigado por ter vindo mano e lamento ter sido o empata foda. – Ele sorri, e digo para ele deixar de lado e relaxar.
Meu amigo e eu estávamos conversando quando duas mulheres se aproximam e perguntam se podem sentar ao meu lado, meu amigo e as meninas começam a conversar animadamente, mas meu foco era a morena gostosa, que estava dançando na pista, um cara se aproximou dela e os dois estavam dançando até que o cara faz um investida e mesmo a morena negando ele continua, então ela se solta do cara e vai para o bar, uma das mulheres chama minha atenção e faz uma pergunta, mas respondo de maneira monossilábica. Quando vi a morena ir embora rapidamente me despedi do meu amigo e sai em seguida, ela bebeu tanto que deve precisar de ajuda para voltar.
Ao me aproximar da morena, testemunhei seu poderoso golpe contra o babaca que a havia importunado mais cedo. A cena me deixou indeciso entre a risada e a preocupação genuína com o homem. Aquela mulher não era apenas uma beleza estonteante, mas também uma força da natureza. O homem caído no chão, segurando suas partes íntimas, recebeu uma advertência direta da morena. Ela exalava confiança e determinação, e, de repente, eu me senti ainda mais atraído por ela. — Se você se aproximar de mim novamente, vou te esmurrar até 2050, entendeu? – Ela perguntou, e o cara balançou a cabeça. — Responde com a boca, seu babaca. — S… S… Sim, senhora. – Ele gaguejou. — Agora peça desculpas? – O cara pediu desculpa e ela o ajudou a levantar. — Bom garoto! Agora vá embora. – O cara passou por mim igual um foguete. Assim que o cara se foi, ela se virou para mim, seus olhos mel esverdeados brilhando com uma mistura de coragem e intensidade. — E você, o que quer? – Ela me olhou, e eu fui direto ao pon
— Que mundo pequeno. – O moreno gostoso disse enquanto o outro só me encarou. — Retiro tudo que eu disse. — Querido, mesmo que você lamba os meus pés eu não vou esquecer o que disse. — Posso lamber outra coisa, – Ele disse em meu ouvido e seu colega estava tentando entender o que estava acontecendo. — Morena esse aqui… — No local de trabalho prefiro que use meu nome, me chamo Everlly Soares.— Tudo bem morena, ops senhorita Everlly Soares, este é meu sócio Rafael Sobral. – Apertei a mão do outro cara, mas logo me lembrei do meu ex, e balancei a cabeça para esquecer. Carlos se aproximou e eu disse que estava inteirada no caso, não demorou muito fomos chamados e entramos, resolvemos a questão do assédio rapidamente e entramos em acordo com a vítima, além da demissão do tal funcionário. Com tudo resolvido saímos da sala Carlos pegou a minha pasta e disse que me encontraria no carro. — Peraí morena, você nem perguntou o meu nome. — É preciso? Nos documentos estão o seu nome e o juiz
Acordei com meu celular apitando sem parar, e quando olhei o visor, era David. Encarei o aparelho algumas vezes e sinceramente cogitei jogá-lo na parede, mas desisti. — O que foi, David? Por que está me ligando às… – Olhei no visor novamente. — Três da manhã.— Amiga, preciso muito de você. – Ele estava chorando, o que era muito estranho, já que David não era desse tipo de pessoa. Perguntei a ele o que estava acontecendo, e ele apenas chorava ainda mais. Isso já estava me preocupando. Perguntei onde ele estava, e quando me disse que estava em um motel, pedi o endereço e me arrumei rapidamente. Passei uma maquiagem rápida só para tirar a cara de sono, e quando estava pronta, saí. Fui dirigindo igual a uma louca e finalmente cheguei no tal motel. Pedi para entrar, só que o atendente me disse que não poderia permitir. Então, precisei puxar ainda mais o meu decote e falar de uma maneira mais sexy, e logo ele me deu a permissão. Pisquei para o atendente, que sorriu. “Homens são tão babacas
Estava dançando ao som de "Crazy in Love" quando meu celular começou a tocar insistentemente. Ao ver o nome da minha mãe piscar no visor, eu sabia que ela iria me encher de perguntas.— Filha, você já comeu?— Já.— Eu sei que está mentindo, Everlly Caroline. Filha, você melhor do que ninguém sabe que precisa se alimentar decentemente.— Estou comendo uns pedaços de queijo, fique tranquila.— Se está comendo queijo, é porque está bebendo vinho. Ever, você precisa cuidar mais de sua saúde.Minha mãe ficou quase meia hora dizendo que eu deveria tratar melhor a minha saúde, que eu tive uma segunda oportunidade de viver, enquanto muitos morreram, e tals. Eu apenas escutava e fazia alguns sons com a boca para que ela percebesse que eu estava prestando atenção. Depois de muita briga, ela me lembrou que eu era a única que havia sobrado da família, e ela não queria me perder.Entendo a minha mãe, e sei que estou sendo relapsa com a minha saúde, mas eu passei anos só fazendo o que era correto
