Seul, Coreia do Sul. Floresta próxima ao Bloco 109, 27-11-2018.
Era uma noite de outono e fazia frio. Apenas o ciciar do vento entre as árvores podia ser ouvido, derrubando a pouca folhagem que restara nos galhos. Não havia sequer um pássaro cantando.
De súbito, um vulto negro perturbou a paz quando se moveu em meio aos galhos, fazendo a queda das folhas se acentuar, quando um sussurro ecoou na escuridão da floresta:
— Estão se aproximando. Três homens. 50 metros da nossa marcação — uma voz masculina grave e calma soou numa ordem. — Usaremos a formação que treinamos ontem. Líder, é com você.
O som de passos rápidos esmagando as folhas que repousavam no chão ficou gradativamente mais alto, enquanto uma garota de longos cabelos brancos esperava, de pé, ao meio da única passagem entre os troncos.
Trajava uma roupa militar, com uma espada, entalhada com rosas e galhos espinhosos retorcidos, protegendo o guarda mão, embainhada em mãos. Sua aparência delicada a fazia parecer mais jovem do que realmente era e contrastava com o olhar penetrante e frio que poderia congelar qualquer guerreiro.
Despreocupadamente, ela espreguiçou, esperando a aproximação dos seus oponentes, bocejando quando os viu se aproximar entre a escura bruma noturna.
Após a avistarem, os homens pararam de andar e analisaram a pequena e estranha figura interrompendo a passagem.
— O exército deve estar de brincadeira mandando uma criança para recuperar isto. Pensei que era importante — o homem da direita soltou grotesco, com o intuito de provocá-la.
Ela, ignorando completamente o discurso, sacou sua espada, derrubando a bainha no chão, e encaixou seus fones de ouvido em uma de suas orelhas, deixando a outra extremidade solta.
Uma música se iniciou. Uma melodia um pouco frenética, com batidas fortes e animadas.
Encarando seus oponentes despreocupadamente, os três riram com escárnio da figura que estava apenas plantada frente a eles, seguindo o ritmo animado da música com assobios, quando o homem que estava no centro se aproximou, levantando sua mão esquerda e cerrando o punho.
O ritmo em seus fones ficou constante, com batidas compassadas, e, simultaneamente, um tiro acertou de raspão a bochecha daquele que estava pronto para atacar. Com o ataque surpresa, ele recuou dois passos para trás e um clima tenso se apossou daqueles homens.
— Se puderem nos emprestar 3 minutinhos do seu tempo, imagino que mudaria de ideia — anunciou, ainda parada frente a eles.
O ritmo se intensificou nos fones dela e ouviu-se mais um disparo, dessa vez acertando a mão do homem da direita, que soltou um feio urro de dor imediatamente ao sentir o impacto da bala.
Sem ao menos ter tempo de praguejar, em um milésimo de segundo, a guerreira sumiu, como vapor, aparecendo no segundo seguinte na frente daquele que planejava a atacar, golpeando seu estômago com o cabo da espada embebido em chamas, que cambaleou desajeitadamente e caiu de joelhos, com ambas as mãos pressionando o pobre local ferido, tossindo e arquejando grotescamente.
Nesse momento em que o inimigo abaixou a guarda, ela rapidamente se pôs ao lado dele, pegando impulso e acertando-o na nuca, fazendo-o desabar no chão.
Recuando um passo, a líder olhou para os outros dois homens, sorrindo docemente, mas aquela expressão, longe de ser algo amigável, os fez hesitar, claramente assustados.
Novamente a mudança no ritmo, agora constante e animado, sendo o prelúdio para mais duas figuras, uma após a outra, pularem das árvores e acertarem, com o cotovelo, os inimigos que ainda estavam de pé.
— Onde diabos a gente se meteu? — o da esquerda esbravejou e tentou contra-atacar a figura de cabelos cinzentos, que rapidamente desviou, virando-se para o lado oposto ao ataque, desferindo um tapa no rosto do oponente com a parte de trás da sua mão direita, fazendo o inimigo recuar para a esquerda.
O homem avançou para cima dele, com uma clara irritação à afronta de um ataque desajeitado daqueles, vociferando como um animal indomável, mas, antes que pudesse ao menos entrar em posição de um ataque bem sucedido, foi puxado pela gola da blusa para baixo sendo atingido por um golpe com o joelho, bem no rosto, fazendo-o cambalear para trás e cair de bunda no chão.
