Dominic Lexington A vontade de me embriagar pareceu mais sedutora naquele momento. Não de álcool, mas dos lábios vermelhos e trêmulos. Minhas narinas se expandiam conforme eu respirava. Havia uma força sobrenatural me segurando para não a agarrar contra a parede, abrir suas pernas e entrar nela, reivindicando tudo que é meu. Mas eu não fiz. Eu sou um homem sensato, porra. Ou, eu ao menos deveria ser.Recuando um passo atrás, ignorei o fato de que, mesmo quando ela brigava feito uma louca, continuava atormentado de excitação por ela. – Talvez você seja jovem demais para entender, meu anjo. Se pensar demais, vai estragar tudo. E baby, não estrague tudo dessa vez.Tensa, ela me encarou sem conseguir entender. Espalmei as minhas mãos na parede, ao redor dela. Nossos rostos estavam próximos, os narizes roçando um no outro, e quando brinquei com ele, Baby não reagiu ou se afastou. Sabia que se a beijasse, ela se deixaria levar, mas eu não a queria assim. E por mais imbecil que aquilo pud
Baby Ortiz O vestido tinha o tom rosa-claro, o que obviamente me deixou parecendo ainda mais jovem. Me sentei em frente ao espelho uma última vez, indecisa sobre o quanto de maquiagem deveria usar realmente. Optei por deixar exatamente como estava: Sutil, quase como se não houvesse nada em meu rosto.Meu cabelo apenas solto, e seu liso perfeito e que deslizava pelos meus ombros a cada movimento que fazia, permitia que eu me lembrasse de onde vim, e o pouco de liberdade que eu o tinha naquela época. Se eu fechasse os olhos e me esforçasse bastante, ainda podia me lembrar da sensação.Suspirando, liguei para a minha avó, que obviamente não me reconheceu. E quando me certifiquei de que cuidavam dela muito bem, como havia ordenado, decidi que estava pronta.Do lado de fora, Dominic me aguardava distraído, falando em seu telefone. Ele parecia um pouco preocupado, e diria que até mesmo surpreso sobre algo. – Continue me informando... – A frieza em sua voz contou outra história, o que, obvi
Dominic Lexington Apertei a minha mão ao redor da cintura da Baby. Um gesto mais que possessivo, mas que, naquele momento, eu ainda não sabia que precisaria manter por toda a maldita noite.Andando pelas pedras que formavam um caminho até a entrada da mansão, senti o corpo da garota ao meu lado se tornar tenso. Eu não poderia culpá-la. Todo o passado deveria estar a nocauteando nesse momento, e nós dois sabíamos disso. Apenas um, no entanto, conhecia o passado do outro.A passos firmes, segui com ela, que ao se ver tão perto da entrada, segurou a minha mão em sua cintura com força. Ela parou de caminhar abruptamente, deixando meu corpo em alerta.Baby precisava entrar, porque eu não podia mais adiar isso. Tinha que estar exatamente nesse lugar, nessa maldita noite que eu ou qualquer um dos meus irmãos odiávamos que estivesse acontecendo.– Eu acho que não estou pronta! – Baby disse. – Será que Dilan não pode me levar a algum hotel?– Nossas bagagens estão no porta malas, meu anjo. –
Baby OrtizMeus olhos estavam arregalados, e o medo que havia se instalado, e que o Dominic havia conseguido dissipar apenas um pouco havia ido embora assim que coloquei meus olhos sobre um homem dois centímetros mais alto que o meu Dom.Aflito, Dominic passou os dedos pelo cabelo liso de fios grossos, forçando a mecha teimosa a voltar para o seu lugar. – Ela foi embora, irmão. – Sua mão pousou nos ombros do homem quase loiro.Foi impossível não os comparar. Apesar de ambos serem bem altos, notei que seu irmão era loiro, tinha o queixo levemente furado e ao contrário do Dom, algumas tatuagens a subir pelo pescoço.Forçando meus olhos para baixo, evitei fitar aquele homem por muito tempo. De alguma maneira, havia algo em sua aparência que me causou arrepios. Diria até que medo. Ele era como os homens do meu passado. Aqueles em que desejei nunca mais estar perto. Só que o destino sempre gostou de brincar com a minha vida e pregar-me as piores peças do mundo.— Porra, ela não pode, cara
