(Um ano depois)Everlly SoaresO sol brilhava suavemente através da janela do meu escritório quando peguei a caneta para começar a escrever. Olhei para o calendário na parede, marcando o início de um novo ano. Era um momento de reflexão e gratidão, um momento para renovar os compromissos comigo mesma e com aqueles que amo.Olhei para o papel em branco diante de mim e comecei a escrever sobre as novas esperanças que o novo ano trouxe. Escrevi sobre como me sentia grata por ter superado o câncer que ameaçava minha vida, como cada dia era agora uma dádiva que eu valorizava ainda mais. Mas, mesmo com toda a minha gratidão, meu coração ainda carregava um peso. Eu não podia deixar de pensar no Brayan, o menino do hospital onde eu era voluntária, aquele doce garoto que havia perdido a visão devido ao câncer. Eu o visitei tantas vezes, ele tinha um espírito tão forte, mesmo diante de tanta adversidade.Suspirei profundamente e olhei para a fotografia dele que estava sobre a minha mesa. Era d
Dois meses passaram voando, entre os preparativos para o casamento, meu trabalho e o voluntariado. Mas mesmo com toda a correria, eu me sentia radiante, ansiosa para dar esse próximo passo ao lado de Jefferson. No entanto, uma coisa estava me tirando do sério: a loucura das nossas mães.Minha mãe e a mãe de Jefferson pareciam estar competindo para ver quem conseguia ser mais controladora e intrometida. Elas tinham uma opinião sobre cada detalhe do casamento, desde as flores até o sabor do bolo. Não importava o quanto eu tentasse explicar que já tínhamos tudo sob controle, elas simplesmente não conseguiam se conter.— Esse guardanapo que você escolheu acho tão simplório, por que não pega esse aqui que é todo rendado? – Dona Fernanda disse e minha mãe concordou. — Eu disse que gostaria de algo simples, vocês já deram pitaco demais, alteraram até o tamanho do bolo sem a nossa permissão. – Digo a elas que me encaram como se eu as tivesse xingado. — Não é todo dia que se casa um filho o
O dia havia finalmente chegado. Depois de meses de planejamento e expectativa, era hora de celebrar o amor que Jefferson e eu compartilhávamos diante de nossos amigos e familiares. Meu coração estava transbordando de emoção enquanto me preparava para o que seria o dia mais importante da minha vida.Enquanto me arrumava, senti uma mistura de nervosismo e alegria inundando meu ser. Olhei para o vestido de noiva pendurado na porta do armário, uma obra-prima de renda e seda que parecia ter sido feita especialmente para mim. Cada detalhe, cada costura, era um lembrete do amor e dedicação que foram colocados em cada aspecto deste dia especial.Meus pensamentos foram interrompidos quando ouvi a voz do meu tio Glaubber me chamando. Ele entrou no quarto com um sorriso gentil no rosto, seus olhos brilhando com orgulho.— Está pronta, minha querida? – Ele perguntou, oferecendo-me o braço. — Sua mãe está nervosa.— Ela já entrou aqui umas seis vezes para se certificar de que estou bem.— Becca s
Gisele Almeida Eu observei de longe a alegria estampada nos rostos de Jefferson e Everlly enquanto eles celebravam o início de suas vidas juntos. O sorriso deles era como um punhal em meu coração, uma lembrança constante de tudo o que eu havia perdido.Enquanto todos estavam distraídos com a festa, eu aproveitei o momento para colocar meu plano em prática. Mesmo com a medida protetiva que me impedia de me aproximar de Renata, minha filha, eu estava determinada a levá-la comigo, custasse o que custasse.Vi a cuidadora se afastar por um momento, e foi o suficiente para agir. Com rapidez e determinação, me aproximei dela e a atingi com um golpe certeiro, fazendo-a desmaiar. Em seguida, peguei Renata nos braços ela se debateu, mas coloquei o líquido em seu nariz e quando ela desmaiou saí correndo dali o mais rápido que pude.Eu sabia que a polícia seria chamada em breve, então não tive tempo a perder. Meu único objetivo era tirar Renata dali e mantê-la comigo, longe de Jefferson e Everll
