Como se ela fosse algum objeto sendo disputado sem cerimônia, Zara deu um passo à frente após uma breve hesitação. Ela caminhou até Orson, estendeu a mão e tentou pegar sua própria mala. Orson percebeu o que ela estava fazendo. Aquele gesto… Parecia ser a resposta que ele não queria ouvir. O corpo dele enrijeceu imediatamente, e sua mão segurou a mala com ainda mais força. Zara sentiu a resistência na mão dele. Ela franziu as sobrancelhas, claramente incomodada, e o encarou. — Solte. Os lábios de Orson estavam firmemente cerrados. A tensão em seu braço era visível, com as veias saltando sob a pele. Ele olhou para Zara, incrédulo. Entre ele e Emory, ela havia escolhido Emory? Marta, ao testemunhar a cena, também franziu o cenho. Ela deu um passo à frente, tentando intervir. — Zara, talvez fosse melhor deixar que… — Orson, eu disse para soltar. Zara nem sequer esperou Marta terminar a frase. Apenas repetiu suas palavras, fitando Orson com firmeza. Orson manteve o olha
A casa em Cidade F estava desocupada havia muito tempo. Quando Zara voltou, ela levou vários dias limpando e organizando tudo aos poucos, até que o lugar ficasse minimamente habitável. Durante esse tempo, Natália não ficou parada. Ela acompanhava a mãe com um pano de limpeza, ocupada como uma pequena abelhinha trabalhadora. Zara pensava que, enfim, os dias delas seriam tranquilos e pacíficos novamente. Mas, de repente, uma declaração de desculpas começou a circular na internet. O comunicado era sobre o escândalo de meses atrás envolvendo Zara e Benício. A pessoa que havia espalhado os rumores confessou que, na verdade, nunca tinha visto Zara assediando Benício. Admitiu que inventou a história por ciúme, porque não aceitava que os dois trabalhassem juntos, e queria destruir a reputação de Zara. O caso já tinha sido praticamente esquecido pelo público. Mas o mundo do entretenimento é imprevisível, e Benício era um artista com enorme apelo. Assim que a notícia veio à tona, atraiu
O calor dentro do quarto só terminou de vez duas horas depois. O som da água vindo do chuveiro preenchia o ambiente, enquanto Zara Garcia, após alguns minutos de descanso, finalmente se levantava da cama. Suas pernas ainda tremiam, e ela se abaixou para pegar as roupas espalhadas pelo chão. As ações dele naquela noite tinham sido um pouco mais intensas do que o habitual, a ponto de sua mente ainda parecer vazia. Tentou abotoar o pijama várias vezes, mas seus dedos trêmulos falhavam repetidamente. Logo, o homem saiu do banheiro. Sua figura era alta e imponente, os traços do rosto fortes sem perder a beleza. Envolto apenas por uma toalha amarrada na cintura, gotículas de água deslizavam lentamente por seus músculos definidos, escorrendo pelo abdômen até desaparecerem. Ao notar que Zara ainda estava ali, ele franziu levemente as sobrancelhas. Zara, por sua vez, evitou olhá-lo diretamente. Mantendo o olhar fixo no botão do pijama, continuou travando sua pequena batalha silenciosa
Quem falava era Ophelia Brown, melhor amiga de Fiona e herdeira de um grande grupo empresarial.Ophelia e Fiona cresceram juntas. Desde sempre, Ophelia era uma das maiores apoiadoras do relacionamento entre Fiona e Orson. Agora, com Zara ocupando o lugar de Sra. Harris, Ophelia obviamente não nutria bons sentimentos por ela. Quando Ophelia viu Zara parada na porta, seu semblante continuava impassível, sem qualquer sinal de constrangimento ou desconforto.Foi Fiona quem quebrou o silêncio, chamando-a com suavidade:— Irmã, você veio?Zara apenas assentiu com a cabeça.— Vim te buscar. Já arrumou suas coisas?— Já sim. Vamos.Fiona respondeu de forma dócil, enquanto Zara se mantinha séria. Ophelia, no entanto, não conseguiu segurar a língua:— Sra. Harris, e o Sr. Orson? Hoje é o dia da alta da Fiona e ele não veio buscá-la?— Ele foi para a empresa. — Respondeu Zara, com tranquilidade.— Ah, parece que ele está muito ocupado. Só não sei se está tão ocupado assim ou se foi você quem não
