Hwaseong, Coreia do Sul. Castelo de CheonSung, 30-11-2018.
Estava sentado à grande mesa da biblioteca lendo, calma e tediosamente, um grande livro empoeirado da seção reservada.
O ambiente silencioso cheirava a folhas velhas, couro e poeira. Diversos livros antigos, empilhados nas grandes estantes de madeira, arquivos de toda estadia dos celestiais na terra, sobre humanos, medicina arcana e leis. Malditos anciãos, nem se deram ao trabalho de arquivar o passado dos celestiais...
Snif, snif.
Tentando encontrar algum arquivo verdadeiramente útil para seus propósitos, Hyun Shik suspirava em protesto ao cansaço e dor causada pelos eventos do dia anterior.
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Hwaseong, Coreia do Sul. Castelo de CheonSung, 01-12-2018. Em meio àquela escuridão distante sentiu uma dor absurda na barriga. Era como se alguma coisa queimasse e ardesse em um líquido viscoso que escapava pelo lugar que latejava. Quando abriu os olhos, notou apenas um deles estar funcionando. O outro estava dormente e não via mais que borrões avermelhados. Hae Ri berrava seu nome, chorando, implorando que aguentasse. Voltou a visão para baixo e viu uma barra de ferro no lugar que doía, instintivamente, levando sua mão trêmula até lá, apalpando o frio metal. Olhou para frente, vendo as faces de terror apontadas para si, enquanto se perdia na confusão do que havia ac
Seul, Coreia do Sul. Bloco 109, 04-12-2018. Hyun Shik estava em pé à sua frente quando, um pouco ao lado também à frente, Min Sun se encolhia com dor, caindo. In Su se aproximou dela e segurou seu leve corpo enquanto encarava os olhos azuis desesperados de Hyun Shik. Balançou a cabeça em negativa e olhou para a passagem do palácio. Hyun Shik lembrara do que haviam conversado e tentou manter a calma suspirando enquanto abria sua boca para falar algo que In Su não conseguia ouvir. Então, sua visão ficou preta, como se estivesse sendo puxado para algum lugar. O cenário do palácio havia mudado
Seul, Coreia do Sul. Bloco 109, 04-12-2018. — Para onde estamos indo? — In Su indagou, muito bem agasalhado no banco da frente, enquanto Min Sun se centrava na estrada. — Lembra daquele clube de tiro e paintball que me falou mês passado? — Min Sun deu-lhe uma olhadinha e ele, arqueando as sobrancelhas como se aprovasse, sorriu. Após entrarem, In Su, que ainda parecia um pouco grogue pelo remédio, preferiu que apenas ficassem no tiro ao alvo, já que possivelmente seria sacaneado por suas pernas se tivesse que correr. Cada um pegou uma pistola, uma reserva de cinquenta balas e seguiram até a sala. In Su estava animado e Min Sun se sentia feliz po
Haenim, Reino da Luz. Hyunggwangshi, -data local desconhecida-, 01-12-2018, data terrestre. O ambiente era frio e nostálgico, mas perdera o brilho aconchegante que tinha. O cheiro intenso de mofo e poeira era esmagador e a figura de Hyun Shik se materializava no breu da biblioteca. No momento que pôs os pés no chão, sentiu em suas botas o fofo da poeira acumulada e restos de páginas jogadas. Sentiu um aperto no peito, mas, sem perder muito tempo, se agachou e limpou o chão com as mãos, começando a desenhar o círculo logo em seguida. Quando levantou, sentiu vertigens e uma sensação de ser esmagado. Uma sensação estranha, semelhante a agonia que sentiu quando quase morreu na tentativa de fuga em CheonSung. Colocou a mão na barriga, se encolhendo, e fechou os olhos, espera
Haenim, Reino da Luz. Floresta Alta ao lado de Hyunggwangshi, -data local desconhecida-, -data terrestre desconhecida-. — Min Ho Sunbae? — inquiriu, desviando a visão por um instante e voltando a observar logo em seguida, tendo o vislumbre das penas roxas, aterrissando após Min Ho recuar com um pulo para trás e ir até ele. O celestial não conseguiria defender a tempo. De pronto, Hyun Shik correu, sendo envolvido na sua aura arroxeada e avançando bravamente após brandir a lâmina, sumindo e aparecendo na frente do golpe do infernal, interceptando o cabo da lança do adversário com a lâmina da sua espada, causando um som agudo. — Quem diabos...?! — o infernal praguejou surpre
Hwaseong, Coreia do Sul. Biblioteca do castelo de CheonSung, -data desconhecida-. — Ei, seu idiota! — Hyun Shik ouviu uma voz familiar o chamar enquanto tinha a face estapeada. — Eu dormi por quanto tempo? — inquiriu um pouco confuso, abrindo os olhos e constatando estar na seção reservada, em Hwaseong. — No máximo, cinco minutos — Sang Woo o ajudou a se erguer, sentando-o no chão, visto que não queria forçar seus ferimentos. — Porque diabos está todo ferido assim? — Ah... evite lutar... — repetiu a fala de Sang Woo, meio grogue enquanto se encostava na perna da mesa ao lado. — Não deu. — Pelos
Seul, Coreia do Sul. Ponte do Rio Han, Distrito de Gangnam, 05-12-2018. — O que você quer dizer com isso? Você tem alguma prova? — perguntou In Su. Sua voz e expressão eram um conjunto de euforia e apreensão no momento que Hyun Shik assentiu com a cabeça. — Assim como você, eu fiz uma visita ao nosso pai em Haenim — entregou a “Origem” para In Su, colocando-o em seu colo. — O lugar está uma bagunça. — O que!? — indagou In Su, perplexo, fazendo uma expressão confusa. — Lembra dos corrompidos? Que derrotávamos nas nossas rondas vez ou outra — referenciou, tentando fazê-lo assimilar. — Os que te atacaram na biblioteca, qual a chance de serem um estágio avançado dessa corrupção? Seul, Coreia do Sul. Casa de Kwan Shin, Distrito de Gangnam, 05-12-2018. Hyun Shik acordou entorpecido após a lembrança. Lágrimas escorriam dos seus olhos ao lembrar de todo aquele desespero, e ele as limpou antes de serem notadas, então tateou ao redor de si até que encontrou seus óculos num criado mudo ao lado da cama. Estava chovendo e In Su, frente à janela, olhando as luzes da cidade, atendia uma ligação, inquieto. — Não estou. Eu já te falei quantas vezes tenho que repetir? — respirando fundo, passava o polegar no sinal abaixo do olho. — Min Sun eu já disse que não estou escondendo nada, eung? Você está me perguntando desde hoje mais cedo quando saí da fortaleza, apenas estou na casa do senhor KwanCapítulo 9 - Parte 2