Estávamos na área de lazer do meu condomínio, meus amigos riam animados as imitações de Bruno, David gargalhava, mas eu sabia que ele não estava nada bem, aproveitei a distração do pessoal e o puxei para longe. — Amigo, fala a verdade, como você está? – Perguntei a ele que soltou um suspiro pesaroso. — Nada bem, Ever. Minha mãe ontem ligou para mim e me descascou, sabia que ela me chamou de filho ingrato? Eu ingrato? Eles me expulsaram de casa quando eu tinha apenas treze anos, se não fosse a tia Marta me trazer para o Rio de Janeiro e cuidar de mim, não sei o que teria me tornado. Aí a minha mãe vem me falar de ingratidão. – Abracei meu amigo bem apertado, nessas horas não palavras de consolo que realmente console. — Você é um consultor jurídico que ganha muito bem e não precisou deles para nada. Quando eles tentarem te por pra baixo, pense nisso e saiba que você é muito melhor que todos eles juntos. — Já disse que te amo? — Hoje não. – Demos um selinho e ele me abraçou. —
David Santos Everlly e eu chegamos ao aeroporto e não demorou nosso voo foi anunciado, eu estava me sentindo estranho por rever a minha família e minha amiga percebeu, por isso ficou conversando comigo para desviar a minha atenção, conversei. — Ever, vai descansar um pouco, não precisa ficar conversando comigo para que eu me sinta bem, eu estou bem é sério. – Estava tentando convencer a mim mesmo que estava tudo bem. — Não estou com sono. Eu sabia que ela ficaria de olho em mim o máximo que pudesse, ainda mais que ela sabe como me sinto em relação a minha família. Para ser sincero eu nem queria ir para a tal dessa leitura de testamento, isso não me importa, mas parece que o velho, vulgo meu pai deixou uma cláusula explícita que só poderia abrir o testamento com todos presentes e isso incluía a mim, por que diabos ele fez isso, não faço ideia? O foda é ter que estar no mesmo ambiente que toda a minha família homofóbica, ainda bem Everlly está comigo, por que acho que não conseg
— David, o que aconteceu? — Amiga, o DJ é alguém do meu passado. – Ela ficou esperando que eu desse mais informações. — Lembra que eu disse que só fui amado por duas pessoas na vida? Então uma dessas pessoas era ele. Everlly olhou para mim e perguntou por que não podemos falar com ele e disse que a forma como as coisas acabaram entre nós não foi das melhores. *Flashback on* Sempre fui uma criança confusa em relação aos meus sentimentos, por que não sou igual aos meus irmãos que chamam meninas para saírem? Por que eu tenho que gostar dos meninos? Fiz uma oração pedindo para ele me ajudar, mas eu sabia que a única pessoa que poderia me ajudar seria eu mesmo. — Filho, vem cá! – Quando meu pai me chama de maneira carinhosa é porque tem visitas em casa. — Oi pai. – Digo de maneira seca. — A irmã Marlúcia está aqui com a Geovana, vem conversar com ela. – Revirei os olhos quando minha mãe me disse quem estava lá em casa para uma “visita”. Geovana é uma menina ch
Everlly soaresFiquei deitada com David, até que ele dormiu, estava me sentindo irritada, comecei andar de um lado ao outro, meu melhor amigo passou um inferno e esse outro lado dele eu não sabia, já era bem tarde quando meu celular tocou. — Oi, morena. Ainda acordada. — Não consigo dormir, e você o que está fazendo acordado? — Também não consigo dormir. A voz de Jefferson enviava eletricidade para o meu corpo, respirei fundo e continuamos conversando, um bocejo escapou de meus lábios e ele disse que eu deveria dormir.Agora a minha irritação deu lugar a um tensão que não cabia dentro de mim, 'Vai dormir, Ever.' meu cérebro ralhou comigo e fechei os olhos. No dia seguinte, meu amigo bateu em minha porta e disse que deveríamos tomar café e aproveitarmos o dia. Perguntei a ele onde iríamos. — Primeiro vamos à praia e depois vou levá-la à Casa da Alfândega. David parecia empolgado e isso me deixou melhor, me arrumei e fomos tomar café, depois ligamos para o motorista da noite pass