O bandido ralhou em dor, levando sua mão ao rosto ferido, levantando-se com dificuldade, e o alto rapaz cutucou o ouvido sem o fone com seu mindinho esquerdo, demonstrando profundo tédio.
— Ya¹! Ahjushi²! Se vai roubar alguma coisa ao menos seja forte o bastante para aguentar a perseguição — esbravejou com o tom alto da sua voz estridente. — Que combate frustrante!
Ao ouvir a provocação, o senhor tentou atingi-lo enquanto se punha de pé, mas o garoto de cabelos cinzentos recuou um passo para trás e o finalizou com um golpe nas costas, causando um alto barulho do corpo colidindo com o chão gélido, deixando-o esparramado, sem consciência.
Ao mesmo tempo, o que estava lidando com o homem que já havia sido atingido por um tiro possuía cabelos loiros como o trigo e, não demonstrando paciência alguma com um combate já ganho, apenas atingiu o seu oponente no estômago, com o cabo da lança em suas mãos.
O seu oponente se curvou em reflexo pela dor ao sentir o ar lhe escapar dos pulmões, levando as mãos para o local.
Impaciente, brandiu sua lança para trás, erguendo-a por sobre sua cabeça com as duas mãos e, com um forte impulso, abaixou a lança, atingindo a nuca o seu adversário que estava curvado pelo golpe anterior, finalmente caindo ao chão com um fio de sangue escorrendo pelos cabelos.
Com a música nem ao menos chegado novamente à animação constante, sendo simplesmente cortada, a garota de cabelos prateados se aproximou do da direita, e, com sua mão enluvada devido ao frio daquela noite, agarrou o colarinho do loiro, fazendo-o se abaixar abruptamente.
— Podia ter tido ao menos um pouco de respeito à música e esperado o refrão para terminarmos com chave de ouro? Porque terminou desse jeito seco, respeite a estratégia que eu criei, Chung Sun! — reclamou friamente, num tom de irritação, com uma expressão séria no rosto, fazendo um grande beicinho.
O de cabelos cinzentos, vendo a cena desesperadora do amigo, rapidamente foi ao suporte do pobre coitado que gritava “desculpe” repetidas vezes, tentando se soltar de Min Sun. Ele a colocou no braço, levantando-a pela cintura, mas ela segurou ainda mais forte a roupa de Chung Sun, fazendo-o ser levantado.
— Ji Sung.... me solta, desgraçado — esbravejou entredentes, puxando seu cabelo enquanto ainda segurava a roupa do outro.
No meio da confusão, a silhueta de um alto rapaz, com cabelos escuros como um carvão em brasas e reflexos vermelho fogo, desajeitados e assanhados, olhos puxados, da mesma cor que os cabelos, e com as pálpebras pequenas, vestido num grande casaco azul, apareceu afastando os galhos das árvores e abrindo caminho pela escura floresta, se deparando com a patética cena.
Ji Sung andava para lá e para cá tentando fazer Min Sun soltar Chung Sun, que, a cada passo que ele dava, soltava um ruído agudo por estar sendo sufocado.
Após suprimir uma gargalhada, vendo a situação e fazendo sinal de negação com a cabeça, pôs uma das suas mãos no rosto, posicionando o indicador sobre o sinal abaixo do seu olho direito e ficando com uma posição relaxada, tentando não rir.
E, ao controlar o riso e limpar uma lágrima que tinha se formado no canto dos seus olhos puxados, balançou sua mão livre em direção ao grupo de baderneiros, liberando um pulso de energia, derrubando-os no chão e separando os três.
Chung Sun, ao sentir a liberdade, correu para perto do novo integrante daquela noite, pronto a lhe dar um abraço.
— In Su! Meu salvador! — se atropelou com as palavras, eufórico, quando uma grande mão o atingiu o rosto, o pressionando a se afastar.
— Me larga, coisa esquisita — fazendo força para ser solto, In Su livrou-se do garoto rapidamente, tremendo logo em seguida. — Vamos terminar logo com isso, está ficando frio e minhas mãos doem.
Tendo alguns minutos de calmaria silenciosa, o grupo começou a amarrar seus inimigos, cuidadosamente, para não correrem o risco de se soltarem e, em alguns minutos, a última integrante juntou-se com uma sniper em mãos.