Estacionei com toda a fúria em frente à concessionária, e quando me aproximei da recepção, Juliana, uma conhecida, se levantou para me abraçar. — Ever, cada vez que te vejo você está muito gata, meu irmão não para de falar de você. – Conheci Jonas, seu irmão no ano passado; tivemos um sexo bacana, mas nada de muito emocionante. — O que faz aqui, menina? Não me diga que voltou com o... — Não diga o nome do inominável. Na verdade, vim falar com ele. – Ela percebeu meu olhar de fúria e sorriu. — Ele está na sala com uma “cliente”. Como sabia o caminho, fui até lá e, quando cheguei, abri a porta com tudo. Rafael e a mulher estavam se beijando, e ela ficou muito sem graça quando me viu. — Quem é ela, Rafael? – A mulher perguntou. — Sou a ex-noiva dele, querida. Você pode ir para aquele cantinho que eu preciso acertar as contas com esse safado. Não vou demorar. – Disse à mulher que fez exatamente o que mandei. — Se veio aqui é porque recebeu as flores. – Ele sorriu. — Que porra é isso
Já havíamos perdido as contas de quantas latinhas tínhamos bebido, e depois de várias conversas aleatórias, David finalmente me perguntou o motivo de eu ter ido até o trabalho de Rafael. Eu me levantei, peguei a minha bolsa e lhe dei o cartão. Assim que ele leu, olhou para mim com o cenho franzido.— Ele te mandou um bilhete com desculpas depois de quatro anos?— Amigo, você leu direitinho o bilhete, não achou nada estranho?— É tarde demais agora para pedir desculpa? Porque eu sinto falta mais do que só do seu corpo. Na verdade, sinto falta de você inteirinha. É, eu sei que te decepcionei, mas te pergunto mais uma vez, é tarde demais para pedir desculpa? – Ele leu mais uma vez, e como vi que não entendeu porcaria nenhuma, peguei meu celular e coloquei a música. — O que tem haver a música com as desculpas do babaca?— Eu ainda te disse que deveria estudar inglês ao invés de fazer italiano. – Mostrei a ele a tradução da música, e só aí ele percebeu.— Que filho da puta! Nem pra pedir d
Jefferson AlbuquerqueO dia de hoje está uma correria, não aguento mais entrar e sair de reuniões. Rafael não veio trabalhar, pois disse que passaria o dia com sua mãe e largou toda a bomba na minha mão. Mais cedo meu pai veio me visitar e perguntou como têm sido as coisas para mim. Digo a ele que estou levando da forma que dá.Por volta das três da tarde, estava finalizando uma reunião quando recebi uma ligação da escola da minha filha dizendo que a mãe dela está na secretaria tentando levar Renata. Na mesma hora, finalizei a reunião às pressas e corri para a escola de Renata. Quando cheguei lá, vi Gisele fazendo a maior confusão.— O que você faz aqui? – Perguntei me aproximando dela e tentando me controlar ao máximo.— Eu sou mãe da Renata e tenho total direito de vê-la quando quiser.— Você sabe muito bem que perdeu esse direito há três anos.— Você me fez perder esse direito, você é um desgraçado, um desgraçado – ela avançou para me socar e prendi a sua mão.— Se você me bater vo
Everlly começou a me beijar intensamente dentro do banheiro masculino, suas mãos explorando meu corpo enquanto eu correspondia ao desejo crescente. O ambiente estava impregnado de luxúria, e o calor entre nós só aumentava. Perguntei a ela entre os beijos se queria ir para minha casa, e sua resposta afirmativa não deixava dúvidas sobre as intenções da noite.— Quero sim, Jefferson. Vamos para a sua casa. - Ela murmurou, seus lábios roçando no meu ouvido, enviando arrepios pela minha espinha.Saímos do banheiro, mantendo um olhar carregado de desejo, ignorando o ambiente da boate e seguimos em direção à saída. Cada passo era uma promessa, um convite para o que estava por vir. O ar lá fora nos atingiu como um choque, mas era a eletricidade entre nós que realmente importava.Chegamos à minha casa, e mal fechamos a porta, nossos corpos se uniram novamente, desta vez com uma urgência mais intensa. Everlly não era uma mulher com rodeios, ela sabia o que queria, e eu estava mais do que dispos