Hwaseong, Coreia do Sul. Castelo de CheonSung, 29-11-2018.
Hyun Shik, após vestir uma calça moletom e um casaco preto de zíper, saiu do seu quarto rumo ao bloco militar, no térreo. Felizmente o sereno atenuou-se, se tornando quase que uma geada fria. A neve iria cair em breve.
— Hey! — chamou uma voz. Ele apenas ignorou. — Hyun Shik! — chamou mais uma vez, gritando alto demais.
Apenas parou e virou a cabeça o suficiente para o encarar atravessado, olhando de soslaio por cima do ombro em completo desprezo por aquele que fazia escândalo logo de manhã.
— O que?! — revidou com outro grito, fazendo sua cabeça latejar.
— Moleque — o rapaz de ca
Hwaseong, Coreia do Sul. Calabouço Subterrâneo do Castelo de CheonSung, 29-11-2018. Um guarda foi até o local onde estava Hyun Shik e fechou as grades, enquanto era encarado por olhos azuis penetrantes, que observavam qualquer movimento hostil, até que o homem negou com a cabeça e Hyun soltou um sorrisinho de lado. Um aliado. Ficando relativamente sozinho, sentiu toda a força do seu corpo se esvair e despencou no chão, desajeitado. Levou a mão para a sua cabeça, onde um fio de sangue vertia, e gemeu ao tocar o local lesionado, procurando pelo chão a perna quebrada do óculos. — Hae Ri — chamou, ao pegar a haste de titânio com a dobradiça despedaçada. — O que diabos aconteceu? &n
Busan, Coreia do Sul, Sede do Exército Celestial, 02-12-2018. — Então, o que anda planejando para nós, In Su? — Su Oh indagou animado. O rapaz na tela tinha lindos cabelos castanhos e pele bronzeada, olhos avermelhados e grandes, estampando em seus lábios um largo sorriso. Pelo que In Su lembrava, foram poucas as vezes que o viu sem ele e, correspondendo a isso, In Su franziu o cenho, cruzando os braços. — A longo prazo, ou se refere à Nova Ordem? — Por mais que eu sinta pena de você por ter que lidar com a versão aprimorada dos Vulpinos, me refiro aos infernais — Su Oh gracejou, dando de ombros. &
Seul, Coreia do Sul, Bloco 109, 03-12-2018. In Su chegou cedo, mesmo com a tempestade que desabava lá fora, e deu de cara com Hyun Ji, que parecia um pouco intrigada. — O que...? — Min Sun resolveu trocar a noite de jogos pela papelada... nem sei porque me surpreendo ainda — relatou dando de ombros e In Su, em passos fortes, seguiu até o escritório, dando de cara com uma garota entocada em sua cadeira. Deu uma olhadela incisiva e, cínica, sorriu. — Dormiu bem? — perguntou ela, e In Su arqueou os ombros, deixando sua postura relaxada e pondo as mãos no rosto. — E eu pensando que
Seul, Coreia do Sul, Bloco 109, 03-12-2018. As horas já haviam corrido, e, para combinar com o clima frio, Woo Shik fez um belo Manduguk¹, que incendiou os narizes daqueles celestiais. Cada um pegou sua tigela farta, vários acompanhamentos foram postos à mesa e começaram a comer. O gosto, como sempre, estava maravilhoso, o esperado do cozinheiro meio celestial. O som da chuva ganhou o tilintar dos talheres como acompanhamento, mas foi logo encerrado com vários seres jogados pelo amontoado de colchonetes, cansados após encherem seus estômagos. Já eram quase 20:00 e faziam cerca de três horas que a magia de Min Sun era cons
Hwaseong, Coreia do Sul. Castelo de CheonSung, 30-11-2018. Estava sentado à grande mesa da biblioteca lendo, calma e tediosamente, um grande livro empoeirado da seção reservada. O ambiente silencioso cheirava a folhas velhas, couro e poeira. Diversos livros antigos, empilhados nas grandes estantes de madeira, arquivos de toda estadia dos celestiais na terra, sobre humanos, medicina arcana e leis. Malditos anciãos, nem se deram ao trabalho de arquivar o passado dos celestiais... Snif, snif. Tentando encontrar algum arquivo verdadeiramente útil para seus propósitos, Hyun Shik suspirava em protesto ao cansaço e dor causada pelos eventos do dia anterior. &
Hwaseong, Coreia do Sul. Castelo de CheonSung, 01-12-2018. Em meio àquela escuridão distante sentiu uma dor absurda na barriga. Era como se alguma coisa queimasse e ardesse em um líquido viscoso que escapava pelo lugar que latejava. Quando abriu os olhos, notou apenas um deles estar funcionando. O outro estava dormente e não via mais que borrões avermelhados. Hae Ri berrava seu nome, chorando, implorando que aguentasse. Voltou a visão para baixo e viu uma barra de ferro no lugar que doía, instintivamente, levando sua mão trêmula até lá, apalpando o frio metal. Olhou para frente, vendo as faces de terror apontadas para si, enquanto se perdia na confusão do que havia ac
Seul, Coreia do Sul. Bloco 109, 04-12-2018. Hyun Shik estava em pé à sua frente quando, um pouco ao lado também à frente, Min Sun se encolhia com dor, caindo. In Su se aproximou dela e segurou seu leve corpo enquanto encarava os olhos azuis desesperados de Hyun Shik. Balançou a cabeça em negativa e olhou para a passagem do palácio. Hyun Shik lembrara do que haviam conversado e tentou manter a calma suspirando enquanto abria sua boca para falar algo que In Su não conseguia ouvir. Então, sua visão ficou preta, como se estivesse sendo puxado para algum lugar. O cenário do palácio havia mudado
Seul, Coreia do Sul. Bloco 109, 04-12-2018. — Para onde estamos indo? — In Su indagou, muito bem agasalhado no banco da frente, enquanto Min Sun se centrava na estrada. — Lembra daquele clube de tiro e paintball que me falou mês passado? — Min Sun deu-lhe uma olhadinha e ele, arqueando as sobrancelhas como se aprovasse, sorriu. Após entrarem, In Su, que ainda parecia um pouco grogue pelo remédio, preferiu que apenas ficassem no tiro ao alvo, já que possivelmente seria sacaneado por suas pernas se tivesse que correr. Cada um pegou uma pistola, uma reserva de cinquenta balas e seguiram até a sala. In Su estava animado e Min Sun se sentia feliz po