BenjaminEntão, essa é a confirmação que eu precisava: finalmente, a certeza de que a encontramos… Fico alguns segundos perdido em pensamentos quando escuto a voz de Ivan…— Não pode ser, cara, não, não pode ser... É muita coincidência... Cara, onde você conseguiu isso? Essa joia está desaparecida há anos… — sinto um tom de satisfação em sua voz, o que me deixa um tanto desconfortável, mas deixo essa sensação de lado. — Você sabe qual a origem, então me fala logo, é importante, cara… — pergunto, tentando disfarçar minha alegria. — Seja lá onde você a encontrou ou com quem, mantenha-a o mais escondida possível. Vou te contar o que eu realmente sei sobre isso. Senta aí e cala a porra da tua boca, porque o negócio é muito sério. — Sentei e olhei nos olhos de Ivan, pronto. E agora vai me falar do que se trata essa joia? Sei que é importante, agora desembucha logo, que o que eu menos tenho é paciência, e você sabe muito bem disso. — falo impaciente.— Eu sei, escuta isso: esse cola
BenjaminDepois de sair do hospital, notei o quanto a Ayla estava ansiosa para ver o velhote, que ela diz tratar muito bem. E eu não nego que ele realmente o faz, mas tem algo nele que me deixa desconfiado demais. Então, fomos para o estacionamento e depois seguimos até a lanchonete dele. Claro que notei alguns carros por perto e, ao ver a lanchonete fechada, tive certeza de que algo muito errado estava acontecendo. Esse velhote nunca fecha essa espelunca. Olhei para a Ayla e a vi bastante apreensiva. Certifiquei-me discretamente de que estava equipado e, junto com as meninas, descemos do carro.Ayla foi diretamente para as portas dos fundos e a vi perder a cor ao ouvir alguém perguntando supostamente por ela. A puxei para trás, colocando-a entre mim e a minha irmã, e olhei diretamente nos olhos da Sarah, que imediatamente entendeu o meu olhar e retirou a Ayla dali. Sabemos exatamente o que está acontecendo. Esperei alguns segundos, respirei fundo e decidi entrar. Sei muito bem que el
DaniloCaraleo, irmão! Que porra foi essa que aconteceu aqui na minha casa? — falo entre risos enquanto olho a bagunça ao redor. — Quem é este homem? Por que querem tanto calá-lo, Benjamin? Olha a bagunça que fizeram, irmão! Seja lá o que você tem na sua cabeça, faz logo! Esses caras vão voltar e não vai demorar, acredite. Balanço a cabeça em negação… Agora vamos arrumar essa bagunça para trazer as meninas de volta.Não demora muito e conseguimos retirar os corpos de dentro da casa. Depois de uma ligação, vieram retirar os pacotes e finalizar a limpeza. Duas horas depois, tudo estava dentro do que posso considerar normal. Finalmente, Benjamin e eu fomos até o mini hospital que eu tinha deixado completamente isolado. Benjamin me olha confuso por não encontrar ninguém ali. Eu tenho um segredinho para segurança extra. Levo-o até um elevador e descemos. Assim que o elevador para e se abre, Benjamin me olha incrédulo e sorri, não acreditando no que acabou de ver. Assim que saímos do
Fico ali com seu Ari, meu avô emprestado por mais um tempo, fazendo carinho naquele bondoso homem que me acolheu como família, até sentir que ele está muito mais calmo. O ajudo a deitar e depois o cubro, não antes de ter uma melhor visão do quanto o machucaram. Ofereço um copo de água e ele aceita. Depois de beber, ele deita novamente e, aos poucos, volta a dormir. Respiro aliviada por saber que, de certa forma, ele está seguro aqui nesta casa estranha que mais parece uma fortaleza.Volto ao quarto que me foi designado e, aos poucos, adormeço. A noite foi maravilhosa; apesar de tudo, eu dormi bem. Sinto-me segura estando com mais pessoas por perto. Acordo cedo com o dia clareando e, ao sair do quarto, encontro Benjamin já muito bem arrumado. É estranho que ele já esteja de pé, mas ao me olhar, vejo em seus olhos um misto de alegria. Ele apenas sorri e segue para o seu quarto. Desço e vou dar uma olhada em seu Ary. Desde que o vi chorando ontem, algo dentro de mim se comoveu bastante,
