Na manhã seguinte, Hazel se levanta em silêncio e se prepara para mais um dia de trabalho, consciente da agitada agenda que a espera. Após um banho rápido, veste-se e deixa o quarto em direção à cozinha. Ali, pega apenas uma fruta e sai de casa, dirigindo-se até a frente da residência, onde aguarda pelo táxi que solicitou. No trajeto até a empresa, Hazel revisa alguns arquivos para as reuniões do dia.
Há dois anos, assumiu o cargo de gerente do setor de tecnologia na empresa. Hazel recorda com orgulho o fato de ter sido a funcionária mais jovem a alcançar essa posição. Agora, aos vinte e seis anos, seu talento e dedicação são ainda mais reconhecidos.
— Bom dia, senhorita Lee. — Cumprimenta Jennifer Mark, a secretária do andar, com um sorriso acolhedor. — Deixei os contratos para as reuniões da manhã sobre a mesa.
— Bom dia. — Responde Hazel, expressando gratidão ao pegar o copo de café que Jennifer lhe oferece. — Muito obrigada, Jennifer.
— Senhorita Lee? — Chama, notando Hazel parar e voltar seu olhar para ela. — O senhor Murray está aguardando em seu escritório. — Informa, percebendo a expressão relaxada de Hazel mudar para uma de preocupação súbita.
— Certo, obrigada. — Responde, dirigindo-se à sua sala. Ela segura a maçaneta por um momento, respirando fundo antes de abrir a porta. — Bom dia, Liam. — Cumprimenta, adentrando o espaço.
— Por que você não me atendeu ontem? — Questiona Liam, levantando-se visivelmente irritado.
— Você sabe muito bem o motivo. — Responde Hazel, sentindo-se puxada para os braços dele. — O que você está fazendo? — Indaga, levantando o olhar até o dele.
— Além de tomar decisões que afetam nosso namoro, não posso mais tocar em você? — Questiona, acariciando o rosto dela.
— Liam, você sabe que aqui na empresa, esse tipo de comportamento não é adequado. — Repreende, afastando-se dele com firmeza.
— Sou um dos sócios, posso muito fazer o que eu quiser. — Responde, puxando-a novamente para seus braços. — Você não precisa se preocupar com isso. — Afirma, tomando os lábios dela em um beijo possessivo.
— Liam, por favor, não aqui. — Pede, afastando-se delicadamente e retomando seu lugar na cadeira.
— Você fez o procedimento? — Questiona, colocando as mãos sobre a mesa, seu olhar denotando ansiedade. — Por favor, me diga que você não tomou essa decisão.
— Você sabe a resposta para essa pergunta. — Responde, desviando o olhar, evitando o confronto direto.
— Porra, Hazel, como você teve coragem? Espero sinceramente que não dê certo novamente. — Vocifera, batendo com raiva as palmas das mãos na mesa. — Como vou explicar para todos que minha mulher está grávida?
— Liam, estou realizando o sonho da minha irmã. — Responde, levantando-se agitada. — Por favor, pare de repetir essas palavras. Deixei claro para você que não me faça escolher, porque se eu tiver que decidir, minha prioridade será ela.
— E você tem coragem de dizer que se importa conosco! — Resmunga, aproximando-se e segurando Hazel firmemente pelo queixo. — Como você pode se sujeitar a isso? Aposto que sentirá remorso quando tiver que entregar seu bebê para aquela inválida. — Afirma, cerrando os olhos ao receber um tapa no rosto.
— Nunca mais repita isso, não fale assim da minha irmã. — Adverte, demonstrando raiva em suas palavras. — Pare de ser tão ignorante. Eu não serei a mãe desse bebê, o óvulo é de Kristen, fecundado pelo sêmen do Evan. Eu não terei ligação genética com esse bebê, serei apenas a tia. Estude um pouco mais antes de falar absurdos.
— Você está realmente disposta a desperdiçar sua vida assim? Para realizar o sonho de alguém que não consegue cuidar de si mesma sozinha? — Questiona, mantendo a calma apesar da tensão no ar.
— Liam, você é um homem desprezível. — Reclama, lutando para conter a raiva pulsante. — Como você se atreve a proferir tais palavras? Estamos falando da minha irmã, e estou aqui porque ela me deu todas as oportunidades para um futuro brilhante.
— Por favor, você só está aqui porque transou com um dos sócios. — Declara, levando a mão ao rosto após outro tapa de Hazel.
— Você é um escroto! — Vocifera, os olhos brilhando com a raiva contida. — Cheguei a essa posição muito antes de sequer ter qualquer relacionamento com você. Como pode ter a audácia de dizer algo assim?
— Hazel, admito que você é inteligente, mas você só alcançou o que tem hoje por minha causa. Eu quis você o suficiente para fazer de você minha namorada. — Assegura, aproximando-se e segurando-a com firmeza pelo queixo. — Não seja ingênua, Hazel, facilitei sua ascensão. Acha mesmo que uma garota ingênua e recém-formada conseguiria assumir a gerência de qualquer setor? Orquestrei seu avanço nesta empresa. Afinal, minha futura esposa não pode ser uma mera funcionária. Tenho uma reputação a manter.
