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Capítulo 5: O Perigo da Tentação

O vento soprava suavemente sobre o Lago de Como, trazendo consigo o perfume fresco da água misturado ao aroma das flores ao redor do restaurante. Lana encarava Luca Bellucci do outro lado da mesa, tentando decifrar o que realmente se passava por trás daquele sorriso confiante.

O garçom serviu dois pratos delicados de risoto de açafrão e um vinho tinto refinado, mas Lana mal tocou na comida. Sua mente ainda estava presa às palavras que Luca havia dito momentos antes.

— Você já sabe que quer muito mais do que tem agora.

Ela sabia?

A verdade era que, por mais que tentasse negar, havia algo na presença de Luca que a fazia sentir-se... viva. Era um sentimento que há muito tempo não experimentava dentro da mansão Massarotti, onde tudo era frio, calculado e distante.

— Você está quieta, — Luca comentou, girando levemente a taça de vinho entre os dedos. — O que está pensando?

Lana suspirou, desviando o olhar para o lago.

— Estou pensando que você é um homem perigoso, Luca Bellucci.

Ele riu suavemente.

— E você, Lana Massarotti, é uma mulher que vive como se estivesse presa em uma gaiola de ouro.

Ela apertou os lábios, desconfortável.

— Você não sabe nada sobre mim.

Luca ergueu uma sobrancelha, inclinando-se ligeiramente na mesa.

— Sei mais do que você imagina. Sei que você se casou muito jovem, que amava Ricardio no começo, mas ele nunca te olhou da forma como você merece ser olhada. Sei que aquela mansão pertence à linhagem dele, e que, por mais que você tente, sempre será apenas uma peça no legado dos Massarotti. Sei que se sente sufocada, mas tem medo de admitir.

Lana sentiu um nó se formar em sua garganta. Ele estava certo. Cada palavra que dizia atingia um nervo exposto.

Ela pousou os talheres no prato e cruzou os braços.

— E o que exatamente você ganha trazendo essas verdades à tona?

Luca sorriu, tomando um gole de vinho antes de responder.

— Nada. Ou talvez tudo. Depende de você.

Lana o observou por um instante, tentando entender quais eram suas verdadeiras intenções. Luca era encantador, perspicaz e extremamente perigoso. Mas o pior de tudo era que... ele fazia sentido.

Ela desviou o olhar, tentando recuperar o controle sobre a situação.

— Eu não sou uma peça no legado de ninguém, — ela disse, com mais firmeza do que realmente sentia.

— Então prove. — Luca apoiou os cotovelos na mesa, os olhos verdes faiscando de desafio.

— E como exatamente eu faria isso?

Ele sorriu de canto, como se tivesse esperado exatamente essa resposta.

— Deixe-me te mostrar um mundo fora do império Massarotti. Só por uma noite. Sem obrigações, sem consequências. Apenas você, Lana, vivendo por si mesma.

Lana sentiu seu coração acelerar. A ideia era tentadora. Por uma noite, esquecer quem era. Esquecer que era esposa de Ricardio Massarotti.

Mas valia o risco?

Ela olhou para o celular sobre a mesa. Nenhuma ligação. Nenhuma mensagem. Nem mesmo um aviso de Ricardio perguntando onde estava.

Seu próprio marido sequer percebia sua ausência.

Lana pegou a taça de vinho e tomou um gole, sentindo a bebida quente escorrer por sua garganta. Quando pousou o copo, seus olhos encontraram os de Luca novamente.

— Apenas uma noite.

Luca sorriu.

— Apenas uma noite.

***

Lana nunca tinha estado em um clube como aquele.

O lugar era sofisticado, mas carregava um ar de exclusividade e mistério. As luzes eram baixas, a música vibrava suavemente no ambiente, e as pessoas pareciam se mover com uma liberdade que ela nunca tinha experimentado.

Luca caminhava ao seu lado com uma confiança natural, como se pertencesse àquele lugar.

— Bellucci, este é o seu território? — Lana perguntou, observando a forma como os funcionários do clube cumprimentavam Luca com respeito.

Ele sorriu.

— Digamos que conheço as pessoas certas.

Eles se sentaram em uma área reservada, afastada do restante do salão. Um garçom trouxe dois drinks sem que eles sequer precisassem pedir.

— Você frequenta muito lugares assim? — Lana perguntou, pegando o copo.

— De vez em quando. Mas esta noite não é sobre mim, é sobre você.

Lana riu de leve.

— E o que exatamente eu deveria estar descobrindo?

Luca a observou atentamente antes de responder.

— O que realmente deseja para si mesma. Sem Ricardio. Sem a pressão de um casamento arranjado. Apenas você.

Lana desviou o olhar.

— E o que acontece quando essa noite acabar?

— Isso, minha cara Lana, só depende de você.

A forma como Luca dizia seu nome fazia seu coração disparar.

***

Lana não percebeu imediatamente. Mas em um canto discreto do clube, um homem os observava.

Matteo Bernardi, o braço direito de Ricardio Massarotti.

Ele não gostava de Luca Bellucci. Odiava a maneira como ele conseguia manipular as pessoas, odiava o fato de que ele sabia onde atacar Ricardio.

E agora, ele estava vendo exatamente onde o próximo golpe de Luca cairia.

Matteo pegou o celular e digitou uma mensagem rápida.

" Senhor Massarotti, encontramos sua esposa."

Ele observou por um instante a tela do telefone, mas não houve resposta imediata. Ricardio era um homem meticuloso. Matteo sabia que ele não responderia no calor do momento.

Mas aquela informação havia sido enviada.

E agora, o jogo tomaria um rumo ainda mais perigoso.

***

Lana estava rindo. Um riso verdadeiro, espontâneo, algo que há muito tempo não acontecia.

Luca havia a puxado para a pista de dança, e ela se permitiu aproveitar aquele momento. O som da música, o calor da presença dele, a leveza que sentia no peito.

Por uma noite, ela não era uma Massarotti.

Por uma noite, ela era apenas Lana.

Mas enquanto girava entre os braços de Luca, uma sensação estranha começou a se formar em seu estômago.

Como se estivesse sendo observada.

Quando ergueu os olhos para além da multidão, por um breve instante, jurou ter visto um par de olhos conhecidos.

A adrenalina correu em suas veias.

— Luca... — sua voz vacilou.

Ele percebeu a mudança em sua expressão e se inclinou.

— O que foi?

Ela hesitou por um momento antes de responder.

— Acho que estamos sendo observados.

Luca não se virou de imediato. Em vez disso, segurou seu rosto suavemente, forçando-a a manter os olhos nele.

— Confie em mim, Lana.

Ela respirou fundo, tentando acalmar o coração acelerado.

Mas no fundo, ela sabia.

O jogo estava ficando perigoso.

E Ricardio Massarotti não era um homem que gostava de perder. 

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