Pude sentir Caio me carregando, mas não conseguia reagir. Não conseguia abrir os olhos, mover meus músculos, ficava apenas estática.
Não sei em qual momento eu realmente apaguei, mas quando abri meus olhos, já estava no avião.Estávamos alto o suficiente para que não conseguisse ver a cidade.Obsservei ao redor, não havia ninguém mas podia escutar conversas vindo de outros lugares. Haviam vários setores no avião, não era um avião convencional.Tirei o cinto, mas logo começou a apitar. Não demorou para que dois homens grandes aproximassem.- Senta - disse um deles a mim - Você não tem autorização pra levantar até chegar na capital.Eu observei os dois caras, não valia meu tempo. Rapidamente me sentei, tentando evitar que pudesse tomr um tiro deles.- Chefe, a garota acordou - disse o outro homem no rádio.Os dois ficaram parados na minha frente, minha mente buscava entender o motivo de terem avisado a alguém que havia acordado.Não demora muito para que um homem alto, usando terno com perfil atlético entrasse pela frente. Seu rosto era harmônico e bonito por sinal, porém havia uma cicatriz profunda que cortava seu rosto, ficando parcialmente coberta pelo cabelo.- Alice - disse ele, sentando- se no lugar que o segurança cedeu.Sua voz era familiar.Meu cérebro buscava recordar de sua voz. Ele lembrava-me ao incidente no carro.Ele que havia me dopado no carro, mas sabia que o conhecia de outro lugar.- Por que teve pena de me dopar ?- perguntei antes que ele pudesse falar- Então me reconheceu. - disse ele abrindo um sorriso, e fazendo sinal para os seguranças saírem.Ao voltar os olhos aos meus, observei melhor seu sorriso. Um sorriso doce. Ele!Ele havia me arrastado no dia da morte de Christopher. Ele era o melhor amigo de Christopher, cuidava dele e me protegeu enquanto pode.Um aperto na garganta se instalou, enquanto lutava para não relembrar.- Você - digo em soluços- Você me tirou aquele dia do local.- Sim e de bônus ganhei essa bela cicatriz - disse passando a mão pelo rosto- Ganhou ? - perguntei buscando relacionar a morte de christopher a marc.- Você deveria ter morrer aquele dia. - disse Jim a mim, friamente.Eu deveria estar morta ? - pensei comigo mesmo- Você sabia, ou melhor, sabe demais. - disse buscando amenizar o clima.- Mas nunca foi escolha minha. - digo, aflita por entender que eu sabia demais- Por isso deverá se casar. A facção busca incessantemente por você. A única solução é você se casar, eu que propus aliás, assim não precisa ser morta. - disse com um pequeno sorriso- Então você é o culpado? - pergunto com um ódio florescendo- Eu não quis agir por mal, Alice. Esse é o melhor para você.Preferia ser morta ? - ele perguntouEssa pergunta era algo fácil de responder.- Sim. - respondi secamente- Olha. Você me odeia agora, ou odeia a ideia de se casar, mas saiba que Christopher pensou muito em você e essa ainda é a melhor solução. Você será quase uma rainha dentro da facção. - disse tentando apaziguar meus sentimentos.- Eu não quero ser rainha de ninguém. Eu quero minha casa, minha vida…- Sua vida nunca foi sua. Apenas prolongamos a hora que você voltaria- me interrompeuO silêncio dominou o ar e o que ele falava fazia sentido. Eu estava ferrada.- Essa merda de casamento tem regras rígidas demais, como eu terei total autonomia? - digo com revoltaEle se aproxima de mim e faz sinal para me aproximar.- Você sabe o segredo de Caio. Isso basta. Você tem ele nas mãos. Confia - disse dando risada - Por isso estou vivo ainda - disse, enquanto passava a mão pelos cabelos.Essa ideia era uma loucura. Não estava pronta para isso.Ele permaneceu ali me observando enquanto, eu estava buscando entender esse jogo por completo. Eu era a peça principal da trama pelo que notei.Escuto passos se aproximando e Caio aparece na minha visão, ele nem me olha e olha diretamente para Jim.