Não vai demorar muito e vamos entrar nos carros para sairmos. Benjamin fala e logo ele e Sarah sobem para seus devidos quartos. O Danilo pede que eu ajude seu Ary no que ele precisar, pois logo mais estaremos saindo daqui. O lugar, por mais protegido que seja, está sob perigo.Escuto as palavras ditas por Danilo, mas fico meio perdida com as palavras "perigo" ecoando na minha cabeça. Aos poucos, volto à realidade e vou até o seu Ary. Explico a ele a situação, e ele sorri todo feliz para mim. Eu o conheço bem e sei que há algo nele que ele gostaria de compartilhar. Assim que ele se levanta do sofá, vejo um porta-retrato antigo que estava aparentemente escondido por ele. Pego o porta-retrato e, ao ver a imagem ali, não sei como reagir; começo a tremer. Quero perguntar o que aquilo significa, mas as palavras não saem da minha boca. Minha garganta está seca. Fico olhando para aquela foto; me falta o chão, o ar. As lágrimas rolam em meu rosto. Não sei como ou quem me segura pelos ombros e
Savannah SmithAcordo com o despertador tocando. Ainda está cedo e, claro, eu não quero levantar. O dia de hoje vai ser muito chato; afinal, é mais um dia de aula e, apesar de estar estudando o que eu amo, às vezes cansa ter que ir para a faculdade cedo, passar boa parte do dia lá e, à tarde, quando volto para casa, ainda ter que encarar as chatas aulas de luta. Detesto essa parte do meu dia. Sou mimada, princesinha mesmo. Cresci aqui em Los Angeles e moro com o meu tio Richard, que me criou desde sempre. Meu tio é um homem maravilhoso, mas tem um cuidado absurdo com a questão da minha segurança, me obrigando a aprender a lutar desde a minha infância. Acho isso desnecessário e cansativo para uma mulher, sem falar que minhas mãos, que deveriam ser totalmente delicadas como a princesinha que sou, ficam com alguns calos. Mas fazer o quê? Já cansei de tentar fazê-lo desistir dessas aulas, mas nunca consegui.Adoro estar bem vestida, antenada com a moda. Tanto é que estudo moda em uma das
Após uma tarde inteira na companhia de meu namorado, com compras, cinema e coisas que toda menina ama fazer sem preocupações, finalmente chegou a hora de enfrentar a fera. Não faço a mínima ideia do que realmente me espera em casa. Eu nunca ousei desobedecer ao meu tio, exatamente porque ele sempre me respeitou, exceto na minha vontade de parar com os treinos odiosos de luta. Eu sei que essa minha desobediência irá me custar muito caro, só não sei o quanto ainda.Me despeço de meu namorado e entro no meu carro. Durante todo esse período, mantive o telefone desligado para não ser interrompida com as ligações. Ao ligar o aparelho às nove da noite, recebo uma enxurrada de notificações de ligações e mensagens de WhatsApp. Dou uma olhada nas ligações: eram exatas vinte ligações do meu tio. Olho as mensagens; só do meu tio, havia trinta e sete mensagens, e a última me deixou um tanto apreensiva sobre se eu deveria ou não voltar para casa.“Savannah Smith, o que você fez hoje, pode ter certe
Richard SmithComo eu pude fazer isso com a menina que eu criei com tanto amor, com tanto carinho? Eu sei que, por mais que eu seja um cara ruim, nunca deixei transparecer esse meu lado para a minha Savannah. Ela sempre foi criada da melhor maneira que eu pude. Fui contra uma das ordens do meu chefe e a deixei viva. E, por incrível que pareça, hoje eu passei de todos os limites com ela. Me irritei com a audácia dela simplesmente pular a janela por não querer praticar as lutas que impus a vida inteira para ela fazer. E, mesmo contra a sua vontade, ela praticou. Hoje, eu simplesmente surtei com ela do nada. Desde o almoço, eu vi tristeza em seus olhos; eu nunca tinha visto isso. Ela sempre foi uma patricinha alegre, amada por todos na escola, respeitada por todos, e hoje eu vi lágrimas, e eu fui o responsável por elas.Depois que subi as escadas e deixei o professor da Savannah, que é um grande amigo meu, só nós sabemos das coisas que fizemos em nosso passado e ainda fazemos. Ele sempre