O olhar de medo é bastante claro nos olhos de cada um deles que está ali, sabendo que o dia de sofrimento ainda nem começou. Um vai sofrer na pele, o outro vai sofrer no psicológico, afinal, um vai observar o outro gritar e saber que não pode fazer nada pelo "amigo".Vejo o meu pai se aproximar do traidor do Anthony, e este começa a tremer por inteiro. Não faço a mínima ideia do que o meu pai já fez a ele, mas pelo sangue saindo da boca, coisa boa não foi... Quando fica frente a frente com o Anthony, fala da maneira mais debochada possível:— Pronto para mais uma sessão de tortura?— Andrew, meu filho, prepare uma cadeira e coloque de frente ao outro capacho que está na jaula...Faço o que o meu pai pediu e tenho certeza de que hoje ele vai aliviar toda a raiva que está acumulada há um bom tempo. Não demora, e dois dos meus "irmãos" se aproximam do meu pai e começam a soltar o traste do Anthony, que já está todo ferrado. Assim que o soltam, ele tenta fugir, mas antes de dar dois passo
Andrew MontanaroAssim que acordei no hospital e fiquei sabendo que meu pai não estava ali, algo dentro de mim me dizia que ele tinha ido para o galpão, que as coisas não ficariam do jeito que estavam e que o tempo que eu pedi a ele não seria respeitado. Ele arrancaria, ao menos, a língua do desgraçado do Anthony se ele não desse o que queria. Como meu pai diz: ele só sossega quando seus inimigos começam a cantar o que ele precisa ouvir...Assim que me levantei da cama e segui até a porta do quarto, fui impedido pela enfermeira que estava chegando. Quando ela notou que eu não ficaria nem mais um segundo ali dentro, rapidamente chamou o "meu irmão", o doutor Maicon.— Vejo que já acordou e está preparado para o combate, rsrsrsrs. Onde pensa que vai, Andrew? — perguntou Maicon.— Vou impedir que meu pai se divirta sem mim...— Você não pode sair, Andrew. Se você se esforçar novamente, não sei como conseguirei te livrar do que está te matando, garoto. Você precisa me ajudar a te ajudar,
Andrew MontanaroVoltei para a minha casa e, assim que cheguei, fui tomar um banho para tirar o suor do meu corpo. Estou com a energia renovada, meu corpo está ansiando por adrenalina, e pretendo dar bastante a ele. Logo após o banho, visto uma calça e uma blusa pretas e vou até a sala de jantar. Pouco tempo depois, vejo o meu pai chegando e se juntando a mim. Ele serve-se de uma xícara da bebida fumegante, e seguimos com o nosso café da manhã. Assim que terminamos, ele me chama para dar uma olhada nos papéis que deixou separado na noite anterior, papéis esses que tratam das nossas possíveis associações que farei muito em breve...Ficamos no escritório o restante da manhã. Nesse meio tempo, chegou a notícia que tanto estávamos esperando: o nojento do Anthony não resistiu. Segundo o Maicon, ele teve uma parada cardiorrespiratória. Menos mal, um a menos para dar dor de cabeça e trabalho... Depois de passar boa parte da manhã dentro do escritório, lendo a papelada que os candidatos a ass
Pouco depois de chegar ao hangar, despeço-me de todos e entro no avião junto com meus irmãos, rumo a Lisboa, Portugal. Um voo rápido de aproximadamente três horas. Durante o percurso, conversamos bastante, mas a conversa está totalmente fora do foco da Máfia Khazar. Aqui, somos apenas jovens aproveitando o que a vida pode nos oferecer de melhor, ao menos por alguns momentos. O foco é desfrutar um pouco antes que comece o trabalho árduo, afinal, será um longo período de negociações, associações, compras e fortalecimento da nossa organização.Assim que desembarcamos, seguimos rumo ao hotel. Não vamos ficar em um lugar específico para não chamar a atenção de inimigos. Todos nós sabemos que, desde que nasci, o que mais tenho são inimigos, e não são poucos... Seguimos nossa rotina e, finalmente, depois de dois dias aproveitando a bela Lisboa, recebo a ligação que tanto esperava. O trabalho vai começar.Logo após marcar a primeira reunião com os futuros associados da Khazar, decido almoçar