- Saia - disse ele rudementeJim deu um leve sorriso para mim e saiu.Caio se sentou na minha frente, no mesmo lugar que Jim estava, e ficou me observando.- Que foi ? - perguntei após alguns segundos de agonia.Não conseguia esquecer o que ele havia feito e falado. Sua declaração girava na minha mente me dando naúseas.- Você é intrigante. Não faço ideia do que irá escolher no casamento.- Do que está falando ? - pergunto, lutando contra meu nojo.- Irá haver um casamento, uma comemoração dentro da facção. Uma representação de união.- Não tínhamos... - digo após uma leve puxada de ar- Como vai funcionar ? - digo, observando sua resposta.- Será na mansão. Será simples.- Eu quero organizar meu casamento. - digo de forma autoritária- Arrumar tudo. Quero uma organizadora pessoal- digo analisando seus olhos - O quanto antes.- Você acha que pode fazer exigências? - disse com deboche- Eu posso. - disse, olhando para ele de forma penetrante - Já irei me casar com você, é mais do que necessário uma bela festa.Ele revirou os olhos e parecia ter entendido que Jim já havia me contado sobre meus benefícios.- Saiba que as coisas não serão tão fáceis assim. Você sempre vai necessitar da minha autorização - disse se colocando de pé e colocando a mão no meu queixo - Você ainda é minha subordinada.Ele saiu do local.Finalmente estava sozinha depois de algum tempo. Meus pensamentos só refletiam no que eu poderia usar ao meu favor por saber a identidade de Caio. Estava ansiosa para conhecer a facção, mas estava cansada demais para permanecer acordada.Olá pessoal, fiquei um período doente e não consegui escrever devido as dores, mas tive ótimas ideias para o desenvolvimento. Espero que gostem ! Bjs
Nem me dei conta que o sol já havia nascido, e eu ainda continuava no avião. A viagem era longa, afinal da Coreia até os Estados Unidos davam mais de 12 horas de voo, mas chegaríamos logo. - Bom dia senhorita Alice, gostaria de tomar um café ? - uma comissária de bordo me surpreendeu. Ela estava com um pequeno sorriso amigável enquanto aguardava minha resposta. - aceito sim. - digo a ela- Você poderia me dizer as horas ? - pergunto impaciente com o voo - Sim, - disse olhando para seu relógio - São seis e vinte da manhã. - Obrigada e... O banheiro fica em qual sentido ? - pergunto após me dar conta que preciso utilizar urgentemente.- a direita e siga reto - disse enquanto eu agradecia com a cabeça Levantei-me cambaleando sentindo minhas pernas dormentes. Após dar alguns passos, meu sangue voltou a circular e cheguei rapidamente ao banheiro.Tentei abrir a porta mas estava ocupado. Quem poderia ser? Precisava utilizar ele logo.... Iria ter que esperar, jáque não aguentaria mais t
Vou até a cozinha, já que estou com muita fome. Assim que chego, vejo Jim na área externa da lavanderia numa conversa intensa no telefone. - Olá, Sou a mary - disse uma senhora de cabelos grisalhos com um sorriso gentil- você é a Alice né ?! - isso - digo estendendo a mão, fechando num aperto- Muito prazer! - Você tem alguma restrição alimentar ? Ou algo que não coma - pergunta com tom de medo. -olha, sou chata com algumas verduras mas como de tudo, fica em paz. - digo a ela tentando ser a mais gentil possível. - ah perfeito, hoje eu preparei lasanha, pode ser ?! - disse com o mesmo sorriso gentil. - claro, agradeço muito. - digo abrindo um grande sorriso Asim que ela sai, Jim se aproxima sentando na mesa. - já falou com a Mary ? - pergunta Jim um pouco ofegante - sim…. Tá tudo bem ? - Está, talvez eu vou ter que ir a capital. Estamos com um problema na matriz. - disse, tentando parecer tranquilo - Ah entendi. Mas é grave ? - pergunto curiosamente - não.
