Capítulo 04

— Que mundo pequeno. – O moreno gostoso disse enquanto o outro só me encarou.  — Retiro tudo que eu disse. 

— Querido, mesmo que você lamba os meus pés eu não vou esquecer o que disse. 

— Posso lamber outra coisa, – Ele disse em meu ouvido e seu colega estava tentando entender o que estava acontecendo. — Morena esse aqui… 

— No local de trabalho prefiro que use meu nome, me chamo Everlly Soares.

— Tudo bem morena, ops senhorita Everlly Soares, este é meu sócio Rafael Sobral. – Apertei a mão do outro cara, mas logo me lembrei do meu ex, e balancei a cabeça para esquecer. 

Carlos se aproximou e eu disse que estava inteirada no caso, não demorou muito fomos chamados e entramos, resolvemos a questão do assédio rapidamente e entramos em acordo com a vítima, além da demissão do tal funcionário. Com tudo resolvido saímos da sala Carlos pegou a minha pasta e disse que me encontraria no carro. 

— Peraí morena, você nem perguntou o meu nome. 

— É preciso? Nos documentos estão o seu nome e o juiz também chamou – Jefferson deu um sorriso de molhar a calcinha. 

— Topa jantar uma hora dessas? – Ele perguntou e embora a minha amiguinha estivesse animada neguei. — Você é dura na queda, mas acredito que um dia você aceitará. 

— Continua tentando e quem sabe. – Lhe dei um sorriso e fui me encontrar com Carlos. 

Quando cheguei no meu carro, meu assistente perguntou se eu já conhecia os clientes e eu disse que apenas um deles. 

— E como conheceu ele? 

— Você é mais que um assistente pra mim, mas não vou ficar te contando certas coisas da minha vida. 

Ele ficou vermelho e disse que havia entendido, mal colocamos os pés no escritório Magno me ligou e perguntou como havia sido a audiência e eu disse a ele que estava me devendo um jantar em um bom restaurante. 

— Pode deixar, Bruno e eu a levaremos no melhor restaurante que você já viu. 

— É assim que se fala! Vou desligar e espero que você consiga resolver as coisas ai com a sua família. 

— Valeu Ever, ah! O Bruno está te mandando um beijo. 

David e eu nos conhecemos desde o ensino médio, quando fomos para a faculdade conhecemos Bruno, David e ele começaram a namorar, mas logo Bruno se apaixonou por Magno que se transferiu para a nossa faculdade no terceiro período, aquele triângulo amoroso me deixava apreensiva, mas não demorou muito conheci o Rafael que era estudante de ADM, nos apaixonamos rapidamente e eu achei que tinha encontrado o amor da minha vida. Voltando aos meus amigos, os três se resolveram e então Bruno e Magno começaram a namorar e seis meses depois David começou a namorar com Vagner, mas não deu certo, depois conheceu mais uns três caras e também não deu certo mais uma vez, quando nos formamos, Bruno, Magno e eu decidimos nos unir em uma sociedade, já David decidiu mudar de área. No início não conseguimos clientes e tivemos que trabalhar fora, estávamos quase desistindo quando a minha mãe conseguiu o nosso primeiro cliente, e depois disso as coisas só andaram pra frente, nosso escritório hoje conta com mais três advogados e temos muitos associados, fizemos a nossa fama com muito trabalho, dedicação e esforço. 

— Everlly, no que está pensando? – Carlos perguntou me entregando uma xícara de café. 

— Muitas coisas boas e de como nosso escritório cresceu nos últimos anos. 

— Verdade, quando cheguei vocês estavam no começo e eu não tinha perspectiva até que comecei a trabalhar com você. – Carlos é órfão, ele saiu do orfanato e começou a se virar em diversos trabalho até que ele soube que tínhamos vagas disponíveis para assistente, lembro que Bruno não o achou qualificado, mas alguma coisa em mim dizia que deveria dar uma chance a ele e foi o que fiz e não me arrependo, hoje Carlos está estabilizado e ano passado depois de muita insistência ele iniciou a faculdade que era o seu sonho.  

— Você vai muito longe Carlos e fico feliz com isso. Não só eu como a Camila também – Cami é a noiva de Carlos, um amor de pessoa é uma confeiteira de mão cheia, se tenho que pegar pesado na academia a culpa é dela que me manda coisas deliciosas. 

— Só tenho a agradecer a você, eu sei que quando cheguei aqui as pessoas não acreditavam em mim. 

— Sabe como você pode me agradecer? – Perguntei a ele que negou. — Terminando a sua faculdade e alçando voos maiores. 

— Te adoro Chefinha. – Ele me entregou alguns relatórios e agradeci. 

Após um dia puxado de trabalho cheguei em casa determinada a me jogar no sofá e me entupir de porcaria, mas minha mãe ligou e me obrigou a ir para sua casa jantar com ela. 

Dona Rebecca era uma pessoa persuasiva e ela sabia que eu não podia dizer não, me arrumei e não demorou muito cheguei na minha antiga casa. 

— Oi, filha desnaturada! – Minha mãe me abraçou bem apertado. 

— Mãe, nos vimos no sábado. – Ela me encarou como se eu tivesse dito algo muito errado. 

— Não importa! Eu sou uma mãe que tem a necessidade de estar sempre perto da filha. 

Depois que perdemos a minha irmã, minha mãe transferiu todo o seu amor materno para mim e às vezes me sufoca. 

— Vem, fiz sua lasanha de camarão, sei que você não deve estar cozinhando por preguiça. 

Quando Rafa foi morar em meu apartamento não importava o quão cansada estivesse, eu cozinhava para ele, era a perfeita esposa mesmo sem termos nos casado. 

— Filha, está viajando ai? 

— Só um pouquinho. – Beijei a sua bochecha. 

— Vamos jantar, menina no mundo da lua. – Nós duas rimos do meu apelido de criança, meu pai me chamava de Cattleya e minha mãe sempre me chamava de menina no mundo da lua, as vezes sinto falta de quando era criança. 

Após o jantar minha mãe me chamou para sentarmos na varanda e contei o meu dia a ela, óbvio que ocultando a parte do gostosão. 

— Filha! Você não acha que está na hora de conhecer um bom rapaz e sossegar? – Encarei minha mãe e neguei. 

— Dona Becca, a senhora sabe muito bem que minha vibe é outra. 

— É, você e o David estão no momento de pegar sem se apegar, mas já estão ficando velhos para isso. 

— Não tenho nem trinta anos. – Minha mãe revirou os olhos. 

— Daqui uns meses você fará 30 anos. 

— Mãe, meu aniversário agora é só ano que vem. 

Dona Becca revirou os olhos mais uma vez e desistiu de conversar comigo, fiquei um pouco mais com ela, em seguida me despedi e fui para minha casa, enquanto colocava comida para o Peixonauta e a Peixiuda, a  Poppy veio abanando o rabinho e sabia que ela e Juca, meu gato estavam com fome, depois que coloquei a ração para eles troquei de roupa e fui dormir. 

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