Durante estes dois anos em que estou a trabalho da Khazar fora da Itália, tenho conseguido ampliar de forma considerável o nosso poder. Os nossos associados são grandes empresários que nos fornecem as armas que precisamos e, em troca, damos proteção contra tudo e todos. A polícia não se envolve, tenta se manter afastada, pois sabem que não brincamos em serviço. Durante estes dois anos, houve muitas mortes, muitos desaparecimentos, e claro que a polícia sabe que somos nós. Afinal, desde que colocamos os nossos pés fora da Itália, o rastro de sangue nos acompanha...Há quase um ano, tenho notado que estou a ser observado. Ainda não sei dizer quem é, mas imagino o que quer de mim. Desde então, não ando mais facilitando. Aumentei bastante a minha segurança depois de enfrentar algumas tentativas de assassinato. A pessoa é esperta e costuma ser bastante discreta. O meu pai nem desconfia do que está a acontecer aqui, mesmo que às vezes ele me ligue e insista em saber se está tudo bem. Segund
Os dias passaram, e meus informantes sempre me mantiveram a par de tudo. Cada movimento, cada suspiro dos meus inimigos era relatado com precisão. Inclusive, soube que Amália estava sendo caçada e fugia do país. Eu só não esperava encontrá-la no Canadá. Sei que não sou o alvo dela, mas, sempre que encontro um assassino de aluguel, preciso me manter atento. Neste caso, encontrei não apenas um, mas dois, além da aprendiz de Amália, que já está ficando bastante conhecida entre eles: sua filha, Kara Grecco. Mas essa não me mete medo... pelo menos não ainda.Durante minha estadia no Canadá, as coisas estavam indo muito bem para mim. Estava vivendo uma vida tranquila, fechando vários negócios e minha última viagem se aproximando cada vez mais. O frio cortante de Toronto era um contraste gritante com o calor da Calábria, mas eu me adaptara bem. Até que, em uma noite fria e chuvosa, soube que conseguiram exterminar Amália Grecco junto com seu amante, também assassino de aluguel, Andrés. Para
Os minutos passaram lentamente enquanto eu caminhava pelas ruas de Lisboa, tentando dissipar a tensão que parecia me seguir como uma sombra. O ar fresco da noite ajudava a clarear minha mente, mas a sensação de que algo estava prestes a acontecer não me abandonava. Finalmente, decidi voltar ao hotel. A essa altura, eu já estava convencido de que tudo lá estaria resolvido, ou pelo menos sob controle.Assim que entrei no saguão, percebi que o clima estava diferente. Os funcionários do hotel evitavam meu olhar, e os poucos hóspedes presentes pareciam inquietos. Era claro que algo havia acontecido, mas eu não estava disposto a dar importância. Sabia que desconfiavam de mim, de quem eu era, e isso era algo com o qual eu estava acostumado. A vida que eu levava não permitia que eu passasse despercebido por muito tempo.Ao entrar no meu quarto, encontrei tudo em ordem, exatamente como eu havia deixado. A tranquilidade do ambiente contrastava com o turbilhão de pensamentos que ocupava minha me
Os dias passaram, e em todos eles ficamos atentos a cada movimento ao nosso redor. Claro, a bela Kara sempre esteve presente. Definitivamente, tenho certeza de que ela não sabe que a conheço, e faço questão de manter assim. Mas é óbvio que sempre ficamos de olho em cada um de seus movimentos.Hoje acordei com um pouco de claridade entrando no meu quarto e iluminando minha cama. Ainda estou com o corpo cansado das maratonas e das reuniões com os associados, mas opto por levantar, mesmo com o corpo pedindo por mais cinco minutinhos na cama...Me espreguiço ainda na cama e, em seguida, levanto e vou até a janela, que está com a cortina entreaberta. Fico olhando a paisagem por um momento e, assim que crio coragem, vou tomar um banho rápido. Sei que não vai demorar para meus irmãos chegarem, mas hoje o nosso dia será apenas de diversão.Combinei com meus irmãos de sair ao entardecer para um restaurante perto da Colina. Segundo nos informaram, o lugar é fantástico. E depois de tantas associ