David Santos Everlly e eu chegamos, e de cara vi meu irmão do meio, o causador de toda a merda que aconteceu em minha vida. Pelo visto, ele ainda continua o mesmo cuzão, pois as olhadas que ele dá em Everlly me deixam irritado. Só fico tranquilo porque minha amiga sabe se defender muito bem. Após a conversa com João, minha irmã me chamou, e fui até ela.— Começou a namorar, David? – Minha irmã perguntou, e revirei os olhos.— Não, Everlly é minha amiga e irmã. – Débora revirou os olhos.— Ouvir isso me ofende.— Não deveria, já que quando eu estava na merda, você não se importou comigo. – Lembrei-a da única vez que liguei para a minha família, e Débora atendeu dizendo que eu havia morrido para a minha família.— Aquilo foi passado.— Pra mim não é passado. Quem bate esquece, mas quem apanha não esquece jamais. – Ela começou a falar que eu deveria perdoar, e nem deixei ela terminar. Me virei e esbarrei em Geovana.Conversamos brevemente, e fiquei chocado ao saber que ela havia se casa
Resolvi todos os trâmites da minha herança, eu queria deixar isso pra lá, mas Ever disse que eu tinha mais direito que qualquer um deles e acabei aceitando, a carta do meu ainda está em cima da mesinha, tenho muito medo de abrir a carta e ler o que meu pai escreveu, hoje é o nosso penúltimo dia aqui e chamei Everlly para irmos a uma boate e ela logo se animou.Já a caminho da balada minha amiga estava conversando com alguém pelo celular e sabia muito bem quem era, Everlly tentava disfarçar a risada. — Avisa ai seu namorado para te enviar mensagem depois, pois chegamos – ela me encarou por alguns segundos e revirou os olhos. — Credo! Jefferson não é meu namorado, sim, meu perseguidor. — E você bem que gosta, sua safada. – Nós dois rimos. — A minha pomba-gira, não me deixa em paz. — Sei. O salva-vida nos encarava pelo retrovisor e balançava a cabeça, acho que ele pensa que somos loucos, mas que não pensa. O celular de Ever começou a tocar e quando ela me mostrou o visor vi o nome
Everlly Soares A boate estava um saco, então resolvi encerrar a noite, avistei meu amigo conversando com Pedro, e eu percebi que os dois tinham muita coisa a dizer, mas estavam se contendo de alguma forma, cogitei ir embora sozinha, mas sabia que se eu não avisasse ao meu amigo, quando ele chegasse me daria um sermão daqueles, me aproximei e avisei sobre a minha partido, na mesma hora meu amigo se levantou e disse que iria embora, até tentei fazê-lo ficar um pouco mais com Pedro, mas meu amigo foi taxativo. David recebeu um convite para jantar e quando percebi que ele negaria, tomei a frente e marquei o jantar deles, o motorista chegou e entramos no carro, durante o trajeto David pouco falou comigo, ele não estava com raiva, mas acho que ficou chateado, por que ele queria negar. — Não precisa ficar me olhando com essa cara, eu fiz isso por você. Ambos têm coisas a conversar e ficar na calçada de uma boate não é uma boa maneira. — Quem disse que eu queria jantar com ele? – Ele m
Acordei com barulho vindo da sala, então me levantei e ao chegar lá vi meu amigo sentado no sofá, me aproximei dele e perguntei a ele como tinha sido o jantar. — Muito bom, gata! Obrigada, por isso. Vamos dormir porque amanhã temos que acordar cedo – ele passou por mim e beijou meu rosto. Pelo visto aconteceu muitas coisas nesse jantar que ele prefere não contar no momento, voltei para meu quarto e dormi. No dia seguinte David e eu acordamos cedo, descemos as malas e fizemos o nosso check-out. — E ai, vamos tomar aqui ou no aeroporto?— Vamos tomar aqui mesmo, no aeroporto é o preço de um rim. – Ele riu concordando. — Pelo menos resolvi tudo que viemos fazer aqui. – David estava quieto e eu perguntei a ele o que houve. — Percebi que a minha família continua a mesma, acho que eles nunca vão mudar mesmo. — E você não precisou deles até agora e nem vai, porque tem a tia Marta e nós. – Ele me abraçou e fomos ao restaurante, tomamos café e depois ligamos para o motorista. Enquanto ía