Eu estava em completo choque só de imaginar a ideia de me casar com ele. Ele era idêntico ao Christopher mas possui uma personalidade terrível.
- Vamos meu amor. - disse estressado.
Eu precisava ganhar tempo. Precisava pensar, arrumar um plano melhor.- Me conta mais, sobre essa empresa que vou trabalhar... Aonde vamos morar. - busco enrolar ele- Só direi depois que assinar o contrato.Minhas mãos tremiam e meu corpo suava em busca de uma solução. Ou eu me casava e tinha uma vida duvidosa, ou minha família corria perigo.Não !Eu pego o papel e puxo uma caneta e assino sem nem ao menos ler, não queria imaginar ter minha família sofrendo por uma máfia. Eu sabia o que eles era capazes de fazer.- Pronto - digo a ele.- Ótimo - disse Lisa. - Mas vou reforçar os pontos importantes.Eu não havia lido, de tão nervosa estou. Merda!- Eu posso ler ?! - pergunto e Lisa me entrega o contrato novamente. De todos os pontos, os que mais me chamaram atenção:§ Dentro e fora da facção, ele é Christopher e terei que tratá-lo como Christopher. (Ninguém sabe de sua morte);§ Estamos em uma união estável "machista", se por algum motivo eu for traída, ou querer terminar, ele irá decidir o que ocorrerá;§ Terei um emprego de contadora na empresa dele que também é uma fachada para máfia, logo, trabalharei para máfia;§ Eu terei que morar com ele em Nova York com permissão de visitar meu pai apenas com a presença dele;§ Tenho compromissos sexuais com ele, sendo que terei que conceber um filho em até 18 meses, se isso não acontecer, o contrato está finalizado e as punições cabíveis serão aplicadas;§ E para finalizar, essa união é apenas de interesse, não posso criar sentimentos por ele, não posso reclamar de traições já que estou ciente que ele tem interesse em outras mulheres.- Tá - digo entregando aquela nojeira que acabei de assinar.- Gostou ?! - perguntou Caio, maliciosamente. - Não. Em nenhum momento você pensa em mim. - penso em diversas coisas que podem acontecer - Quero uma cláusula, posso até ser traída mas não quero adquirir nenhuma doença, você terá que usar porteção. - Acho válido Caio - disse Lisa- Essa proteção ajudará também na gestação da criança.- Tudo bem. Adicione. - disse com rancor - Você terá que cumprir tudo, entendeu, Esposa !Aquilo fez meu estômago revirar.- Agora, você vai a sua casa, arrume suas roupas, Gabriel irá te acompanhar - disse olhando para o homem com a arma - Antes das seis da tarde, você deverá ficar pronta, iremos voar durante a noite para Nova York.- Está bem - digo me colocando de pé.Começo a sair pela porta e meu mundo vai desabando a cada passo, a ideia de ter que me relacionar com alguém que mal conheço mas tem a aparência do meu primeiro amor me assusta.Meu corpo falha e eu agacho, envolvendo- me enquanto as lágrimas caem do meu rosto.- Sua bolsa- disse Gabriel, me entregando junto a um lenço de pano para as lágrimas.- Obrigada. - digo nem enxergando seu rosto.Eu me levanto tentando parecer estável e sigo o segurança apenas pela cor da roupa. Ele abre a porta do carro.Meus pensamentos só pensam em como irei falar com a minha família, como explicarei que irei me mudar. Busco meu telefone mas não encontro.- Cadê meu telefone ?- perguntou a Gabriel que já havia dado partida no carro- Você ganhará outro quando chegar em Nova York.- Eu preciso falar com meus amigos, meu trabalho, meu pai - digo irritada- Sinto muito - disse ele friamente olhando- me de cantoNão me restava mais nada além de ficar ali, chorando e olhando para o nada. Estava igual uma criança birrenta quando não tinha nada que quer.E se eu fugisse com a minha família.Eu me virei e olhei para Gabriel, só estava eu e ele. Seus músculos destacavam-se por debaixo da roupa, seu nariz pontudo, o deixando gracioso, completamente harmônico com seu rosto infantil. Ele parecia mais um garoto do que um segurança, mas sua arma na cintura revelava extrema maturidade.
