Sentia a respiração de Gabriel diminuir, seu corpo gelou. Mas não foi por prazer e, sim por medo de Caio.
Ele analisou a situação e jogou-me para o lado e se colocou de pé rapidamente.Caio olhava para Gabriel com ódio, como se ele tivesse roubado algo dele. Conhecia esse olhar, já havia visto em Christopher.
Caio não estava sozinho, haviam mais dois seguranças atrás dele. Eu permanecia estática e ansiava para que Caio me notasse, queria que ele visse que não é único a fazer as regras. Não demorou para que seus olhos me encontrassem, logo, passei meus dedos pelo meu pescoço de forma a intriga-ló.- Você é uma vadia mesmo, né ?! - disse Caio se aproximando de mim.Ele não hesitou e me acertou com um intenso tapa no rosto. Aquela sensação de ser corrigida me assustava e me deixava com raiva. Já não era a primeira vez que ele me agredia, isso iria ser comum ?
Olho para porta e seus capangas entraram fechando a porta. Eles sacaram suas armas e permaneceram estáticos, me observando.Caio vai em direção a Gabriel e lhe dá um soco no rosto.
- Ei - eu falo, me levantando para defender Gabriel.Caio me encara e com apenas uma mão empurrou-me, com toda sua força, de volta para o sofá.
- Você não se mete garota. - disse ao me olhar- Nossa conversa será mais tarde. Caio, não contente, continuou a socar Gabriel e a dar-lhe pontapés. Não aguentava ver aquela agressão, Gabriel já não aguentava mais. Sua boca chegava a pingar sangue manchando o chão, seu rosto estava inchado e já havia diversos cortes. - Você está muito louco de mexer com a minha mulher né?! - disse Caio agachando-se segurando o rosto de Gabriel- Ela que me beijou, senhor - disse Gabriel buscando se livrar.- Isso não me interessa, você é o homem. Você não deveria encostar uma dedo nela. - disse Caio dando-lhe mais um soco- Por favor, para Caio- eu imploro para que ele pare com aquela atrocidade.- Você quer que eu pare - disse me olhando de forma ameaçadora - Por que não pediu para ele parar ? - perguntou se aproximando de mim e segurando meu pescoço - Você é minha agora, você pode até não gostar de mim agora, mas você vai. - Nunca - digo, enquanto busco retirar suas mãos do meu pescoço.Ele se aproxima mais de mim, consigo sentir sua respiração. Seu hálito estava doce e suave, meu instinto natural me faz fechar os olhos. Caio ri, me fazendo abri-los novamente.
- Ta vendo como é questão de tempo para ser minha ?!- diz Caio voltando-se para Gabriel
- Ela é sua mas você é de várias né - resmungou Gabriel dando um pequeno riso- Já que vou morrer mesmo. Alice, o Caio tem um caso há um bom tempo com Lisa, mas ela diz que não pode ter filhos. Caio não diz nada, aproxima-se de Gabriel novamente e continua incessantemente a socar ele. Aquela cena era demais para que eu olhasse. - PARA !!!! - grito com Caio- Você tem seu passado e o que fiz foi um erro mas não precisa fazer isso. Eu sou sua né - digo entre lágrimas- Você é tão ingênua- diz Caio limpando seu rosto de respingos de sangue com a manga do blazer.Ele se coloca de pé e retira das costas uma pistola com silenciador, já havia visto uma dessa em série.- Você tem que entender como as coisas na máfia funcionam. - disse colocando a arma na minha direção - Você assinou um contrato, na qual, você é minha propriedade. Ninguém! NINGUÉM pode tocar em você além de mim. Você entendeu ?! - disse encostando a arma na minha testa - Você tem que me obedecer e isso é uma lição para você e para esse verme.- Por que não conta para ela o motivo de ser obcecado por ela ? - disse Gabriel com um pequeno sorriso.
Ele se vira para Gabriel.
Caio mudou sua expressão, ele estava calmo, deixando a entender que o próximo passo era comum.
- Algo a dizer ?! - perguntou Caio ironicamente e com um pequeno sorriso.Gabriel nem conseguiu pensar em algo quando Caio puxou o gatilho. O corpo dele caiu no chão espirrando sangue para todos os lados.Aquilo me fez paralisar, eu entrei em uma espécie de choque. Uma arma, essa obssessão, uma morte, o sangue na minha cortina.
Eu nunca tive medo de morrer, por vezes até desejava, mas isso era antes. Agora, eu tinha medo da morte, mais precisamente de Caio. Ele é maluco e com ele, um comentário poderia decidir o momento que iria me matar.
