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4 - As peças não se encaixam

Após revisar alguns relatórios adicionais, Hunter observa o relógio e decide deixar seu escritório, encaminhando-se então para a sala de Audrey. Ao entrar na sala e encontrá-la vazia, ele se dirige a sua secretária.

— Senhorita Clarke, você sabe onde posso encontrar Audrey? — Indaga Hunter, buscando esclarecimentos.

— Senhor Hill, ela saiu há aproximadamente vinte minutos. — Responde Georgina com prontidão.

— Agradecido. — Expressa, dirigindo-se aos elevadores com passos firmes.

Na garagem do edifício, ao entrar em seu carro, Hunter pega o celular e discando o número de Audrey.

— O que quer, Hunter? — Pergunta Audrey, ao atender a chamada.

— Apenas almoçar com você, como costumamos fazer. — Responde, ainda na garagem. — Onde você está? Vou me encontrar contigo.

— Eu só preciso de um momento sozinha, Hunter. Para preservar nossa relação, já que não me respeita como funcionária. — Retruca, seu tom de voz soando ríspido.

— Audrey, não distorça os fatos. Só não quero negociar com alguém que não respeito, mas estou certo de que você encontrará oportunidades comerciais ainda melhores.

— Vou almoçar sozinha, Hunter. Nos encontramos à noite no evento beneficente. — Conclui Audrey, desligando a ligação sem rodeios.

— Droga! — Resmunga Hunter, sua frustração evidente.

Contrariado com a postura de Audrey, ele decide retornar ao seu apartamento, convenientemente localizado próximo ao prédio da empresa. Enquanto isso, Audrey atravessa a recepção da GreenWave Technologies com determinação.

— Boa tarde, senhorita. — Cumprimenta Audrey, parando elegantemente em frente à mesa da secretária, segurando um copo de café.

— Boa tarde, senhorita Stone. — Responde Jennifer, com um sorriso caloroso. — Em que posso ajudá-la?

— Liam está disponível? — Pergunta, seus olhos escaneando o ambiente.

— Jennifer, estou saindo para almoçar. — Informa Hazel ao sair da sala, os olhos fixos no celular. Distraída, ela esbarra em Audrey, fazendo com que o café se derrame sobre a blusa branca que ela veste.

— Você não presta atenção por acaso? — Questiona Audrey, colocando a bolsa com força sobre a mesa. — Olhe o estrago que você causou.

— Meu Deus, me desculpe, senhorita. — Pede Hazel, visivelmente constrangida. — Você está bem? Se queimou?

— Por sorte, o café já estava frio! — Repreende Audrey com firmeza, segurando sua camisa manchada. — Mas trate de prestar mais atenção e resolva isso imediatamente. — Ordena, com determinação.

— O que está acontecendo aqui? — Questiona Liam ao se aproximar.

— Essa irresponsável simplesmente não presta atenção por onde anda. — Responde Audrey, dirigindo um sorriso para ele. — Pre…

— Mais uma vez, peço desculpas. — Declara Hazel, interrompendo-a com educação. — Foi apenas um acidente, não vai se repetir.

— Mas é óbvio que não vai se repetir, porque você não trabalhará mais aqui. — Afirma Audrey, sua raiva transparecendo em cada palavra. — Por favor, Liam, tome providências com essa funcionária desastrada.

— Audrey, por favor, mantenha a calma. — Pede Liam, tentando acalmar a situação. — Senhorita Lee, providencie imediatamente uma camisa nova para a senhorita Stone. 

— O quê? Você só pode estar brincando, Liam. — A incredulidade transparece na voz de Audrey, enquanto seu olhar se fixa no rosto furioso de Liam.

— Para você, sou o senhor, Murray! — Vocifera Liam, sua raiva palpitante em cada palavra, enquanto estende a mão para Audrey. — Se pretende manter o seu emprego, vá fazer o que mandei agora mesmo. — Ordena, com autoridade inabalável.

Hazel observa os dois caminhando de mãos dadas em direção à sala de reunião. Um sorriso irônico brinca em seus lábios antes de se dirigir aos elevadores, resmungando palavras inaudíveis, atordoada com a situação.

Na sala de reunião, Audrey solta sua bolsa com um gesto brusco em cima da mesa, demonstrando todo seu descontentamento. O barulho dos saltos ecoa pela sala enquanto ela avança com passos pesados, desabotoando os botões da camisa com impaciência, sob os olhares atentos de Liam.

— Será que você poderia relaxar um pouco? — Solicita Liam, observando-a jogar a camisa com raiva sobre a cadeira, revelando apenas o sutiã.

— Você sabe que eu não deveria estar aqui, Liam. — Responde Audrey, com irritação evidente, parando em frente à janela. — E para piorar, uma idiota derrama café em mim. — Aquela imbecil é a mulher que você brinca de namorar, não é?

— Estou farto dela. — Responde, com desdém, deixando claro sua superioridade. — O que deu errado? — Questiona, apoiando os cotovelos na mesa, sua expressão denotando curiosidade.

— Para eu conseguir fechar o contrato com essa empresa, você terá que se afastar. Hunter está irredutível em negociar contigo. — Afirma Audrey, observando-o com seriedade enquanto ele se levanta e se aproxima dela.

— Por que começou a se relacionar com ele? — Indaga, puxando-a suavemente para perto de si. — Gostava mais de você quando estava disponível para mim. — Murmura, deslizando a mão pela cintura dela.

— Porque amo o Hunter. — Responde, afastando-se dele com determinação.

— Duvido que seja amor! — Desdenha Liam, avançando novamente. — Como pode amar um homem como ele? Hunter não te valoriza como você merece, sempre tem outras prioridades.

— Você não sabe do que está falando. — Retruca, mantendo-se firme em sua convicção.

— Claro que eu sei. Não esqueça que acompanhei o desenvolvimento da tua obsessão por ele. Hunter sempre teve outras prioridades, e você nunca esteve incluída nelas. E para te manter satisfeita, ele sempre te dá migalhas, não é assim? Por acaso não foi por isso que virou funcionária dele? — Indaga, deslizando a ponta dos dedos pelo braço dela com uma expressão de desejo. — Apenas para ter a falsa sensação de que ele lhe dá atenção. Pensei que você fosse mais esperta, Audrey. Fica claro que o Hunter não te ama, é apenas conveniente estar com você. — Conclui, observando uma lágrima escorrer pelo rosto dela.

— Isso não é verdade. — Rebate, com a voz embargada, mas firme em sua defesa.

— Pare de viver nesse mundo de fantasia, você não significa nada para ele. — Garante, puxando-a para um abraço com uma falsa demonstração de conforto. — Faça dessa relação o mesmo que ele faz, transforme em um acordo conveniente para você.

— Você não entende, eu amo o Hunter, ele é o homem dos meus sonhos. — Explica Audrey com lágrimas nos olhos, sua voz carregada de emoção.

— Mas você não é a mulher dos sonhos dele, as peças não se encaixam. — Declara, causando mais lágrimas a escorrerem pelo rosto dela. — Deixe-me preencher o vazio que você carrega no peito. — Sussurra, acariciando delicadamente o rosto dela. — Você pode ter o melhor dos dois mundos, ser a noiva de conveniência de Hunter Hill e ser minha parceira na cama. Garanto que você sempre estará satisfeita. — Conclui, selando seus lábios nos dela com ternura.

O ruído da porta ecoa na sala de reunião, fazendo-os cessar o beijo e olharem em direção à porta, surpresos e constrangidos com a interrupção.

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