Baby Ortiz — Cadê o Cesare? – A mulher continuou com os braços ao redor do pescoço do Dom, e a maneira como ela olhava para ele era ofensivo, não apenas para mim, como também para quem os observava cheios de julgamentos por fora de toda aquela cena. – Eu o procurei por todos os lugares.Talvez aquela cópia barata da Britney cheia de sardas não fosse capaz de notar a tensão por trás do rosto sereno dele, mas eu sim. Porque eu estava ao lado dele em todos os últimos malditos meses. Eu o conhecia. A pergunta era: o quanto ela o conhecia também?— Ele foi a um lugar. Era urgente. – A maneira como a encarava, como se eu sequer existisse, deixou-me tão magoada.As mãos dele sequer estavam sobre mim, e o que antes eu provavelmente teria implorado para que acontecesse, foi como uma perda. Mas eu não precisava de mais do que isso para me lembrar que ele nunca me pertenceu.Eu? Eu sim. Eu pertencia a ele, e não falava do fato daquele homem ter me comprado por um valor que nenhum ser humano dev
Dominic Lexington — Que porra está acontecendo aqui? – Se por fora eu demonstrava alguma calma, por dentro, minha arma estava pronta para ser disparada, e porra, eu não teria hesitado se ela não estivesse aqui. – Solta ela, caralho!O imbecil se afastou imediatamente. Suas mãos estavam a cima da cabeça agora, e eu sabia que o cara estava tremendo. Não importava o quanto mais velho que eu ele fosse, ainda estouraria a cabeça do imbecil se houvesse alguma garantia de que Baby não fosse entrar em pânico ao ver essa porcaria de cena toda.— Desculpe... – Ele deu alguns passos para trás, e então uma volta. Estávamos cara a cara. As pupilas dele se dilataram assim que olhou para mim. Nós dois sabíamos que ele teria me matado se pudesse, só que não era idiota. Jones conhecia o que acontecia com traidores. Conhecia mais ainda o que aconteceria com quem tocasse em um de nós... Sua guarda caiu por terra quando parou para pensar por um segundo, então ele fez um sinal de rendição.— Só queria co
Dominic Lexington A coloquei na cama. Baby ainda não disse nada, além de agarrar um dos travesseiros e o abraçar como uma merda de urso. Por um segundo, divaguei no quanto queria que aquela porra inanimada fosse eu, até que voltei a realidade do que estava acontecendo.A arma... A minha agressividade. Teria sorte se ela não me perguntasse o que estava acontecendo, ou pior, que soubesse quem eu era naquele momento. Mas merda, ter trazido ela até essa droga de lugar fora um erro. Eu sabia disso, e ainda assim o fiz. E para que, porra? Por que não podia ficar longe da garota? Porque temi que ela desaparecesse da minha vida.Ninguém sai da minha vida duas vezes, caralho. E foi tudo por isso.Analisei seus olhares. Ela parecia pensativa. O nariz estava molhado, talvez escorrendo um pouco, e os ombros ainda se tremiam em soluços.— O que aconteceu? O que ele fez a você, bebê? – Tentei me aproximar, o que só causou uma reação explosiva.Baby se encolheu em seu próprio mundo, voltando a me
Baby Ortiz Acordei assustada. Os toques pelo meu rosto me fizeram recuar na cama. Ele sempre fazia isso, e eu não podia mais suportar. – Se afaste! Eu juro que mato você. Eu sei me defender agora, eu...Me debati, batendo as costas contra a cabeceira da cama, e arfei ao sentir que o ar fora obrigado a deixar meus pulmões devido ao impacto.— Calma! – Alguém disse, mas meus olhos foram incapazes de detectá-la. Estava escuro, e eu não entendia por que alguém estaria aqui a essa hora. Principalmente ela... – Eu só queria saber se você estava bem. Eu não quis te assustar.Meus dedos estavam trêmulos quando estiquei o corpo, procurando por qualquer interruptor. A luz do abajur acendeu como magica, dando-me a visão da mulher linda a me encarar. Os olhos verdes eram a única diferença dela para uma Britney do passado. – O que... O que você quer comigo?Instintivamente, abracei meu corpo. Não somente por que senti que estava nua por baixo, mas por que notei como ela olhava para as roupas que