— Foi o seu pai que me mandou fazer isso! Me solta! Eu preciso de um hospital! Eu vou morrer! Roberto ainda tentou se debater, mas Zara pressionou ainda mais a tesoura contra o pescoço dele. — Você está mentindo. — Ela falou, com a voz fria. — Eu não acredito em você. — É verdade! Eu não tô mentindo, Rita, eu juro! Eles queriam que eu te sequestrasse e depois simulasse um acidente de carro! — Roberto começou a revelar o plano. — Eles disseram que você não queria fazer o transplante, mas que assinou aquele documento de doação de órgãos. Então, se você morresse em um acidente, sua mãe teria a chance de fazer a cirurgia! Eu só... Eu só... Tive um pensamento egoísta. Já que você ia morrer de qualquer jeito, eu pensei que poderia te usar antes... Antes que ele pudesse terminar, Zara pressionou o pé contra o ferimento no abdômen dele. O sangue começou a jorrar ainda mais rápido, e a dor lancinante arrancou gritos desesperados de Roberto. O que o deixou ainda mais aterrorizado foi o
Zara se levantou lentamente, mas não teve pressa em sair. Seu olhar acompanhou o ferimento no abdômen de Roberto e foi descendo devagar. Roberto percebeu que algo estava errado e tentou reagir, mas Zara, de repente, ergueu o pé e o acertou violentamente entre as pernas. — Isso aqui não serve pra nada. Melhor acabar com isso. A dor foi tão insuportável que Roberto desmaiou. Antes que ele perdesse a consciência, a última coisa que ouviu foi aquela frase de Zara. Ela não olhou mais para ele. Quando saiu do apartamento, deu de cara com uma mulher no corredor. — Tá louca? Você... A mulher começou a reclamar, afinal, já fazia mais de um mês que ela vinha observando Zara. Depois de ter certeza de que o namorado rico da vizinha não aparecia mais, concluiu que Zara havia sido abandonada. Por isso, perdeu o respeito e não tinha receio de ofendê-la. Mas, assim que abriu a boca, a mulher reparou nas manchas de sangue nas roupas de Zara, no cabelo desarrumado e no olhar vazio. — Meu
Quando Orson ouviu Michel dizer que Zara tinha sido presa, no início ele não acreditou. Ele chegou até a achar... Absurdo. Na memória de Orson, Zara sempre foi uma pessoa muito mais racional do que a maioria. Além disso, associar palavras como “esfaquear alguém” a ela parecia simplesmente ridículo. No entanto, quando ele entrou no carro e viu as reportagens claras no tablet, especialmente ao notar que o nome do ferido era Roberto, ele deixou de achar estranho. A polícia, segundo os relatos, tinha descoberto através das câmeras de segurança que Roberto havia seguido Zara antes do incidente. Além disso, ele portava outra arma branca, que foi encontrada na cena do crime. Os investigadores também notaram as marcas no pescoço de Zara, indicando que ela havia sido estrangulada. Quando ela se entregou à polícia, suas roupas e cabelos estavam completamente desarrumados. Todos os indícios apontavam para o fato de que ela agiu em legítima defesa. Mesmo assim, Roberto estava em coma dev
A força de Orson era grande, e Fiona tropeçou para trás antes de conseguir se equilibrar. Ela levantou a cabeça e olhou para ele. — Orson... — Parece que sua memória é realmente péssima. — Orson a encarou friamente. — Vou te dar mais uma chance. Você vai falar ou não? Fiona, sentada no chão, olhou para ele sem demonstrar o menor sinal de medo. Orson soltou uma risada curta e seca. — Tudo bem. Depois de dizer isso, ele se virou, pronto para ir embora. Fiona, no entanto, olhou para suas costas e finalmente falou: — Foi meu pai quem planejou tudo. As palavras dela fizeram Orson parar imediatamente. Ele virou-se para encará-la. Fiona, com os olhos vermelhos e cheios de lágrimas, continuou: — Por causa da doença da minha mãe... Ela está muito mal. Minha irmã se recusou a fazer a cirurgia de transplante de órgãos, então... Meu pai não viu outra saída. Orson não disse nada. Mas naquele momento, seu rosto ficou sombrio, e a mão que estava ao lado do corpo se fechou em u
