Paula observava cada movimento de Orson com atenção. Quando ele começou a servir Zara, os olhos dela se estreitaram e sua expressão tornou-se visivelmente tensa. Somente quando Orson percebeu que Zara já havia comido o suficiente, ele finalmente se voltou para Percival. — A propósito, ouvi dizer que você está em contato com o pessoal da FlowFin. Como estão as coisas? Percival, que estava concentrado em sua refeição, congelou no mesmo instante. Ele levantou a cabeça, incrédulo, como se não acreditasse no que acabara de ouvir. Paula, por outro lado, parecia confusa. — O que é FlowFin? — Vovó, talvez a senhora ainda não tenha ouvido falar. — Orson sorriu de leve. — É uma empresa especializada em fluxo de capital. Basicamente, você pode usar suas ações como garantia com eles e, em troca, obter um grande fluxo de caixa. Se as ações subirem até certo ponto, você ainda pode receber dividendos. Mas, se caírem abaixo de um limite, eles podem, de acordo com o contrato, desmontar suas
Paula saiu rapidamente, batendo os pés com força enquanto deixava a sala. Percival ficou parado no mesmo lugar. Demorou um bom tempo até que ele finalmente processasse o que acabara de acontecer. Então, com passos rápidos, ele avançou e agarrou Orson pela gola da camisa. — Então você sabia de tudo... Você sempre soube, mas mesmo assim me deixou continuar. Você fez isso de propósito! Orson, no entanto, apenas sorriu. — Como um adulto, se você não tem nem o mínimo de autocontrole, vai culpar quem por isso? — Foi você quem armou essa armadilha! — Percival gritou, visivelmente abalado. — Talvez. — Orson respondeu calmamente. — Mas quem escolheu pular foi você. Eu não coloquei uma arma na sua cabeça e te obriguei a fazer nada. Enquanto falava, Orson ergueu a mão e começou a soltar os dedos de Percival, um por um, com calma. — Ah, e só para você saber, eu também tenho ações na FlowFin. — Orson sorriu de leve. — Esse “esquema” que você caiu foi feito sob medida para você. Incl
Naquele momento, os sentimentos de Orson estavam bastante confusos. E, ao ouvir a resposta "honesta" de Zara, suas sobrancelhas se franziram ainda mais. — Mas, no mundo dos negócios, não é sempre assim? — Zara continuou. — Ou você sobrevive, ou eu sobrevivo. Não tem nada a ver com ser cruel ou não. Quando ela terminou de falar, os lábios de Orson lentamente se curvaram em um sorriso discreto. Ele assentiu levemente. — E o que vai acontecer com ele depois? — Perguntou Zara. — Quem? O Percival? — Orson soltou uma risada curta. — Não vejo por que se preocupar. De uma coisa você pode ter certeza: ele não vai terminar bem. Com essas palavras, Zara entendeu tudo imediatamente e optou por não perguntar mais nada. No dia seguinte, Zara viu nos noticiários a repercussão sobre o Grupo Harris. As ações de Percival claramente haviam ultrapassado certos limites legais, entrando em zonas cinzentas que perturbavam o mercado de ações. E ele não era apenas um acionista comum do Grupo Harr
Zara não disse mais nada, mas o olhar silencioso que lançou para Fiona transparecia, aos olhos dela, algo entre desprezo e escárnio. Fiona não conseguiu evitar. Seu corpo começou a tremer, e seus dentes estavam cerrados de tanta raiva. Logo em seguida, porém, ela forçou um sorriso. — É mesmo? Que notícia maravilhosa... Eu realmente não sabia. Nesse caso, devo te dar os parabéns, não é? — Faça como quiser. — Zara respondeu com calma. — Para mim, não faz diferença nenhuma se você me parabeniza ou não. Fiona sentiu o peso do desprezo nos olhos de Zara. Era como se tudo pelo que ela havia lutado, tudo o que ela tentava conquistar, fosse absolutamente insignificante para aquela mulher. E, na verdade, era isso mesmo. Durante todos aqueles anos, Fiona tentou de tudo para conquistar Orson. Ela se dedicou, se esforçou, fez tudo o que podia para que ele olhasse para ela, para que ela pudesse ocupar o lugar de Zara no coração dele. Mas, no final, Orson ainda escolheu Zara. Agora,