— Não ouse encostar em mim. — Adverte, dando um tapa na mão dele. — Você não precisa mais se preocupar com isso, por estar tudo acabado entre nós. — Afirma, dirigindo-se à porta e abrindo-a com determinação. — Saia da minha sala, senhor Murray. — Ordena, mantendo a porta firmemente aberta.
Liam observa-a com seriedade, um sorriso sarcástico surgindo em seus lábios. Com passos lentos, ele caminha em direção a Hazel, parando diante dela.
— Não esqueça que esta empresa é minha. — Informa, seu olhar percorrendo Hazel de cima a baixo com desdém. — Você se arrependerá amargamente pelas decisões tolas que está tomando. — Declara, tentando ocultar sua raiva mal disfarçada. — Espero sinceramente que este procedimento fracasse também, como todas as outras vezes, pois nosso desentendimento é culpa daquela inválida que encheu sua cabeça com essas ideias absurdas. — Conclui, saindo da sala com passos firmes.
Com um golpe firme, Hazel fecha a porta e se apoia nela, permitindo que as lágrimas rolem livremente por seu rosto. Ela absorve as palavras cruéis do homem que ocupa um lugar especial em seu coração, mas seu comportamento atual a faz perceber o quão profundamente enganada estava sobre ele.
Após uma manhã exaustiva, Hunter Hill entra em seu imponente escritório na sede do grupo NexGen. Ele retira o paletó e o joga com um gesto de frustração sobre o enorme sofá no centro da sala. Com passos pesados, ele se dirige à sua mesa e desaba em sua cadeira, deixando transparecer toda sua irritação.— Hunter, ainda não terminamos nossa conversa. — Assegura Audrey Stone ao adentrar a sala, batendo a porta com força.— Pelo bem do nosso relacionamento, é melhor você sair desta sala agora. — Vocifera Hunter, afrouxando a gravata com um gesto impaciente.— Querido, é hora de deixarmos os atritos do passado de lado. Uma parceria com a GreenWave Technologies seria extremamente vantajosa para os nossos negócios. — Foi o único pedido que solicitei para você evitar. Não desejo negociar com essa empresa, e não vejo necessidade de explicar meus motivos. — Afirma, enrolando as mangas da camisa com desenvoltura. — Você me confiou o cargo de diretora de desenvolvimento de negócios justamente p
Após revisar alguns relatórios adicionais, Hunter observa o relógio e decide deixar seu escritório, encaminhando-se então para a sala de Audrey. Ao entrar na sala e encontrá-la vazia, ele se dirige a sua secretária.— Senhorita Clarke, você sabe onde posso encontrar Audrey? — Indaga Hunter, buscando esclarecimentos.— Senhor Hill, ela saiu há aproximadamente vinte minutos. — Responde Georgina com prontidão.— Agradecido. — Expressa, dirigindo-se aos elevadores com passos firmes.Na garagem do edifício, ao entrar em seu carro, Hunter pega o celular e discando o número de Audrey.— O que quer, Hunter? — Pergunta Audrey, ao atender a chamada.— Apenas almoçar com você, como costumamos fazer. — Responde, ainda na garagem. — Onde você está? Vou me encontrar contigo.— Eu só preciso de um momento sozinha, Hunter. Para preservar nossa relação, já que não me respeita como funcionária. — Retruca, seu tom de voz soando ríspido.— Audrey, não distorça os fatos. Só não quero negociar com alguém q
Surpreendida e abalada ao testemunhar aquela cena, Hazel luta para conter suas emoções. Apenas algumas horas atrás, ela era a namorada de Liam, e agora o vê beijando outra mulher. Tentando manter a compostura, ela se aproxima deles e deixa um pequeno pacote sobre a mesa ao lado da bolsa de Audrey.— Senhorita, espero que sirva. Com licença. — Conclui, saindo da sala em silêncio, sob os olhares de Liam e Audrey.— É comum as empregadas não baterem na porta dentro da sua empresa? — Questiona Audrey, visivelmente irritada, enquanto abre o pacote. — Você não deveria ter feito isso. — Repreende, vestindo a camisa branca. — Se isso se espalhar, você acabará com o meu relacionamento.— Você não parecia se importar há alguns minutos, quando a minha língua estava dentro da tua boca. — Vocifera Liam, demonstrando seu domínio sobre ela. — Não precisa se preocupar com ela, consigo controlá-la muito bem.— Espero que isso seja realmente verdade, não quero problemas com Hunter. Você sabe o tempo qu