— Não importa o que aconteça, você deveria pensar na sua mãe adotiva, que ainda está no hospital. — Essa foi a última frase que Orson deixou para Zara antes de sair. Zara sentiu que ele provavelmente havia interpretado algo errado. Talvez sua aparência tranquila tivesse passado a impressão de que ela já havia aceitado o pior desfecho. Ou, pior, que ele acreditava que ela pudesse tirar a própria vida. Se fosse isso, ele estava enganado. Zara estava apenas calma. Uma calma fria e lúcida. E, se ela realmente se suicidasse, seria exatamente o que Carlos queria. Afinal, o que ele mais desejava não era justamente a morte dela? Só de pensar nas coisas sujas e assustadoras que Carlos e Roberto haviam feito, o corpo de Zara tremia involuntariamente. Ela nunca imaginou que, um dia, as pessoas mais ansiosas por sua morte seriam... Seus próprios pais biológicos. Zara se sentou na cama e fechou os olhos com força. Eles estavam secos, já não havia mais lágrimas para cair. Ela havia contado
O calor dentro do quarto só terminou de vez duas horas depois. O som da água vindo do chuveiro preenchia o ambiente, enquanto Zara Garcia, após alguns minutos de descanso, finalmente se levantava da cama. Suas pernas ainda tremiam, e ela se abaixou para pegar as roupas espalhadas pelo chão. As ações dele naquela noite tinham sido um pouco mais intensas do que o habitual, a ponto de sua mente ainda parecer vazia. Tentou abotoar o pijama várias vezes, mas seus dedos trêmulos falhavam repetidamente. Logo, o homem saiu do banheiro. Sua figura era alta e imponente, os traços do rosto fortes sem perder a beleza. Envolto apenas por uma toalha amarrada na cintura, gotículas de água deslizavam lentamente por seus músculos definidos, escorrendo pelo abdômen até desaparecerem. Ao notar que Zara ainda estava ali, ele franziu levemente as sobrancelhas. Zara, por sua vez, evitou olhá-lo diretamente. Mantendo o olhar fixo no botão do pijama, continuou travando sua pequena batalha silenciosa
Quem falava era Ophelia Brown, melhor amiga de Fiona e herdeira de um grande grupo empresarial.Ophelia e Fiona cresceram juntas. Desde sempre, Ophelia era uma das maiores apoiadoras do relacionamento entre Fiona e Orson. Agora, com Zara ocupando o lugar de Sra. Harris, Ophelia obviamente não nutria bons sentimentos por ela. Quando Ophelia viu Zara parada na porta, seu semblante continuava impassível, sem qualquer sinal de constrangimento ou desconforto.Foi Fiona quem quebrou o silêncio, chamando-a com suavidade:— Irmã, você veio?Zara apenas assentiu com a cabeça.— Vim te buscar. Já arrumou suas coisas?— Já sim. Vamos.Fiona respondeu de forma dócil, enquanto Zara se mantinha séria. Ophelia, no entanto, não conseguiu segurar a língua:— Sra. Harris, e o Sr. Orson? Hoje é o dia da alta da Fiona e ele não veio buscá-la?— Ele foi para a empresa. — Respondeu Zara, com tranquilidade.— Ah, parece que ele está muito ocupado. Só não sei se está tão ocupado assim ou se foi você quem não
Às sete da noite, Orson voltou pontualmente à mansão. Fiona estava na sala de estar naquele momento. Assim que o viu, deu alguns passos à frente, apressada. — Cunhado! Você voltou! Orson lançou-lhe um leve sorriso, erguendo os olhos logo em seguida. Zara, que observava a cena em silêncio, apertou os lábios e caminhou até ele para pegar o casaco que ele tirava. — O jantar está pronto. — Disse Zara, com o tom reservado de sempre. Na mesa, enquanto todos começavam a comer, Fiona olhou de relance para Zara antes de baixar o tom de voz: — Desculpa, cunhado. Estar aqui não está atrapalhando você e minha irmã? — Perguntou Fiona, com uma expressão hesitante. — Eu até falei pra mamãe que podia ficar sozinha, mas ela não quis deixar... — Não tem problema. — Respondeu Orson, sem hesitar. — Fique aqui o quanto precisar. Se precisar de algo, é só falar. — Sério? Não vai ser um incômodo? — Claro que não. — Srta. Fiona, a sua presença só traz alegria pra esta casa! — Comentou Iv