Quando Orson ouviu Michel dizer que Zara tinha sido presa, no início ele não acreditou. Ele chegou até a achar... Absurdo. Na memória de Orson, Zara sempre foi uma pessoa muito mais racional do que a maioria. Além disso, associar palavras como “esfaquear alguém” a ela parecia simplesmente ridículo. No entanto, quando ele entrou no carro e viu as reportagens claras no tablet, especialmente ao notar que o nome do ferido era Roberto, ele deixou de achar estranho. A polícia, segundo os relatos, tinha descoberto através das câmeras de segurança que Roberto havia seguido Zara antes do incidente. Além disso, ele portava outra arma branca, que foi encontrada na cena do crime. Os investigadores também notaram as marcas no pescoço de Zara, indicando que ela havia sido estrangulada. Quando ela se entregou à polícia, suas roupas e cabelos estavam completamente desarrumados. Todos os indícios apontavam para o fato de que ela agiu em legítima defesa. Mesmo assim, Roberto estava em coma dev
A força de Orson era grande, e Fiona tropeçou para trás antes de conseguir se equilibrar. Ela levantou a cabeça e olhou para ele. — Orson... — Parece que sua memória é realmente péssima. — Orson a encarou friamente. — Vou te dar mais uma chance. Você vai falar ou não? Fiona, sentada no chão, olhou para ele sem demonstrar o menor sinal de medo. Orson soltou uma risada curta e seca. — Tudo bem. Depois de dizer isso, ele se virou, pronto para ir embora. Fiona, no entanto, olhou para suas costas e finalmente falou: — Foi meu pai quem planejou tudo. As palavras dela fizeram Orson parar imediatamente. Ele virou-se para encará-la. Fiona, com os olhos vermelhos e cheios de lágrimas, continuou: — Por causa da doença da minha mãe... Ela está muito mal. Minha irmã se recusou a fazer a cirurgia de transplante de órgãos, então... Meu pai não viu outra saída. Orson não disse nada. Mas naquele momento, seu rosto ficou sombrio, e a mão que estava ao lado do corpo se fechou em u
— Não importa o que aconteça, você deveria pensar na sua mãe adotiva, que ainda está no hospital. — Essa foi a última frase que Orson deixou para Zara antes de sair. Zara sentiu que ele provavelmente havia interpretado algo errado. Talvez sua aparência tranquila tivesse passado a impressão de que ela já havia aceitado o pior desfecho. Ou, pior, que ele acreditava que ela pudesse tirar a própria vida. Se fosse isso, ele estava enganado. Zara estava apenas calma. Uma calma fria e lúcida. E, se ela realmente se suicidasse, seria exatamente o que Carlos queria. Afinal, o que ele mais desejava não era justamente a morte dela? Só de pensar nas coisas sujas e assustadoras que Carlos e Roberto haviam feito, o corpo de Zara tremia involuntariamente. Ela nunca imaginou que, um dia, as pessoas mais ansiosas por sua morte seriam... Seus próprios pais biológicos. Zara se sentou na cama e fechou os olhos com força. Eles estavam secos, já não havia mais lágrimas para cair. Ela havia contado
O calor dentro do quarto só terminou de vez duas horas depois. O som da água vindo do chuveiro preenchia o ambiente, enquanto Zara Garcia, após alguns minutos de descanso, finalmente se levantava da cama. Suas pernas ainda tremiam, e ela se abaixou para pegar as roupas espalhadas pelo chão. As ações dele naquela noite tinham sido um pouco mais intensas do que o habitual, a ponto de sua mente ainda parecer vazia. Tentou abotoar o pijama várias vezes, mas seus dedos trêmulos falhavam repetidamente. Logo, o homem saiu do banheiro. Sua figura era alta e imponente, os traços do rosto fortes sem perder a beleza. Envolto apenas por uma toalha amarrada na cintura, gotículas de água deslizavam lentamente por seus músculos definidos, escorrendo pelo abdômen até desaparecerem. Ao notar que Zara ainda estava ali, ele franziu levemente as sobrancelhas. Zara, por sua vez, evitou olhá-lo diretamente. Mantendo o olhar fixo no botão do pijama, continuou travando sua pequena batalha silenciosa
