Seul, Coreia do Sul. Hospital do exército, 26-12-2018.
Quando Min Sun chegou ao quarto de Hyun Shik, ouviu alguns resmungos, então, por achar que estava no horário do tratamento dele, olhou o relógio em seu celular, e já deveria ter começado há uns dez minutos.
— Ah, pelos deuses, não posso pular por hoje? — ouviu a voz dele num tom sôfrego por trás da porta, como se implorasse.
— Sabe que não, Hyun Shik, se pular um dia vai comprometer o andamento e o progresso, não complique as coisas e venha logo — soou a voz do médico responsável, um híbrido de humano infectado pela magia infernal e um celestial puro, Han Yu Ji
Seul, Coreia do Sul. Hospital do exército, 27-12-2018. Como Ah Young havia lhe dito, se sentia bem mais forte que o dia anterior, então conversou com a fisioterapeuta, iniciando assim pequenos exercícios. In Su nunca agradeceu tanto aos deuses que tinha um físico bom. Recebeu uma mensagem de Hyun Ji logo cedo, avisando-o que iria visitá-lo. O que o deixou mais animado que o esperado, estava quase saltitante. Até que lembrou que estava com pelugem de adolescente no rosto, crescendo falhada em sua bochecha e queixo. “Min Sun, pelos deuses, me traga um barbeador”, mandou a mensagem em pleno desespero para ela, obtendo como resposta cerca de dez minutos depois: “Mandei um por Hyun Ji”. Seul, Coreia do Sul. Hospital do exército, 29-12-2018. In Su acordou cedinho apenas para se despedir de Su Oh. Naquela noite sonhou algumas coisas desconexas com Hyun Ji numa espécie de romance doce de novela que o faria ficar envergonhado se tivesse verdadeiramente acontecido. Mas era estranho. Estava entre a nostalgia amarga e um enevoado sonho, como quando viu Ryo Su. Mas, pensando que não teria nenhuma conclusão para isso, afastou os pensamentos de sua mente, queria esperar Jo Han na porta do hospital. No dia anterior, Su Oh trouxe o seu notebook. Queria fazer alguma coisa mais útil, então foi permitido. Também naquele dia começaram a lhe dar algumas coisCapítulo 26 - Parte 1
Seul, Coreia do Sul. Hospital do exército, 30-12-2018. Após os exercícios diários, In Su adormeceu tão rápido que nem ao menos viu quando o médico foi lhe visitar. Se aproveitou do sono o máximo que conseguiu e, após seu ótimo cochilo, começou a sentir calafrios. Algo sussurrava em seus ouvidos, um murmúrio de várias falas sobrepostas, como se estivessem conversando. Mas In Su não acordava. Apenas se movia sofregamente e, em um instante, estava ofegante. “Meu bem, deveríamos comer algo após o trabalho?” ouviu a voz de Hyun Ji retumbar em sua mente. Ela se aproximou com um sorriso, o observando, e ele assentiu com a cabeça. Ela fez um símbolo d
Seul, Coreia do Sul. Hospital do exército, 30-12-2018. — Eu volto daqui a pouco... — começou Min Sun, mas In Su virou para ela e grunhiu. — Vão falar o que? — indagou com uma voz baixa e um pouco rouca. — Diz respeito a mim, apenas falem aqui — pediu, respirando profundamente ao pontuar. A líder arqueou a sobrancelha para o médico, que estava com uma expressão também confusa. — Você precisa descansar, não ficar discutindo sua condição. Por isso que você tem uma guardiã — o médico contrapôs. — Desculpe-me, mas você não está em condições de... — De ouvir? Fiz isso por uns dias depois que acordei, vocês estão controlando o suficiente dos meus sina
Dalnim, Reino das Sombras. Palácio de Ametista, Jasoojong, Leste. O som metálico invadiu o cômodo quando a cimitarra de metal arroxeado se chocou contra o mármore negro da mesa. Estava perplexo e precisava pensar, se não quisesse ter a cabeça jogada aos elementais após o encontro com a divindade. Dois soldados foram mortos em patrulha por uma magia sombria, um enorme portal surgiu no céu de Haenim, como há dois anos, sem explicação alguma. E, pensando que não deveria mais adiar o encontro com seu deus, ergueu a cabeça e suspirou, arrumando as vestes, um sobretudo cinza, calças e blusa pretas.
Destruição. Foi a primeira coisa que veio à sua mente quando recobrou seus sentidos. Um alto barulho e um tremor intenso fizeram seu coração disparar, enquanto gritos agudos e pedidos de socorro soavam desesperados ao longe. Vultos disformes fugiam de algo que sua visão não identificara, quando, lentamente, o céu noturno cheio de estrelas se materializou em suas retinas e grandes objetos turvos caiam como uma chuva de meteoros. A ansiedade do que não podia ver a fez tremer, enquanto piscava repetidas vezes tentando focar sua visão e, incrédula, contemplou os objetos ganharem a forma de imensos cristais, um cen&a
Seul, Coreia do Sul. Floresta próxima ao Bloco 109, 27-11-2018. Era uma noite de outono e fazia frio. Apenas o ciciar do vento entre as árvores podia ser ouvido, derrubando a pouca folhagem que restara nos galhos. Não havia sequer um pássaro cantando. De súbito, um vulto negro perturbou a paz quando se moveu em meio aos galhos, fazendo a queda das folhas se acentuar, quando um sussurro ecoou na escuridão da floresta: — Estão se aproximando. Três homens. 50 metros da nossa marcação — uma voz masculina grave e calma soou numa ordem. — Usaremos a formação que treinamos ontem. Líder, é com você. O som de passos rápidos esmagando as folhas que repousavam no chão ficou gradativamente mais alto, enquanto uma garota d
Toc, Toc, Toc! Min Sun acordou assustada pelo barulho da porta. Havia adormecido na escrivaninha, com o rosto sobre os braços, enquanto cuidava da papelada da comemoração de Halloween. Um pouco atordoada, desviou letargicamente seu olhar para cima para ver quem a chamava, e a silhueta de In Su se materializou à sua frente, fechando a porta atrás de si. Ele sorriu fracamente e ela coçou os olhos, bocejando, desviando o olhar para o relógio na parede, que indicava que já passavam das dez horas daquela gélida noite. — In Su, é você? — com a voz embargada pelo sono, bocejou mais uma vez no final, levantando a cabeça vagarosamente. &nbs