Tudo estava escuro. Haviam diversos carros encostados, enquanto homens se enfrentavam defendendo ideais. Christopher estava lá, mas eu não podia ajudá-lo, seria ferida na primeira oportunidade. Ele lutava com bravura, mas eu sabia que o pior iria acontecer. Instintivamente. Meu corpo suava demais, enquanto permanecia gelada. Sentia a falta da circulação nos meus dedos mas meu coração pulsava forte enquanto o som do tiro ecoava na minha mente. O pior aconteceu, não haviam lágrimas, apenas a dor da perda enquanto alguém me arrastava do local. O silêncio, após o tiro, invadia a minha alma, minha respiração já estava difícil e meu coração causava uma dor absurda cada vez que ele pulsava e batia contra meu peito. Meu corpo tomou consciência. Já não era a primeira vez que eu sonhava com essa cena. Toda vez, acordava sentindo-me sufocada, com as mãos suadas e lágrimas acumuladas. Vejo pelas fresta da janela que o sol não apareceu ainda, mas tenho a sensação que o dia já amanheceu, me
Era ele, meu primeiro amor. Vivo e respirando perto de mim.Meu corpo ansiava pelo seu, eu estava inquieta porém tranquila como se meus medos tivessem desaparecidos. - Chefe. Ela já chegou - disse um homem ao se aproximar, pude identificar que era o motorista que me trouxe.- Mande ela entrar - disse Christopher. Ele deu um passo à frente, seus olhos penetravm nos meus, ele realmente me queria. - Eu preciso de você - disse ele, fechando seu sorriso Eu não entendia o que era, mas sabia que precisava ajudá-lo. Faria o necessário por ele. - Como ? - pergunto, segurando as lágrimas Ele passa por mim, e retira delicamente as cordas que me seguravam e, se agacha novamente na minha frente. Ele me olha por alguns instantes e passa seus dedos firmes pelo meu rosto. Isso me causou arrepios, uma sensação que não sentia há muito tempo. Eu precisava ter ele. - Vem comigo. - disse ele, colocando-se de pé e passando seus dedos pelos meus. Meu corpo estava em frenesi. Eu queria ele, sentir
Eu estava em completo choque só de imaginar a ideia de me casar com ele. Ele era idêntico ao Christopher mas possui uma personalidade terrível. - Vamos meu amor. - disse estressado. Eu precisava ganhar tempo. Precisava pensar, arrumar um plano melhor. - Me conta mais, sobre essa empresa que vou trabalhar... Aonde vamos morar. - busco enrolar ele - Só direi depois que assinar o contrato. Minhas mãos tremiam e meu corpo suava em busca de uma solução. Ou eu me casava e tinha uma vida duvidosa, ou minha família corria perigo.Não ! Eu pego o papel e puxo uma caneta e assino sem nem ao menos ler, não queria imaginar ter minha família sofrendo por uma máfia. Eu sabia o que eles era capazes de fazer.- Pronto - digo a ele.- Ótimo - disse Lisa. - Mas vou reforçar os pontos importantes.Eu não havia lido, de tão nervosa estou. Merda!- Eu posso ler ?! - pergunto e Lisa me entrega o contrato novamente. De todos os pontos, os que mais me chamaram atenção: § Dentro e fora da facção, ele
Gabriel estava indo tão bem, mas vindo de alguém tão imaturo, era de se esperar esse tipo de comentário. - Não Gabriel. Não sou lésbica e o problema não é esse. O problema é ser forçado a fazer algo que não quer e ainda acreditar que alguém está vivo. Ele ficou pensativo por um instante. Ele entendeu meu recado. - Desculpa. - resmungouEle passou o resto do caminho em silêncio e parou o carro em frente a minha casa. Eu desci, sem nem esperar ele, até que notei sua presença. Demoraria um tempo até me acostumar com alguém me vigiando. Subimos, em silêncio, até meu andar e lá comecei a organizar minhas roupas. Não seria uma tarefa fácil, por isso, aproveitei e comecei a fazer uma limpa. Eu poderia doar algumas roupas para Dona Maria e, assim ela poderia entregar a um ONG ou a igreja. - Senta aí. - disse ao Gabriel, apontando para a cadeira da cozinha. Ele me olhou, fechou a porta e se sentou. Ele me observava enquanto ajeitava tudo. - Você não precisa levar muitas roupas. - dis
Sentia a respiração de Gabriel diminuir, seu corpo gelou. Mas não foi por prazer e, sim por medo de Caio.Ele analisou a situação e jogou-me para o lado e se colocou de pé rapidamente. Caio olhava para Gabriel com ódio, como se ele tivesse roubado algo dele. Conhecia esse olhar, já havia visto em Christopher. Caio não estava sozinho, haviam mais dois seguranças atrás dele. Eu permanecia estática e ansiava para que Caio me notasse, queria que ele visse que não é único a fazer as regras. Não demorou para que seus olhos me encontrassem, logo, passei meus dedos pelo meu pescoço de forma a intriga-ló.- Você é uma vadia mesmo, né ?! - disse Caio se aproximando de mim. Ele não hesitou e me acertou com um intenso tapa no rosto. Aquela sensação de ser corrigida me assustava e me deixava com raiva. Já não era a primeira vez que ele me agredia, isso iria ser comum ?Olho para porta e seus capangas entraram fechando a porta. Eles sacaram suas armas e permaneceram estáticos, me observando. C