Dominic Lexington Apertei a minha mão ao redor da cintura da Baby. Um gesto mais que possessivo, mas que, naquele momento, eu ainda não sabia que precisaria manter por toda a maldita noite.Andando pelas pedras que formavam um caminho até a entrada da mansão, senti o corpo da garota ao meu lado se tornar tenso. Eu não poderia culpá-la. Todo o passado deveria estar a nocauteando nesse momento, e nós dois sabíamos disso. Apenas um, no entanto, conhecia o passado do outro.A passos firmes, segui com ela, que ao se ver tão perto da entrada, segurou a minha mão em sua cintura com força. Ela parou de caminhar abruptamente, deixando meu corpo em alerta.Baby precisava entrar, porque eu não podia mais adiar isso. Tinha que estar exatamente nesse lugar, nessa maldita noite que eu ou qualquer um dos meus irmãos odiávamos que estivesse acontecendo.– Eu acho que não estou pronta! – Baby disse. – Será que Dilan não pode me levar a algum hotel?– Nossas bagagens estão no porta malas, meu anjo. –
Baby OrtizMeus olhos estavam arregalados, e o medo que havia se instalado, e que o Dominic havia conseguido dissipar apenas um pouco havia ido embora assim que coloquei meus olhos sobre um homem dois centímetros mais alto que o meu Dom.Aflito, Dominic passou os dedos pelo cabelo liso de fios grossos, forçando a mecha teimosa a voltar para o seu lugar. – Ela foi embora, irmão. – Sua mão pousou nos ombros do homem quase loiro.Foi impossível não os comparar. Apesar de ambos serem bem altos, notei que seu irmão era loiro, tinha o queixo levemente furado e ao contrário do Dom, algumas tatuagens a subir pelo pescoço.Forçando meus olhos para baixo, evitei fitar aquele homem por muito tempo. De alguma maneira, havia algo em sua aparência que me causou arrepios. Diria até que medo. Ele era como os homens do meu passado. Aqueles em que desejei nunca mais estar perto. Só que o destino sempre gostou de brincar com a minha vida e pregar-me as piores peças do mundo.— Porra, ela não pode, cara
Baby Ortiz — Cadê o Cesare? – A mulher continuou com os braços ao redor do pescoço do Dom, e a maneira como ela olhava para ele era ofensivo, não apenas para mim, como também para quem os observava cheios de julgamentos por fora de toda aquela cena. – Eu o procurei por todos os lugares.Talvez aquela cópia barata da Britney cheia de sardas não fosse capaz de notar a tensão por trás do rosto sereno dele, mas eu sim. Porque eu estava ao lado dele em todos os últimos malditos meses. Eu o conhecia. A pergunta era: o quanto ela o conhecia também?— Ele foi a um lugar. Era urgente. – A maneira como a encarava, como se eu sequer existisse, deixou-me tão magoada.As mãos dele sequer estavam sobre mim, e o que antes eu provavelmente teria implorado para que acontecesse, foi como uma perda. Mas eu não precisava de mais do que isso para me lembrar que ele nunca me pertenceu.Eu? Eu sim. Eu pertencia a ele, e não falava do fato daquele homem ter me comprado por um valor que nenhum ser humano dev
Dominic Lexington — Que porra está acontecendo aqui? – Se por fora eu demonstrava alguma calma, por dentro, minha arma estava pronta para ser disparada, e porra, eu não teria hesitado se ela não estivesse aqui. – Solta ela, caralho!O imbecil se afastou imediatamente. Suas mãos estavam a cima da cabeça agora, e eu sabia que o cara estava tremendo. Não importava o quanto mais velho que eu ele fosse, ainda estouraria a cabeça do imbecil se houvesse alguma garantia de que Baby não fosse entrar em pânico ao ver essa porcaria de cena toda.— Desculpe... – Ele deu alguns passos para trás, e então uma volta. Estávamos cara a cara. As pupilas dele se dilataram assim que olhou para mim. Nós dois sabíamos que ele teria me matado se pudesse, só que não era idiota. Jones conhecia o que acontecia com traidores. Conhecia mais ainda o que aconteceria com quem tocasse em um de nós... Sua guarda caiu por terra quando parou para pensar por um segundo, então ele fez um sinal de rendição.— Só queria co
