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Capítulo 4: O Jogo de Luca Bellucci

A noite caía sobre Milão, e Luca Bellucci observava a cidade do alto da cobertura de um dos hotéis mais luxuosos da família. Com um copo de uísque na mão e um sorriso irônico nos lábios, ele esperava notícias de seu informante.

Luca não era apenas o herdeiro do império Bellucci — um conglomerado que dominava a indústria imobiliária e investimentos de alto risco na Itália — ele também era um jogador perigoso, alguém que sabia manipular as peças do tabuleiro como poucos. Diferente de Ricardio, que governava com punho de ferro, Luca preferia charme e inteligência. Seu carisma, aliado à sua astúcia, o tornava um adversário imprevisível.

Fisicamente, Luca era o oposto de Ricardio. Enquanto o patriarca dos Massarotti era frio e imponente, Luca carregava um ar de sedução quase natural. Alto, com cabelos castanhos levemente bagunçados e olhos verdes profundos, exalava um magnetismo difícil de ignorar. Sua presença era intensa, e ele sabia disso.

Seu celular vibrou, interrompendo seus pensamentos. Ele pegou o aparelho e atendeu sem pressa.

— Fale.

A voz de Matteo Bernardi, o assistente de Ricardio, soou do outro lado da linha.

— O chefe está furioso. A senhora Massarotti descobriu a cláusula do contrato.

Luca sorriu, divertido.

— Que previsível... E como ela reagiu?

— Mal. Saiu da biblioteca transtornada. Mas Ricardio não está disposto a abrir mão dela tão facilmente. 

Luca girou o copo de uísque em sua mão, pensativo.

— Ah, Ricardio... Sempre tentando controlar tudo.

Ele desligou a chamada, satisfeito. A semente havia sido plantada. Agora, só precisava esperar que crescesse.

***

A história das famílias Bellucci e Massarotti era antiga. No passado, as duas casas eram aliadas, dominando diferentes setores da economia italiana. Os Bellucci comandavam o setor imobiliário, enquanto os Massarotti controlavam o financeiro. Juntos, eram inabaláveis.

Mas Ricardio mudou isso. Ele queria mais do que apenas um império financeiro — queria poder absoluto. E para isso, começou a minar os Bellucci, retirando investimentos e boicotando negócios.

O pai de Luca, Enzo Bellucci, não aceitou a traição. O que antes era uma parceria sólida se transformou em uma guerra fria, cheia de golpes silenciosos e estratégias de destruição mútua. Enquanto Ricardio expandia a Massarotti Banks, Enzo fortalecia os investimentos da família, garantindo que os Bellucci se mantivessem poderosos.

Contudo, Enzo estava envelhecendo, e agora Luca era o rosto da nova geração. Diferente do pai, ele não via sentido em batalhas diretas. Ele preferia jogar nos bastidores, usar charme, influência e persuasão para enfraquecer Ricardio.

E ele sabia que a maior fraqueza do rival não era o dinheiro.

Era Lana.

***

Na manhã seguinte, Luca caminhava pelas ruas de Milão quando avistou Lana sentada sozinha em um café. Vestida com elegância, mas de maneira discreta, ela mexia distraidamente na xícara de cappuccino.

Ele sorriu.

Perfeita oportunidade.

Com a confiança de quem sempre soube se fazer desejado, Luca aproximou-se da mesa.

— Que coincidência, senhora Massarotti.

Lana ergueu os olhos e viu o sorriso provocador de Luca.

— Bellucci.

— Ah, nada de formalidades... Me chame de Luca. — Ele puxou uma cadeira e sentou-se sem ser convidado.

Lana suspirou.

— Você me seguiu?

Ele riu.

— Juro que não. Mas parece que o destino gosta de nos colocar no mesmo caminho.

Ela cruzou os braços.

— O que você realmente quer, Luca?

Ele se inclinou levemente sobre a mesa.

— Quero que você entenda que tem escolhas, Lana. Você não precisa passar o resto da vida presa naquela mansão.

Ela desviou o olhar.

— E por que isso importa para você?

Luca sorriu de lado.

— Talvez eu simplesmente me preocupe com você. Ou talvez eu goste de irritar Ricardio. Os dois podem ser verdade.

Lana soltou uma risada irônica.

— E eu deveria confiar em você?

Luca a observou por um instante, como se analisasse cada detalhe de sua expressão.

— A confiança é uma moeda rara, Lana. Mas vou te dar um conselho: nunca confie em um homem que tem mais amor pelo próprio legado do que por sua esposa.

Ela sentiu um arrepio percorrer sua espinha.

Antes que pudesse responder, o celular de Luca vibrou. Ele olhou a tela e soltou um suspiro teatral.

— Infelizmente, tenho negócios para cuidar. Mas... posso te oferecer uma carona?

Lana hesitou. Parte dela queria recusar, mas outra parte... queria sentir a liberdade de sair dali sem destino.

— Tudo bem.

Luca abriu um sorriso satisfeito.

— Ótima escolha, senhora Massarotti.

***

O carro esportivo de Luca deslizou pelas ruas de Milão. Lana observava a cidade passar diante de seus olhos, sentindo um misto de inquietação e curiosidade.

— Para onde estamos indo? — perguntou, quebrando o silêncio.

Luca lançou-lhe um olhar de canto.

— Para um lugar onde você pode ser você mesma. Sem o peso do nome Massarotti.

Ela arqueou uma sobrancelha.

— E por que eu confiaria nisso?

Ele sorriu.

— Porque eu sou o único que não quer controlar você, Lana. Só quero que veja que existe um mundo além daquelas paredes.

Lana olhou pela janela novamente. Talvez, pela primeira vez em muito tempo, estivesse tomando uma decisão por si mesma.

O carro parou em frente a um luxuoso restaurante à beira do Lago de Como.

— Vem comigo. — Luca abriu a porta para ela, e Lana hesitou por um instante antes de sair.

O garçom os conduziu a uma mesa reservada na área externa, com vista para o lago. A brisa fria tocou o rosto de Lana, e por um momento ela se sentiu... livre.

— O que exatamente você quer de mim, Luca? — perguntou, encarando-o.

Ele apoiou os cotovelos na mesa, entrelaçando os dedos.

— Nada que você não queira me dar.

Lana soltou uma risada seca.

— E se eu não quiser dar nada?

Luca sorriu.

— Então só aproveite a comida e a vista. Mas acho que, no fundo, você já sabe que quer muito mais do que tem agora.

Ela segurou o olhar dele por um instante antes de desviar.

O jogo havia começado.

E Lana não sabia mais se queria fugir dele — ou jogá-lo até o fim.

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