Na cidade de Tulsa, no renomado Centro de Fertilidade de Oklahoma, Hazel Lee repousa sobre a maca ginecológica, aguardando ansiosamente pelo médico. Seu coração pulsa descompassado, envolto em uma mistura de sentimentos. Enquanto uma parte dela anseia pelo sucesso do procedimento, outra enfrenta obstáculos para aceitar essa decisão.
Enquanto aguarda, as memórias de três anos antes invadem os pensamentos dela. O trágico acidente envolvendo sua única irmã, Kristen Lee, passa diante de seus olhos como um filme sombrio e doloroso. Kristen sofreu um terrível acidente de carro, resultando em sua paraplegia e na perda do bebê que carregava em seu ventre com tanto amor. Os danos foram devastadores, causando graves lesões no útero e impossibilitando uma nova gravidez. Hazel foi testemunha da luta emocional de sua irmã, da profunda dor e desespero que se seguiram à perda do filho tão aguardado. Após todo esse tempo, em meio às lágrimas e às lembranças dolorosas, ela tomou a decisão corajosa de se tornar a barriga solidária para Kristen, oferecendo-lhe a chance de concretizar seu sonho de ser mãe, carregando os óvulos fertilizados da irmã como um ato de amor incondicional.
Hazel e Kristen foram criadas apenas pela mãe. Quando esta faleceu, Hazel tinha apenas doze anos e Kristen vinte e dois. Apesar de recém-casada, Kristen assumiu a responsabilidade pela irmã mais nova e a criou com o apoio de seu marido. Esse profundo sentimento de gratidão motivava ainda mais Hazel a realizar o sonho de sua irmã.
— Foram várias tentativas, Hazel, não comece com isso agora. — Murmura para si mesma, tentando manter a calma. — Você deu sua palavra que faria isso. — Complementa, levando as mãos à cabeça.
O ruído da porta atrai sua atenção, e seus olhos se fixam no senhor idoso que adentra a sala. Hazel esfrega as mãos uma na outra, buscando controlar seu nervosismo.
— O nervosismo sempre te acompanha nesses momentos. — Observa o médico, esboçando um sorriso tranquilizador para ela.
— Hoje mais do que nunca. É a última oportunidade que temos. Preciso muito que dê certo. — Afirma Hazel, encarando-o com determinação.
— Hazel, lembre-se de que existem outras possibilidades. — Declara o médico, tentando acalmá-la com sua voz serena.
— Eu sei, doutor Jones, mas é o sonho da minha irmã. Depois de tudo que ela passou, ela merece isso. — Expressa, abaixando o olhar na tentativa de ocultar seus sentimentos.
— Hazel, tente manter a positividade. Faremos o possível para que tudo ocorra bem. — Instrui o médico, buscando confortá-la com suas palavras.
O médico examina Hazel e, em poucos minutos, a sala se enche com a presença da equipe especializada no procedimento. Novamente, Hazel se submete à fertilização in vitro. A transferência embrionária se estende por cerca de meia hora. Após a conclusão do procedimento e todas as instruções sobre os cuidados a serem seguidos, a equipe médica transfere Hazel para um quarto, onde ela permanecerá em repouso por aproximadamente vinte minutos.
Deitada na cama, Hazel coloca delicadamente as mãos sobre sua barriga. Apesar da ansiedade e do medo, que permeiam seu ser diante das profundas mudanças que uma gravidez trará à sua vida, ela implora fervorosamente em uma oração pelo sucesso do procedimento. Imersa em seus pensamentos, Hazel mal percebe a passagem do tempo.
— Senhorita Lee, você está liberada. — Anuncia a enfermeira ao entrar no quarto, despertando Hazel de seus pensamentos. — Aqui estão suas coisas. — Declara, soltando as roupas de Hazel sobre a cama. — Se precisar de algo, aperte o botão ao lado da cama. — Conclui, saindo do quarto e fechando a porta.
Com um olhar perdido, Hazel se ergue da cama e começa a se vestir lentamente. Ela sente o peso dos conflitos internos que surgem ao realizar o sonho de sua irmã, cientes dos desafios que enfrentará caso a gravidez seja bem-sucedida.
Após se vestir, Hazel solta um longo suspiro e sai do quarto em direção à recepção. Ao entrar, encontra os olhares cheios de esperança de sua irmã, Kristen, e de seu cunhado, Evan Porter.
— Tenho fé, dessa vez dará certo. — Expressa Kristen emocionada, enquanto observa Hazel se aproximar e se abaixar diante dela.
— Com toda a certeza, daqui a duas semanas celebraremos essa dádiva. — Afirma Hazel, envolvendo a irmã em um abraço reconfortante.
— Não tenho palavras para te agradecer por isso, irmã. — Murmura, mantendo a esperança de que tudo dará certo.
— Se for uma menina, coloquem o meu nome. Será um ótimo agradecimento. — Brinca Hazel, levantando-se e recebendo um abraço de Evan.
— Irmã, você poderia pernoitar na nossa casa? Adoraríamos ter você por perto. — Pede Kristen, ansiosa para compartilhar esse momento com a irmã.