Quem falava era Ophelia Brown, melhor amiga de Fiona e herdeira de um grande grupo empresarial.Ophelia e Fiona cresceram juntas. Desde sempre, Ophelia era uma das maiores apoiadoras do relacionamento entre Fiona e Orson. Agora, com Zara ocupando o lugar de Sra. Harris, Ophelia obviamente não nutria bons sentimentos por ela. Quando Ophelia viu Zara parada na porta, seu semblante continuava impassível, sem qualquer sinal de constrangimento ou desconforto.Foi Fiona quem quebrou o silêncio, chamando-a com suavidade:— Irmã, você veio?Zara apenas assentiu com a cabeça.— Vim te buscar. Já arrumou suas coisas?— Já sim. Vamos.Fiona respondeu de forma dócil, enquanto Zara se mantinha séria. Ophelia, no entanto, não conseguiu segurar a língua:— Sra. Harris, e o Sr. Orson? Hoje é o dia da alta da Fiona e ele não veio buscá-la?— Ele foi para a empresa. — Respondeu Zara, com tranquilidade.— Ah, parece que ele está muito ocupado. Só não sei se está tão ocupado assim ou se foi você quem não
Às sete da noite, Orson voltou pontualmente à mansão. Fiona estava na sala de estar naquele momento. Assim que o viu, deu alguns passos à frente, apressada. — Cunhado! Você voltou! Orson lançou-lhe um leve sorriso, erguendo os olhos logo em seguida. Zara, que observava a cena em silêncio, apertou os lábios e caminhou até ele para pegar o casaco que ele tirava. — O jantar está pronto. — Disse Zara, com o tom reservado de sempre. Na mesa, enquanto todos começavam a comer, Fiona olhou de relance para Zara antes de baixar o tom de voz: — Desculpa, cunhado. Estar aqui não está atrapalhando você e minha irmã? — Perguntou Fiona, com uma expressão hesitante. — Eu até falei pra mamãe que podia ficar sozinha, mas ela não quis deixar... — Não tem problema. — Respondeu Orson, sem hesitar. — Fique aqui o quanto precisar. Se precisar de algo, é só falar. — Sério? Não vai ser um incômodo? — Claro que não. — Srta. Fiona, a sua presença só traz alegria pra esta casa! — Comentou Iv
Zara sentiu o corpo estremecer e, num instante, abriu os olhos. Suas mãos se moveram com força, tentando empurrá-lo. Mas Orson parecia alheio a tudo. Com um movimento rápido e decidido, segurou os pulsos dela e a pressionou contra a parede. Seus gestos eram tão firmes e autoritários quanto sempre foram. Zara quis soltar um grito, mas algo lhe passou pela mente, e ela engoliu o som antes que escapasse. O barulho do chuveiro continuava, abafando qualquer ruído. Fora do banheiro, Fiona parecia não ter percebido nada e ainda insistia: — Cunhado? Zara virou o rosto para encarar Orson. Seu rosto estava vermelho — talvez pela raiva, talvez por outro motivo. Seus olhos estavam arregalados, carregados de emoção. Era um contraste gritante com sua habitual calmaria. Ela parecia mais viva do que nunca. Orson, ao vê-la assim, intensificou os movimentos, como se estivesse descarregando algo que carregava dentro de si. Seus corpos, perfeitamente sincronizados, levaram Zara a um clímax i
Fiona cresceu junto com Orson, então conhecia a Mansão Harris muito melhor do que Zara. Assim que entrou na casa, caminhou animada em direção a Paula, com um sorriso caloroso: — Vovó! — Meu Deus, é a Fiona? — Exclamou Paula, visivelmente contente. — Deixa eu ver... Você está mais magra de novo, não está? — Não estou, não, vovó. — Respondeu Fiona, rindo. — Olha só, fiz acarajé pra você! — Que menina querida, sempre tão atenciosa! As duas conversavam animadamente, com Paula exibindo um sorriso radiante. Mas, no momento em que Zara se aproximou, o sorriso de Paula diminuiu consideravelmente. Zara, fingindo não notar a mudança, cumprimentou-a formalmente: — Olá, vovó. Paula a olhou por um instante, como se quisesse dizer algo mais, mas Zara desviou o olhar rapidamente e chamou alguém que estava na escada: — Sogra. — Sra. Marta! — Fiona, que estava apoiada no ombro de Paula, endireitou-se de imediato ao avistar Marta. Seus olhos demonstravam um misto de respeito e ap