Dominic Lexington A coloquei na cama. Baby ainda não disse nada, além de agarrar um dos travesseiros e o abraçar como uma merda de urso. Por um segundo, divaguei no quanto queria que aquela porra inanimada fosse eu, até que voltei a realidade do que estava acontecendo.A arma... A minha agressividade. Teria sorte se ela não me perguntasse o que estava acontecendo, ou pior, que soubesse quem eu era naquele momento. Mas merda, ter trazido ela até essa droga de lugar fora um erro. Eu sabia disso, e ainda assim o fiz. E para que, porra? Por que não podia ficar longe da garota? Porque temi que ela desaparecesse da minha vida.Ninguém sai da minha vida duas vezes, caralho. E foi tudo por isso.Analisei seus olhares. Ela parecia pensativa. O nariz estava molhado, talvez escorrendo um pouco, e os ombros ainda se tremiam em soluços.— O que aconteceu? O que ele fez a você, bebê? – Tentei me aproximar, o que só causou uma reação explosiva.Baby se encolheu em seu próprio mundo, voltando a me
Baby Ortiz Acordei assustada. Os toques pelo meu rosto me fizeram recuar na cama. Ele sempre fazia isso, e eu não podia mais suportar. – Se afaste! Eu juro que mato você. Eu sei me defender agora, eu...Me debati, batendo as costas contra a cabeceira da cama, e arfei ao sentir que o ar fora obrigado a deixar meus pulmões devido ao impacto.— Calma! – Alguém disse, mas meus olhos foram incapazes de detectá-la. Estava escuro, e eu não entendia por que alguém estaria aqui a essa hora. Principalmente ela... – Eu só queria saber se você estava bem. Eu não quis te assustar.Meus dedos estavam trêmulos quando estiquei o corpo, procurando por qualquer interruptor. A luz do abajur acendeu como magica, dando-me a visão da mulher linda a me encarar. Os olhos verdes eram a única diferença dela para uma Britney do passado. – O que... O que você quer comigo?Instintivamente, abracei meu corpo. Não somente por que senti que estava nua por baixo, mas por que notei como ela olhava para as roupas que
Dominic Lexington Parei no batente da porta assim que escutei a voz melosa da Sunshine. Eu sabia que isso acabaria acontecendo em algum momento, mas não agora... Não quando tínhamos coisas piores para resolver. E eu não precisava da Baby criando malditas teorias sobre quem eu era... Pigarreei alto, fazendo com que as duas girassem suas cabeças a fim de olharem na minha direção. Obviamente, Baby pareceu agitada ao me ver, ao contrário da Sunshine, é claro.Exaltado, eu entrei no quarto. – Sobre o que vocês conversavam?Baby me encarou com severidade. Eu quase pude sentir seus olhos a me fuzilarem da cabeça aos pés. Soube naquele instante, que seja lá a merda que Sunshine andou contando, não seria fácil explicar agora.— Nada de importante. – A garota se levantou da cama, onde havia se sentado ao lado da minha mulher. Um olhar suspeito de cumplicidade pairou entre as duas.Porra, eu poderia dizer que não me importava com o que quer que Baby soubesse agora, porque a verdade era uma só:
Dominic Lexington — Não falei nada de errado, Donzinho, eu juro.Apertei o topo do nariz. Irritado, eu evitei olhar para ela por um instante, antes que meu olhar enviesado a atingisse de forma severa. – Que merda você fazia naquele quarto, Sunshine? Não ouse mentir!— Se acalme, Dominic! – Meu irmão praticamente exigiu. Normalmente, eu o obedecia cegamente, mas havia algo na Baby que mexia com meu estado de controle. Eu deixava de ser racional perto da garota. – Ela disse que não fez merda nenhuma. Sunshine abaixou a cabeça, envergonhada. Nós dois sabíamos que ela não mentiria por muito tempo. Garotas como Sunshine não sabiam guardar segredos. Então eu a encarei, esperando por respostas, e quando ela finalmente percebeu que desviar os olhos da minha supervisão jamais foi tão inútil, finalmente deu-se por vencida.Uma longa respiração fez mais barulho do que o esperado, em uma maldita sala em completo silêncio. Eu encarei Cavalieri no sofá. Baby jamais deveria encontrá-lo aqui, entã