— Hum. — Respondeu Zara. — Correu tudo bem? — Perguntou Orson. — Sim, foi tranquilo. O médico disse que o bebê está saudável e que está tudo em ótima condição. — A voz de Zara era serena, e o olhar que ela lançou para ele carregava a mesma suavidade de sempre. Mas o rosto de Orson parecia mais frio do que nunca. — Você não estava ocupado hoje? — Zara perguntou de repente. Orson franziu a testa. — E a situação do Percival, já está resolvida? — Continuou Zara. Orson respirou fundo antes de responder: — Ainda não completamente, mas está quase tudo encaminhado. Zara apenas murmurou um “ah” e assentiu com a cabeça, como se estivesse completamente satisfeita com a resposta. Orson a observou por alguns segundos antes de perguntar: — Você encontrou alguém hoje no hospital? Zara não respondeu imediatamente. Ela virou a cabeça para olhar para a babá, que estava um pouco mais à frente. A babá, por sua vez, claramente estava prestando atenção na conversa deles, mas, ao pe
No início de dezembro, Zara e Orson foram juntos tirar as fotos do casamento. Desta vez, tudo correu muito mais tranquilamente do que na primeira vez em que se casaram. O vestido de noiva que Zara usava havia sido feito sob medida por encomenda de Orson. Segundo o estilista, apenas uma das pequenas pedras de diamante no vestido custava o equivalente ao salário anual de uma pessoa comum. Quando o estilista comentou isso, sua voz e expressão estavam cheias de admiração, mas, dentro de Zara, isso não despertou nenhuma emoção. Ao terminarem de fotografar o segundo conjunto de roupas, Zara acabou encontrando alguém por acaso na sala de descanso do parque de diversões. No início, Zara não reconheceu quem era. Para garantir a privacidade durante as fotos, Orson havia reservado todo o parque exclusivamente para eles. Não havia turistas, mas ainda havia muitos funcionários no local. Por isso, Zara inicialmente assumiu que a mulher que apareceu ali era apenas uma funcionária. Porém, a
O calor dentro do quarto só terminou de vez duas horas depois. O som da água vindo do chuveiro preenchia o ambiente, enquanto Zara Garcia, após alguns minutos de descanso, finalmente se levantava da cama. Suas pernas ainda tremiam, e ela se abaixou para pegar as roupas espalhadas pelo chão. As ações dele naquela noite tinham sido um pouco mais intensas do que o habitual, a ponto de sua mente ainda parecer vazia. Tentou abotoar o pijama várias vezes, mas seus dedos trêmulos falhavam repetidamente. Logo, o homem saiu do banheiro. Sua figura era alta e imponente, os traços do rosto fortes sem perder a beleza. Envolto apenas por uma toalha amarrada na cintura, gotículas de água deslizavam lentamente por seus músculos definidos, escorrendo pelo abdômen até desaparecerem. Ao notar que Zara ainda estava ali, ele franziu levemente as sobrancelhas. Zara, por sua vez, evitou olhá-lo diretamente. Mantendo o olhar fixo no botão do pijama, continuou travando sua pequena batalha silenciosa
Quem falava era Ophelia Brown, melhor amiga de Fiona e herdeira de um grande grupo empresarial.Ophelia e Fiona cresceram juntas. Desde sempre, Ophelia era uma das maiores apoiadoras do relacionamento entre Fiona e Orson. Agora, com Zara ocupando o lugar de Sra. Harris, Ophelia obviamente não nutria bons sentimentos por ela. Quando Ophelia viu Zara parada na porta, seu semblante continuava impassível, sem qualquer sinal de constrangimento ou desconforto.Foi Fiona quem quebrou o silêncio, chamando-a com suavidade:— Irmã, você veio?Zara apenas assentiu com a cabeça.— Vim te buscar. Já arrumou suas coisas?— Já sim. Vamos.Fiona respondeu de forma dócil, enquanto Zara se mantinha séria. Ophelia, no entanto, não conseguiu segurar a língua:— Sra. Harris, e o Sr. Orson? Hoje é o dia da alta da Fiona e ele não veio buscá-la?— Ele foi para a empresa. — Respondeu Zara, com tranquilidade.— Ah, parece que ele está muito ocupado. Só não sei se está tão ocupado assim ou se foi você quem não