— É claro que ficarei com vocês esta noite. — Responde Hazel, prontamente, ciente do pedido, pois em todas as tentativas a rotina sempre foi a mesma.
Com a esperança permeando seus sentimentos, os três se dirigem para a casa do casal. Assim que chegam, Hazel se deixa cair no sofá, ciente de que o casal insistirá para que ela descanse.
— Irmã, seu único trabalho é se acomodar confortavelmente. Cuidaremos de tudo para você. — Informa Kristen, estacionando sua cadeira de rodas ao lado do sofá.
— Kristen, você sabe que não precisa se incomodar tanto. — Responde Hazel, apertando suavemente a mão dela com carinho.
— Eu sei, irmã, mas quero retribuir e garantir teu conforto é o mínimo que posso fazer. Serei imensamente grata a você, mesmo que o procedimento n...
— O procedimento será bem-sucedido. — Afirma Hazel, interrompendo a irmã. — Não precisa fazer nada disso, Kristen. Estou agindo por amor e faria quantas vezes fosse necessário, porque sei que você faria o mesmo por mim. — Expressa, levantando-se e abaixando-se em frente à cadeira de rodas da irmã. — Você é tudo para mim. Quero ver você voltar a sorrir. Eu te amo, irmã.
— Também te amo. — Declara Kristen, envolvendo Hazel em um abraço caloroso. — Obrigada por estar sempre ao meu lado.
— Irmã, você me criou. Devo tudo o que sou a você. Poder gerar o teu filho é um privilégio incomparável para mim. — Conclui Hazel, recostando a cabeça no colo da irmã e permitindo-se ser acariciada com ternura, enquanto juntas relembram os preciosos momentos de infância que compartilharam.
Na manhã seguinte, Hazel se levanta em silêncio e se prepara para mais um dia de trabalho, consciente da agitada agenda que a espera. Após um banho rápido, veste-se e deixa o quarto em direção à cozinha. Ali, pega apenas uma fruta e sai de casa, dirigindo-se até a frente da residência, onde aguarda pelo táxi que solicitou. No trajeto até a empresa, Hazel revisa alguns arquivos para as reuniões do dia.Há dois anos, assumiu o cargo de gerente do setor de tecnologia na empresa. Hazel recorda com orgulho o fato de ter sido a funcionária mais jovem a alcançar essa posição. Agora, aos vinte e seis anos, seu talento e dedicação são ainda mais reconhecidos.— Bom dia, senhorita Lee. — Cumprimenta Jennifer Mark, a secretária do andar, com um sorriso acolhedor. — Deixei os contratos para as reuniões da manhã sobre a mesa.— Bom dia. — Responde Hazel, expressando gratidão ao pegar o copo de café que Jennifer lhe oferece. — Muito obrigada, Jennifer.— Senhorita Lee? — Chama, notando Hazel parar
Após uma manhã exaustiva, Hunter Hill entra em seu imponente escritório na sede do grupo NexGen. Ele retira o paletó e o joga com um gesto de frustração sobre o enorme sofá no centro da sala. Com passos pesados, ele se dirige à sua mesa e desaba em sua cadeira, deixando transparecer toda sua irritação.— Hunter, ainda não terminamos nossa conversa. — Assegura Audrey Stone ao adentrar a sala, batendo a porta com força.— Pelo bem do nosso relacionamento, é melhor você sair desta sala agora. — Vocifera Hunter, afrouxando a gravata com um gesto impaciente.— Querido, é hora de deixarmos os atritos do passado de lado. Uma parceria com a GreenWave Technologies seria extremamente vantajosa para os nossos negócios. — Foi o único pedido que solicitei para você evitar. Não desejo negociar com essa empresa, e não vejo necessidade de explicar meus motivos. — Afirma, enrolando as mangas da camisa com desenvoltura. — Você me confiou o cargo de diretora de desenvolvimento de negócios justamente p
Após revisar alguns relatórios adicionais, Hunter observa o relógio e decide deixar seu escritório, encaminhando-se então para a sala de Audrey. Ao entrar na sala e encontrá-la vazia, ele se dirige a sua secretária.— Senhorita Clarke, você sabe onde posso encontrar Audrey? — Indaga Hunter, buscando esclarecimentos.— Senhor Hill, ela saiu há aproximadamente vinte minutos. — Responde Georgina com prontidão.— Agradecido. — Expressa, dirigindo-se aos elevadores com passos firmes.Na garagem do edifício, ao entrar em seu carro, Hunter pega o celular e discando o número de Audrey.— O que quer, Hunter? — Pergunta Audrey, ao atender a chamada.— Apenas almoçar com você, como costumamos fazer. — Responde, ainda na garagem. — Onde você está? Vou me encontrar contigo.— Eu só preciso de um momento sozinha, Hunter. Para preservar nossa relação, já que não me respeita como funcionária. — Retruca, seu tom de voz soando ríspido.— Audrey, não distorça os fatos. Só não quero negociar com alguém q
