Capítulo 02

— Ever, tem uns olhares bem quentes vindo na sua direção. Será que vai rolar uma briga pelo seu coração hoje? – David me lança um olhar malicioso, e não consigo segurar o riso. Meu amigo é sempre um poço de animação.

— Oh, pára com isso! Você tá impossível hoje. – Respondo entre risos, enquanto tomo um gole da minha bebida.

Nosso clima de descontração é interrompido por uma garçonete que traz uma bebida que não pedi.

— Desculpa, moça, acho que houve um engano. – A garçonete me explica, e então aponta na direção dos caras e peguei o gato e o gostosão olhando disfarçadamente. Um deles me paga uma bebida e pede meu número.

— Eita, já temos um pretendente, hein? – David não consegue conter a empolgação, batendo palmas como se estivesse assistindo a um espetáculo.

— Você e suas brincadeiras, David. – Sorrio para ele, enquanto penso no que aprontar.

Escrevo algo em um guardanapo e entrego discretamente à garçonete. Mal posso esperar pela reação dos caras.

Enquanto esperamos, David me abraça, e sinto uma onda de gratidão por ter um amigo tão leal ao meu lado, especialmente nos momentos difíceis.

— Por que está chorando? Oh, Cattleya. – David me abraça apertado, e me deixo envolver pelo calor reconfortante da sua amizade. — Vamos deixar esse chororô de lado e aproveitar a noite.

— Você tem razão, David. Vamos nos divertir! – Respondo, decidida a afastar qualquer pensamento triste da minha mente.

— O que escreveu naquele papel? 

— Espere e verás. – Peguei mais uma dose de bebida e meu amigo ficou olhando para os rapazes esperando a reação deles. 

Jefferson Albuquerque

Puta merda, Julio não consegue ficar quieto nem por um segundo. Interrupções constantes enquanto estou no meio de um boquete e ligações insistentes para irmos a uma boate. Mas como bom amigo, larguei o boquete e cedi. O que não fazemos por uma amizade, não é mesmo? Até deixar uma loira com boca de veludo de lado.

— Merda, Julio! Você é irritante pra caralho. – Reclamo, irritado, ao atender o telefone.

— Calma, mano! Parece que perdeu uma transa. – Ele responde com um tom de deboche.

Desligo na cara dele, já de saco cheio, e estaciono o carro. Ao entrar na boate, me deparo com uma morena deslumbrante. Cabelos longos, olhos expressivos e um corpo que faz qualquer homem perder a linha. A tentação é forte, mas preciso ver o meu amigo e saber o que ele queria.

Meu amigo agita a mão e me sento em sua frente.

— Como foi a luta? – Ele perhguntou. 

— O que você acha? Eu ganhei porra!

Ele olhou para a minha cara e eu disse que o outro cara sofreu ainda mais.  Enquanto conversamos observo discretamente a morena, tentando controlar meus impulsos de ir até ela.

— Será que aquele cara é o ficante dela? – Julio pergunta, com sua habitual falta de jeito.

— Observa como eles interagem. São apenas amigos. – Respondo.

Meu amigo parece nervoso, como sempre. Decido dar uma ajudinha, afinal, não custa nada.

— Paga uma bebida pra ela. Se ela aceitar, você ganhou a noite. – Sugiro, esperando que ela recuse. 

Julio segue minha sugestão e, para minha surpresa, a morena aceita. Por um momento, me sinto desconfortável ao imaginá-la com meu amigo, mas logo afasto esse pensamento da minha mente.

Porém, quando a garçonete entrega um bilhete da morena, me sinto curioso. O que será que ela escreveu?

De repente, Julio começa a tossir e quase se engasga. Ele me passa o bilhete, e não consigo conter a risada ao ler.

"Preciso te agradecer pela bebida, mas pede ao seu amigo que, ao invés de mandar você me pagar uma bebida, venha me pagar um oral."

A ousadia da morena me intriga, mas não posso deixar meu amigo passar por essa situação constrangedora. Talvez eu possa resolver isso de alguma forma.

Enquanto pondero sobre o que fazer, vejo a morena dançando com outro cara. Sinto uma pontada de ciúmes, mas me obrigo a ignorar esse sentimento. Não posso me permitir envolver emocionalmente com alguém novamente.

— Por que não vai lá ficar com ela? – Julio pergunta, interrompendo meus devaneios. Meu amigo é muito tímido, já aconteceu algumas vezes dele se interessar por uma garota e a mesma se interessar por mim, quando isso acontece, sempre ignoro a garota, mas a morena eu não consigo fazer isso. 

— Estou  aqui por você, Julio. Não posso simplesmente abandoná-lo. Além disso, lembre-se que interrompi um boquete delicioso para estar aqui. – Faço questão de ressaltar, provocando-o um pouco.

— Você nunca vai me deixar esquecer isso, né? – Ele revira os olhos e pede mais uma cerveja.

Enquanto isso, a morena continua dançando, parecendo completamente alheia ao efeito que está causando em nós dois. Observo-a hipnotizado, tentando resistir à tentação de me juntar a ela na pista de dança.

Um tempo depois, vejo o amigo da morena cochichar algo em seu ouvido antes de sair com outro cara, deixando-a sozinha. Uma oportunidade se apresenta, mas não posso simplesmente abandonar Julio.

— Talvez eu devesse ir lá falar com ela... – murmuro mais para mim mesmo do que para Julio.

— Vai lá, cara! Não precisa ficar aqui por mim. – Ele insiste.

Apesar de relutante, decido seguir seu conselho, me dirijo à morena que sorri quando a abordo. 

— Oi... Eu percebi que você estava me encarando. – Diz ela com um sorriso, e sinto meu coração acelerar.

— E você não estava fazendo o mesmo? – Respondo, tentando manter a compostura diante de sua beleza estonteante.

Sem pensar muito, pego-a pela cintura e começamos a dançar juntos, nossos corpos se movendo em perfeita sintonia. Sinto uma conexão instantânea com ela, como se nos conhecêssemos há anos.

Enquanto dançamos, a tensão sexual entre nós é palpável, e não consigo evitar imaginar onde isso poderia nos levar. No entanto, antes que eu possa fazer qualquer movimento, ela me interrompe.

— Foi ótimo dançar com você, mas acho que já é hora de ir. – Ela me dá um rápido beijo no canto dos lábios antes de se afastar em direção ao bar.

Fico parado por um momento, processando o que acabou de acontecer, antes de ser chamado de volta à realidade por Julio, que está esperando por mim na mesa.

— E então, o que aconteceu? – Ele pergunta, curioso.

— Sei lá cara, a morena é doida. – Digo tentando evitar a minha decepção.

— Obrigado por ter vindo mano e lamento ter sido o empata foda. – Ele sorri, e digo para ele deixar de lado e relaxar. 

Meu amigo e eu estávamos conversando quando duas mulheres se aproximam e perguntam se podem sentar ao meu lado, meu amigo e as meninas começam a conversar animadamente, mas meu foco era a morena gostosa, que estava dançando na pista, um cara se aproximou dela e os dois estavam dançando até que o cara faz um investida e mesmo a morena negando ele continua, então ela se solta do cara e vai para o bar, uma das mulheres chama minha atenção e faz uma pergunta, mas respondo de maneira monossilábica. Quando vi a morena ir embora rapidamente me despedi do meu amigo e sai em seguida, ela bebeu tanto que deve precisar de ajuda para voltar. 

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