Com seus cabelos pretos e reflexos roxos, clareados pela luz da lua, se aproximou de Ji Sung, que estava agachado tentando encontrar os relatórios que haviam sido roubados. Ela agarrou a parte de trás da gola do casaco de lã dele, o empurrando para baixo, assim como ele fez a alguns minutos contra o bandido, derrubando-o no chão e fazendo-o olhar para ela com uma expressão confusa.
— Ya! Ji Sung! Você estava fora da sintonia! — vociferou Chung Ah após jogar o pobre rapaz indefeso no chão e tentar pisoteá-lo. — O que diabos estava fazendo para não seguir Chung Sun? Vocês deviam entrar na mesma hora!
— Desculpe, desculpe... acabei perdendo o tempo — Ji Sung logo assumiu uma pose de defesa com os braços, cobrindo o rosto e desviando dos golpes da atiradora.
Tentou fazer um contato de misericórdia, balançando as mãos um pouco sem jeito com o intuito de conquistar a calma de Chung Ah, que já ia retrucando a fala dele e foi interrompida pela garota de cabelos prateados, que puxou sua camiseta para trás, a afastando de Ji Sung.
— Ei, pega leve, Chung Ah, deu certo mesmo assim... mas, Ji Sung... — se virando a ele com um olhar frio, teve uma expressão de medo como resposta à carranca na sua testa. — Quando voltarmos ao quartel, acho bom treinar mais. Quase prejudicou a nossa sintonia.
— Ah não, Min Sun! — começou a choramingar. — Me poupa, pelos deuses, treinei hoje até quase cair de cara no chão da arena! — implorou indignado ao se pôr de pé, mas Min Sun apenas lhe mostrou uma expressão de desdém, arrebitando o nariz e já virando as costas.
— Passou o dia todo treinando e veja só a merda que fez, eung³? — ignorou as próximas palavras dele, indo até In Su que acabara de encontrar o relatório roubado. — É isso o que temos para hoje, senhor Shin? — indagou após retirar as luvas e pôr as mãos na cintura, sendo respondida por uma risadinha.
— É o que temos para hoje, senhorita Park — se endireitou e começaram a seguir para o bloco, levando os alvos capturados.
— Você está tremendo — Min Sun concluiu, segurando uma das mãos de In Su.
— Nem todo mundo tem 38°C normalmente. Você é quente — ela sorriu traquina.
— Uma celestial de fogo deve ser quente — agarrando com as duas mãos a mão direita dele e a apertou, ouvindo um estalar. Fez careta.
— Estou crocante e delicioso — ele soltou, fazendo Min Sun gargalhar e seguir até a viatura que fora requisitada mais cedo.
Min Sun assinou o relatório que seria destinado ao general provisoriamente. No mais tardar reportaria mais detalhes. Os bandidos foram devidamente postos no carro e a líder saudou os policiais com um sorriso e uma mesura, deixando o carro descer a montanha sem mais palavras ditas.
— Estamos quase em dezembro e a promessa do Halloween está aí há um mês... — In Su resmungou quando ela se aproximou.
— Preciso explicar de novo que devido às “intensas atividades do grupo, as festividades foram adiadas”? — repetiu em tom cansado.
In Su bufou, em desistência, e pôs as mãos nos bolsos do casaco enquanto caminhavam de volta para o Bloco 109, onde se localizam os dormitórios e as áreas de treino dos celestiais.
— Bem, vão se limpar e estejam no meu escritório em dez minutos — anunciou Min Sun por fim, seguindo até seu local de trabalho.
O alto moreno segurava um papel em mãos, pigarreou, pronto a ler em voz alta, e o restante dos integrantes se sentou nas poltronas esperando a liberação, e clemência da líder, o que seria difícil, graças ao erro de Ji Sung, e todos podiam ser punidos.
— Vice-líder, Shin In Su, reportando a missão de recuperação do Time S do Esquadrão Especial. Capturamos os alvos com sucesso. O grupo de 3 indivíduos foi flagrado roubando os relatórios do nosso Bloco por nossa equipe enquanto estavam saindo do treino. Após a captura, conseguimos recolher tudo que fora roubado. Acreditamos que tenham agido a mando da Nova Ordem, pois, o material que foi roubado continha informações atualizadas de todos os membros do Time “S” e do restante dos desertores. Acreditamos que sejam infectados de primeiro nível.