Sua atenção estava completa no volante, mas seus olhosencontraram os meus e eu pude ver um castanho esverdeado, enquanto buscava desvendar esse garoto.- Nem tente fugir - disse ele a mim. Ele havia me desvendado- Você é jovem né ?! - perguntei buscando enrolar - Por que aceita isso? Você poderia me deixar fugir?!- Porque esse é o meu trabalho, eu não posso deixar que isso aconteça - disse friamenteO silêncio se instaurou- Mas eu irei te proteger. - disse me olhando - Eu fui selecionado para ser seu segurança e eu irei fazer isso da melhor forma. Nem que seja para te proteger do Chan.- Chan? - questiono- Ah - disse se recordando - O apelido de Christopher na máfia era Chan, Caio utiliza também.- O que mais falta ele roubar do irmão ? - resmungo- Confia em mim Alice. Estarei contigo sempre. Gostei de você - disse de forma amigável.Talvez eu pudesse podia confiar nele.- Para provar minha confiança. Toma - disse ele estendendo o meu telefone na minha direçãoEu não tinha reação. Apenas sorri e comecei a ver as mensagens. Cassie tinha me ligado e disse que estava me esperando na minha casa, meu pai me ligou por causa de Cassie.Ele era prioridade.— Oi pai.- Oi meu amor. Aonde está ?-Estava na psicóloga, foi uma sessão bem pesada. O senhor está bem ?- estou filha. Só fiquei preocupado. A Cassie me ligou.-Fica em paz pai. Eu estou bem- preciso arrumar uma desculpa - ah, arrumei uma entrevista numa nova empresa, os benefícios são ótimos.- Que bom filha. - disse, pigarreando - Vai dar certo. Vou lá descansar. Tchau, te amo.- Tchau- desligo com lágrimas nos olhos.Olhei de canto para Gabriel e ele parecia tranquilo.- Oi cas - digo animada, com a chamada no viva voz- Aonde você estava ? - disse irritada- Desculpa. A sessão foi muito boa. Perdi a hora.- Tá bom. Já ia na sua casa- Não mulher, vou almoçar aqui perto, vou chegar tarde.- preciso continuar a mentira- Novidades! to com uma entrevista numa empresa chique.- Aí sim ein - disse animada - mas depois a gente conversa, preciso sair com meu amor. Bjs - disse desligando, favorecendo minha mentira e desculpas. Eu nem recusei e entreguei o telefone a ele.- Obrigada. - Agradeço a ele- Tranquilo. Foi até bom avisar né - disse com um sorriso - já que ela ia na sua casa.- Sim, mas já que ela vai sair com a namorada dela. Não ia tão cedo. - digo a eleEle parecia tentar entender algo, enquanto guarda o telefone no bolso.- Quando precisar só me pedir, mas nunca perto do Caio. - disse, olhando- me firme
- Tranquilo.O silêncio continuou até que algo que deixava ele inquieto surgiu.- Você sabe que o Caio é um cara bonito, rico. Só não entendi porque você chorou tanto, você deve ser lésbica igual sua amiga né ?! -Ele passou esse tempo pensando sobre Cassie ser lésbica.
Gabriel estava indo tão bem, mas vindo de alguém tão imaturo, era de se esperar esse tipo de comentário. - Não Gabriel. Não sou lésbica e o problema não é esse. O problema é ser forçado a fazer algo que não quer e ainda acreditar que alguém está vivo. Ele ficou pensativo por um instante. Ele entendeu meu recado. - Desculpa. - resmungouEle passou o resto do caminho em silêncio e parou o carro em frente a minha casa. Eu desci, sem nem esperar ele, até que notei sua presença. Demoraria um tempo até me acostumar com alguém me vigiando. Subimos, em silêncio, até meu andar e lá comecei a organizar minhas roupas. Não seria uma tarefa fácil, por isso, aproveitei e comecei a fazer uma limpa. Eu poderia doar algumas roupas para Dona Maria e, assim ela poderia entregar a um ONG ou a igreja. - Senta aí. - disse ao Gabriel, apontando para a cadeira da cozinha. Ele me olhou, fechou a porta e se sentou. Ele me observava enquanto ajeitava tudo. - Você não precisa levar muitas roupas. - dis
Sentia a respiração de Gabriel diminuir, seu corpo gelou. Mas não foi por prazer e, sim por medo de Caio.Ele analisou a situação e jogou-me para o lado e se colocou de pé rapidamente. Caio olhava para Gabriel com ódio, como se ele tivesse roubado algo dele. Conhecia esse olhar, já havia visto em Christopher. Caio não estava sozinho, haviam mais dois seguranças atrás dele. Eu permanecia estática e ansiava para que Caio me notasse, queria que ele visse que não é único a fazer as regras. Não demorou para que seus olhos me encontrassem, logo, passei meus dedos pelo meu pescoço de forma a intriga-ló.- Você é uma vadia mesmo, né ?! - disse Caio se aproximando de mim. Ele não hesitou e me acertou com um intenso tapa no rosto. Aquela sensação de ser corrigida me assustava e me deixava com raiva. Já não era a primeira vez que ele me agredia, isso iria ser comum ?Olho para porta e seus capangas entraram fechando a porta. Eles sacaram suas armas e permaneceram estáticos, me observando. C
