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Capítulo 3: Segredos à Luz da Lua

A brisa da noite soprava suavemente pelo jardim da mansão Massarotti, balançando as folhas das roseiras bem cuidadas. Lana sentia o coração pulsar contra o peito enquanto encarava Luca Bellucci. O brilho enigmático nos olhos dele a deixava em alerta.

— O que você quer dizer com isso, Luca? — Ela cruzou os braços, tentando manter a postura firme.

Luca lançou um olhar rápido para a mansão, como se esperasse que Ricardio surgisse a qualquer momento.

— Acho que esse não é o melhor lugar para conversarmos — disse ele, dando um passo à frente. — Mas você precisa saber a verdade sobre Ricardio.

Lana hesitou. Confiar em Luca Bellucci, o filho do maior rival de seu marido, era arriscado. Mas uma parte dela ansiava por respostas.

— Se tem algo a dizer, diga agora — retrucou, mantendo a voz firme.

Luca suspirou.

— Você sabe por que Ricardio aceitou esse casamento, Lana?

Ela franziu a testa.

— Nossas famílias concordaram que a união beneficiaria ambos os lados.

Luca soltou uma risada seca.

— Beneficiaria a família Massarotti, você quer dizer. Seu casamento garantiu a Ricardio um acordo financeiro crucial para expandir a Massarotti Banks.

Lana sentiu um nó se formar em sua garganta.

— E por que eu deveria acreditar em você?

Luca se inclinou ligeiramente, sua expressão mais séria.

— Porque eu sei que Ricardio não se casou por amor. Ele se casou por poder. E sem dúvida, pergunte a ele sobre a cláusula secreta no contrato do casamento.

Os olhos de Lana se arregalaram.

— Cláusula secreta?

Antes que Luca pudesse responder, um barulho interrompeu a conversa. Os portões da mansão se abriram, e Ricardio surgiu, sua presença imponente fazendo o ar ao redor parecer mais frio.

— O que diabos você está fazendo aqui, Bellucci? — A voz dele soou dura, carregada de desdém.

Lana sentiu seu corpo enrijecer. Ricardio caminhava em direção a eles com passos calculados, como um predador prestes a atacar.

Luca ergueu as mãos, em uma falsa demonstração de inocência.

— Apenas conversando com sua esposa.

— Você não tem o direito de pisar na minha propriedade — Ricardio rosnou. — Se quiser sair daqui com todos os ossos intactos, eu sugiro que vá agora.

Luca lançou um último olhar para Lana.

— Pense no que eu disse. Procure a verdade.

Com um meio sorriso provocador, ele se virou e caminhou em direção ao carro. Quando partiu, o silêncio pesado ficou entre Lana e Ricardio.

— Não quero você falando com ele novamente — Ricardio ordenou, a voz baixa, mas cheia de autoridade.

Lana ergueu o queixo.

— Eu falo com quem quiser.

Os olhos dele estreitaram-se.

— Bellucci quer te usar contra mim.

— Ou talvez ele esteja tentando me abrir os olhos para algo que você esconde — Lana rebateu.

Ricardio respirou fundo, aproximando-se dela.

— Eu nunca escondi nada de você, Lana.

Ela segurou o olhar dele.

— Então me diga... o que é essa cláusula secreta no nosso contrato de casamento?

Por um instante, Ricardio ficou imóvel. Foi uma fração de segundo, mas suficiente para Lana perceber: ele estava escondendo algo.

— Não existe nenhuma cláusula secreta — respondeu ele, a voz controlada.

Lana não acreditou.

— Eu quero ver o contrato. Agora.

Ricardio passou a mão pelo rosto, claramente irritado.

— Isso é ridículo.

— Se não há nada a esconder, então mostre.

A tensão entre os dois era quase palpável. Por fim, Ricardio virou-se e caminhou em direção ao escritório, Lana o seguiu de perto.

Ao chegarem à enorme biblioteca da mansão, Ricardio foi até um cofre embutido na parede e digitou uma senha. O cofre se abriu com um clique, revelando vários

documentos. Ele puxou uma pasta preta e a colocou sobre a mesa de mogno.

— Aqui está — disse, empurrando o contrato para Lana.

Ela sentou-se e começou a folhear as páginas, seus olhos varrendo cada cláusula com atenção. Então, no final do documento, encontrou algo que fez seu coração parar por um momento.

"Em caso de divórcio, todos os bens permanecem exclusivamente em nome de Ricardio Massarotti, e Lana Peroni renuncia a qualquer direito sobre propriedades ou ações pertencentes à família Massarotti."

Lana ergueu o olhar.

— Então é isso? Se eu me divorciar, saio sem nada?

Ricardio cruzou os braços.

— Esse casamento sempre foi um acordo, Lana. Você nunca esteve aqui para possuir nada.

Ela sentiu os olhos arderem, mas se recusou a chorar.

— Você me vê apenas como um nome em um papel, não é?

Ele permaneceu em silêncio.

Lana fechou o contrato com força e se levantou.

— Agora eu vejo. Não sou sua esposa. Sou apenas um meio para um fim.

Ela se virou para sair, mas Ricardio segurou seu braço.

— Eu nunca disse isso.

— Mas também nunca disse o contrário.

Ela puxou o braço e saiu da biblioteca, deixando Ricardio sozinho.

Naquela noite, Lana não dormiu. Deitada na enorme cama da mansão que nunca lhe pareceu um lar, sentiu-se perdida.

Ela olhou para a porta fechada e tomou uma decisão: se Ricardio Massarotti não a queria como esposa, então talvez estivesse na hora de decidir o que queria para si mesma.

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