Às sete da noite, Orson voltou pontualmente à mansão. Fiona estava na sala de estar naquele momento. Assim que o viu, deu alguns passos à frente, apressada. — Cunhado! Você voltou! Orson lançou-lhe um leve sorriso, erguendo os olhos logo em seguida. Zara, que observava a cena em silêncio, apertou os lábios e caminhou até ele para pegar o casaco que ele tirava. — O jantar está pronto. — Disse Zara, com o tom reservado de sempre. Na mesa, enquanto todos começavam a comer, Fiona olhou de relance para Zara antes de baixar o tom de voz: — Desculpa, cunhado. Estar aqui não está atrapalhando você e minha irmã? — Perguntou Fiona, com uma expressão hesitante. — Eu até falei pra mamãe que podia ficar sozinha, mas ela não quis deixar... — Não tem problema. — Respondeu Orson, sem hesitar. — Fique aqui o quanto precisar. Se precisar de algo, é só falar. — Sério? Não vai ser um incômodo? — Claro que não. — Srta. Fiona, a sua presença só traz alegria pra esta casa! — Comentou Iv
Zara sentiu o corpo estremecer e, num instante, abriu os olhos. Suas mãos se moveram com força, tentando empurrá-lo. Mas Orson parecia alheio a tudo. Com um movimento rápido e decidido, segurou os pulsos dela e a pressionou contra a parede. Seus gestos eram tão firmes e autoritários quanto sempre foram. Zara quis soltar um grito, mas algo lhe passou pela mente, e ela engoliu o som antes que escapasse. O barulho do chuveiro continuava, abafando qualquer ruído. Fora do banheiro, Fiona parecia não ter percebido nada e ainda insistia: — Cunhado? Zara virou o rosto para encarar Orson. Seu rosto estava vermelho — talvez pela raiva, talvez por outro motivo. Seus olhos estavam arregalados, carregados de emoção. Era um contraste gritante com sua habitual calmaria. Ela parecia mais viva do que nunca. Orson, ao vê-la assim, intensificou os movimentos, como se estivesse descarregando algo que carregava dentro de si. Seus corpos, perfeitamente sincronizados, levaram Zara a um clímax i
Fiona cresceu junto com Orson, então conhecia a Mansão Harris muito melhor do que Zara. Assim que entrou na casa, caminhou animada em direção a Paula, com um sorriso caloroso: — Vovó! — Meu Deus, é a Fiona? — Exclamou Paula, visivelmente contente. — Deixa eu ver... Você está mais magra de novo, não está? — Não estou, não, vovó. — Respondeu Fiona, rindo. — Olha só, fiz acarajé pra você! — Que menina querida, sempre tão atenciosa! As duas conversavam animadamente, com Paula exibindo um sorriso radiante. Mas, no momento em que Zara se aproximou, o sorriso de Paula diminuiu consideravelmente. Zara, fingindo não notar a mudança, cumprimentou-a formalmente: — Olá, vovó. Paula a olhou por um instante, como se quisesse dizer algo mais, mas Zara desviou o olhar rapidamente e chamou alguém que estava na escada: — Sogra. — Sra. Marta! — Fiona, que estava apoiada no ombro de Paula, endireitou-se de imediato ao avistar Marta. Seus olhos demonstravam um misto de respeito e ap
Orson chegou em casa antes do jantar.Ao ver o neto, Paula imediatamente abriu um sorriso caloroso. Segurou firme as mãos de Orson, enchendo-o com perguntas e preocupações.— Orson, você está mais magro de novo. — Comentou Paula, com um tom de descontentamento. — Olhe para você, menino! Como é que está vivendo? Parece até que perdeu mais peso do que antes de casar. Sua esposa não está cuidando de você direito?Aquelas palavras, embora ditas em tom casual, apontavam diretamente para Zara.Antes que Zara pudesse responder, Fiona se apressou em intervir:— Vó, não pense assim da minha irmã! Ela anda tão ocupada ultimamente, sabia? Ouvi dizer que ela está para lançar mais um quadrinho. A senhora não reparou que ela também emagreceu bastante? Ontem mesmo, fiquei morrendo de pena só de olhar para ela.Apesar de soar como uma defesa, as palavras de Fiona tinham um tom ambíguo, que deixava no ar uma sensação de desconforto. Zara, claro, entendeu perfeitamente as intenções escondidas.Paula, ao