— Fizemos bem. Pode deixar o relatório aí — Min Sun apontou para sua mesa e In Su deixou o relatório sobre uma pilha de outros tantos, enquanto olhos de pena a encaravam. Soltou uma risadinha, fechando os olhos, pronta a dar o seu parecer. — Vão descansar, tivemos um longo dia hoje — suspiros aliviados ecoaram em uníssono. — Ji Sung. Amanhã, quero algumas horas a mais de treino. O que diabos você estava pensando naquele momento? Você sabe muito bem o quanto devemos respeitar os momentos de ação.
Ele exprimiu um som de indignação, mascarado pelo entendimento, enquanto todos os outros soltaram risadinhas de comemoração, se retirando aliviados. Quando todos deixam o escritório de Min Sun, a pequena líder suspirou e jogou-se na cadeira, fazendo um pouco do cansaço sair do seu corpo.
O bagunçado escritório era simples. Possuía uma escrivaninha onde a líder passava maior parte do seus dias; uma mesa no centro, era usada, geralmente, para reuniões da equipe tática ou do comitê de organização; armários com documentos empilhados, uma cafeteira, um conjunto de sofás, composto por um de três lugares, um de dois e uma poltrona, que estavam mais para cama do que como sofá propriamente dito, já que muitas vezes era ali que Min Sun dormia.
E, voltando seu olhar aos papéis que estava analisando antes do chamado, retirou todo o equipamento de batalha, jogando-o ao lado da escrivaninha e afrouxando o primeiro botão da camiseta social que estava usando na reunião com o seu superior, Kwan Shin, mais cedo.
Após o chamado, logo ao pôr os pés no bloco, teve tempo apenas de pegar o uniforme militar e suas armas, correndo até o local designado.
Tentando aliviar a pressão em seus ombros, espreguiçou, cancelando sua magia e revelando suas longas asas brancas, esticando-as o máximo que conseguiu.
Como parte do Esquadrão Especial do Exército Coreano, os filhos da divindade da luz Palk, os celestiais, criaturas semelhantes ao que os humanos chamariam de “anjo”, tinham como principal objetivo impedir os planos da Nova Ordem e descobrir um meio para proteger a Terra, a Dimensão Material, da ameaça de Kud e os infernais, entidades opostas à Palk e os celestiais; além de lidar com os estragos que as criaturas infectadas pela Chuva de Prata podiam causar à sociedade humana.
O esquadrão era dividido em duas partes. Os que davam assistência interna, e os que iam ao campo de batalha, o Time “S”. Composto pelos celestiais que tinham habilidades mais úteis para a luta, e os que davam assistência tática. O “S” de Symphony, que recebeu esse nome após Min Sun dizer que lutar era como dançar, sendo levado tão a sério, que suas táticas foram vinculadas a músicas, o que permitiam maior memorização que apenas nomes soltos.
Se uma tática não desse certo, In Su, vice líder estrategista do Time, mudava a música e eles logo começavam outra. Simples, prático e fácil.
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Vocabulário:
Ya: interjeição informal usada para chamar, repreender, saudar e afins, que significa “ei”.
Ahjushi (아저씨): Palavra coreana que significa senhor.
Eung (응): Expressão informal de concordância. Literalmente, “sim”.
Toc, Toc, Toc! Min Sun acordou assustada pelo barulho da porta. Havia adormecido na escrivaninha, com o rosto sobre os braços, enquanto cuidava da papelada da comemoração de Halloween. Um pouco atordoada, desviou letargicamente seu olhar para cima para ver quem a chamava, e a silhueta de In Su se materializou à sua frente, fechando a porta atrás de si. Ele sorriu fracamente e ela coçou os olhos, bocejando, desviando o olhar para o relógio na parede, que indicava que já passavam das dez horas daquela gélida noite. — In Su, é você? — com a voz embargada pelo sono, bocejou mais uma vez no final, levantando a cabeça vagarosamente. &nbs
Seul, Coreia do Sul. Bloco 109, 28-11-2018. O dia se iniciou com os fracos raios matinais iluminando toda a fortaleza do Esquadrão Especial. Um silêncio imaculado pairava com apenas o sibilar do vento ecoando pelos corredores. Era possível ouvir a respiração de cada celestial enquanto todos descansavam. Mas, em poucos minutos, o lugar foi invadido pelo som do passar de folhas e de passos rápidos, que causava um eco, quase um sussurro, nos dormitórios. Min Sun, que claramente não dormiu na noite passada, parou frente à porta do seu escritório, fazendo soar o aviso para que acordassem. Ela continuava com os olhos presos aos papé
