6 - Nunca falha em me surpreender

Hunter caminha inquieto pelo escritório, seus olhos fixos no relógio que parece mover-se mais devagar do que nunca. Irritado, ele lança um olhar de desaprovação para o telefone que permanece silencioso sobre a mesa. Sem mais hesitação, ele abre a porta e caminha até sua secretária.

— Senhorita Clarke, a Audrey já retornou? — Questiona Hunter, sua impaciência transparecendo em cada palavra, enquanto lança outro olhar significativo para o relógio.

— Ainda não, senhor Hill. — Responde Georgina, captando a expressão irritada dele.

— Desmarque todos os meus compromissos. — Ordena com autoridade, enquanto se encaminha decididamente em direção aos elevadores.

Hunter não consegue disfarçar sua irritação conforme atravessa os corredores da empresa. Ao chegar à garagem do prédio, ele entra em seu carro e mergulha no tráfego movimentado de Tulsa em direção ao apartamento de Audrey. Ao longo do trajeto, ele tenta ligar para ela várias vezes, mas todas as chamadas são ignoradas, deixando-o ainda mais tenso e irritado.

Quando chega no prédio de Audrey, Hunter avança pelo saguão com passos decididos até alcançar os elevadores. Ao chegar à cobertura, ele pressiona repetidamente a campainha do apartamento dela.

— Hunter, o que está fazendo aqui? — Pergunta Audrey, visivelmente surpresa ao abrir a porta. 

— Surpresa em me ver? Estava esperando por alguém? — Indaga Hunter, deixando transparecer sua irritação ao bater a porta com força.

— Claro que não. Simplesmente não esperava você a essa hora. — Responde, mantendo a calma.

— Por que não voltou para a empresa? — Questiona, sentando-se no sofá e encarando-o com firmeza.

— Acho que fui bastante clara quando disse que nos encontraríamos no evento beneficente. — Responde, entrelaçando os braços, visivelmente ofendida. — Odeio essa falta de controle, Hunter. Eu nunca te dei motivos para desconfiar de mim. — Protesta, dirigindo-se à porta e abrindo-a, como se buscasse ar fresco para acalmar seus ânimos. — Quero ficar sozinha. Saia da minha casa agora mesmo. — Ordena, sua voz ecoando sua indignação.

— Não estou desconfiando de você, Audrey. — Responde, erguendo-se e parando em frente a ela, seu olhar transparecendo irritação. — Estou apenas tentando compreender seu comportamento, que, por sinal, está me deixando exausto.

— Não importa, eu preciso de um espaço, me deixe sozinha. — Solicita, segurando a porta com firmeza. — A propósito, arrume outra companhia para o evento, pois não irei comparecer. — Afirma, encarando-o com determinação, mesmo diante do olhar de desaprovação dele.

— Te darei espaço agora, mas espero te encontrar no hotel, na suíte de sempre, Audrey. Afinal, a ideia foi tua de confirmar a nossa presença nesse evento. — Responde, tentando ocultar seu desgosto por trás de uma fachada de indiferença. — Até mais tarde. — Conclui, depositando um leve beijo nos lábios dela.

— Que ódio por amar loucamente esse homem. — Resmunga, batendo a porta com força.

No início da noite, elegantemente vestido, Hunter caminha pelo saguão do hotel The Mayo, atraindo olhares discretos. Ao adentrar o ambiente do evento, sua falta de companhia não passou despercebida, mas ele ignorou os olhares curiosos e cumprimentou as pessoas com a sua habitual educação.

Enquanto dava lances em algumas obras de arte que serão leiloadas e fazia algumas doações generosas, sua presença dominava o espaço com uma aura de sofisticação e confiança. Após sua rápida aparição, ele saiu discretamente, dirigindo-se à suíte que costuma ocupar após os eventos no hotel. Enquanto aguardava por Audrey, encontrou companhia na bebida, mergulhando em seus pensamentos.

Enquanto isso, no conforto de seu apartamento, após um dia exaustivo, Hazel se depara com seu reflexo no espelho. Vestindo um elegante vestido preto, que contrastava com sua pele alva, ela sorria satisfeita com sua escolha de vestuário. No entanto, sua expressão logo se tornava séria ao notar a notificação da chegada do carro da empresa, que a levará até o local do evento.

Ao chegar ao evento, seus olhos encontraram o sorriso sarcástico de Liam, que estendia o braço em sua direção com uma expressão desafiadora.

— Você nunca falha em me surpreender. Pegue isso e deixe essa expressão de insatisfação de lado. — Oferece uma taça de champanhe para Hazel.

— Você perdeu a razão de vez? — Questiona Hazel, sem paciência. — Não posso beber, Liam. Esqueceu que acabei de fazer uma inseminação?

— Me desculpe, querida. Acabei esquecendo. Espere um momento, providenciarei algo para você. — Conclui, afastando-se antes que Hazel possa responder.

Hazel circula pelo salão, cumprimentando os diversos executivos presentes e admirando as obras em exibição. Após alguns minutos, Liam reaparece com uma taça de suco de laranja, estendendo para ela.

— Qual o motivo dessa súbita gentileza? — Questiona Hazel, aceitando a taça.

— Precisamos manter as aparências. Este evento é vital para os negócios. — Declara, observando-a beber o suco. — Você parece com sede. — Comenta, vendo que ela esvaziou a taça de uma vez. — Gostaria de mais, querida?

— Não precisa, estou satisfeita. — Responde, enquanto observa o ambiente ao seu redor.

À medida que ela percorre o salão, uma sensação estranha a envolve, sua visão parece turvar e ela se apoia no braço de Liam, que a encara com um sorriso malicioso.

— Liam, não estou me sentindo bem. — Informa, lutando para manter o foco.

— Eu sei, querida. Me acompanhe, aproveitaremos a noite. — Sussurra Liam no ouvido dela, guiando-a em direção aos elevadores. Ao entrar, ele aperta o botão.

— Senhor Murray, tem um minuto? — Chama um homem elegante parado em frente ao elevador.

— Claro. — Responde Liam, tentando controlar seu desgosto, mas não poderia deixar de falar com seu maior investidor. — Meu amor, segure a porta. — Ordena, enquanto coloca a mão dela na porta para mantê-la aberta.

Assim que Liam desce do elevador para falar com seu investidor, ele aperta as mãos com força ao perceber Hazel se recostando no elevador, permitindo que as portas se fechem. Mantendo um sorriso fingido, ele ouve o homem falar enquanto seu desconforto aumenta. 

No elevador, Hazel é tomada por uma onda de calor e um mal-estar crescente. Desesperada, ela passa a mão pela testa e pelo pescoço, tentando em vão aliviar a sensação incômoda que a domina. Ao chegar ao andar das coberturas, emerge cambaleante, lutando para manter-se em pé, a visão turva dificultando cada movimento. 

Com um esforço, ela se apoia em uma porta próxima e a golpeia, clamando por ajuda em um misto de agonia e desespero. Quando as portas se abrem, ela desaba nos braços do homem, que, embora também afetado pelo álcool, sorri satisfeito, acariciando o rosto dela e envolvendo-a em um beijo envolvente, onde todo o desejo contido se manifesta.

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