Ao me aproximar da morena, testemunhei seu poderoso golpe contra o babaca que a havia importunado mais cedo. A cena me deixou indeciso entre a risada e a preocupação genuína com o homem. Aquela mulher não era apenas uma beleza estonteante, mas também uma força da natureza.
O homem caído no chão, segurando suas partes íntimas, recebeu uma advertência direta da morena. Ela exalava confiança e determinação, e, de repente, eu me senti ainda mais atraído por ela.
— Se você se aproximar de mim novamente, vou te esmurrar até 2050, entendeu? – Ela perguntou, e o cara balançou a cabeça. — Responde com a boca, seu babaca.
— S… S… Sim, senhora. – Ele gaguejou.
— Agora peça desculpas? – O cara pediu desculpa e ela o ajudou a levantar. — Bom garoto! Agora vá embora. – O cara passou por mim igual um foguete.
Assim que o cara se foi, ela se virou para mim, seus olhos mel esverdeados brilhando com uma mistura de coragem e intensidade.
— E você, o que quer? – Ela me olhou, e eu fui direto ao ponto.
— Quero você.
— Hum! – Ela pensou por um momento, e um sorriso sapeca surgiu em seus lábios. — Na minha ou na sua?
— Pode ser na minha. – Respondi, tentando manter o clima sensual.
— Pode ser, mas já aviso que se tentar me forçar a algo, vou te dar uma surra.
— Hey, calma! Somos amigos, morena. – Estendi a mão, e ela apertou de uma forma sensual e, ao mesmo tempo, firme.
Optamos por um carro de aplicativo para chegar à minha casa, já que nenhum de nós estava em condições de dirigir. Durante o trajeto, tentei puxar conversa, mas suas respostas eram monossilábicas. Parecia que não tiraria muitos segredos dela.
— Que golpe incrível! O cara ficou amedrontado. Você luta? – Perguntei, surpreso.
— Krav Maga e um pouco de boxe. E você, o que pratica? – Ela observou detalhes em mim que eu mal percebia.
— Como sabe que eu luto?
— Corte no supercílio direito, lábio levemente cortado do lado esquerdo, mãos inchadas e um porte atlético. E, claro, você venceu.
— Sabe ler mentes?
— Sou apenas detalhista. – Ela sorriu.
— Como se chama? – Perguntei, curioso.
— Para que dizer nossos nomes? Não seremos amigos, muito menos íntimos.
— Você quem manda, morena. – Ela passou a língua pelos lábios, e, sem poder resistir, a beijei. E que beijo!
Ao chegarmos à recepção do prédio, chamamos a atenção de todos, afinal, nunca me viram com uma mulher aqui. No elevador, o clima esquentou ainda mais entre nós. Começamos a nos pegar, e eu estava pronto para levá-la a loucura quando senhor e senhora Silvério entraram, interrompendo o momento. Ela os cumprimentou com naturalidade e, ao olhar para mim, piscou de forma provocativa.
No meu andar, ela se surpreendeu com a cobertura.
— Uau! Na cobertura. – Ela assobiou.
— Quer algo para beber? – Perguntei, tentando manter o clima.
— O que eu quero beber não se encontra em todo lugar. – Ela passou a língua entre os lábios, provocando mais uma vez, e logo entendi o recado.
A levei para o meu quarto, prometendo dar a ela tudo o que quisesse.
Everlly SoaresSe passaram três meses desde o meu aniversário, e ainda tenho a lembrança daquele homem gostoso de olhos verdes. Me arrependi de não ter dado meu número pra ele, pois foi a melhor transa que eu tive na vida. “Menos, Ever.” Meu subconsciente ralha comigo.Voltei à realidade com meu amigo estalando os dedos na minha frente.— Everlly Caroline Alves Soares, dá pra voltar para o planeta Terra.— Foi mal, David. Estava com a mente longe. E aí, vamos sair mais tarde? – Ele logo se animou.Chegamos ao hospital, e encontrei meu grupo. Somos palhaços voluntários, alegramos crianças acamadas, mas a minha ala favorita é das crianças com paralisia. Elas ficam alegres quando nos veem, pena que o nosso tempo com elas é muito curto.— Amiga, quando sairmos daqui, vamos para a ala da oncologia? – David perguntou, e eu neguei.— Adoraria, mas tenho uma audiência trabalhista. Os clientes são do Magno, já que ele e Bruno precisaram viajar.
— Que clientes são esses? – Meu amigo perguntou curioso.— Não faço ideia, David. Irei conhecê-los hoje.— Tomara que pelo menos sejam gatos.Olhei para ele, chamando-o para continuarmos nosso trabalho. Por volta da tarde, saí do hospital já arrumada. Com o trânsito caótico do Rio de Janeiro, liguei para Carlos, meu assistente.
— Everlly, cadê você? – Ele pergunta preocupado.
— A caminho, Carlos. Veja se consegue atrasar a audiência, o trânsito está uma merda.
— Vou ver o que posso fazer. – Ele diz solicito e o agradeço.