Ele retirou um pano do bolso e começou a retirar suas digitais da arma. Aquela cena me fazia querer chorar, mas eu não conseguia. Ele me olhou e sua feição mudou, enquanto ele guardava a arma nas costas novamente.
Ele olhou todo o ambiente e se aproximou de mim. Meu corpo tremia com sua proximidade, lágrimas começaram a cair pelo meu rosto, enquanto um sorriso de canto estava visível.- Quero que desçam as malas dela até o carro - disse ele aos capangas- Depois limpem todo o apartamento. Se livrem desse verme - disse, olhando com desdém para o corpo de Gabriel, que não parava de sangrar - Levem as comidas daqui, retirem os armários, móveis. TUDO. Façam uma limpa e entreguem o apartamento a imobililiária. Entenderam ? - questinou novamente enquanto os capangas retiravam rapidamente minhas bolsas e desciam com elas.
- Você consegue andar - questionou Caio.
Eu concordei com a cabeça, querendo me manter firme, mas eu não tinha forças para andar. Estava em choque, fraca por não ter comido e bebido demais. Assim que me coloquei de pé, minha pressão caiu e meu corpo falhou.
As mãos de Caio passaram pela minha cintura, ele me puxou para cima, me carrregando totalmente. Sentia as mãos firmes de Caio, sentia sua respiração enquanto ele descia pelas escadas. Eu não estava completamente inconsciente, tinha noção da situação ao meu redor, só não conseguia me mover.- Olha o que você me faz fazer- sussurou próximo a mim- Esperei tanto para que você fosse só minha e agora você irá me ver como um monstro, quando só queria te proteger.Pude sentir Caio me carregando, mas não conseguia reagir. Não conseguia abrir os olhos, mover meus músculos, ficava apenas estática. Não sei em qual momento eu realmente apaguei, mas quando abri meus olhos, já estava no avião. Estávamos alto o suficiente para que não conseguisse ver a cidade. Obsservei ao redor, não havia ninguém mas podia escutar conversas vindo de outros lugares. Haviam vários setores no avião, não era um avião convencional. Tirei o cinto, mas logo começou a apitar. Não demorou para que dois homens grandes aproximassem. - Senta - disse um deles a mim - Você não tem autorização pra levantar até chegar na capital. Eu observei os dois caras, não valia meu tempo. Rapidamente me sentei, tentando evitar que pudesse tomr um tiro deles.- Chefe, a garota acordou - disse o outro homem no rádio. Os dois ficaram parados na minha frente, minha mente buscava entender o motivo de terem avisado a alguém que havia acordado.Não demora muito para que um homem alto, usando tern
Nem me dei conta que o sol já havia nascido, e eu ainda continuava no avião. A viagem era longa, afinal da Coreia até os Estados Unidos davam mais de 12 horas de voo, mas chegaríamos logo. - Bom dia senhorita Alice, gostaria de tomar um café ? - uma comissária de bordo me surpreendeu. Ela estava com um pequeno sorriso amigável enquanto aguardava minha resposta. - aceito sim. - digo a ela- Você poderia me dizer as horas ? - pergunto impaciente com o voo - Sim, - disse olhando para seu relógio - São seis e vinte da manhã. - Obrigada e... O banheiro fica em qual sentido ? - pergunto após me dar conta que preciso utilizar urgentemente.- a direita e siga reto - disse enquanto eu agradecia com a cabeça Levantei-me cambaleando sentindo minhas pernas dormentes. Após dar alguns passos, meu sangue voltou a circular e cheguei rapidamente ao banheiro.Tentei abrir a porta mas estava ocupado. Quem poderia ser? Precisava utilizar ele logo.... Iria ter que esperar, jáque não aguentaria mais t
Vou até a cozinha, já que estou com muita fome. Assim que chego, vejo Jim na área externa da lavanderia numa conversa intensa no telefone. - Olá, Sou a mary - disse uma senhora de cabelos grisalhos com um sorriso gentil- você é a Alice né ?! - isso - digo estendendo a mão, fechando num aperto- Muito prazer! - Você tem alguma restrição alimentar ? Ou algo que não coma - pergunta com tom de medo. -olha, sou chata com algumas verduras mas como de tudo, fica em paz. - digo a ela tentando ser a mais gentil possível. - ah perfeito, hoje eu preparei lasanha, pode ser ?! - disse com o mesmo sorriso gentil. - claro, agradeço muito. - digo abrindo um grande sorriso Asim que ela sai, Jim se aproxima sentando na mesa. - já falou com a Mary ? - pergunta Jim um pouco ofegante - sim…. Tá tudo bem ? - Está, talvez eu vou ter que ir a capital. Estamos com um problema na matriz. - disse, tentando parecer tranquilo - Ah entendi. Mas é grave ? - pergunto curiosamente - não.