Jefferson AlbuquerqueO desespero me consumia enquanto eu corria pelas ruas escuras, seguindo cada pista, cada possível indicação do paradeiro de Renata. Minha mente estava em turbilhão, pensamentos de medo e raiva se misturavam, mas uma determinação feroz queimava dentro de mim.Minha filha, minha pequena Renata, havia sido tirada de mim, e eu não descansaria até tê-la de volta. Cada passo que eu dava era impulsionado pela urgência de encontrá-la, de trazê-la de volta para os meus braços seguros.Enquanto buscava incansavelmente, meu coração estava dilacerado. A ideia de Renata estar com Gisele, era como um pesadelo se tornando realidade. Como ela poderia ser tão cruel, tão insensível ao ponto de roubar a própria filha?Mas apesar do medo que me assombrava, eu me agarrei à esperança. Esperança de que encontraria Renata sã e salva, de que a teria de volta onde ela pertencia, em casa, ao lado de sua família amorosa.Quando finalmente descobri o local onde Renata estava sendo mantida, u
Everlly SoaresDesde o nosso casamento, a vida de todos nós tomou caminhos surpreendentes e maravilhosos. Nosso escritório de advocacia cresceu além das nossas expectativas, abrimos uma filial e alcançamos ainda mais sucesso juntos. Cada vitória, cada desafio, enfrentamos lado a lado, fortalecendo nosso vínculo como amigos e como colegas de trabalho. Magno, Bruno e eu estamos muito empolgados, por finalmente estarmos realizando um dos nossos sonhos. Pedro decidiu permanecer no Rio de Janeiro e até abriu uma boate badalada, que se tornou um sucesso instantâneo. Magno e Bruno expandiram sua família, adotando mais três crianças e proporcionando um lar amoroso e acolhedor para cada uma delas.Paolla e Francine permanecem em Curitiba, optando por não ter filhos, mas desfrutando da companhia uma da outra e da nossa também, já que elas não saem do Rio. E Carlos, meu fiel assistente, finalmente realizou seu sonho de se tornar advogado e agora está casado com Camila, com quem tem uma
Everlly Soares — David, anda logo, quero fazer uma surpresa para o Rafa – gritei pela terceira vez, mas meu amigo parecia imerso em seus próprios pensamentos. — Já te disse que não confio nenhum pouco nesse teu bofe – ele respondeu, repetindo sua opinião habitual sobre o meu futuro marido. — Eu sei, você sempre diz isso, mas amanhã será a tua última tentativa de me fazer mudar de ideia – respondi com um sorriso, já acostumada com essa discussão entre nós. — Um dia você me dará razão, e Zeus queira que não seja tarde demais – ele murmurou, e eu apenas balancei a cabeça, sabendo que não mudaria de ideia tão facilmente. Chegamos ao meu apartamento e logo percebi um barulho estranho vindo do quarto. David sugeriu que fôssemos checar, e eu o segui, com uma mistura de curiosidade e apreensão. — Amiga, será que é um ladrão? – ele perguntou, e eu agarrei minha arma, preparada para qualquer eventualidade. — Se for um ladrão, vai sair daqui à bala – respondi, pronta para enfrentar qualque
(Quatro anos depois) Hoje é o meu 29º aniversário, e aqui estou eu, mergulhada na pista de dança com meu parceiro de festa, David. Estou completamente alcoolizada, flertando com diversos caras e tentando descobrir com quem vou encerrar a noite. É incrível pensar como, há apenas quatro anos, eu era a imagem da compostura; agora, não há limites para minha promiscuidade. Minha deusa interior está no controle, e estou deixando-a liderar livremente. Enquanto flertava com um sujeito do outro lado da pista, meu amigo apareceu carregando várias doses de bebida. — Se somos só eu e você, por que toda essa bebida? – Perguntei, já aceitando uma dose de tequila que ele ofereceu. — Miga, estou nas nuvens! Acabei de ter uma surpresa maravilhosa no banheiro. — Hmm! Então, vamos brindar ao seu traseiro que perdeu mais uma batalha. — Ai, Cat! Que coisa horrível de se dizer para o melhor amigo, estou chocado. – Nós dois rimos da sua farsa de indignação. — Amora, merecemos a felicidade e encontrar o