— Você é o melhor, Carlinhos. Eu te amo! – Fiz barulho de beijos e ele riu do outro lado.— Eu também te amo chefinha!
Desliguei o celular e continuei a dirigir, mas o trânsito não ajudava. Para relaxar, coloquei uma música da Beyoncé, tentando manter a calma. Finalmente, o trânsito colaborou, e, ao chegar ao fórum, retoquei a maquiagem. Liguei para Carlos, que conseguiu um pouco mais de tempo. Peguei o elevador para o local da audiência, e alguns homens começaram a me encarar. O desconforto crescia, então os encarei, e os marmanjos sorriram para mim sem graça.
Enquanto chegava ao meu destino, recebi uma ligação de uma das minhas clientes, e, enquanto eu conversava com ela, passei por dois caras que pareciam uns armários. A estava aconselhando sobre uma decisão delicada que deveria tomar quando ouço os dois caçoarem do meu nome, precisei desligar e deixei rolar para ver até onde a conversa dos dois panacas iria dar.
— Essa advogada deve ser gata? – Um deles perguntou.
— Sei lá, com um nome desses, duvido muito.
— Magno podia ter dito como ela é, assim ficaria mais fácil identificar.
— Quem se chama Everlly? Tenho certeza que ela é uma velhota cheia de gatos. – Os dois continuam zombando. — Podia ser gostosa igual aquela ali. – Já estava muito irritada, então virei para eles.
— Muito prazer! – Apertei a mão dos dois.— O prazer é nosso.— Me chamo Everlly Caroline Alves Soares, amo pets, tenho um gato, um cachorro e dois peixinhos. E não sou uma vovozinha como pensavam — Eles ficaram em silêncio, e quando ergui meus olhos para encará-los estava perplexa.
— Que mundo pequeno. – O moreno gostoso disse enquanto o outro só me encarou. — Retiro tudo que eu disse. — Querido, mesmo que você lamba os meus pés eu não vou esquecer o que disse. — Posso lamber outra coisa, – Ele disse em meu ouvido e seu colega estava tentando entender o que estava acontecendo. — Morena esse aqui… — No local de trabalho prefiro que use meu nome, me chamo Everlly Soares.— Tudo bem morena, ops senhorita Everlly Soares, este é meu sócio Rafael Sobral. – Apertei a mão do outro cara, mas logo me lembrei do meu ex, e balancei a cabeça para esquecer. Carlos se aproximou e eu disse que estava inteirada no caso, não demorou muito fomos chamados e entramos, resolvemos a questão do assédio rapidamente e entramos em acordo com a vítima, além da demissão do tal funcionário. Com tudo resolvido saímos da sala Carlos pegou a minha pasta e disse que me encontraria no carro. — Peraí morena, você nem perguntou o meu nome. — É preciso? Nos documentos estão o seu nome e o juiz
Acordei com meu celular apitando sem parar, e quando olhei o visor, era David. Encarei o aparelho algumas vezes e sinceramente cogitei jogá-lo na parede, mas desisti. — O que foi, David? Por que está me ligando às… – Olhei no visor novamente. — Três da manhã.— Amiga, preciso muito de você. – Ele estava chorando, o que era muito estranho, já que David não era desse tipo de pessoa. Perguntei a ele o que estava acontecendo, e ele apenas chorava ainda mais. Isso já estava me preocupando. Perguntei onde ele estava, e quando me disse que estava em um motel, pedi o endereço e me arrumei rapidamente. Passei uma maquiagem rápida só para tirar a cara de sono, e quando estava pronta, saí. Fui dirigindo igual a uma louca e finalmente cheguei no tal motel. Pedi para entrar, só que o atendente me disse que não poderia permitir. Então, precisei puxar ainda mais o meu decote e falar de uma maneira mais sexy, e logo ele me deu a permissão. Pisquei para o atendente, que sorriu. “Homens são tão babacas
Estava dançando ao som de "Crazy in Love" quando meu celular começou a tocar insistentemente. Ao ver o nome da minha mãe piscar no visor, eu sabia que ela iria me encher de perguntas.— Filha, você já comeu?— Já.— Eu sei que está mentindo, Everlly Caroline. Filha, você melhor do que ninguém sabe que precisa se alimentar decentemente.— Estou comendo uns pedaços de queijo, fique tranquila.— Se está comendo queijo, é porque está bebendo vinho. Ever, você precisa cuidar mais de sua saúde.Minha mãe ficou quase meia hora dizendo que eu deveria tratar melhor a minha saúde, que eu tive uma segunda oportunidade de viver, enquanto muitos morreram, e tals. Eu apenas escutava e fazia alguns sons com a boca para que ela percebesse que eu estava prestando atenção. Depois de muita briga, ela me lembrou que eu era a única que havia sobrado da família, e ela não queria me perder.Entendo a minha mãe, e sei que estou sendo relapsa com a minha saúde, mas eu passei anos só fazendo o que era correto