Tudo estava escuro. Haviam diversos carros encostados, enquanto homens se enfrentavam defendendo ideais. Christopher estava lá, mas eu não podia ajudá-lo, seria ferida na primeira oportunidade. Ele lutava com bravura, mas eu sabia que o pior iria acontecer. Instintivamente. Meu corpo suava demais, enquanto permanecia gelada. Sentia a falta da circulação nos meus dedos mas meu coração pulsava forte enquanto o som do tiro ecoava na minha mente. O pior aconteceu, não haviam lágrimas, apenas a dor da perda enquanto alguém me arrastava do local. O silêncio, após o tiro, invadia a minha alma, minha respiração já estava difícil e meu coração causava uma dor absurda cada vez que ele pulsava e batia contra meu peito. Meu corpo tomou consciência. Já não era a primeira vez que eu sonhava com essa cena. Toda vez, acordava sentindo-me sufocada, com as mãos suadas e lágrimas acumuladas. Vejo pelas fresta da janela que o sol não apareceu ainda, mas tenho a sensação que o dia já amanheceu, me
Era ele, meu primeiro amor. Vivo e respirando perto de mim.Meu corpo ansiava pelo seu, eu estava inquieta porém tranquila como se meus medos tivessem desaparecidos. - Chefe. Ela já chegou - disse um homem ao se aproximar, pude identificar que era o motorista que me trouxe.- Mande ela entrar - disse Christopher. Ele deu um passo à frente, seus olhos penetravm nos meus, ele realmente me queria. - Eu preciso de você - disse ele, fechando seu sorriso Eu não entendia o que era, mas sabia que precisava ajudá-lo. Faria o necessário por ele. - Como ? - pergunto, segurando as lágrimas Ele passa por mim, e retira delicamente as cordas que me seguravam e, se agacha novamente na minha frente. Ele me olha por alguns instantes e passa seus dedos firmes pelo meu rosto. Isso me causou arrepios, uma sensação que não sentia há muito tempo. Eu precisava ter ele. - Vem comigo. - disse ele, colocando-se de pé e passando seus dedos pelos meus. Meu corpo estava em frenesi. Eu queria ele, sentir
Eu estava em completo choque só de imaginar a ideia de me casar com ele. Ele era idêntico ao Christopher mas possui uma personalidade terrível. - Vamos meu amor. - disse estressado. Eu precisava ganhar tempo. Precisava pensar, arrumar um plano melhor. - Me conta mais, sobre essa empresa que vou trabalhar... Aonde vamos morar. - busco enrolar ele - Só direi depois que assinar o contrato. Minhas mãos tremiam e meu corpo suava em busca de uma solução. Ou eu me casava e tinha uma vida duvidosa, ou minha família corria perigo.Não ! Eu pego o papel e puxo uma caneta e assino sem nem ao menos ler, não queria imaginar ter minha família sofrendo por uma máfia. Eu sabia o que eles era capazes de fazer.- Pronto - digo a ele.- Ótimo - disse Lisa. - Mas vou reforçar os pontos importantes.Eu não havia lido, de tão nervosa estou. Merda!- Eu posso ler ?! - pergunto e Lisa me entrega o contrato novamente. De todos os pontos, os que mais me chamaram atenção: § Dentro e fora da facção, ele
Gabriel estava indo tão bem, mas vindo de alguém tão imaturo, era de se esperar esse tipo de comentário. - Não Gabriel. Não sou lésbica e o problema não é esse. O problema é ser forçado a fazer algo que não quer e ainda acreditar que alguém está vivo. Ele ficou pensativo por um instante. Ele entendeu meu recado. - Desculpa. - resmungouEle passou o resto do caminho em silêncio e parou o carro em frente a minha casa. Eu desci, sem nem esperar ele, até que notei sua presença. Demoraria um tempo até me acostumar com alguém me vigiando. Subimos, em silêncio, até meu andar e lá comecei a organizar minhas roupas. Não seria uma tarefa fácil, por isso, aproveitei e comecei a fazer uma limpa. Eu poderia doar algumas roupas para Dona Maria e, assim ela poderia entregar a um ONG ou a igreja. - Senta aí. - disse ao Gabriel, apontando para a cadeira da cozinha. Ele me olhou, fechou a porta e se sentou. Ele me observava enquanto ajeitava tudo. - Você não precisa levar muitas roupas. - dis