Surpreendida e abalada ao testemunhar aquela cena, Hazel luta para conter suas emoções. Apenas algumas horas atrás, ela era a namorada de Liam, e agora o vê beijando outra mulher. Tentando manter a compostura, ela se aproxima deles e deixa um pequeno pacote sobre a mesa ao lado da bolsa de Audrey.— Senhorita, espero que sirva. Com licença. — Conclui, saindo da sala em silêncio, sob os olhares de Liam e Audrey.— É comum as empregadas não baterem na porta dentro da sua empresa? — Questiona Audrey, visivelmente irritada, enquanto abre o pacote. — Você não deveria ter feito isso. — Repreende, vestindo a camisa branca. — Se isso se espalhar, você acabará com o meu relacionamento.— Você não parecia se importar há alguns minutos, quando a minha língua estava dentro da tua boca. — Vocifera Liam, demonstrando seu domínio sobre ela. — Não precisa se preocupar com ela, consigo controlá-la muito bem.— Espero que isso seja realmente verdade, não quero problemas com Hunter. Você sabe o tempo qu
Hunter caminha inquieto pelo escritório, seus olhos fixos no relógio que parece mover-se mais devagar do que nunca. Irritado, ele lança um olhar de desaprovação para o telefone que permanece silencioso sobre a mesa. Sem mais hesitação, ele abre a porta e caminha até sua secretária.— Senhorita Clarke, a Audrey já retornou? — Questiona Hunter, sua impaciência transparecendo em cada palavra, enquanto lança outro olhar significativo para o relógio.— Ainda não, senhor Hill. — Responde Georgina, captando a expressão irritada dele.— Desmarque todos os meus compromissos. — Ordena com autoridade, enquanto se encaminha decididamente em direção aos elevadores.Hunter não consegue disfarçar sua irritação conforme atravessa os corredores da empresa. Ao chegar à garagem do prédio, ele entra em seu carro e mergulha no tráfego movimentado de Tulsa em direção ao apartamento de Audrey. Ao longo do trajeto, ele tenta ligar para ela várias vezes, mas todas as chamadas são ignoradas, deixando-o ainda m
No majestoso saguão do hotel, Liam pressiona os botões dos elevadores com impaciência, incomodado por ser interrompido naquele momento crucial. Assim que as portas de um dos elevadores se abrem, ele entra rapidamente, acionando repetidamente o botão que o levará ao andar das coberturas. Seus passos no elevador são decididos e rápidos, ressoando no espaço confinado enquanto ele se aproxima de seu destino.Ao alcançar o andar desejado, Liam sai apressado, percorrendo o corredor com determinação, os passos ecoando com firmeza enquanto ele procura por Hazel. Contudo, ao não a encontrar, a frustração toma conta dele, culminando em um soco desferido na porta de seu próprio quarto, como um reflexo de sua raiva contida.— Merda! — Resmunga Liam, retirando o celular do bolso e discando o número de Hazel.Enquanto a ligação chama, ele continua a andar pelo corredor, atento ao som do toque do celular, na esperança de ser direcionado até ela.— Velho maldito! Tinha que me interromper. — Vocifera
No ambiente sereno de seu quarto de hotel, Hunter se move com uma leveza quase imperceptível na cama, detectando o vazio ao seu lado. Embora sinta a tentação de manter os olhos fechados e se refugiar na tranquilidade, o toque persistente de seu celular rompe o silêncio, forçando-o a se erguer e dirigir-se à mesa onde o aparelho repousa.— Alô. — A saudação de Hunter é calma, mas firme, ao atender.— Senhor Hill, bom dia. Temos um compromisso agendado para hoje. Você planeja comparecer? — Questiona o interlocutor, sua voz ecoando com autoridade do outro lado da linha.— Quem está falando? — Questiona, pressionando os olhos, os sinais da bebedeira da noite anterior começando a se manifestar.— Alexander Wesker, CEO da em…— Sei quem você é. — Interrompe, com uma firmeza inabalável. — Não tenho nenhum compromisso agendado com você. Por favor, não me ligue mais. Não tenho o menor interesse em fazer negócios com a sua empresa. — Conclui, encerrando a ligação abruptamente. — Que diabos foi
Após derramar lágrimas incessantes, sem conseguir articular muitas palavras, Hazel se ergue e percorre a pequena sala do apartamento da amiga, o nervosismo evidente em sua expressão, enquanto Cassie assimila a informação recebida.— Você está me dizendo que traiu o Liam? — Indaga Cassie, exibindo choque e surpresa diante da revelação.— Liam é o de menos. — Responde Hazel, detendo-se diante da amiga. — Ontem terminamos o namoro. — Declara, observando a expressão perplexa de Cassie.— Se vocês terminaram, qual é o problema então? — Questiona, em um esforço para compreender o nervosismo de Hazel.— Eu não devia ter tido relações sexuais, especialmente sem usar preservativos, e adivinha só, provavelmente não usamos. — Declara, deixando-se cair no sofá ao lado da amiga. — Acabei de passar pelo processo de fertilização para tentar gerar o bebê da Kristen. — Confessa, sentindo o peso da culpa em seu peito, enquanto lágrimas escorrem de seus olhos. — Se eu engravidar, não terei certeza se o