Estacionei com toda a fúria em frente à concessionária, e quando me aproximei da recepção, Juliana, uma conhecida, se levantou para me abraçar. — Ever, cada vez que te vejo você está muito gata, meu irmão não para de falar de você. – Conheci Jonas, seu irmão no ano passado; tivemos um sexo bacana, mas nada de muito emocionante. — O que faz aqui, menina? Não me diga que voltou com o... — Não diga o nome do inominável. Na verdade, vim falar com ele. – Ela percebeu meu olhar de fúria e sorriu. — Ele está na sala com uma “cliente”. Como sabia o caminho, fui até lá e, quando cheguei, abri a porta com tudo. Rafael e a mulher estavam se beijando, e ela ficou muito sem graça quando me viu. — Quem é ela, Rafael? – A mulher perguntou. — Sou a ex-noiva dele, querida. Você pode ir para aquele cantinho que eu preciso acertar as contas com esse safado. Não vou demorar. – Disse à mulher que fez exatamente o que mandei. — Se veio aqui é porque recebeu as flores. – Ele sorriu. — Que porra é isso
Já havíamos perdido as contas de quantas latinhas tínhamos bebido, e depois de várias conversas aleatórias, David finalmente me perguntou o motivo de eu ter ido até o trabalho de Rafael. Eu me levantei, peguei a minha bolsa e lhe dei o cartão. Assim que ele leu, olhou para mim com o cenho franzido.— Ele te mandou um bilhete com desculpas depois de quatro anos?— Amigo, você leu direitinho o bilhete, não achou nada estranho?— É tarde demais agora para pedir desculpa? Porque eu sinto falta mais do que só do seu corpo. Na verdade, sinto falta de você inteirinha. É, eu sei que te decepcionei, mas te pergunto mais uma vez, é tarde demais para pedir desculpa? – Ele leu mais uma vez, e como vi que não entendeu porcaria nenhuma, peguei meu celular e coloquei a música. — O que tem haver a música com as desculpas do babaca?— Eu ainda te disse que deveria estudar inglês ao invés de fazer italiano. – Mostrei a ele a tradução da música, e só aí ele percebeu.— Que filho da puta! Nem pra pedir d
Jefferson AlbuquerqueO dia de hoje está uma correria, não aguento mais entrar e sair de reuniões. Rafael não veio trabalhar, pois disse que passaria o dia com sua mãe e largou toda a bomba na minha mão. Mais cedo meu pai veio me visitar e perguntou como têm sido as coisas para mim. Digo a ele que estou levando da forma que dá.Por volta das três da tarde, estava finalizando uma reunião quando recebi uma ligação da escola da minha filha dizendo que a mãe dela está na secretaria tentando levar Renata. Na mesma hora, finalizei a reunião às pressas e corri para a escola de Renata. Quando cheguei lá, vi Gisele fazendo a maior confusão.— O que você faz aqui? – Perguntei me aproximando dela e tentando me controlar ao máximo.— Eu sou mãe da Renata e tenho total direito de vê-la quando quiser.— Você sabe muito bem que perdeu esse direito há três anos.— Você me fez perder esse direito, você é um desgraçado, um desgraçado – ela avançou para me socar e prendi a sua mão.— Se você me bater vo
Everlly começou a me beijar intensamente dentro do banheiro masculino, suas mãos explorando meu corpo enquanto eu correspondia ao desejo crescente. O ambiente estava impregnado de luxúria, e o calor entre nós só aumentava. Perguntei a ela entre os beijos se queria ir para minha casa, e sua resposta afirmativa não deixava dúvidas sobre as intenções da noite.— Quero sim, Jefferson. Vamos para a sua casa. - Ela murmurou, seus lábios roçando no meu ouvido, enviando arrepios pela minha espinha.Saímos do banheiro, mantendo um olhar carregado de desejo, ignorando o ambiente da boate e seguimos em direção à saída. Cada passo era uma promessa, um convite para o que estava por vir. O ar lá fora nos atingiu como um choque, mas era a eletricidade entre nós que realmente importava.Chegamos à minha casa, e mal fechamos a porta, nossos corpos se uniram novamente, desta vez com uma urgência mais intensa. Everlly não era uma mulher com rodeios, ela sabia o que queria, e eu estava mais do que dispos
Everlly SoaresEstava no trabalho quando meu amigo entrou e sentou animado, me encarando de uma maneira que começou a me irritar. Eu sabia exatamente o que ele queria saber, mas não estava disposta a contar.— Anda Ever, me conta. Como foi a noite? – Continuei lendo os documentos à minha frente. — Não me deixa curiosa, sua vaca.— Se não reparou, estou trabalhando. – Estava me esforçando para não gargalhar dele.— Vai. Me conta. – David insistiu.— Vamos lá, se você quer saber o que aconteceu comigo, vou te contar exatamente. Nós transamos loucamente e depois fui embora do seu apartamento.— Você fez o quê? – Meu amigo olhou para mim incrédulo. — Fui embora, mas deixei um bilhete agradecendo pela noite e deixando bem claro que não iria acontecer novamente.As expressões do meu amigo eram as coisas mais engraçadas. Ele abriu e fechou a boca algumas vezes e, por fim, desistiu.David parecia ter engolido em seco, processando o que acabei de contar. Depois de um breve silêncio, ele final