Hwaseong, Coreia do Sul. Castelo de CheonSung, 27-11-2018. Uma figura imponente com ar autoritário passeava melancolicamente pelo pátio frente a um enorme castelo. Aquele lugar, incrivelmente branco, deveria causar um sentimento de paz, mas causava o sentimento de amargura e culpa àquele celestial. Alto com seus lindos cabelos negros e os olhos azuis mais encantadores e hipnotizantes que alguém poderia ter, tinha um encanto exótico em contraste com sua pele bege, e aquela cicatriz... aquela vergonhosa cicatriz que cortava o lado esquerdo do seu rosto. Numa tentativa de espantar o frio, Hyun Shik enfiou as mãos nos bolsos do seu sobretudo preto enquanto olhava para o céu noturno nublado, perdido em seus pensamentos, sendo incomodado pelo vento que deixava os seus fios re
Hwaseong, Coreia do Sul. Castelo de CheonSung, 28-11-2018. Hyun Shik, tentando ao máximo conter sua fúria, foi aos seus aposentos e entrou abruptamente, fechando a porta com uma forte batida, rosnando e ecoando em alto som naquele corredor vazio. — Ya! Ya! Ya! — Hae Ri chamou. — Pare de dar esporro em tudo! Você não é assim! Ele foi até sua cama e colocou seu rosto no travesseiro, gritando com todas as suas forças, ao imaginar que não podia sequer descontrolar-se sem por ela em perigo. Minutos após seu acesso de raiva, respirou fundo e deixou seu corpo cair sentado no chão,
Hwaseong, Coreia do Sul. Castelo de CheonSung, 28-11-2018. Se remexia na cama demonstrando os sinais da sua noite mal dormida e agitada. Ao primeiro raio de sol, se levantou num pulo. Vestindo roupas simples, uma bermuda de algodão, um moletom com capuz e seus óculos, se dirigiu diretamente à área de treino do castelo para seus exercícios matinais, pegando seus fones e ligando uma melodia agitada, já que, normalmente, Hae Ri dormia pela manhã e só aparecia à noite. Ao contrário da aura que o castelo passava, era um lugar realmente tecnológico. Principalmente a academia, que possuía equipamentos sofisticados, o lugar era cheio de máquinas e espelhos. Agarrando-se a um peso pequeno, começou exercícios simp
Seul, Coreia do Sul. Bloco 109, 01-12-2018. Era uma manhã agitada. Passaram os últimos dias para confeccionarem os ornamentos e, por fim, apenas terminavam de adornar o salão. Alguns cozinhavam guloseimas para a comemoração, outros aproveitavam as suas asas para colocar coberturas e fitas no teto. Apesar de Min Sun achar tais comemorações um desperdício de tempo, todos estavam se preparando desde o início de outubro, não paravam de importunar a pobre celestial, que acabou cedendo. As meninas, sendo extremamente detalhistas, faziam as decorações com dobraduras, cortes, caveiras de emborrachado, cortavam as abóboras com rostos e, dentro delas, co
Seul, Coreia do Sul. Bloco 109, 02-12-2018. Todos já estavam terminando de limpar o salão para descansarem. Após guardar uma caixa com as decorações de emborrachado no depósito, In Su se retirou do cômodo e se dirigiu ao seu quarto. A roupa suja de sangue logo foi arremessada na cama e juntou uma muda de roupas, se dirigindo à sauna. O vapor da água quente tampava sua visão enquanto estava parado sob o jato d’água que deixavam seus cabelos negros evidenciando as mechas vermelhas quando jogou a franja para trás, e levantou o rosto, deixando a água tocar a sua pele. Enquanto o líquido deslizava pelo corpo de bom porte dele, molhava o curativo que Min Sun fizera.
Hwaseong, Coreia do Sul. Castelo de CheonSung, 29-11-2018. Hyun Shik, após vestir uma calça moletom e um casaco preto de zíper, saiu do seu quarto rumo ao bloco militar, no térreo. Felizmente o sereno atenuou-se, se tornando quase que uma geada fria. A neve iria cair em breve. — Hey! — chamou uma voz. Ele apenas ignorou. — Hyun Shik! — chamou mais uma vez, gritando alto demais. Apenas parou e virou a cabeça o suficiente para o encarar atravessado, olhando de soslaio por cima do ombro em completo desprezo por aquele que fazia escândalo logo de manhã. — O que?! — revidou com outro grito, fazendo sua cabeça latejar. — Moleque — o rapaz de ca