Pude sentir Caio me carregando, mas não conseguia reagir. Não conseguia abrir os olhos, mover meus músculos, ficava apenas estática. Não sei em qual momento eu realmente apaguei, mas quando abri meus olhos, já estava no avião. Estávamos alto o suficiente para que não conseguisse ver a cidade. Obsservei ao redor, não havia ninguém mas podia escutar conversas vindo de outros lugares. Haviam vários setores no avião, não era um avião convencional. Tirei o cinto, mas logo começou a apitar. Não demorou para que dois homens grandes aproximassem. - Senta - disse um deles a mim - Você não tem autorização pra levantar até chegar na capital. Eu observei os dois caras, não valia meu tempo. Rapidamente me sentei, tentando evitar que pudesse tomr um tiro deles.- Chefe, a garota acordou - disse o outro homem no rádio. Os dois ficaram parados na minha frente, minha mente buscava entender o motivo de terem avisado a alguém que havia acordado.Não demora muito para que um homem alto, usando tern
Nem me dei conta que o sol já havia nascido, e eu ainda continuava no avião. A viagem era longa, afinal da Coreia até os Estados Unidos davam mais de 12 horas de voo, mas chegaríamos logo. - Bom dia senhorita Alice, gostaria de tomar um café ? - uma comissária de bordo me surpreendeu. Ela estava com um pequeno sorriso amigável enquanto aguardava minha resposta. - aceito sim. - digo a ela- Você poderia me dizer as horas ? - pergunto impaciente com o voo - Sim, - disse olhando para seu relógio - São seis e vinte da manhã. - Obrigada e... O banheiro fica em qual sentido ? - pergunto após me dar conta que preciso utilizar urgentemente.- a direita e siga reto - disse enquanto eu agradecia com a cabeça Levantei-me cambaleando sentindo minhas pernas dormentes. Após dar alguns passos, meu sangue voltou a circular e cheguei rapidamente ao banheiro.Tentei abrir a porta mas estava ocupado. Quem poderia ser? Precisava utilizar ele logo.... Iria ter que esperar, jáque não aguentaria mais t
Vou até a cozinha, já que estou com muita fome. Assim que chego, vejo Jim na área externa da lavanderia numa conversa intensa no telefone. - Olá, Sou a mary - disse uma senhora de cabelos grisalhos com um sorriso gentil- você é a Alice né ?! - isso - digo estendendo a mão, fechando num aperto- Muito prazer! - Você tem alguma restrição alimentar ? Ou algo que não coma - pergunta com tom de medo. -olha, sou chata com algumas verduras mas como de tudo, fica em paz. - digo a ela tentando ser a mais gentil possível. - ah perfeito, hoje eu preparei lasanha, pode ser ?! - disse com o mesmo sorriso gentil. - claro, agradeço muito. - digo abrindo um grande sorriso Asim que ela sai, Jim se aproxima sentando na mesa. - já falou com a Mary ? - pergunta Jim um pouco ofegante - sim…. Tá tudo bem ? - Está, talvez eu vou ter que ir a capital. Estamos com um problema na matriz. - disse, tentando parecer tranquilo - Ah entendi. Mas é grave ? - pergunto curiosamente - não.
Tudo estava escuro. Haviam diversos carros encostados, enquanto homens se enfrentavam defendendo ideais. Christopher estava lá, mas eu não podia ajudá-lo, seria ferida na primeira oportunidade. Ele lutava com bravura, mas eu sabia que o pior iria acontecer. Instintivamente. Meu corpo suava demais, enquanto permanecia gelada. Sentia a falta da circulação nos meus dedos mas meu coração pulsava forte enquanto o som do tiro ecoava na minha mente. O pior aconteceu, não haviam lágrimas, apenas a dor da perda enquanto alguém me arrastava do local. O silêncio, após o tiro, invadia a minha alma, minha respiração já estava difícil e meu coração causava uma dor absurda cada vez que ele pulsava e batia contra meu peito. Meu corpo tomou consciência. Já não era a primeira vez que eu sonhava com essa cena. Toda vez, acordava sentindo-me sufocada, com as mãos suadas e lágrimas acumuladas. Vejo pelas fresta da janela que o sol não apareceu ainda, mas tenho a sensação que o dia já amanheceu, me
Era ele, meu primeiro amor. Vivo e respirando perto de mim.Meu corpo ansiava pelo seu, eu estava inquieta porém tranquila como se meus medos tivessem desaparecidos. - Chefe. Ela já chegou - disse um homem ao se aproximar, pude identificar que era o motorista que me trouxe.- Mande ela entrar - disse Christopher. Ele deu um passo à frente, seus olhos penetravm nos meus, ele realmente me queria. - Eu preciso de você - disse ele, fechando seu sorriso Eu não entendia o que era, mas sabia que precisava ajudá-lo. Faria o necessário por ele. - Como ? - pergunto, segurando as lágrimas Ele passa por mim, e retira delicamente as cordas que me seguravam e, se agacha novamente na minha frente. Ele me olha por alguns instantes e passa seus dedos firmes pelo meu rosto. Isso me causou arrepios, uma sensação que não sentia há muito tempo. Eu precisava ter ele. - Vem comigo. - disse ele, colocando-se de pé e passando seus dedos pelos meus. Meu corpo estava em frenesi. Eu queria ele, sentir