Hunter caminha inquieto pelo escritório, seus olhos fixos no relógio que parece mover-se mais devagar do que nunca. Irritado, ele lança um olhar de desaprovação para o telefone que permanece silencioso sobre a mesa. Sem mais hesitação, ele abre a porta e caminha até sua secretária.— Senhorita Clarke, a Audrey já retornou? — Questiona Hunter, sua impaciência transparecendo em cada palavra, enquanto lança outro olhar significativo para o relógio.— Ainda não, senhor Hill. — Responde Georgina, captando a expressão irritada dele.— Desmarque todos os meus compromissos. — Ordena com autoridade, enquanto se encaminha decididamente em direção aos elevadores.Hunter não consegue disfarçar sua irritação conforme atravessa os corredores da empresa. Ao chegar à garagem do prédio, ele entra em seu carro e mergulha no tráfego movimentado de Tulsa em direção ao apartamento de Audrey. Ao longo do trajeto, ele tenta ligar para ela várias vezes, mas todas as chamadas são ignoradas, deixando-o ainda m
No majestoso saguão do hotel, Liam pressiona os botões dos elevadores com impaciência, incomodado por ser interrompido naquele momento crucial. Assim que as portas de um dos elevadores se abrem, ele entra rapidamente, acionando repetidamente o botão que o levará ao andar das coberturas. Seus passos no elevador são decididos e rápidos, ressoando no espaço confinado enquanto ele se aproxima de seu destino.Ao alcançar o andar desejado, Liam sai apressado, percorrendo o corredor com determinação, os passos ecoando com firmeza enquanto ele procura por Hazel. Contudo, ao não a encontrar, a frustração toma conta dele, culminando em um soco desferido na porta de seu próprio quarto, como um reflexo de sua raiva contida.— Merda! — Resmunga Liam, retirando o celular do bolso e discando o número de Hazel.Enquanto a ligação chama, ele continua a andar pelo corredor, atento ao som do toque do celular, na esperança de ser direcionado até ela.— Velho maldito! Tinha que me interromper. — Vocifera
No ambiente sereno de seu quarto de hotel, Hunter se move com uma leveza quase imperceptível na cama, detectando o vazio ao seu lado. Embora sinta a tentação de manter os olhos fechados e se refugiar na tranquilidade, o toque persistente de seu celular rompe o silêncio, forçando-o a se erguer e dirigir-se à mesa onde o aparelho repousa.— Alô. — A saudação de Hunter é calma, mas firme, ao atender.— Senhor Hill, bom dia. Temos um compromisso agendado para hoje. Você planeja comparecer? — Questiona o interlocutor, sua voz ecoando com autoridade do outro lado da linha.— Quem está falando? — Questiona, pressionando os olhos, os sinais da bebedeira da noite anterior começando a se manifestar.— Alexander Wesker, CEO da em…— Sei quem você é. — Interrompe, com uma firmeza inabalável. — Não tenho nenhum compromisso agendado com você. Por favor, não me ligue mais. Não tenho o menor interesse em fazer negócios com a sua empresa. — Conclui, encerrando a ligação abruptamente. — Que diabos foi
Após derramar lágrimas incessantes, sem conseguir articular muitas palavras, Hazel se ergue e percorre a pequena sala do apartamento da amiga, o nervosismo evidente em sua expressão, enquanto Cassie assimila a informação recebida.— Você está me dizendo que traiu o Liam? — Indaga Cassie, exibindo choque e surpresa diante da revelação.— Liam é o de menos. — Responde Hazel, detendo-se diante da amiga. — Ontem terminamos o namoro. — Declara, observando a expressão perplexa de Cassie.— Se vocês terminaram, qual é o problema então? — Questiona, em um esforço para compreender o nervosismo de Hazel.— Eu não devia ter tido relações sexuais, especialmente sem usar preservativos, e adivinha só, provavelmente não usamos. — Declara, deixando-se cair no sofá ao lado da amiga. — Acabei de passar pelo processo de fertilização para tentar gerar o bebê da Kristen. — Confessa, sentindo o peso da culpa em seu peito, enquanto lágrimas escorrem de seus olhos. — Se eu engravidar, não terei certeza se o
Audrey observa atentamente enquanto Hunter serve as xícaras de café. Um silêncio pesado reina entre eles, e nos olhos dele transparece todo o desconforto e estresse que o dominam naquele momento, reflexo da postura que ela vem apresentando nos últimos dias.— Você gostaria de me contar o que está acontecendo? — Questiona Hunter, soltando a xícara de café diante dela.— Devo perguntar o mesmo, Hunter? — Rebate Audrey, levando a xícara aos lábios. — Sua agenda parece bastante ocupada, por que fez questão de vir aqui? — Chega de joguinhos, Audrey. — Orienta, o estresse transbordando em suas palavras. — Diga de uma vez o que está acontecendo com você.— Ainda não percebeu? Pensei que você fosse mais perspicaz. — Provoca, observando um sorriso sarcástico brotar nos lábios dele.— Posso dizer o mesmo para você, não é? Porque agindo assim, você só está me convencendo de que não é a profissional excepcional que imaginei. — Afirma, soltando a xícara sobre a mesa. — Está apenas evidenciando o