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Capítulo 7: Entre a Vida e a Morte

A escuridão era pesada, sufocante. O cheiro de terra úmida e sangue estava impregnado no ar, misturado ao frio cortante da madrugada.

Lana piscou lentamente, tentando afastar a dor lancinante que pulsava em seu ombro. Seu corpo estava imobilizado pelo cinto de segurança, enquanto o carro de Luca permanecia tombado entre as árvores, os faróis iluminando fracamente a vegetação ao redor.

Ao seu lado, Luca permanecia inconsciente.

Mas ele estava respirando.

Lana sentiu o alívio misturado ao terror. Ainda podia ouvir vozes ao redor do carro, e quando ergueu a cabeça, viu Matteo Bernardi, o homem de confiança de Ricardio, parado a poucos metros.

Ele falava ao telefone, sua voz baixa e controlada:

— Sim, senhor, ela está aqui. O Bellucci também, mas ele não vai durar muito tempo sem ajuda.

Os olhos de Lana se arregalaram.

Ricardio queria Luca morto.

Seu coração disparou. Ela tentou se mover, mas o cinto a prendia. Sua respiração ficou irregular enquanto lutava contra a dor.

Matteo encerrou a ligação e se virou lentamente para ela.

— Senhora Massarotti, — ele disse, com um meio sorriso frio. — Imagino que essa não seja a noite que você planejou.

Lana engoliu em seco.

— Por favor... — sua voz saiu mais fraca do que gostaria. — Luca precisa de um médico.

Matteo inclinou a cabeça levemente.

— A questão é... Ricardio não quer que ele receba ajuda.

Os olhos dela brilharam com desespero.

— Então me leve para ele. Eu falo com Ricardio. Eu... eu o convenço.

Matteo riu suavemente, cruzando os braços.

— Você acha mesmo que tem esse poder sobre ele?

Lana mordeu o lábio, os olhos fixos no homem à sua frente.

— Se Ricardio me quer de volta, ele precisa me ouvir.

Houve um momento de silêncio. Matteo olhou para seus homens, que aguardavam suas ordens.

— Certo... — ele finalmente disse. — Vamos ver até onde vai sua influência.

***

Com dificuldade, Matteo ajudou Lana a sair do carro. Seu ombro latejava de dor, mas ela se forçou a ignorar.

Seus olhos voltaram para Luca. Ele ainda estava inconsciente, sua testa coberta de sangue seco.

— E ele? — ela perguntou.

Matteo suspirou, como se estivesse entediado.

— Deixe-me adivinhar... você quer que salvemos o Bellucci também?

Lana assentiu rapidamente.

— Se ele morrer, Ricardio vai me perder para sempre.

Matteo arqueou uma sobrancelha.

— Interessante.

Ele ponderou por um momento, então fez um sinal para dois dos homens que estavam com ele.

— Tirem o Bellucci do carro e levem-no ao hospital. Digam que foi um acidente.

Lana soltou um suspiro trêmulo.

Luca tinha uma chance.

— E você, senhora Massarotti... — Matteo estendeu a mão para ela. — Vamos para casa.

***

A viagem de volta foi silenciosa. O carro preto cortava a noite em alta velocidade, e Lana mantinha os olhos fixos na estrada à frente.

Seus pensamentos estavam confusos.

Ela queria ver Luca, queria saber se ele sobreviveria. Mas agora, teria que enfrentar Ricardio.

Quando chegaram à mansão, Matteo a guiou diretamente para o escritório de Ricardio.

A porta já estava aberta, e ele estava lá, sentado atrás de sua mesa de mogno, com um copo de uísque na mão.

Seus olhos encontraram os dela no instante em que ela entrou.

— Deixem-nos a sós. — Sua voz soou fria.

Matteo hesitou por um instante antes de se retirar, fechando a porta atrás dele.

Lana se manteve firme, mesmo sentindo o coração bater violentamente contra o peito.

Ricardio se levantou lentamente, caminhando até ela.

— Então, meu anjo rebelde voltou para casa.

Havia ironia em sua voz, mas também algo mais sombrio.

— Por que fez isso? — Lana perguntou, sua voz vacilante. — Por que mandou matar Luca?

Ricardio parou diante dela, seus olhos analisando cada detalhe de seu rosto.

— Porque ele tentou roubar algo que me pertence.

Lana sentiu a raiva crescer dentro dela.

— Eu não sou sua posse, Ricardio!

Ele sorriu, mas não havia humor ali.

— Você é minha esposa. Isso faz de você minha.

Lana balançou a cabeça.

— Isso não é amor.

Ele inclinou a cabeça.

— Amor? — Ele riu baixinho. — Que conceito frágil. Você acha que Luca Bellucci te ama?

Lana abriu a boca para responder, mas Ricardio continuou:

— Ele se aproximou de você porque é um Bellucci. E os Bellucci sempre quiseram destruir os Massarotti.

Ela franziu o cenho.

— Você está dizendo que Luca me usou?

Ricardio deu um passo para trás, voltando para sua mesa.

— Estou dizendo que tudo tem um preço, minha querida. E agora você vai aprender isso da pior maneira.

Lana sentiu um calafrio percorrer seu corpo.

Algo dentro dela dizia que a verdadeira batalha estava apenas começando.

***

Luca abriu os olhos lentamente.

As luzes do hospital eram fortes demais, e ele piscou algumas vezes até sua visão se ajustar.

— Ele acordou!

Uma voz ao seu lado fez seu coração acelerar.

Ele virou a cabeça e viu Sofia Bellucci, sua irmã mais velha, de pé ao lado da cama, segurando sua mão.

— Onde... onde estou? — sua voz saiu rouca.

— No hospital. Alguém te encontrou e te trouxe para cá.

Luca franziu a testa, lembrando-se do acidente.

— Lana...

Sofia apertou sua mão com mais força.

— Ela está bem. Mas, Luca... ela voltou para Ricardio.

Os olhos de Luca se arregalaram.

— O quê?

Sofia assentiu lentamente.

— Ela fez um acordo. Salvou sua vida, mas teve que voltar para ele.

Luca tentou se sentar, mas a dor o fez gemer.

— Não... não pode ser.

Sofia passou a mão pelo cabelo, preocupada.

— Luca, me escuta... Ricardio é perigoso. Você precisa se recuperar antes de fazer qualquer coisa.

Luca cerrou os punhos.

— Eu não vou deixar Lana sozinha com ele.

Sofia suspirou.

— Então é melhor você se preparar, irmãozinho... porque essa guerra está longe de acabar.

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